Soneto 18
SONETO TUA AUSÊNCIA
Toco-te com o silêncio estremecido de tão ardente .
Sei que estás ai a me ouvir na liturgia desse desejo presente
Não me queiras distante e tão fria meu amor
Pois toda ausência aprisiona e chora sem asa de beija flor .
Inda estou vestida de azul e despida mar adentro
Não me roubes os sonhos que já desenhei tão intenso
O meu barco navega lento e no vento bravio das andanças
É dia e noite meu coração sozinho num rito com tuas lembranças.
Todo meu instante e silêncios inda são teus em romaria
Ando gritando teu nome nas minhas luas in fantasia
Estou perdida e afogada adentro d'um vaso sem semente .
Voltas ! Me encobre, me sonhas com tu'alma mansa indolor
Minha pétala anda seca e desfigurada sem teu amor
Sem ti sou bruma e no tear da vida a nascer dormente.
DO POETA (soneto)
Do poeta o encanto aproxima manso
Cochicha suspiros na ádvena ilusão
Mergulha no ventre frágil do coração
Lastrando a inventiva num balanço
Do senso transbordam pulsátil rojão
Rematando a inspiração num lanço
Dando à alma asas e um remanso
Para com as mãos tocar a emoção
Torna à alma, e volta a navegar
Adentra com as formas de amar
Solitário, nos portais da criação
No silêncio, põe a vida a balançar
Balança com a vida a silenciar
E tem vida, na vida com paixão...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano
Soneto das canções
"O melhor presente Deus me deu
Sigo palavras e busco estrelas
Palavras, apenas palavras
Me sinto só, me sinto tão seu
Desculpe estou um pouco atrasado
A vida vem em ondas como o mar
Exista amor pra recomeçar
Exagerado, eu sou mesmo exagerado
Estar lá, ver e voltar
Minha honey baby
Eu cuidarei do seu jantar
Somos quem podemos ser
Tente outra vez
O acaso vai me proteger"
- Soneto de lua cheia (completo)
Ó lua linda, ó lua iluminada
Minguante, distante, a contemplar-te
Faço de ti, pranto dos meus
anseios, tudo fulge.
Visão lúcida da escuridão, de
brilho semblante, pálida alvejante;
Estás tu por testemunha, que nesta
madrugada, escrevo agora.
A natureza se manifesta, com ditos brandos;
Ouço uivos, sapos sussurrando
A lamparina ao lado da mesa.
Narciso, tu te faz ao mar, fitando a face
Aqui tudo serve de consolo
Faço jus à tua fala. Ó lua!
Piedosas Intenções
soneto
Na verdade há um grito na minha voz,
Um suspiro de saudade em mim a vaguear,
Nos meus olhos , uma vontade de estar só
Que me deixa em cada canto a chorar!
E choro por mim, por ti, por todos nós ...
Choro por tudo aquilo que não vivi,
Por aquilo que não tive de todos vós,
P'lo que tive, não guardei e até o que perdi!
Mas talvez não haja solução, meu amor,
Mãos que não dão o que podem receber?!
E no horizonte apenas vejo dor ...
Vejo espuma, névoa e loucura,
Um barco nos meus olhos a perder
A alegria e tantas ondas d'amargura!
DESIGUAL (soneto)
No passo, tateio a loucura que figa
Vagando na rígida profundidade
Duma lucidez de só ver a metade
Onde se díspar e muito se intriga
Não há ilusão sem a tal suavidade
Que agora me traga n'alma fadiga
Ou tão pouco no horizonte ortiga
Amargando o hoje de infelicidade
E, não mais me escondo pela vida
Nem abandono mais a dor rapariga
Quero apenas, precioso, poder ser
Sem o normal, abismal, sem ferida
Afinal, ter harmonia na ação parida
É ser desigual, mas o amor, haver!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
CERTOS VERSOS (soneto)
Letras ranzinzas de certos versos
Olham no vazio do papel em branco
Nodoando o imaginar nele dispersos
Do alquebrado fado em um tranco
O amarelado do tempo ali imersos
Adentra a saudade no peito manco
Rindo e chorando em tons diversos
Em um alvoroço dum soluço franco
Onde estariam tais agrados reversos
E assim o versar sair deste barranco
E então deixar de serem perversos
Ah! Rumo sem margem, sem arranco
Que cria na alma nublados universos
Deixando o sonho nu e sem tamanco
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
Soneto: determinação
Na jornada da vida, o caminho árduo,
A determinação é fogo que arde,
É a chama que nos mantém seguros,
Mesmo quando tudo parece tão tarde.
É a força que nos faz continuar,
Mesmo diante dos obstáculos e barreiras,
Nos momentos em que queremos parar,
É a determinação que nos entrega inteiras.
Com resiliência e coragem seguimos,
Com a convicção de que é possível,
Derrubando todos os medos que surgimos.
A determinação é nossa cúmplice,
Nos dá asas para voar alto e livre,
É o pilar que torna nossa jornada épica.
Soneto: Sedução e Desejo
Na dança das estrelas, a sedução,
Um jogo ardente de desejo e fogo,
Teu olhar, chama acesa, tentação,
Em cada gesto, um convite, um jogo.
Na pele, o tato suave, feitiço,
Carícias que incendeiam a paixão,
Desejo que se acende, como um vício,
Nos labirintos do meu coração.
Tua voz sussurrando segredos quentes,
Em versos que revelam a luxúria,
O tempo para, e nós, serpentes,
Dançamos na luxúria, sem censura.
Sedução e desejo, nossa sina,
No calor do amor, a noite ilumina.
Soneto: O Milagre
O milagre de Natal é vivo, respira e sente
Conhece seu lugar em cada coração
Daquele que o roga em oração e comhunhão
Milagres acontecem de repente, sem aviso
Chega como se estivesse a nos visitar
Em passos sutis, radiante, envolto em luz Santificada
E estando em nós, adorna nossa alma
E decidi ficar por sabedoria e nela faz seu ninho
Pois conhece sua valia e compromisso
E doa o bem e a cura, sem nada exigir
Entrega esperanças, envolto num amor miaor
Se achega, se acomoda, observa e se apresenta
Momento em que o sentimos e vivemos sua benção
E rogamos, seja por nós, para um amigo... um necessitado
O milagre opera magnânimo, gestando nobreza e encantos
Em estado de Graça, com a alegria de uma criança
Puro, iluminado, solenemente bem vindo!
A tua beleza é tão imensa e a sua humildade compensa a linda jovem que és.
E neste soneto tentarei analisar a formosura que me fez decantar sua sublime beleza sob o meu olhar.
Dona de um lindo sorriso,
Assim como as mais lindas tarde de domingo,
Trazes na alma um grandioso feixe de luz que a todas as almas sedentas dela, tu as seduz.
Garota tão doce e de um nobre coração,
quisera ser o príncipe em sua vida e partilhar dessas entre outras boas emoções.
A tua alegria, o teu doce sorriso,
que tantos os contemplo.
Você tem a doçura das flores e o cheiro dos campos,
O amor sincero entre tantos encantos,
Quem me dera ter ao meu lado,
aquela que com um carinhoso abraço descansaria minha alma entre tantos obstáculos.
Soneto I
Amo-te por amar, sem condição, Pois amar por razão, seria ilusão. Não sei porquê, mas te amo, não, Outra forma há de amar, só a paixão.
Te amar assim, sem lógica ou razão, é a única maneira de me entregar. Não há conveniência em meu coração, Amar-te é simplesmente me encontrar.
Por que amar? Não sei responder, apenas sinto, Este amor que transcende qualquer explicação. É a essência pura, que em mim habita, e eu minto,
Se não confessar, é você, minha inspiração. Então, que seja assim, um amor instinto, Que só sabe amar, sem pedir razão.
Soneto 2
Amas, amas em teu ser verdadeiro!
Coração errante, sem temor de errar.
És flecha do cupido, o mensageiro,
Que sempre no alvo sabe onde acertar.
Amas como o fogo que arde inteiro,
Aquecendo a alma em inverno a gelar.
És um eterno amante, verdadeiro,
Com prudência da serpente a caminhar.
Amas por completo, com paixão,
A tua eterna amada, teu tesouro.
O amor que te consome em devoção.
Amas com intensidade e desvelo,
Como quem guarda em si o puro ouro,
Do sentimento mais puro e belo.
Soneto 3
Amor que queima em chama incandescente,
Que traz alegria, cuidado e tanto zelo,
Adrenalina intensa e um doce apelo,
Mas falta paz no peito, permanente.
És tudo o que desejo, fogo ardente,
Carinho que me envolve em terno selo,
Porém, não tenho paz no nosso enredo,
E a alma se debate, descontente.
Parto, pois preciso do sossego,
Embora meu amor por ti me inflame,
Sem paz, não há futuro que prospere.
Que o tempo cure a dor deste desapego,
E, em memórias, reste só o que é sublime,
Pois o amor, sem paz, não se profere.
Soneto da Gota Ardente
Tu és hipótese, em alma tão formosa,
E fato em corpo — uma carreta em chama.
Se o Sol te beija e a praia te coroa,
O mundo inteiro em ti se faz panorama.
O azul do mar se curva ao teu tecido vestido,
O céu se rende ao tom que tu vestiste.
Jamais desejei tanto ter sentido
De ser só gota, em ti, meu ponto triste.
Cair dos céus, tocar teus lábios quentes,
Deslizar lento, em pele de desejo.
Ser tua chuva em tardes incandescentes,
Morrer no sal do teu suor num beijo.
Oh, doce visão de carne e poesia,
Me afogar em ti, se for tua fantasia.
Diz quero e eu digo,
Como eu queria.
Após a leitura do soneto
murmurei: atrevido!...
Com se atreve a provocar meu pensamento,
se eu ainda não tenha isso vivido!?
Tua boca mesmo longe atiça
meus desejos que são: te levar a uma plantação,
onde cultivo girassóis e lá te faço pirraça,
sentada em teu prazer, sinto até o pulsar do teu coração.
Nada tenho a alegar, sou simples e antiga,
flor de algodão, que aprendeu com os bichos
tudo que há na terra, do milho a espiga.
Mesmo a distância, já fiz contigo tudo
que o amor deseja, e você sem nada saber
que já me partiu, e talvez diga: Isso foi quando?
Soneto do Amor: Como Se Fosse a Primeira Vez
Te vejo, e o tempo para em seu compasso,
O mundo silencia ao teu redor,
É como se o destino em um abraço
Unisse nossas almas sem temor.
Te ouço, e cada som é melodia,
Tua voz é brisa doce a me tocar,
Reescrevendo em cada novo dia
O que o coração não pode negar.
Te sinto, e é como a primeira vez,
A descoberta pura, o eterno encanto,
No toque, o universo se desfez.
E assim te amo, sempre renovando,
Pois cada instante em que te tenho aqui
É a prova de que amar é renascer em ti.
SONETO ELA
Eu pensei que nunca ia acontecer
Mas nos encontramos
Eu andava perdido
Mas te achei
O seu rosto debaixo do véu
Que você me mostrou
Me fez perder o sono
Eu enlouqueci
Eu agora estou com você
Debaixo das cobertas
E acordo ao seu lado depois da noite
Você não reclama da minha solitude
Do meu silêncio
Apenas nos perdemos no tempo
12.6.21
Soneto prático
quando não há mais qualquer coisa após
o que vivemos juntos, a não ser
o fim, com a tragédia de sabê-lo
fim, e a certeza da dor, atroz,
quando você e eu formamos nós
e nossos nós não podem desatar-se,
antes que os nós acabem por cegar-se
e de berrar percamos nossa voz,
por mais que doa e que nos caia o céu
sobre os olhos abertos, e os meus
rasguem-se de dor e feito papel
chovam corpos picados sobre os seus,
por amor mesmo, e para ser fiel,
é preciso saber dizer adeus.
INDAGAÇÃO (soneto)
Indago se sou só criação
Se sou de fé ou um ateu
Pergunto mais, sou são
Mais e mais, se sou eu?
Nesta túrbida indagação
Não sou coração proteu
Isto sei. Sou afirmação!
Porém quem eu sou eu?
Se ideio na sorte em vão
Finjo da causa não ser réu
Então, cadê minha moção?
Aí pergunto ainda, ao céu
Sou só solidão ou comunhão?
Na dúvida sigo meu cordel...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp