Coleção pessoal de ClayWerley

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⁠Não sei para onde vou,
como encontrar saída?
Mal informado estou.

És viagem só de ida?
A chama já se apagou.
Oh vida! Abstrata vida.

⁠Possessivo

Todos dormem... E eu aqui estou.
Tentando encontrar uma saida,
rememorando cada despedida,
tentando projetar para onde vou.

Há quem diga que o pior ja passou!
Mas o que passou foi a propria vida.
Numa lógica que parece invertida,
comemorar o fim do que fracassou.

Em mais uma madrugada insone,
revisitando tudo o que aconteceu,
não há quem não se impressione

com o desfecho que o destino me deu,
o vazio da ausência de um pronome. ..
Um amor para chamar de meu.

Meia-vida

⁠Sou um composto organico,
em periodo de semidesintegração.
Decaimento natural e sem solução.
Destino normal nesse universo atômico.

Não obstante chega a ser ironico.
Ter a consciência em constante expansão
evoluindo em inversa proporção;
o pensamento em sentido anacronico.

Sentidos opostos no mesmo gráfico,
quebrando qualquer conceito ortodoxo.
Inalienável, pessoal e autobiografico.

Por natureza, e definição... Anfidoxo!
Pondo a verve em abuso lexicográfico.
O ser humano... Um sublime paradoxo!

Efemero

⁠Um dia tudo será esquecido.
Sejam bons ou ruins os momentos,
não importa quais sentimentos,
tudo flui a ser desvanecido.

Tudo isso já é conhecido.
Mas em meio a nossos tormentos,
nos perdemos em meio a lamentos,
nos martirizando a cada ocorrido.

O tempo é uma sentença implacável
nenhum revés pode se perpetuar.
Perde-se tempo com o execrável

em detrimento do que é salutar.
Rumando à fronteira do inevitável,
onde nada desse mundo iremos levar.

Se atalho fosse bom,
não era atalho.
Seria caminho.

Pensante

⁠Eu como poeta não sou nada.
Não sou trovador, nem menestrel.
Nem xilografista na literatura de cordel.
Não sou cordelista e nem faço embolada.

Não sou repentista, nem tenho língua afiada;
não sou doutor, nem bacharel;
não sou embaixador, nem coronel;
não sou hipnólogo e nem sei contar piada.

Sou apenas mais um na multidão.
Sou o cidadão comum, irrelevante.
Nem Sócrates nem Platão

nem Marx nem Dante.
Do alto de minha humana condição,
apenas um ser pensante.

⁠Não quero viver sonhando acordado,
mas fico a mercê de meu coração,
a caminho do fogo sabendo que serei queimado
cego, louco, entorpecido de paixão...
Triste sina, amar sem ser amado...
Sofrer, sofrer; sofrer... Em vão.

O sorriso de um chato

⁠Sou um chato amargo,
um tipo melancólico
por vezes estrambólico.
Moldado por embargo.

Estando a meu encargo
esse conceito anafórico
individual e metafórico,
define meu sorriso largo.

Tudo é desimportante.
Somos poeira no universo!
Por isso empáfia é irritante

revela um ego perverso.
Que nem por um instante
terá espaço no meu verso.

⁠Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;
será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.

⁠Há tempo?

O tempo é implacável
começo, meio e fim.
As coisas são assim,
certo e inevitável.

Uma força irrefutável
onipresente para mim,
atinge a todos enfim
de forma inalienável.

Há tempo para tudo
está em Eclesiastes.
Ciente de tal conteúdo

vós me explicastes.
Cético... Ouvi mudo,
idéias em contrastes.

⁠Jamais vi uma caveira com semblante infeliz,
todas espontaneamente estão sempre sorrindo...

Distopia cotidiana

⁠Ninguém é dono de seus próprios passos.
Nossa liberdade não passa de uma mentira,
somos impulsionados por ganancia, inveja e ira,
e nos degladiamos num cotidiano de percalços.

Mundo doente onde prosperam os falsos!
A esperança de outrora a tempos já partira.
e toda moralidade que havia se extinguira.
Terreno fértil a moldar nossos fracassos.

Eis que tudo gera urgencias, tudo é fisiologico.
Com fé, esperamos uma justiça que não temos
e ao fim naufragamos em cansaço psicológico.

Num mundo em que por sobreviver nós esquecemos
a indignação de ver arruinado o padrão logico.
Vencemos o dia... Enquanto em vida esmorecemos.

⁠Fogo cruzado

Mentiras são lançadas por todos os lados,
mas nosso sangue continua tendo a mesma cor.
Nos colocam uns diante dos outros a se opor,
sem notarmos o quanto estamos envenenados.

Sob visões opostas todos se sentem embasados.
Uma verdade corrupta... A cada hora, um novo senhor.
E bons valores vão a luta, cada um por sua dor.
Enquanto regojizam-se na platéia os reais interessados.

Como estar certo ou errado em meio essa rede de intrigas?
A utopia do entendimento seria a evolução.
Mas nossos instintos ancestrais inflados pulsam brigas.

Todos se imaginam heróis em meio a uma revolução,
e seguimos nos decepcionando com pessoas amigas.
Ao fim... Em comum, todos terminaremos em um caixão.

⁠A pedra fundamental

Quando voce construiu sua estrada,
eu fui a pedra utilizada para ladrilhar,
fui apoio, esteio; a direção a se tomar;
me fiz bússola a te guiar pela jornada.

E quando decidiuedificar sua morada.
De seu castelo eu fui a pedra angular;
fui firme, reto, paranada poder abalar;
ao fim... Tornei-me a pedra descartada.

Novos caminhos, agraça alcançada!
Todos os méritos a secomemorar.
Justo... Perseverou para conquistar.
E eu... Apenas a pedra, feita de escada.

⁠Caos social

A cada dia vejo surgir mais especialistas em pobreza,
eles veem o povo pobre como animais em um zoológico,
onde basta lhes suprir minimamente o que for fisiológico,
e garantir que permaneçam fiéis a sua própria natureza.

Eles estudaram e se dispõe a explicar teorias com clareza,
com vernáculos técnicos fazem o absurdo parecer lógico,
justificando cada idéia com fundamento sociológico,
delegam a si próprios uma sabedoria digna de nobreza.

Espertamente nos dividem em minorias identitárias...
Fazendo que briguemos entre nós mesmos egoistamente,
e quanto mais brigamos mais nos portamos como párias.

Nos tornamos intolerantes de pensamento intransigente,
cada qual defendendo com garra suas posições contrárias...
Eles semearam a discórdia, envenenando nossa gente.

Sou um pseudo poeta nesse império de mediocridade, contrário a minha própria realidade...⁠

⁠Elementar

Todo sucesso advém de trabalho,
cada vitória é uma recompensa,
premiando adedicação intensa,
de trilhar umcaminho sem atalho.

Eu valorizo tudo pelo que batalho.
As vezes a experiência étensa,
mas éaprendizado ecompensa,
não importa se erro ou se falho.

Não existe coisa mais hedionda,
do que querer colher sem plantar.
Pois desde que a terra é redonda

sabe-se e não há como contestar.
Que só aproveita da força da onda,
quemresistiuao repuxo do mar.

⁠Aneurisma

A verdade alguma hora aparece.
As vezes elavem tranquilacomo brisa,
um suave vento que apenasameniza,
elucidando tudo o que acontece.

As vezes ela apenas transparece
no descuido de quem anti socializa;
em situações que são dignas de ojeriza,
tempestade em que o caos esvanece.

A verdade tal qual força da natureza.
Furacão, tsunami, terremoto, cataclisma!
Aliada ao tempo mostra sua grandeza.

Pode surgir de um detalhe, uma cisma.
Logo cresce e expõe tudo com clareza,
para a mentira é como um aneurisma!

⁠Quisera eu, apenas a utopia de amar, sem que fosse usado isso, contra mim.

⁠Conclusos para despacho

Ao fim, o que esta feito, esta feito.
Todas as oportunidades foram dadas,
todas as decisões foram tomadas...
Cada um optou por fazer do seu jeito.

Como ser humano ninguem foi perfeito,
as falhas ao longo da vida acumuladas
muitas chances foram desperdiçadas,
eagora nada mais poderá ser refeito.

E seDeus é juiz, então eis oque teremos!
Tal qual um processo... Após nossa morte
conclusos para despacho, esperaremos.

Na esperança de ao céu obter passaporte.
Mas apenasno juizo final de fato saberemos,
por merecimento qual será a nossa sorte.