Soneto da Separação

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Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes
Livro de letras

Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. De alguma forma, a gota de chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que velejemos de novo, mar afora.
Morte e ressurreição. Na dialética do amor, a própria dialética do divino.
Quem não pode suportar a dor da separação, não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se tem nunca. É evento de graça.
Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta, a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro.

O amor não conhece sua própria intensidade até a hora da separação.

O amor só encontra o seu significado no momento da separação.

Rever-se, muitas vezes, é a autêntica separação.

Toda separação é triste. Ela guarda memória de tempos felizes (ou de tempos que poderiam ter sido felizes...) e nela mora a saudade.

Rubem Alves
Cantos do pássaro encantado. São Paulo: Planeta, 2017.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida.

Artur da Távola

Nota: Trecho de um texto do autor.

A morte é meramente a separação dos átomos que nos compõe. Não anuncia portanto nem castigos nem recompensas para os homens. Não devemos temer nem a morte e menos ainda, as punições infernais inventadas pela ignorância e pela superstição.

Dilema do homem
Na vigência do casamento ele se sente preso e atado. Quer, quer a separação. Não agüenta mais as limitações da vida comum. Aí pinta a separação e ele, mais do que a mulher, entra em pânico.

As nossas necessidades unem-nos, mas as nossas opiniões separam-nos.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.

Martha Medeiros
Crônica "A Despedida do Amor", 2001

Nota: Trecho da crônica "A Despedida do Amor" de Martha Medeiros

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Separação. Calma, você vai ficar bem .
Vai doer, mais você vai ficar bem . Doerá ainda mais quando não haver independência finaceira, mas Deus será contigo e te dará todo apoio necessário .
Irá doer, mas irá passar, irá doer ainda mais se você continuar se machucando fisicamente e verbalmente.
Aguenta, segura na mão de Deus, que tudo dará certo, às vezes não conseguimos entender os planos de Deus, mais seus planos, são maior quenossos

Tenho a péssima mania de me preocupar demais com o que pode vir.
Se serei traída, se serei abandonada, se ficarei magoada.
Isto me consome tanto, que eu vivo o agora simplificadamente, cautelosamente.
Sempre com um pressentimento de que o pior está por vir.
Serei eu louca?
Não. Apenas estou com medo de viver toda a angústia da separação novamente.

Na separação fiquei com a melhor parte: eu.

Não há nada sem separação.

Mais Um Adeus

Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Mais um adeus
Uma separação
Outra vez, solidão
Outra vez, sofrimento
Mais um adeus
Que não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

Contraponto

Olha, benzinho, cuidado
Com o seu resfriado
Não pegue sereno
Não tome gelado
O gim é um veneno
Cuidado, benzinho
Não beba demais
Se guarde para mim
A ausência é um sofrimento
E se tiver um momento
Me escreva um carinho
E mande o dinheiro
Pro apartamento
Porque o vencimento
Não é como eu:
Não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

Vinicius de Moraes
Álbum "Como dizia o poeta"

Nota: Letra composta por Vinícius de Moraes e Toquinho.

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Não se apaixone por pessoas como eu.
Eu te levarei a museus, e parques, e monumentos, e te beijarei em todos os lugares bonitos, para que você nunca volte neles sem sentir meu gosto como sangue na sua boca.
Eu vou te destruir das formas mais belas possíveis. E depois eu vou te deixar, e você finalmente vai entender porque tempestades recebem o nome de pessoas.

o espaço entre nós
é similar à vez que quebrei o braço e fiquei imaginando
que nunca mais seria a mesma pessoa

o braço continuaria ali, porém não intacto

Eu vou deixar você vir
no tempo que você considerar apropriado,
no momento oportuno,
na situação que você achar melhor.

Minha porta estará aberta,
mas ao chegar
não vá você reclamar
se encontrar outro alguém por lá.

Eu vou deixar você ir
sem rancor, sem mágoa,
levando contigo apenas meus presentinhos meigos,
meus versos bobos, e sentimentos bons.

Eu vou deixar você ir, simplesmente,
porque não posso te obrigar a ficar.
E vou deixar você vir pelo mesmo motivo,
mas não pense você
que me encontrará sem ninguém
quando você voltar.

Eu não gosto de você, não quero mais te ver
Por favor, não me ligue mais
Eu amo tanto você, sorrio ao te ver
Não me esqueça jamais
Eu não gosto de você, sorrio ao te ver
Não quero não te ver jamais
Eu pareço com você, no espelho está você
Não me enlouqueça mais