Quintal
Ah, quanta saudade da casa velha!
Onde, no quintal, a bolinha de gude rolava,
E eu, feito menino brincava, e sabe, eu nem ligava.
Descabelada, descalça, e a mãe já gritava:
"Guria,entra já para dentro. A casa está desarrumada!"
Ah, saudades da "Casavelha" e daquele AMOR que existia dentro dela.
Sopro melancólico
No quintal das emoções...
Tempestade urge!
Peito contrito; atrito
E estampidos do trovão.
O velho Chico
O velho Chico
Observa da varanda
Patos e galinhas
Correndo em seu quintal
Sem se preocupar
Com o tempo a passar
Seu olhar vagueia sem fixar
Em ponto algum
Ou fixado num outro lugar
Que mais ninguém pode enxergar
Além do velho Chico
Sentado na varanda
O velho Chico
Nem tão velho assim
Se deixando envelhecer
Da tristeza que a alma
Insiste em demonstrar
No seu olhar
O mato cresce em volta
Mas ele parece não perceber
Continua olhando da varanda
Como se esperasse por alguém
Que não vai mais chegar
Para alegrar o seu olhar
(Nane-28/11/2014)
S E C A
Um vento fraco e morno
Balança o limoeiro do quintal.
Da terra árida sobe um bafo infernal.
Os raios do sol parecem fios de óleo quente
Escorrendo testa abaixo.
As folhas de couve, murchas;
O espinafre, seco.
Sob esta ínfima sombra que resta, leio.
E as palavras derretem de calor.
Onde eu vivo
tem uma árvore especial
e ela fica no meio do meu
quintal.
Apesar de nem sempre
os frutos poderem dar
ela está sempre ali para
encantar
Com suas folhas e galhos
que ficam a balaçar
Alguns dias até parece que vai
falar
Tem umpé de estrelas
florindo lá no meu quintal
tem estrelas vermelhas,
azuis, amarelas, douradas e tem furta-cor
tem estrela que traz a manhã,
vespertinas prateadas de luz
cambiantes de amor
tem estrelas majentas,
cobre e carmim,
tem estrelas de pétalas agudas
tem sois de todas as grandezas,
tem estrelas guias, anãs,
binárias eclipsantes, quasares e supernovas
e tem as que bebem
se embriagam e se despem...
Arvores do meu quintal.
Arvores bonitas . E ricas do meu quintal.
Umas dão suas sombras.
Muitas seus perfumes.
Algumas suas farpas.
E; algumas azedume.
Mas não param de produzir.
E a todo ano melhoram.
Do seus troncos fazem ninhos.
Dando sempre um jeitinho.
Para seus passarinhos abrigar.
E seus frutos;
Repartem com amor.
Viram brincadeira para crianças.
Aumentando seu valor.
Algumas se tornam balanças, outras escadas.
No quintal fazem a festas.
Para harmonizar a florada.
Jovem e adultas.
De raiz plantadas. Dão seu abrigo.
Pensam em tudo . E não pedem nada.
Para manterem seus jardins florido.
Marcos fereS
À noite tomo banho no chuveirão do quintal; e tenho olhar as estrelas. Elas são, basicamente, massas gasosas de hidrogênio leve se fundindo em hélio e o fazem a velocidades que dependem da idade, campos gravitacionais etc. O Universo é um constante criador e destruidor de estrelas; e elas ainda são (em termos bem simples) os primeiros entes estruturados a nível além de subpartículas. Para que os primeiros seres vivos surgissem e, com eles, a estrutura encefálica humana, um longo espaço tempo foi percorrido. Mas o encéfalo humano se apóia em mais átomos do que somente hidrogênio e, quando o faz, tem um número infinito de possibilidades que ainda estão na influência de várias coisas. Mas o que importa é que, se os elementos químicos naturais são em número limitado, mais limitado ainda é o número utilizado para a criação de sistemas vivos. Isso reduz, drasticamente, os tipos de átomos a nível encefálico e minimiza a quantidade de combinações probabilísticas. E as reduz de tal modo que, guardadas algumas questões de transcorrer de espaço tempo, não é de todo ilógico que as mesmas misturas e combinações voltem a ocorrer e o façam ao acaso. O espaço tempo se mostra do tamanho necessário para suportar e “-“precisar”-“ tentativas e o faz imputando a ilusão de ocaso. Se os sistemas biológicos possuem proteção, por que não supor que os átomos só se reagrupam com estímulos ondulatórios por não possuírem indestrutibilidade? Por que supor que as mesmas composições encefálicas são inviáveis no espaço tempo imensurável e que estas não se amoldariam ao que estejam, sem ser? Estas são questões para mais banhos e estrelas...
Quando criança, meu quartel general era uma grande jabuticabeira no meu quintal. Eu envelheci, cheguei aos sessenta e a minha jabuticabeira, onde vivi tantas horas de tantos dias, como um soldado atento, observando o mundo abaixo de mim, foi arrancada pela especulação imobiliária. Hoje aquele pomar de muitas árvores e inúmeros passarinhos, não passa de uma sem graça e sem vida mansão moderna, quase futurista. Minha poesia de criança morreu por um estúpido progresso, numa cidade que é grande e linda, mas que não tem mais minha jabuticabeira onde eu e as aranhas tecelãs brincávamos de observar um ao outro.
Cai outra vez
Gotas que o céu derramou no meu quintal
Vem carregando bem um pouco de mim
e vem voando feito num vendaval
Regando as flores mortas do meu jardin
Que agora dançam nas bodas de cristal
Que os meus vizinhos fazem pra declarar
velho amor e a paz de um velho altar
Fico daqui me perguntando o que foi
Que eu fiz pra ficar nesse lugar
De folhas mortas e a cidade a aflorar
Tudo aquilo que o homem destrói
Cai entre nós
Nao vai pra lá eu tenho cá meu valor
Deixa pra lá, agora eu tenho que ir
eu vou partir e não pretendo voltar
Chuva lavou
levou consigo meu velho saravá
que cai do céu em choro de sabiá
bem no quintal de um velho a ouvir
O seu passado feito num recital
Cai outra vez
No Meu Quintal
No meu quintal
Recebo muita visita matinal
Rolinha,curió
Andorinha,beija-flor
E pardal.
No meu quintal
Borboletas mult cor
Que voam livres
Sem rumo,com proeza
Bailando ao som da natureza.
No meu quintal
O verde prevalece
Com longas arvores
Nas suas sombras
Na rede o cansaço padece.
No meu quintal
A meia luz jantamos
As estrelas contamos
O vagalume piscando
A lua admiramos.
No meu quintal
Arejada é a noite
Brisa é caliente
Banhada ao vinho
Esquentando a mente .
No meu quintal
Em dias de chuva
Tomamos banho de biqueira
Florando os desejos
E nos enxugamos em longos beijos .
No meu quintal
Sobre a mesa olhando para o céu
Sorrimos de satisfação
Comendo de tudo
E se labuzamos em mel.
O Quintal do Realidade é um luxo!
Uma verdadeiro Quintal de bamba,é muito lindo ver essa confraternização entre amigos e músicos,pessoas que vão para exaltar verdadeiramente o Samba!
Sementes valiosíssimas são plantadas lá.
Salve o Samba cantando e exaltado pelo grupo Realidade!
As lembranças de outrora, são como folhas mortas no quintal da vida. Pois o vento brando do tempo aos pouco vai varrendo e levando, para as bordas do esquecimento! (Almany-07/02/2011)
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