Prosa Poetica
Consulta Poética.
Bom, pelos seus relatos…
receito um soneto aos amores solitários
dipirona não resolveria o caso
então comecemos pelo dicionário
Vejamos… perdido? não, está aqui.
Quem sabe… Isolado? talvez, está só, também.
E se… Sim, esse! Poesia, a melhor definição
chama o médico que acabou o plantão.
E atrás da receita tem meu cartão
me chame se precisar… quem sabe
de instruções para sua nova criação
até mais, assinado: Paixão.
POETA
Ele, tem tanta poética e tanto segredo
O sentimento no seu encanto, riqueza
Nos teus versos aquela suave sutileza
Ritmo, do canto acalanto, um enredo
Tu, trovador, tão cheio de arremedo
Que roga, suspira e também a tristeza
Mas em sua alegria tem a doce leveza
Olhares, ilusões e aquele ímpar medo
Duma inspiração, sempre, sussurrante
Tirando a prosa de um poço profundo
D’alma, de maneira meiga e insinuante
Ah Poeta! Tudo, mais que um segundo
Uma imensidão, um vilão e um amante
Posto aos seus pés o devaneio fecundo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05/09/2022, 13’37” – Araguari, MG
NUMA SÓ PERCEPÇÃO
Da poética, no divino lirismo, com certeza
Terá olhares, os suspiros, em todos saberes
Que habitam o coração, com seus quereres
Tão cheios de cores, amores e suave beleza
Do fundo do soneto, surgira de uma pureza
D’alma, as juras, sorrisos, e ternos prazeres
Em altruístas versos de generosos haveres
De quem é gracioso pra sensível gentileza
Palavras providas daquele agrado imenso
Com muito da sensação, tal arte barroca
Cheia de excesso e de compasso intenso
Quão bom o ledor tivesse, assim, a noção
Nas entrelinhas da poesia, lidas pela boca
Ter o poeta e a criação numa só percepção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 setembro, 2022, 12’07” – Araguari, MG
POESIA DECAÍDA
Hoje, redijo uma poesia descaída
Onde minha poética a ti confessa
Os sentimentos de uma dor doída
E a agrura que tua falta expressa
Ah! solidão negra, que burla a vida
Corrói todo o pensamento, à beça
No silêncio, numa ausência sofrida
Do amor perdido e sem a remessa
A noite é longa, a emoção na proa
Brumas nos olhos, truncada pessoa
A sensação demora na monotonia
O que me pareceu o versar eterno
Que no peito pulsa ameno e terno
Hoje, na poesia, decaída, só agonia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 outubro, 2022, 13’31” – Araguari, MG
ORGULHO
Meus são os versos do chão cerrado
Poética acre, puro céu e denso mato
No galho tortuoso o poema trançado
Escrafunchado de um singular recato
Eu entendo o sentimento acentuado
O luar que prosa inspiração e trato
E ao meu versar, o versar fascinado
Com um perfume ao sensível olfato
Nas minhas mãos, a poesia orgulhosa
Se te poeto, sertão, na sua imensidão
É com a imaginação e tons especiais
E, então, pressintam a quão formosa
Natureza, que suspira, pulsa, é paixão
Neste imenso dom de poder ser mais!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 novembro, 2022, 17’37” – Araguari, MG
VOU DEIXAR PARA AMANHÃ
Vou deixar para amanhã. Está saudade
Hoje vou viver a poética, seja qual for
De dor, choro ou o verso pela metade
Vou lamentar amanhã, hoje quero flor
Agora é viver o sentimento de verdade
Ter vontade, ir em frente, ter o melhor
Amador e amante, com toda qualidade
Sem censura, uma aventura sem pudor
Hoje é liberdade. Agora é o que soma
Sem hora, lugar. Aquele afável aroma
Talvez me encontre e o amor imprimir
E, assim, então, sentir a sensação luzidia
A poesia encantada de encanto e magia
Vou deixar para amanhã, hoje vou sorrir!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13/11/2021, 19'11" – Araguari, MG
Interface quântica homem x máquina
A rima poética.
O homem natural.
A corrente neural.
A vida sintética.
Neuralink, metaverso.
Confuso, real, complexo.
A vida artificial.
Fluxo material.
Deuses, interação carnal.
O Brasil, o povo.
Quantos sabem, quantos reféns.
Vítimas de um artifício.
A quântica, o invisível orifício.
A política, a religião.
Vítimas, ou culpados dessa aberração.
Donos da ciência tecnológica.
Dízima periódica.
Etc.. e tal.
A moeda artificial.
O jogo das sociedades ultra secretas.
As civilizações.
Milenares organizações.
Meu Brasil, singular.
Tal qual.
Um Senhor único sobrenatural.
Diga lá, topa ou quá?
MONARQUIA IMPERIAL.
UM REI, UM IMPERADOR.
FRUTO DA ESSÊNCIA NATURAL.
Meditem o que seria.
O povo que decide.
Comer arroz e feijão.
Ou alimentar de chip.
Na mente e no coração.
LOUCURA ARTIFICIAL.
QUEREM APOSSAR DA VIDA SOBRENATURAL.
Giovane Silva Santos
DESBARATO
Esperei por poética em vão, suando imaginação
Lacrimejando sensações, versos vãos, saudades
Arranquei suspiros indefesos e também emoção
Entre dispersas e as diversas sentidas vontades
Tive palácios, corte e versos com imortal ilusão
Com os jardins rimados com sonhos e vaidades
Adornei a cada aposento com direta inspiração
Chorei, ri, andei só, acolhido e com confrades
Em cada trova os sentimentos em ramalhetes
Eram versos a quem tem olhos ternos pra ler
Fui fiel bardo que sonhou e despertou jamais
E, nestas incertezas as hesitações em filetes
Fiz-me ladrão de quimeras, para esquecer
Sei que tudo passou e que não posso mais!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01 dezembro, 2021, 05’05” – Araguari, MG
Feliza Poética 2021
Vivendo
Vivo fugindo.
Fujo de coisas que me traz contradições.
Fujo de pessoas que não gosto.
Fujo de pessoas que me complicam.
Fujo de brigas, e de amores.
Mas não fujo dos caminhos, dos lugares.
Sou andarilho, sou sózinho...
Sou pequeno, sou menino.
Tenho um sonho que é só meu,
ainda vivo por ele, e sigo em frente.
Ainda luto e continuo!
Honro à vida.
Sabendo o tempo certo.
Vivendo mesmo o incerto.
Sobrevivendo ao incorreto.
Sou sobrevivente deste tempo!
Ganhei...perdi...vivo...
Hoje tenho muitos lamentos.
Alegrias? Um tanto.
Amor? Nem tanto.
Sonhos? Ainda os tenho!
Afinal! Não sei o final.
Ainda vivo.
É cada problema atoa!
É apenas garoa!
O que pode acontecer se a vida é assim?
Do contrário é não viver.
Pelas pessoas me poupo.
E tudo passa!
E deixo tudo de lado, mágoas e lágrimas.
Olho para frente.
Vivo para quem me interessa,
Sobrevivo!
MAIS UM CANTO
Deixa soneto que eu cante mais um canto
encante, tolo ou triste, que poética exista
e que possa cadenciar o cuidado otimista
de sonhos, sorrisos, tão completo de tanto
Não mais que, a característica do carinho
a desejar afinidade encapado de verdade
prosa de esperança, uma parte de saudade
de quem quer ser metade, ser um aninho
Deixa, afinal, soneto que este meu canto
seja um recanto de ternura e de acalanto
prum coração árduo, mas cheio de apego
Que transforme a sensação em sentimento
muito mais que um verso, um sacramento
de amor, de afeição, num doce aconchego!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 dezembro, 2021, 12’04” – Araguari, MG
Foto Poética
Se tua foto é poética,
O que esperas de mim?
Versos vazios?
Palavras soltas no ar?
Poemas sem nexos?
Poesias livres ou censuradas?
Imaginação fúteis?
Inspirações sem brilhos?
Que eu feche meu olhar?
Mocinha!
Ninguém!
Ninguém é capaz de segurar ou de eliminar o que tenho para você e o que posso fazer por você e com você..
Ninguém...
A brisa que me toca, vem de você.
O ar que respiro, é você.
Não sou o que muitos querem que eu seja.
Passei a ser, o vento que te fomenta.
A ilusão que te domina
A melodia que te encanta
O acordo dos seus lençóis, e o travesseiro que te faz dormir...
Entenda,
Teu caminho é desvendado por mim
Com a minha vida, dou-te uma nova vida.
Eu sou assim...
Aprendi,
Aprendi a te fotografar com os olhos do amor.
Permitindo-me nesse ou em outro voar, te amar além dos limites da poesia...
Comigo, será assim, não mudarei nada em ti,
Só ajustarei a tua vida com minha vida...
O meu vôo, é apaixonado, e não precisa tomar cuidado..
Pois,
Deixe que cuido, de ti...
Autor : Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Manutenção Poética
Acordei-me bem cedo,
Recebi uma orientação de minha ilusão
Ativei em mim, alguns implantes.
Meu sistema inspirador, na madrugada
teve um colapso.
Analisei tecnicamente os fragmentos.
Desmontei meus equipamentos poéticos e percebi,
Tantas inspirações ainda sem atividades.
Tantas dúvidas, tantas perguntas, tantas respostas sem nexos...
Como sou curioso, me esclareci.
E para desvendar tudo isso, me formei em técnico em composição...
Para alcançar esses objetivos, está sendo muito trabalhoso, eu sei..
Minha viola, meu olhar, minha imaginação, minha alma, meu coração, a natureza e um precioso café.
Instrumentos perfeitos,
Parece sinistro, mas,
Substituí as peças removendo os versos problemáticos....
Em campo aberto, vi o Sol..
Debaixo do luar, beijei a aurora.
Esperei incansavelmente o relatório.
Revisando, sentei-me e me veio uma saudade.
Comprometido em ir ao além,
Me reprogramei com o básico..
Sem pressas, e muita calma nessa hora.
Manutenção perfeita..
Ilusão reformada,
Inspiração reprogramada.
Imaginação, reestruturada..
Benéfico para mim.
Benefício bom para os amantes da poesia.
E parte desse relatório me dizia;
No próximo dia,
Acorde ainda mais cedo e transforme-se em uma nova,
poesia.....
Autor: Ricardo Melo
O Poeta que Voa
POÉTICA QUE ATRELA
Ó verso, que se enfada, ó verso, que brada
D’Alma cansada. Tão inquieto, e pobrezinho
Nunca foste amado, na tua estrofe, sozinho
E vives buscando aquela prosa encantada
Tua poesia anda vazia, deserta sua estrada
Tão frígida cada rima, sem calor do carinho
Ferido. No teu íntimo aquele certeiro espinho
E, a inspiração com o silêncio da madrugada
E, amanhã, quando a luz do sol fulgir, radiosa
Ó poesia sem sorte, importuna, com saudade
Traga em seus versos uma ventura formosa
E então, já não será ignoto, e numa viradela
A solidão será oculta na buscada intimidade
E, dum canto isolado, terá poética que atrela
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 de maio, 2023, 19’23” – Araguari, MG
NÃO HÁ
Não há em um soneto quem poética visse
Quando se quer, o amor, no verso cantar
Ele encanta, faz ao leitor, assim, encantar
Por ter aquele agrado, sem ser uma tolice
Ama tudo isso, e nunca é uma vã chatice
Deixa escorrer pelas mãos o doce poetar
Os sussurros do coração e então cativar
O viver, fugaz, por conseguinte a velhice
Tem olhar na inspiração, belo e fecundo
Tem abraço, tem gesto, se alimenta disto
E o sentimento, aí, alto, melhor do mundo
Supera a trova desigual, cada imprevisto
Suspira, poetisa as sensações ao mundo
E a emoção muito mais que apenas isto...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 maio de 2023, 15’05” – Araguari, MG
Resgate de uma veia poética
As veias são assim meia murchas
Elas não recebem muito carinho, murcham
Igual as plantas que não recebem água
A água é a vida das veias
Veias cheias de humor também são poéticas
São murchas, mas fofinhas
Eu tenho um pouco disso
De veio e poético
mas esqueço disso as vezes
Contatinho venoso
Bobeando o coração
Ao tentar entender
O que chamou a atenção
Se foi o jeito de viver
Ou a calada sugestão
A vaca do karatê
E sua simples perfeição
Poética, Enseja Velhice e Encanta Criança
Poeta pode ser novo
Com criança se dá bem
Acatar velho tambem
Menestrel artigo do povo.
Nada de desconfiança!
Mas, objeto de estudo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
Poética à velhice clama
Vê fatos distorcidos
Sempre muito parecidos
Jamais perde a fama.
Muito menos a esperança
Junta grande e miúdo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
A poética é irreverente
Na infância e na velhice
Na astúcia ou na tolice
Surgiu para ser descente.
Com revelação de aliança
Protegida com escudo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
Velho, criança são dicotomia.
Futuro de criança é sucesso
Futuro de velho é bregueço
Que seja noite ou seja dia.
Da vida curta esperança
O mundo mesmo sisudo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
Perda na velhice vem cedo
E avança em demasia
Cresce a cada dia
Cenário é de fazer medo.
O corpo todo balança
Fala pouco ou fica mudo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
Perde a riqueza que fez
Pára, pensa e falta alento
Até o sorriso foi ao vento
Não voltará outra vez.
Quiçá, perde poupança
Se torna um barrigudo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
Perde o élan da intimidade
A vivência com parente
Dos amigos é um ausente
Sim! Perde amizade.
Vê espelho vê mudança
É "live" sem conteúdo
Parece encantar tudo
Poética, velhice e criança.
Velhice é doação ética
De aragem fisiológico
Raiz é tronco biológico
Com ressonância poética.
Repleta de preconceito
Fruto de apagão social
Cada vez mais potencial
Que bate a torto e a direito.
ALMA POÉTICA
O poeta pôs-se a dizer que a dor da alma,
Antagônica à física, remedia-se com a suavidade do silêncio e, a amorosa companhia noturna.
Ou, quiçá, uma moda do Jonh Cale para aplacar seus males.
E, que o poema não!
O poema, apenas lhe oferecerá carinho.
Ah, o poema!
Esse sim, é lenitivo à alma e os males que aflige o poeta.
Quando me olho no espelho
vejo que sou arte, sou defeito
Sou palavra poética e às
vezes não me sinto por inteiro
Me constranjo pela emoção
e me encorajo de coração
O vazio que me toma me
devolve tudo em razão
Sou filho da insistência
sou fé e resistência
Eu caminho no prazo
pelos becos da paciência
Às vezes eu sou ódio
às vezes eu sou amor
Mas eu sei que sou
imperfeito... Prazer!
Sou humano;
Disse Lucius:
A profundidade Psicológico-Poética encontrada no precioso Livro dos Salmos, é deveras, absurda, meticulosa e espantosa!!! Como nenhum outro Livro da Bíblia, descreve com apurada minudência, as dores enfrentadas pelos seus compositores, a tristeza, angústia, solidão, desespero, sentimento de abandono, cerco inimigo, fraqueza Físico-espiritual, dúvidas, anseios quanto ao futuro, medo, depressão, preocupações, dubiedade da Fé, traição, inveja amarga e assim por diante...
Mostra a superação de cada obstáculo e como é fundamental, nesses instantes, procurar ter uma Fé constante e inabalável, tendo sempre em vista, apesar dos pesares, manter o foco e nunca perder a esperança; até o final.
E foi exatamente assim que esses maravilhosos Poetas da Fé, venceram a grandes batalhas cujas causas, eram e são espirituais. Música para os ouvidos, colírio para os olhos, consolação para Alma abatida; vigor do espírito e o fortalecimento da Mente. Assim é o Livro dos Salmos.
Leia-o, estude-o, aprofunde-se nele quando puder. E sentirá o sabor desse mel, fluindo em teu ser.
30.07.2023 às 13:03 h
Apanhador
Uso os versos para compor o meu vazio
A poética tem a pulsação no aconchego
Gosto do tinido tão cheio de desapego
Do silêncio, assim, os momentos, recrio
Compreendo bem o sotaque do cerrado
O balé do vento entre as folhas, aprecio
Tenho em mim o cheiro do mato, de rio
E, n’alma um ser do sertão, apaixonado
Trago abundância, a ilusão, sou afetivo
O meu abraço é maior que um legado
Sou apanhador com visível significado
De um olhar, do toque, daquele motivo
Queria que a safra fosse de arrepios
Que cada formato, o poema narrativo
De amor, assim, sendo, o latejo vivo
Arfando, sobretudo, os meus vazios
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/08/2023, 19’32” – Araguari, MG
*paráfrase Manoel de Barros
