Poeta
Olhos aos Céus -
Ergue teus olhos aos Céus, Poeta,
se vives adormecido na imensidão da Vida,
deita teu olhar no firmamento,
e nele, deleita tua Alma enternecida!
Deixa divagar teu pensamento
em calha de Terra Prometida,
e se tua Fé se perde, nesse momento,
sente que essa Terra é a Alma enaltecida.
Então, a luta, a ilusão, a dor de cada passo,
quer subas, quer desças teu Calvário,
é amparada por um braço ...
Será Deus que te envolve num abraço
sepultando a Cruz que tua Vida encerra?!
Talvez! Então, ergue-te Poeta, transcende a ilusão do espaço!
Ao Poeta /Conde de Monsaraz -
Tens em minha Casa
um lugar onde podes pernoitar
sempre que venhas.
Tens em meus braços
um ninho de amizade que te espera.
Tens em minha Alma outra Alma
que sempre esperará a tua Alma...
(Para Macedo Papança)
O poeta passa a vida inteira fazendo rascunhos que nem sempre dão tempo de passar a limpo. Escorre pelas mãos tudo o que não sai da boca; nas entrelinhas, a raiva, o amor, o desânimo, o destempero, o desgosto, o afeto -até que se afeta com tudo e transborda-
O poeta não é forçado a nada: é feito criança que precisa ser livre pra ser o que é, o que vem, o que será...
O poeta é toda dor e alegria de uma só vez. Ferida que sangra sem doer, dormente de tanto sofrer, o poeta.
Rio que vai para o mar, deserto do choro que empoça a vida, derrama, rasteja, se ergue feito uma fonte para começar tudo outra vez...
- Rascunhos que nem sempre dão tempo de passar a limpo.
Diante de nós,
temos apenas um céu aberto,
essa é nossa nova morada,
bem-vindo: dizia o poeta!
podes entrar...
Queixas -
Sou de longe ... de tão longe me sou!
Incerteza de poeta - desespero!
Homem derradeiro que a Vida ensinou.
Ser eterno, fecundo, inteiro ...
A Vida é temporaria,
dois, três dias de hospedagem
que hora a hora é diária
nesta Eterna vigem ...
Fingir para quê?!
Se a Vida é curta ... de passagem ...
... tão curta que mal se vê!
Pesos que não são meus - não quero!
Verdades concebidas - são miragem!
Que eu sou eu - livre - primeiro!
O poeta é a palavra lágrima,
Fala arrepio e escreve emoção,
Cria o verso, calado em ação,
Raio de trova, frase que rima.
O escritor escuta a fonte o clima,
Faz do instante, a eterna comoção,
Tempo em que lapida a perfeição,
A vida gera e o dom, então anima.
O Poeta e Eu -
No silêncio da vida em redor, olho tudo,
nada já me apraz ou me convém,
ante os olhos seus, serenos e cruéis, fico mudo,
e até meu corpo fica morto, também …
Poeta que me vive e me consome,
sereno e tranquilo, meu delírio,
minha graça e desgraça, minha fome!
Deixa-me resignar! Estou cansado! Meu martírio.
Eu só queria ser vulgar …
Alguém que vive a vida e nada mais,
sem versos nem reversos, ser normal!
Mas sei que não partirás! Pois não
terias ninguém mais que te acolhesse,
e eu, ninguém mais no coração …
Regresso à Solidão -
Vou alto! Tão alto!
Quão alto me encontro!
Pela Vida, sem asfalto,
poeta vivo, poeta morto ...
E batem palmas
aos versos que me rasgam ...
Tantas, tantas Almas
que me escutam e aclamam!
E por instantes, não estou só,
instante que será breve,
tão breve que dá dó!
Súbito, viram costas, fica nada,
e eu, novamente só,
que dó, regresso a casa ...
Retrospectiva -
Alembro-me senti-la, inquietante,
era pequeno, mal me via,
mas era já poeta, errante!
Era linda minha Alma - e sorria ...
Depois, pela vida fui crescendo,
junto a uma cova a vi rezando,
sua história, antiga, sepultada,
tanto tempo, ainda assim,
a vi chorando, chorando ...
Fui crecendo, crescendo,
e ela, triste, infeliz, sem nada!
Na juventude dos dias, como herança,
morrendo, morrendo ...
Pobre, infeliz e desgraçada,
uma criança, uma criança!
Aos pés de Deus ajoelhada
pedindo termo p'ró tormento!
Mas só em ataúde fechada
um dia finda o sofrimento,
acreditava!
Breves dias, longas noites ...
Em que as noites eram dias
e os dias tristes noites!
Pobre fado! Pobre fado! ...
Flor doce e desfolhada,
poeta, apenas, mais nada!
A sorrir na vida entrei,
sofrendo, austero a caminhei,
mas sei, sorrindo a deixarei ...
Porque à hora de partir
terei no fim a liberdade
que nunca nesta vida encontrei ...
Lembra-te que és pó -
Poeta, lembra-te que És pó,
noite e solidão ...
E é essa a tua glória!
Deixem passar ...
A cinza dos seus versos.
O lamento dos seus passos.
Que vá ... que vá ...
Cheio de noite e solidão!
É Poeta! E ali de fronte,
firme de que é pó,
sabendo que o é,
é frio e ilusão!
Deixem passar ...
A vida que o arrasta.
O tormento que o precede.
Que vá ... que vá ...
Cheio de noite e solidão!
É Poeta! É Poeta!
De onde vem, quem sabe?!
Onde vai, também!
Foi pó! É pó! Sempre será pó!
Poeta ... só ...
Deixai que passe ...
Acendei círios à sua dor
e façai silêncio
que seus versos já são gritos
que lhe bastem.
Óh Poeta! Lembra-te que foste pó,
que pó és e pó serás ...
Deixem passar, vai escrever,
não digam nada!
Quem permanece comigo nos tempos fáceis e nos difíceis se faz eterno em meu coração.
Poeta dos Sonhos
Esse louco poeta que está escrevendo, não gosta de convenções, não gosta que lhe digam o que fazer ou falar. Cuidem das vidas de vocês, ao invés de olhar para a vida dos outros. Sou livre como um furacão e intenso como uma tempestade de fogo que se alastra violenta pela superfície da Terra.
Um grande poeta não é aquele que escreve vários livros é aquele que consegue transmitir o que está no seu coração.
Hoje estou inspirado
Tô rimando urubu e meu loro
Você acha que eu sou poeta... Há... Poeta é meu ovo;
Se algum dia eu for poeta
Vou poetar para você, pensar que é pra amiga
Vou poetando com maior prazer;
Eureca
O poeta procurava desesperadamente, nos seus alfarrábios, o ensinamento que seria a chave para a compreensão de tudo, o ditado mágico que lhe abriria os olhos para o mundo verdadeiro, que ainda não existia. Mas era tanta coisa, coisa enganosa, erros sobre erros, que nem mesmo a sua intuição, muito desenvolvida, dava conta. Apelou para a sua bondade e tentou ouvir o seu coração, mas este estava enferrujado. O sangue era espesso e cada batida doía. Procurou usar a vontade, mas ela tinha se desgastado pelos anos de luta. Quando não havia mais solução, apelou para o nada e se lembrou que era uma criancinha, e, como tal, não tinha ansiedade, apenas queria aprender.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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