Poeta
Os Sentimentos e tormentos
O desafio do poeta é tentar extrair respostas e joga-las na humanidade.
O desafio do poeta é representar os sentimentos em escritos eternos.
E o seu tormento é saber que pode representar também os sentimentos maus, na eternidade.
Mesmo sabendo que para isso, esses sentimentos precisarão passar primeiro pelo seu coração.
Poeta duas faces
Vou seguindo
Sem ter pra onde fugir
Tendo muito o que sentir
E por sentir
Sigo chorando
Já estou indo
Sem ter como fingir
Tendo muito o que ouvir
E por ouvir
Sigo falando
Vou seguindo
Sem ter como agir
Tendo muito o que intervir
E por intervir
Sigo mudando
Já estou indo
Sem ter o que aplaudir
Tendo muito o que assistir
E por assistir
Sigo frustrando
Vou seguindo
Sem ter como assumir
Tendo muito o que cobrir
E por cobrir
Sigo apanhando
Já estou indo
Sem ter como despedir
Tendo muito pra redigir
E por redigir
Sigo inventando...
E por ser
Vou sonhando.
Eu Sou Mais Um Poeta
Me atiro na lua deserta.
Vago no seio da Terra.
Eu sou mais um poeta.
Cansado de andar em uma esteira estragada.
Gastando sola do meu sapato de cor amarela.
Eu sou mais um poeta.
Às vezes, corro contra a corrida.
Me desabo na decida, da ladeira mau cuidada.
Sem dó, nem piedade,
Arranco todos os dentes dos covardes.
Como faz um sádico e um psicopata.
Não tenho sangue frio, nem provoco calafrios.
Sou apenas mais um poeta.
Subo as escadas do meu passado sombrio.
Vejo uma mulher morrendo de lepra.
Sou mais um poeta.
Palavras marcantes eu sei escrever.
Coisas vazias, eu tenho a dizer.
Eu sou mais um poeta.
Às vezes, na escuridão, encontro a luz.
Corro pra cama e me escondo, embaixo da coberta.
Eu sou mais um poeta.
Me abrigo na cama daquela.
Que um dia rejeitou o poeta.
Que escreveu coisas lindas para a agradar.
Agora, não quero nem saber.
Vou escrever e escrever.
Sem medo de morrer.
Ou do dia amanhecer.
Pois, sou apenas mais um poeta .
Que você acabou de conhecer.
"Lá estava ela, na fria madrugada querendo ser poeta, mal sabia que já estava escrevendo a sua maior poesia. Sua vida. Sua constante solidão, seu tédio diário, seu drama de todas as horas..."
O dicionário é como um desses inimigos naturais do poeta. Tal qual todo bom e velho rival, é folheado, julgado e relegado aos momentos prosa da vida.
Já Fui Poeta...
Agora Não Mais...
Escrevia Com Palavras...
Mas Não Olhes Para Trás...
Escrevo Agora Sentimentos...
O Que Meu Coração Bate...
Escrevo Amor, Carinho , Vida...
Escrevo O Que Sinto de Verdade...
Escrevo Para Quem AMO..
Escrevo Sem Perceber...
Quando Contigo Não Posso Estar...
Pensando Estou Em Você...
O poeta é sempre akele q senti td e faz seus poemas de simples coisas q ele ja viu e trasforma em uma coisa totalmente mais linda do q já é.
O poeta navega num mar de sentimentos,guiado por ondas de acaso e ventos de incerteza...seu destino mais promissor vem do sorriso de quem o admira ou a lágrima de quem se identifica com seus sentimentos...suas alegrias...suas tristezas"
Comentários Sobre o Estatuto de Poeta de Silas Correa Leite
Por Mestra Dra. Alice Tomé* Portugal
Viver em Arte poética é entrar na dimensão do infinito sem procurar razões, e, como tudo tem um princípio e um começo a ideia deste comentário para o Estatuto de Poeta nasceu das inter-relações via Internet do grupo «Cá Estamos Nós» criado por Carlos Leite Ribeiro, jornalista, poeta e ensaísta português.
Se toda a canção é um poema, - para quem nasceu quase a cantar, dizem – é uma honra muito grande esta solicitação de comentar a obra – Estatuto de Poeta - de Silas Corrêa Leite, poeta e professor, que como todos os Estatutos são o caminho que se deve seguir para atingir os fins; e, como ele próprio escreve «Ser poeta é minha maneira/De chorar escondido/Nessa existência estrangeira/Que me tenho havido».
Uma maior honra ainda porque não trilhando directamente os caminhos científicos de Artes e Letras mas, sim, de Ciências Sociais e Humanas, e mais precisamente da Sociologia da Educação, a questão poética é algo que brota naturalmente em mim, como o riacho que nasce na montanha e vai escalando os espaços até se tornar uma força corrente e se juntar a outras correntes que lhe dão ainda mais força, e onde tantas vidas vão beber, alimentar, refrescar, repousar, sonhar, criar (…), e, em terras de Beirãs, do rio Côa os antigos contavam: «Quantos moços…Quantas moças?/Lenços brancos aí lançaram?/A corrente os arrastou/E sua benção partilharam…(Alice Tomé, Café Literário3, Editores Associados & Blow-Up Comunicação, São Paulo, Brasil, 2002)»
O Poeta e Educador Silas Corrêa Leite já tem um longo caminho poético percorrido, feito de experiências vividas, aprendidas, interiorizadas e como ele diz: «Não somos brancos, vermelhos, pretos, ou amarelos/Somos a Raça Humana…». E, para melhorar esse caminho «humano» nasce o Estatuto de Poeta que, por certo, logo no artigo 1º não deixa dúvida da sua grandeza e ambição na procura da Felicidade: «Todo o Poeta tem direito de ser feliz para sempre,…». Essa procura da Felicidade – essência da pessoa – que cada Ser vive e procura à sua maneira, que se mostra e esconde e não tem retorno; ou se vive ou não existe, algo sem definição, como a própria poesia, existe, sem mais, e, diria Manuel Bandeira «O verdadeiro poeta não acredita em Arte que não seja Libertação».
Bebe-se a água cristalina da fonte, bebe-se o vinho de pura casta que sacralizado se transforma em vida…,e, pensa-se poesia no silêncio ou na celeuma, porque poeta está para além do tempo e da razão, «…Poeta bebe…(artº. Quarto)».
Todos os Artistas transgridem as normas sociais, todos saltaram barreiras, todos, no sentido da normalidade, fizeram loucuras porque a deificação da Arte e Poesia é cósmica, é mística, é dogmática, e, o seu criador é uma mistura/mélange disso tudo, onde a Estética criadora existe na «Sonsologia do Ser, do já vivido ou do já sentido, (Mario Perniola)», e, nesse cruzamento de Olhares, visões e sensações nasce a obra, criação sua, fruto seu e sempre único, mesmo que em algo se assemelhe à Escola de uma vida feita de «Retalhos e Colagens» que os Autores (re)criam dando-lhe outra dimensão, outra existência, outra roupagem, à maneira de Miguel D’Hera ou de Eduardo Barrox e tantos outros…O artigo décimo, deste Estatuto de Poeta, transporta-nos até essa dimensão natural : «Poeta poderá andar vestido como quiser…».
A poesia vive-se, dá-se, partilha-se entre amigos, e, nesse acto de solidão, de sensualidade, de saudade, de comunhão que nos transportam os versos de autores, pertencentes ao passado e ao presente, grandes vultos poéticos que marcaram a nossa identidade Luso-Afro-Brasileira, como: Luís de Camões, Gil Vicente, Almeida Garrett, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, António Nobre, Florbela Espanca, Miguel Torga, António Gedeão, Vergílio Ferreira, Amália Rodrigues, Jorge Amado…, e, dando continuidade a essa veia poética estão Autores actuais: Flávio Alberoni, Ana Paula Bastos, Ângelo Rodrigues, Alice Tomé, Eduardo Barrox, João Sevivas, Manuel Alegre, Américo Rodrigues, Silas Corrêa Leite, Von Trina, José Ronaldo Corrêa, Valmir Flor da Silva…,e, tantos, tantos outros, são os testemunho universal e eternizante do poeticamente existindo e vivendo a dimensão Humana sempre aprendendo e criando.
«Sinto que algo se separa neste instante./É uma parte que se vai/ e já me deixa saudades…(Alberoni, Café Literário1, Editores Associados & Blow-Up Comunicação, SP, Brasil, 2002)»
Poeta luta pela paz mesmo no meio do “caos”, é irrequieto, irreverente, porque igual a si próprio na procura incessante do “Ser ou não Ser”, do “Estar ou não Estar”, “do Viver ou não Viver”, porque poeticamente sonhando e criando essa outra existência telúrica onde a Musa - da Arte poética – queima convenções formais e se torna «Pau para toda a obra…(artº vigésimo segundo)», e, aos que a saudade Lusa herdaram, ou a vivem, seja onde for, saia a POESIA do anonimato, divulgue-se este Estatuto de Poeta, viva-se em poesia e abra-se a porta do infinito…assim o esperamos.
*Mestra Doutora Alice Tomé – Portugal - Texto inédito criado para Estatuto de Poeta, de Silas Corrêa Leite de Itararé-SP/Brasil», aos 10 de Maio de 2002, Lisboa, Portugal.
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*Alice Tomé é Professora Universitária, Socióloga e Educóloga, Poeta, Ensaísta, e Doutora em Ciências da Educação, Directora da Revista ANAIS UNIVERSITÁRIOS – Ciências Sociais e Humanas, Editora da Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã, Portugal, e Responsável das Relações Internacionais Sócrates/Erasmus do Departamento de Sociologia da UBI; <"http://atome.no.sapo.pt/index.htm>; . A autora, além das publicações poéticas nas Antologias: POIESIS IV, (2000), e, POIESIS VI, (2001), da Editorial Minerva, Lisboa, colabora, em várias «Revistas Electrónicas», (sites na WEB): «Andarilhos das Letras», «Café Literário» - São Paulo, SP; «A Arte da Palavra»; «Grupo Palavreiros»; «3D gate»; «Rio Total»; «Jornal de Poesia»; Brasil; e, em Portugal, nos sites «Cá Estamos Nós» - Marinha Grande; «terranatal» - O Portal de Portugal; e, «URBI ET ORBI» - jornal on-line da UBI, da Covilhã, da Região e do resto.
Tem vários livros publicados, sendo também Autora – Coordenadora da obras: «Éducation au Portugal et en France. Situations et Perspectives, Editions de L’Harmattan, Paris, 1998; «Terra Vida Alma. Valongo do Côa», Editorial Minerva, Lisboa, 2000. Recentemente publicou: «Sociologia da Educação. Escola et Mores», Editorial Minerva, Lisboa, 2001.
Alice Tomé é Beirã de gema, Portuguesa de «jus sanguinis», amante da vida...de Lisboa e Paris (e Covilhã onde trabalha).
Nasceu em Valongo do Côa, Sabugal, Guarda, Portugal.
INSPIRAÇÃO E POETA
Sendo poeta
(um sonhador),
não choro versos
sem conhecer
tristeza e dor...
Também decanto
em riso farto,
se for de parto
bem natural;
só se meu canto
não for postiço...
Para ter carro,
tenha-se casa;
quero ter asas,
mas antes vou
compor meu céu...
Sentir se a poça
é funda ou rasa
dirá, com calma,
se vale a pena
pescar a lua;
lançar minh´alma...
A INSPIRAÇÃO E O POETA
Sendo poeta
(um sonhador),
não choro versos
sem conhecer
tristeza e dor...
Também decanto
em riso farto,
se for de parto
bem natural;
só se meu canto
não for postiço...
Para ter carro,
tenha-se casa;
quero ter asas,
mas antes vou
compor meu céu...
Sentir se a poça
é funda ou rasa
dirá, com calma,
se vale a pena
pescar a lua;
lançar minh´alma...
O valor de um poeta nao estao nos poemas que ele escreveu mais sim na intensidade que eles
sao lidos e interpretados pelo sentimentos de cada ser...
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
O bom poeta é aquele que escreve em qualquer momento e que a cada segundo produz coisas inuteis para ele e ouro fino para outros.
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