Poesia Toada do Amor de Carlos Drumond
Tenho ainda muito a fazer, tanta poesia que não sei contar.
Sentimentos para ainda escrever, que já nem sei quantos.
Quero botar no rascunho, o meu viver e os prantos
Deste meu pensamento, que não cansa de pensar...
Buscarei viver mais feliz em cada distante lugar.
Acho que devo ter mudado a rima do meu canto,
Mas de escrever eu nunca vou parar, portanto,
Tenho muitas outras lições ainda para passar.
Minhas palavras, como as de Gandhi, se tornarão lei.
E nunca ninguém mais vai esquecer o que eu falei.
Todos sempre vão se recordar e, se lembrar de mim.
Tenho muito ainda a escrever e aos outros passar,
Pois devem saber que eu ainda não aprendi a calcular,
A quantidade de tempo que eu terei até o meu fim...
Poesia é a arte, o poeta é apenas seu tradutor. Não pode fugir disso, pois foi o escolhido.
A poesia não tem explicação, não pode ser definida e cada um a sente de uma forma.
VIOLINO DO CERRADO
Violino do cerrado, o vento
Melodia, e toca pro vazio
Entre secas folhas, sedento
Dum árido chão e sombrio
Deslizante em um lamento
O som ressoa leve e macio
Orquestrando o movimento
Num ritmo de um assobio...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano
DO POETA (soneto)
Do poeta o encanto aproxima manso
Cochicha suspiros na ádvena ilusão
Mergulha no ventre frágil do coração
Lastrando a inventiva num balanço
Do senso transbordam pulsátil rojão
Rematando a inspiração num lanço
Dando à alma asas e um remanso
Para com as mãos tocar a emoção
Torna à alma, e volta a navegar
Adentra com as formas de amar
Solitário, nos portais da criação
No silêncio, põe a vida a balançar
Balança com a vida a silenciar
E tem vida, na vida com paixão...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano
POEMINHA PARA AS MÃES
Tens três letras a pronunciar
MÃE: meiga, simples e singela
Nada nem ninguém pode anelar
Dentre a criação és a mais bela
Deus a fez pra que soubéssemos
o que é amar...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
CERRADO ERUDITO
Andei sobre o cerrado
Como os bandeirantes
Tão triste desmatado
Fui as lágrimas soluçantes
Fui por ele calado
Um dia cerrado, gigantes
No seu torto encantado
Só para me recordar
E não pude fascinar
Fiz uma poesia
Como poeta do cerrado
Soltei brados de fantasia
Pra tê-lo do meu lado
Mas a lembrança esvaia
Pelo axioma empoeirado
Neste preço tão alto
Do belo desnudado
E então, como Cora Coralina
Eu cantei versos ao luar
Neste chão, e céu anilina
Pra a sedução fascinar
Aí, me curvei
Chorei... Ante a força do sertão
Até quando este estado?
Surrado. Resiste a civilização
Ainda andei sobre o cerrado (...)
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Paráfrase Paulo Vanzolini
Por que falaria em poesia da bela e exposta copa da árvore, se sua raiz, mesmo escondida também é bela e tem função vital?
Um dia claro de céu suave de nuvens rasgadas pelos ventos, eu você e a poesia é o que baila em meus pensamentos.
A mulher é uma obra de arte, um livro de poesia. Seus traços delicados são tão bonitos que nenhum pincel seria capaz de capturar a sua beleza. Ela foi criada por Deus com tanto cuidado e perfeição que nenhuma outra criação seria suficiente para descrever sua magnificência. É como um anjo caindo do céu, cada detalhe criado por Deus é único e especial. Nenhum pincel seria capaz de capturar toda a sua beleza.
Há aqueles que sabem como encantar serpente, o mesmo fazem concernente à poesia: Agitam, com os pés sujos as águas rasas para parecerem profundas...
"Tudo nessa vida é inútil, sem importância, assim dizem a poesia e a filosofia mais realista, contudo devemos ser inúteis otimistas."
Cultuar os deuses da poesia, possibilita ao poeta uma catarse atrás da outra, até alcançar a epifania
Poesia não é parto cesariano, forçado por instrumentos externos, empurrado pela força da transpiração, poema surge de repente, como tempestade numa tarde de verão, sob o véu da noite cálida, como chuva de outono, sem regra e obrigação. Eis a diferença básica da verdade cristalina que brota da inspiração..
O Poeta deve levar à poesia uma abnegação que lhe é própria, um verdadeiro poeta é aquele que não chega à resoluções descritivas e sensitivas, senão por meio de um apurado exame contemplativo do caos humano, com uma paciência proustiana, que foge às tentações das sínteses brilhantes e das conclusões a priori.
Tenho ensinado poucas coisas aos homens com a minha literatura e poesia, já com as minhas atitudes, sobretudo para combater os covardes, elas serão lembradas por muitas gerações. Não se trata de ficção, mas de realidade, por alguém leal deve-se morrer várias vezes.
"A poesia é o vinho da existência humana, dela absorvemos o sumo licor da esperança e da beleza, que nos sustentam diante do caos no homem."
"Não se ensina a ninguém fazer poesia, todavia tenho orientado alguns poucos poetas, quando percebo a largueza de alma destes, o que não raro falta neles, apesar de talento, é encontrar seu caminho em seu próprio subterrâneo... E fico feliz quando eles começam a revelar seus caos e abismos, quando começam a escrever com sangue"
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