Poesia de Pureza
Sei que não somos
cenas dos nossos
filmes favoritos,
muito menos perfeitos;
sei que o seu amor
é perfeito para meu
coração avesso;
sei que bastou
meus olhos tocarem
os teus e você
tocar minha alma
para começar a
desenhar versos
sobre como é bonito
o teu sorriso;
sei que o seu amor
foi feito para mim;
sei que você foi
feito para mim
e que amo cada um dos
teus defeitos, cada um
dos teus beijos, cada
um dos teus afagos,
seus olhos, seu sorriso,
você...
Prisão
Enclausuro da alma
O tempo se arrasta... tic toc, tic toc, tic toc
No tear da sedução das sombras a escapar do agora
Vórtex de memórias repartidas
-perdido em sonhos
O juri lança sua sentença
Nunca ouviram a orquestra que retumba o peito dos visionários
Ruflam chamas !clamam brasas!
Um zangão não profetiza as cores que não enxergam a colmeia
DIZEM ELES
Se deleitar com a fruta do saber
E pedir retirada de algum paraíso
essa exclusão cria mais ânsia de peneirar o sol
Sou prisioneiro de mim quanto impeço a lágrima de tomar seu curso para o mar
Quando nego que a sombra é a irmã gêmea do iluminar
Quando orgulhosamente tomo parte ou me abstenho da guerra
Verdadeira liberdade é semear se o deves
Furtar o fogo dos deuses e completar na vida sua missão
Maior ilusão é a morte
O que chamamos de vida em relação ao universo é uma fração de miragem
Cada sopro seu meu amigo gira toda engrenagem
Ao enfrentar o dragão quixote desnuda a quimera
O deleite de agora é o suspiro das eras
Cada pensamento que emana uma ilha na expedição
Logro é ter asas e não estar longe do chão
Voe desbrave viva e mata!
A cada novo sonho afia o teor da sua visão
O que realmente te mata é ter a liberdade na mão e permanecer enclausurado! Me vejo como sou e despenco no abismo
Navego nas profundidades da minha existência
Extraio a essência do interminável no agora
O universo é o meu legado
Tua face pálida e teu olhos de anjo noturno me mantém acordado!
E emfim A corda!
Que amarrava o meu pescoço no dia em que me encontrei
Foi a que usei para escalar o fundo do poço.
(Um pirata)
Caçador Sombrio
Como podes privar os olhos dos santos da beleza de uma pomba tão bela?
Como podes se engrandecer em meio a caçadores pela conquista de um ser tão puro?
Aaah, que insanidade vinda de ti!
Se não cuida para que ela continue bela, deixe-a partir!
Mas não a mantenha presa a ti como um troféu, e não corte a única grandeza que a faz livre; suas asas.
Irá mata-la não vê? Deixe-a partir!
E que bem longe de ti, ela finalmente viva em paz.
DESPREZO (soneto)
Quão dor eu sinto, pelo desprezo
onde espera palavras num abraço
olhar no olhar enleado por um laço
e por vezes se tem o pesar aceso
Procuro então respirar, assim faço
nesta incisão, sair dali sendo ileso
do que cortês nele eu me ver adeso
ferindo o ser dum conforto escasso
Se leve ou reles, nos faz indefeso
é crueldade que só traz embaraço
Será que sabes deste agravo teso?
É complicado todo este compasso
do afeto em luta e ao bem coeso
quando o amor no amor é fracasso
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Pintor de almas!
Será que é um pintor de almas?
Vejo-te todos os dias ao longe enquanto
O aroma de tuas tintas inunda o cair da tarde...
Raios de sol adormecem no azul celeste do horizonte
E em tuas vibrantes pinceladas colocas na tua tela o fim de mais um dia!
Quem és tu?
Um semeador de melancolia?
Ou apenas aquele que nos acorda os sentires...
Pintando o amor de um passado
- que ainda vive em teu peito -
A beleza dos sonhos vai se retratando nos teus pincéis...
E eis que surge uma tela cheia de paixão e nostalgia...!
você é como uma rosa
arrancada pelo caule
um perfurar das palmas contra o desejo
de sentir teu cheiro
sem perceber
esvaneceram suas cores
tragaram sua vida num ato egoista
arrancaram um sorriso através do seu cadaver
enquanto as petalas fossilizaram em um livro
você não representou mais do que algo momentâneo
toda expectativa de ser algo sólido
construi-se sobre estruturas abstratas
agora queremos esquecer
agora queremos dizer que nunca foi
ou teria sido
nada
desejar você
SONETO DORIDO
O poetar suspira com tons de tristeza
Num soneto dorido de eco e de soluço
Amarelecido num sentimento feduço
Onde a poesia seria de alvura e beleza
As rimas lacrimejam num cambaluço
D'alma, que sentida, cheia de afoiteza
Irradia negritude duma pura chateza
Onde a simetria vira angústia e rebuço
Numa emaranhada toada de crueza
Embuça os versos em um manhuço
Tão perversos e cheios duma vileza
Assim, a inspiração veste o garruço
Da "sofrência", com sua total frieza
Chafurdado os versos num chapuço
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
HORÁRIO DE VERÃO
Roubada hora
E o tempo não para
Adentra o dia, à noite a fora
Nesta roda vida, que mascara
A madrugada mais cedo
O entardecer que não chora
Embora,
O Relógio já não marque às horas!
Luciano Spagnol
Rio, 16/10/2011
20”14”
SONETO NUM MANTRA
Vai, poema meu, declame emoção
diz a vida, que o bom é ter sinfonia
se a rima em prece ou em melodia
no sentimento amor, luz e canção
Se de saudade, pouca sê a nostalgia
se com tristeza, que venha agitação
se silêncio, que seja para inspiração
só não deixe a sorte sem ter alegria
Pois sem estas razões, é desilusão
e desiludido o meu verso morreria
e a minha alma perderia o coração
Então, em cada estrofe, ore fantasia
enchendo os versos com doce ilusão
assim, num mantra de paz e de poesia
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
SONETO DO DESENCANTO
O soneto hoje é duma realidade
É lembrança de uma dor dorida
De um tempo outrora, é ferida
Que chora verso de infelicidade
E nesta solidão d'alma dividida
A esperança torna-se fatuidade
O desalento na vida banalidade
O amor, ah o amor! ...Fratricida!
No poetar acre com sonoridade
O cântico é sofrença tão sofrida
Que rasga em pranto, que brade
É uma desilusão tão desmedida
Que alarida em uivos a saudade
No reverso do verso, escondida!
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
Olha este pensa que me está a enganar,
ão tentar dizer que não sei improvisar.
Moço acorda para a vida
e para de viver nessa ilusão,
como é que podes falar tanta treta
se tu nunca na vida tiveste razão.
Vive o momento não vale a pena pensar em vinganças
ajuda mais os teus e acaba com essas desconfianças,
Para quê tanta maldade e tanto rancor
do que vale esta vida se não tens amor.
Agora para acabar tu fica ligado na missão,
cag* para os erros e vê a nossa evolução.
SONETO PRA ALGUM LUGAR
Vamos pra algum lugar que faça sentido
Daqui eu já não escuto as ondas do mar
Aqui se esqueci como é o afeto de se dar
Vamos pra onde o poetar não fica perdido
Quero um sentido que nos dê um olhar
Pra que o sentimento fique embevecido
E não deixar o viver no viver tão partido
E tão pouco o querer sem querer tentar
Se não alcançar o fio do lugar, duvido
Que minha alma na glória irá lamentar
Pois, este é o sigilo do desconhecido
Assim, vem comigo e juntos caminhar
Lá fora o tempo nunca é despercebido
E dentro do peito, doce lugar pra amar!
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
SONETO SEM JUÍZO
Meu coração é sem juízo
Vive num mundo de louco
Que corrói pouco a pouco
E é sempre no improviso
Sensações num rebolco
No foco, só tem prejuízo
É vago no que é preciso
Um casmurro... Mouco!
Ah! Que bom que seria
Tê-lo na proeza a fora
E no amor ser ousadia
Entretanto, e agora?
Está cheio de mania...
E saudades de outrora!
Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão
ESTOU SAUDOSO
Estou saudoso
De tanta saudade ou de tanto chorar
Só sei que o tempo e vagaroso...
Ou veloz no seu caminhar?
Sei que estou saudoso
E minha saudade não para de soluçar
Um suspiro doloroso
Que só faz saudosar!
Que saudade fiz eu da vida?
Sei lá!
Tudo é chegada e partida
Por que então: - o será?
Se estou cutucando a ferida
Assim, a saudade trará
E a angústia é parida
É eu a desejar. Quiçá!
Mas, se assim é a saída
Deixo estar a saudosar
Sim, saudade n'alma caída
Saudade de não estar
Depois ter recaída
E novamente "performar"
Sim, vontade vencida
E a saudade a saudosar...
Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão
SEMÁFORO
Era sol e piscava
Quando o vermelho aflorou
passos contados passava.
Assovio da guarda
aroma do frenar na pista
gaiola, pássaros alpinistas
A rua parou no congestionamento
buraco de ozônio, sol de veneno.
Antonio Montes
CATÁSTROFE
Uh... Que vento!
Desabou, pétalas e roupas
... Abriu cratera no matagal.
Tsunami?! Ai de mim...
passou por aqui assoviando, arame
e fez danuras no Haiti.
Derrubou casas, derribou famílias
semeou tristeza n'aquela ilha.
Antonio Montes
DESEJO
São seu lábios, boca sua...
Que para mim, tanto quero!
Ah se eu pudesse...
sapecaria o beijo de desejo
que há muito anseio e venero.
Seu pudesse...
Mergulharia, n'essa fantasia
e nadaria nas águas desse sonho,
então... Eu sanava essa sede
essa vontade toda verde...
Plainaria nas asas desse sentimento
e desses desejos medonhos.
Antonio Montes
SEM ANCORA
Na beira do cais...
Um olhar sem distancia
um navio sem ancora
... Atracam sob as asas da saudade
e voam sobre o ar,
da infinita esperança.
Antonio Montes
FLECHA DO VENTO
O vento que por aqui passou
... Flechou saudades de ti
no alvo do meu amor.
Antonio montes
CHAVE MINHA
Minha chave, em minha mão
não cabe...
Mas a porta minha, ela abre
... Trincando e projetando,
os sonhos meus.
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