Poemas de Lamento
Não lamente o que passou
Que nunca irás além
Pegue o melhor que restou
Pra agradecer o que vêm.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
07 fevereiro 2025
“” Passará por ti
Num malmequer por perto
Lembrarás de mim
Quando o sol chiar solitário no deserto
Quando tuas noites, fores solidão.
Em su cama pedirdes minha mão
Haverá um sonho pra te lembrar
Que fostes o melhor que pude encontrar
Então chorarás
Lágrimas de pura saudade
Molharás seus lábios no desejo
Que tudo fosse realidade
Amanhecerá o dia
E pela janela verás o vôo solitário da esperança
No gesto que virá da lembrança
Que o coração teima em não deixar apagar...””
Existe egoísmo inconsciente?
E egoísmo infantil?
Qual das, é afirmativas conclusivas.
Outro dia brincando com minha neta, e ela prestando atenção ao noticiário, quando a notícia era sobre um falecimento de um idoso. Ela virando-se pra mim perguntou.
" Oque é isso vô idoso? e falecimento?"
E expliquei pra ela.
Idoso é gente que fica "velha".
E falecer é o oque acontece com humanos que tornam-se idosos.
E ela disse você também né vô.
E eu disse sim, todos nós.
E virando-se pra mim disse!
Vô, eu vou sentir saudade de você.
Aí Eu falei, deixa de algúrio menina.
Saudades de vivenciar aquele momento,
De ver aquela pessoa querida,
De sentir aquele aprazível sentimento
que faz diferença pra vida,
Uma ambígua sensação
entre o Lamento e a Gratidão
por algo que nos deu
uma tamanha satisfação.
Ela é muito admirada,
Sabe chamar atenção,
Por muitos, é invejada,
Sua falta traz decepção
Tem o seu valor,
mas com a pessoa errada
pode causar alguma dor
se for subestimada,
Então, melhor tratar a Beleza
com o devido respeito
e sem superestimá-la
pra que não se torne
uma ameaça
causando vários lamentos.
Chuva que invade a madrugada
e dispersa meus pensamentos
deixando minha mente agitada
com dádivas e lamentos.
O tempo é precioso
e há vários momentos incríveis aguardando pra serem desfrutados, mas é preciso ficarmos atentos,
cientes de que nunca estaremos
cem por cento preparados
pra que assim, possamos evitar
o lamento por não termos aproveitado.
Normalmente, a expressão "amor de verão" remete a algo temporário,
impulsionado pelo o calor da emoção,
todavia, quiçá, possa referir-se também
a um amor verdadeiro, acalorado,
repleto de uma euforia
que aquece o corpo e alma,
que não se encontra facilmente,
somente numa estação exata,
então, a partir do momento
que é encontrando,
deve ser tratado com o devido esmero,
senão, desprezado, irá embora
sem ao menos um beijo de despedida
e restará apenas o lamento
por ter ignorado o agora,
por ter sido tão desatento
até que um dia se repita
este raro evento.
Amor meu
Amor meu, por que te foste?
Deixaste baralhada minha mente,
O céu mortiço faz de conta que nada vê.
Partiste e me deixaste a sofrer.
Vivo no mais grande tormento.
Meu coração um eterno lamento.
O choro meu interminável companheiro.
Volta, volta pra mim... e volta ligeiro.
Na noite mergulhada em trevas...
Não mais alegria meu coração sente.
Olvidaste o que me prometeste?
Dizias sempre que me amar irias eternamente
Aparente fracasso do homem espiritual
Por que me fizeste sentir tão fundo,
Se tudo o que toco se vai?
Carrego nos olhos o mundo,
Mas dentro… só há o jamais.
Fui verso jogado ao vazio,
Fui fogo querendo calor.
Fui rio pedindo abrigo,
Mas só recebi desamor.
Falei com o alto silêncio,
E ele me ouviu sem falar.
Toquei no tempo que escoa,
Mas ele não quis parar.
De que vale saber o caminho,
Se o passo me pesa demais?
De que vale ver o destino,
Se ele sangra em sinais?
Quis tanto amar sem medida,
Mas o peito virou prisão.
Hoje sou sombra ferida
De uma antiga canção.
E mesmo sangrando no escuro,
Há algo maior que o reverso.
Não estou só, nem perdido:
Eu habito no seio da Mãe do Universo.
Daniyyel Elan
HORAS TANTAS
Horas tantas, aterrado e um tanto aflito
Confidenciei para a lua o meu detrimento
Do acaso, que com as desditas foi escrito
E se a fito, ainda o sinto no pensamento
Atroa, n'alma um pávido e nuvioso grito
Titilando dores em um amofino violento
Arremessando os anseios para o infinito
Tal o choro do cerrado aflado pelo vento
Clemente lua, que o meu azar sentiste!
No firmamento confessei o meu pranto
Enfardado pelas nuvens transparentes
E no meu peito, uma solidão tão triste
Onde o poetar a soluçar em um canto
Escorre silenciosas lágrimas ardentes
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VELHAS LAMURIAS
Secura. Que tristura lá fora! Tristura!
Embrusca-se o cerrado, os olhares
Craqueleja. Árida a aquosa candura
Nos seus velhos e eternos pesares...
Sinto o que a terra sente, desventura
A mágoa que diviso, nos reles azares
O inverno. Frio e queimado, mistura
Fulgurando o cinza, anuviando os ares
Ah! Porque ordenaste este tal fado
Fazendo de minha alma tua criada
Ouvinte, ouviste os prantos, cerrado!
Meus e teus, na sequidão embaralhada
Tem pena de mim, deste pesar mirrado
E as velhas lamurias por mim poetada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
04/09/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO COM CHARME
Moço, se no tempo, velho eu não fosse
Onde a dor da saudade a apoderar-me
As recordações a virarem um tal carme
E a lentidão em mim se tornarem posse
Ah! Aquelas vontades já me são adarme
O que outrora me era tão suave e doce
Num gosto acre o meu olhar tornou-se
O espelho, um revérbero, a desolar-me
O meu espírito a tudo acha tão precoce
Já o corpo, cansado, soa em um alarme
Na indagação a juventude que o endosse
Da utopia ao caos dum tão triste arme
Envelhecer, como se não fosse atroce
Então, vetusto, tenhas arrojo e charme!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, 18 de novembro
Cerrado goiano
A POESIA QUE CHORA
A poesia que chora, desinspirada
Na solidão, que padecer me vejo
Na realização, e tão despovoada:
Sofre, implora, por um puro bafejo
Não basta ter a rima apropriada
Nem só desejo de lampejo: desejo
Assim, tê-la, no versar que agrada
Não, no amor findo, oco e sem beijo
No exílio e no vazio que me consome
Não basta saber que no tempo passa
Que tudo passa, quando só quero estar
A poesia que chora, ficou sem nome
Separada do sagrado e tão sem graça
Quando a trova teria de ser de amar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 05’53” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
LIBERTINA (soneto)
Recordo, ao ler-te, as épocas sombrias
Ó escura poesia, de outrora, tão torta
À inspiração, lasciva, e da alegria morta
E em tuas trovas, as vis sensações frias...
Simetria e rimas, nas fantasias vadias
Enroupadas, pária de Suburra à porta
E a impudicícia em tuas linhas, absorta
Acabrunhando o decoro nas ousadias
Ó nuvioso e tristonho cântico em ruína
Na esquina pesada, tendo a fonte impura
Do lampejo, na qual se traje de Messalina
Tu, prosa descarada, sem amável ternura
Sem o amor, traindo a mão na sua rotina
Libertina, que ao poético só traz amargura
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2020, 04’59” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
“prego”
Talvez que um dia no verso meu chorado
sob a luz da saudade, num versar falando
tu ouças nas rimas o meu ser apaixonado
em um grito de padecimento te saudando
Está lágrima que fez o papel ficar borrado
não se atenha. É meu prosar lacrimejando
quando vaza do coração pra ser escutado
e que na dor da solidão vai transbordando
Não é simples sofrer, ou, que nada valeu
é aperto no peito e, que ainda não passou
e cá no soneto, um suspirar cruciante meu
O grito, se ouviste, por favor, é sentimento
que vai corroendo a súplica, assim, te dou
um canto: com choro, gemido e sofrimento.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 junho 2024, 15’04” – Araguari, MG
Lamento ver a "morte" do indivíduo. Há muitos que só conseguem alegrar, orar, cantar, enfim, viver, se estiverem na multidão.
Lamento que o outro colega aí andou se excedendo, achando que devia ser ele, porque ele representava melhor, porque 'tava a mais tempo comigo. 'Tá a mais tempo comigo, tem que botar a minha mãe como ministra lá então! Minha mãe 'tá comigo há 63 anos. Me apoiou em tudo até hoje, tudo! (live em 09/11/2018)
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