Poemas de Lamento

Cerca de 943 poemas de Lamento

O silêncio...
(Nilo Ribeiro)

O silêncio tem o seu valor,
se cala para não magoar,
se cala por amor,
se cala por amar

o silêncio pode ser lamento,
nele pode haver beleza,
nele tem sentimento,
também pode haver tristeza

o silêncio tem perfume,
o silêncio tem ideologia,
às vezes não fica imune,
às vezes vira poesia

silenciar a voz,
silenciar o coração,
o silêncio pode ser algoz,
ou talvez a solução

silenciar não é calar,
silenciar é atitude,
é uma maneira de comportar,
é também uma virtude

o silêncio na poesia
é uma singularidade,
mas ela mantém a magia,
ela versa a verdade...

Passei muito tempo vivendo para os outros e esqueci de viver para mim
O engraçado que todo este meu esforço de fazer parte da vida de alguém foi em vão.
De todas as paisagens que o tempo me mostrou escolhi ser justamente figurino no cenário de outras pessoas.
De fato nunca tive significado ou significância na vida de alguém.
Faço parte de um mar de ilusão, me fantasie a vida toda que eu podia, que era forte e importante até percerber que nada consegui impor e que nada conquistei.
O problema que vivi sonhos dos outros, fui estepe, filial, mas nunca consegui implacar.
Apenas Consegui fazer as escolhas erradas, andar com as pessoas erradas e amar de forma totalmente equivocada.
No final coloquei a culpa dos meus erros em terceiros, por te sido fraca por ter medo por não conseguir impor.
Desacreditei da fé, afastei da religião e me sinto bem assim.
Perdi chances e oportunidades incrível porque pensei ser o mundo de alguém, entretanto nunca fui, nunca fui boa o suficiente e não consegui conquistar nada por mim.
Fiquei na janela olhando o resto do mundo tendo as vidinhas felizes deles.
Até percerber que minha jornada aqui foi em vão, na busca de encontrar uma forma de seguir em frente, quis ser tudo e no final não fui nada!
Lamento hoje as péssimas escolhas, por ter vivido para todos ao meu redor e nada fiz por mim.
Lamento pelas viagens perdida, pelos amigos e familiares que evitei e pelos sonhos que nunca vivi....
Débora Rubria de Jesus.

Sussurro

Dê-me as sombras oh, cálido cerrado
Das que as poucas nuvens sombrinha
Chore árido orvalho mesmo que forçado
Em um cadinho de brisa, nesta tardinha
- olha que é um sussurro abafado

Dê-me alívio com o rústico vento
Que aspiram as poeiras dos galhos
Em suspiros e frescor em rebento
Foiçando o calor em brandos atalhos
- olha que é um sussurro de alento

Dê-me da tua sequiosa suavidade
Desafogando o peito deste mormaço
- olha que nem peço chuva - raridade
- olha que é um sussurro e cansaço
Nesta seca sufocação, por caridade...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Abril, 2016
Cerrado goiano

Amor com pimenta

Tantos poemas
Chorados
Tantos versos
Acabrunhados
Feitos nos proveitos
Da imaginação

Agora aqui estou
Imergido
Em pleno voo
De letras servido
Esperando
Uma nova emoção

Chega de vazio
Vazio leito
Peito vazio
Solidão como sujeito

Eu só queria
Poder compor
Afeto na caligrafia
Sem os rabiscos de dor
E nem porfia na teoria

E assim, uma canção
Que fale
Que ouça
Não cale
Respire
Suspire e esbouça
As videiras do coração

Compassivamente
Servindo-me de poesia
Verdadeiramente...
Sedenta!
De amor com pimenta.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23/04/2016, 09'09"
Cerrado goiano

Monólogo do Amor incompreensível...

O Amor é sofredor?
Pode acaso esse sofrimento?
O Amor se tornar em lamento?
O peito hora cheio de magia,
Se tornar em agonia?
Como pode o verdadeiro Amor se acabar?
Seria mesmo esse verdadeiro?
Ou uma simples dança?
De duas crianças aprendendo à caminhar?
Onde caindo, tenta o outro levantar,
Não faz sentido,
Procuro abrigo,
Não faz sentido,
Talvez eu não seja esse abrigo,
Então, como posso almejar o que não sou,
Mas, afinal,
Quem sou?
Além de um poema inacabado?
Compreensão não é minha razão,
Sou um ser em movimento,
Querendo o bem,
Fugindo do tormento,
Amando,
Sem saber amar,
Vivendo sem saber viver,
Invisível como o vento,
Mas, se pode me sentir a presença,
Leve como brisa,
Ou intensa como uma tempestade,
Eu sou a própria tempestade,
Por isso, necessito descansar nos braços da calmaria,
Da paz,
A pressão me faz implodir intrínseca,
Explodindo em fuga,
Então,
Recomeço,
Refaço,
Faço estrago,
Por onde passo,
Mesmo sem querer,
Um lamento,
Um aviso,
Um momento.

⁠Expressões da poesialgia
O que faço pode não ser bem pensado
Versos de um alguém amargurado
Entre pensamentos de uma mente caótica
Vislumbra-se apenas uma fala neurótica
Minhas poesias não são minhas alegrias
Falam de meus antigos amores
Que só me causaram terríveis dores
Por sua sanidade lê-las não devias
De um sofredor atordoado
Pelas ilusões da vida machucado
Em palavras bagunçadas
Escritas em frases mal amadas
Poesias de dores
Poesias de mal amores
Poesias de arrependimentos
Poesias de sofrer em julgamentos
Tentativas de expressão
Dores de um ferido coração
Desilusões de um pobre Sonhador
Que da vida só teve horror
Versos ensanguentados
Provenientes de um alguém exíguo
Cansado de seus próprios gritos desesperados
Cheio de um pensar ambíguo
Um alguém que urge pela vida
Que luta por um ser querida
Paralelamente de consciente enfermo
Se joga finalmente em busca de um termo.

Muita gente eu perdi.
Coisas novas aprendi.
Pessoas queridas se foram e eu por elas chorei.
Por elas procurei, e durante a minha procura nada encontrei.
A morte leva tudo de bom.
Se eu pudesse mataria a morte, mais isto não é meu don.
Minhas lagrimas caen é por elas que elas não levantam.
Dor carrego e não sei o que eles lá enbaixo enfrentam.
Em Deus eu acredito e tenho certeza que isto enfrentarei.
Mais tenho elas vivas no meu coração e por elas eu não esquecerei.

"Quantas dores a alma comporta sem que o sol se apague e os ventos cessem no interior dos lamentos? É possível um andarilho alcançar os céus dos seus pensamentos? O paraíso que nos habita, nos enjaula nas trevas do querer. E, quantos desses por aí a fora, nossos olhos fugazes, dilatam, pelo vislumbrar?"

(Mettran Senna)

Inserida por MettranSenna

A POESIA QUE CHORA

A poesia que chora, desinspirada
Na solidão, que padecer me vejo
Na realização, e tão despovoada:
Sofre, implora, por um puro bafejo

Não basta ter a rima apropriada
Nem só desejo de lampejo: desejo
Assim, tê-la, no versar que agrada
Não, no amor findo, oco e sem beijo

No exílio e no vazio que me consome
Não basta saber que no tempo passa
Que tudo passa, quando só quero estar

A poesia que chora, ficou sem nome
Separada do sagrado e tão sem graça
Quando a trova teria de ser de amar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 05’53” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Terra encantada...

Sem fadas...

Onde a magia acabou...

Sem fronteiras na beira da estrada...

Onde aqui estou...

Silêncio que grita bem alto...

Sem pudor...

Vivendo em uma era de anonimato...

Sob a tirania de algum coronel...

Maldade cruel...

Pessoas inúteis e fúteis...

Achando-se ser tal...

Valores invertidos...

Em nome da liberdade amoral...

Dias...meses...de nada...

Lá fora o perfume morreu...

O tempo passa...

Nada muda...

Lamento de alguém, que esqueceu de crescer...

Optei assim por viver...

E com poucas palavras...

Vindo lá do fundo...

Abro minhas asas...

E retorno para o meu mundo...

Pesar
É com Pesar que te digo adeus, pois meus olhos ñ encontram mais nos seus o brilho de um amor que se fez presente há um tempo em minha vida.
É com pesar que choro e lamento, pois te amei incondicionalmente, era verdadeiro e achei que seria recíproco. Me enganei.
ERMA

Inserida por ErikaRMAndrade1310

HORAS TANTAS

Horas tantas, aterrado e um tanto aflito
Confidenciei para a lua o meu detrimento
Do acaso, que com as desditas foi escrito
E se a fito, ainda o sinto no pensamento

Atroa, n'alma um pávido e nuvioso grito
Titilando dores em um amofino violento
Arremessando os anseios para o infinito
Tal o choro do cerrado aflado pelo vento

Clemente lua, que o meu azar sentiste!
No firmamento confessei o meu pranto
Enfardado pelas nuvens transparentes

E no meu peito, uma solidão tão triste
Onde o poetar a soluçar em um canto
Escorre silenciosas lágrimas ardentes

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Ode à vidas Falidas e a Esperança . . .


Desci do mundo por um dia
Quantos não desejariam estar em meu lugar
Quantos, tudo dariam para não estar
Não importa, a escolha foi minha


Vi famílias viverem para o bem
Outras em que o casal se maltratavam
Desconhecendo futuras letais consequências
Abrindo chagas em almas um dia sãs


Vi homens mentindo, mulheres honestas
Vítimas de ciúmes, perdendo a vida
Por escolhas de um amor que ´só elas sentiam
Vi perdões verdadeiros, unilaterais, em pura fé


Ao longe, a fartura, a fome castigando crianças
Idosos na lida do campo, outros acamados e só´
Médicos desistindo de se esforçarem pela vida
Que deles não eram, para não perderem a hora


Adolescentes cambaleantes em ruas vazias
Depois de se drogarem, vagando sem rumo
Sem fiarem: o destino é um atento observador
E que a vida ensina, seja no amor ou pela dor


Vi a medicina evoluir com a ciência informatizada
Quantas descobertas desde então?
Curas imputadas à fé no Criador, milagres?
Homens se dizendo Profetas, outros que eram


Vi a vida acontecer na rara flor brotava numa encosta
Animais servis, outros arredios e violentos
Vi o mar sereno, sob a lua cheia a convidar
Estrelas que enfeitam o céu e apontam direções


Mas, o que mais pranteei nessas verdades
Foram estupros, homens assassinando mães
Mulheres se oferecendo a pais de família
Sem moral, se prostituindo como se natural fosse

Inserida por mucio_bruck

"A reclamação tem um imenso efeito de autodestruição."

(maio, 2018)
in Búzio do Coração

Inserida por joelreis

Nos autobiografar

Somos o buscar e o evitar;
O querer e o desprezar;
O conseguir e o fracassar;
No objetivo de adquirir...
Somos o contentamento e o lamento;
O gosto e a angústia;
O que somos e para que somos?
...durante e no fim... enfim.

São sempre palavras ao vento...

Inserida por AdrianoDornelas

Lindo de corpo,
Feio de Alma,
Sorriso lindo,
Tão falso,
Você foi pra mim,
Como um dedo enfiado na guela,
Tóxico,
Que não diz o que fala,
E não faz o que diz,
Se enroscando com uma meretriz,
Sujou nosso leito,
Quebrou nosso pacto,
Desfez o laço,
Me estilhaçou,
Como cristal fino,
Daqueles que fazem sangrar...

Inserida por LeticiaDelRio1987

Me dissolvi pra você,
Você me bebeu,
Como quem toma uma bebida forte,
Embriagou-se,
E se foi...

Inserida por LeticiaDelRio1987

Sim,
Você teve a possibilidade de ser o único,
O único à chegar onde ninguém chegou,
O único à tocar onde ninguém tocou,
Era isso que eu queria,
Exclusividade,
Te dei meu tudo,
Fiquei sem chão,
E você me perdeu,
Deu à outro a oportunidade,
De ter exclusividade,
Eu era Oásis,
Você Miragem,
Findou.

Inserida por LeticiaDelRio1987

VELHAS LAMURIAS

Secura. Que tristura lá fora! Tristura!
Embrusca-se o cerrado, os olhares
Craqueleja. Árida a aquosa candura
Nos seus velhos e eternos pesares...

Sinto o que a terra sente, desventura
A mágoa que diviso, nos reles azares
O inverno. Frio e queimado, mistura
Fulgurando o cinza, anuviando os ares

Ah! Porque ordenaste este tal fado
Fazendo de minha alma tua criada
Ouvinte, ouviste os prantos, cerrado!

Meus e teus, na sequidão embaralhada
Tem pena de mim, deste pesar mirrado
E as velhas lamurias por mim poetada!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
04/09/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Alma amputada

Está tão longe de eu poder ser o que você quer.
Sendo assim vejo-te seguir teu caminho e deixando-me aqui.
Já começo ao acordar pela manhã dando-me consciência de que você ainda está presente em meu coração e não mais diante de meus olhos.
Antes mesmo que se vá, eu já me vou para a dor de estar sem você, já amputo a minha alma sem nada dizer.
Antes mesmo que se vá de mim, já choro a dor de sua ausência, já lamento ser passado em sua existência.
Eu também mato momentos bons, jogo fora partes de vida que normalmente não se desperdiça, pois sei o tamanho deste amor em mim, sei da dor que se o perder vou sentir.
É, é mesmo assim, é por medo de não resistir tamanha dor morando em mim, que desde já
Abasteço-me de tudo de você.
Quando te beijo, te beijo mesmo com todo o meu ser.
Quando te amo, te amo mesmo com toda minha alma antes de ela ser amputada.

Enide Santos 16/02/15

Inserida por EnideSantos