Poemas de Vida Soneto
Esperança. (soneto).
Mulher na vida e nas sombras frementes
Que habitas em terras com liberdade total
Tuas mãos labutam entre o bem e o mal,
Mas tua boca profere palavras inocentes.
O Teu coração queima em desejos ardentes
Sobre a cama desnuda-se um corpo angelical,
Tua pele morna, macia, doce, de sabor sul real,
Faz escancarar teus sonhos mais inconsequentes.
(Não és minha porque habitei outros Arraiais).
Mas, na tua vida e na tua alma quero residir,
Como um pássaro que busca o seu ninhal.
Neste meu abandono silencioso, sepulcral,
Deposito minha esperança no meu redimir,
Só assim meu coração não sofrera mais.
AMOR ERRADO
(soneto)
Na verdade não eras quem pensei,
Talvez um erro a mais na minha vida,
Um erro que não quis! Porque me dei?!
Mal chegaste já estavas de partida...
Hei-de lembrar que nem te despediste...
Que acabou o que não chegou a começar...
Porque vieste? E porque partiste?!
Deixaste-me só, a um canto, a penar!
Mas ouve amor fechado, vento agreste,
Mar bravo que não tolero mas desejo,
Do meu amor por ti, nada soubeste!
Adeus Amor Errado! Silêncio frio!
Corpo que não toco, olhos qu'inda vejo
Nas margens indiferentes do vazio!
P.S./ Dedicado a alguém que já não importa referir. Ficam os versos.
- PUNHADO DE CINZA -
soneto
Eu sou o punhado de cinza esparso ao vento
que a longitude da vida abandonou
na brancura terna, plácida do tempo,
quando o teu amor tristemente me deixou!
E quantas lágrimas em meus olhos por fim!
Ninguém mas viu brotar dentro do peito
e ninguém as viu cair dentro de mim,
afogado no silêncio do meu leito ...
Trago uma sombra profunda em meus olhos,
um vulto, uma noite, um triste entardecer,
vago e manso, que muito me põe a padecer!
Há gritos no meu corpo, tantos, tantos molhos ...
É quando a tua imagem vem poisar sobre mim
e tantas lágrimas em meus olhos por fim!
SONETO ALEGRO
Amanheci com um pensamento
Pensando nesta vida consoante
Consoante, porque é tão vibrante
Vibrando por cada um momento
Se dela sou mero participante
Participo com afável contento
Contente e não só de lamento
Lamentando se é descontente
Então me vou firme e sedento
Sedento de vida inteiramente
Inteiramente e com sentimento
Sentimento este dependente
Dependente do amor, alento
Alento a alma, ao fado, tente!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Soneto do ser
Ter fé...
Se regenerar a cada dia.
Amar a vida.
Fazer sacrifícios.
Agradecer pela fartura necessária.
Realizar sonhos.
Falar com os anjos.
Reverenciar Deus.
Cultura ancestral.
Deixar-se no templo.
Buscar a paz.
Tomar vinho.
Comer o pão sagrado.
Perdoar...
Amar...Viver.
Conhecer a sabedoria dos anjos.
Proteger-se.
SONETO DA RAZÃO
Nesta vida de pressentimento altivo,
Elevado e ardente como a chama,
Que aos desejos incendeia e ama,
É por teu prazer que o amor cativo...
E neste sentimento insano, explosivo,
Que de ardor te deseja insana,
Endoidecida, a minha voz que clama,
É por tua espera que sonho e vivo...
Que bem, de paixão tanta, fosse à lua...
Mas, amor, que vivo pr’alma tua,
Que é de mim toda razão nesta vida!...
E, por antes, que não fosse à loucura...
Pois, que te vivo a desventura...
Mas, seja o amor como for, é a lida!
Triste soneto à morte prematura.
Dirás que a vida cansa em amargura.
No coração digo antes...
Ferida rasgada de uma navalha.
Vai a vida, tão mal gasta.....
Quando eu morrer, eu sei...
Tu escreverás.....
Consciência que nos retalha.
Triste soneto de uma morte prematura...
O desejar, o querer, o não bastar....
Dirás que a vida cansa em amargura..
E, enganado procuras a razão.
Pálido e frio, tu me cantarás.
Que o acaso de sermos,justifique..
Nas quadras, refletido se lerá
De como, vã e breve, a vida expira.
E como em terra funda, dura e fria.
A vida, má ou boa, acabará...
Eis o que dói, talvez no coração.
Que a morte é um mistério...
Onde tudo é fugaz...
Contente por tê-lo escrito bem....
Um triste soneto à morte prematura..!!!
Soneto da Irônica Vida
Acreditei que nada no mundo me abalaria
Nada comprometeria minha estrutura
Achei que sendo forte, a tudo eu enfrentaria
E garantiria assim a minha paz futura
Porém a vida sabe ser irônica ao extremo
Onde julguei morar minha maior resistência
Ali mostrou o quanto seu poder é supremo
E você alterou do meu coração a cadência
E perdi a força para lutar, fui vencida
Tombou alvejada a guerreira destemida
Perdi a guerra, aceno a bandeira branca.
Mesmo relutante e pressentindo mais dor
Não tenho como negar, serei franca
Ironia da vida, descobri em ti o amor
O BEM (soneto)
Sim, no vaivém
de querer ser alguém
Sei de sobra
que a vida cobra...
Sei, que ir além
requer ser, também!
Ser, o que o jeito dobra
e ter mão a obra...
Sei, enfim, que
todo tem porque
e tem porém...
Contudo, a vida
se tem amor de partida
o propósito terá o bem.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/05/2020, Triângulo Mineiro
Soneto ao Começo
Contemplo-me e constato que não a há mais;
Sinto tua falta (vida);
O Coração desiste e o frio me acolhe;
Minhas Paredes agora são de madeira revestida;
Meu sorriso é brando, porem imóvel;
E um rosto pálido mostra-os o tempo parar;
Triste, há tantos a minha volta, alguns felizes;
Será ?
Meu nome estampa a tampa de um poeta branco;
Já é noite e o tempo de estar acabou;
E eles não ouvem minha dor pedindo;
Percebo, então escuto e sigo, acabou de verdade;
Estou de mãos dadas com ela;
Cá é meu sepulcro, estou de mãos atadas a ela (Morte).
Titulo: Soneto ao começo
Autor: Alan Rohrig
Data: Junho de 2007.
SONETO DE ANIVERSÁRIO
O tempo passa, fugaz os anos
Numa poesia de trova da vida
Chegada, prossiga ela, partida
Em seus versos bons ou tiranos
Passa-se a rima, envelhecida
Nos agrados e nos desenganos
Dos novos e dos velhos planos
Os sonhos e, da ilusão nascida
Nas venturas, pouco se figura
A quimera... se cabelo branco
No amor, mais vale a candura
Se antes ficção, agora franco
O dizer: - louco é essa loucura
O viver. E duro o seu tamanco!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
ÁGUAS DE MARÇO (soneto)
Na tarde do cerrado, tarde de chuvarada
A vida, arfa das quaresmeiras o perfume
Lilás, exalando aroma em um tal volume
Espalhando pelo chão nuance desbotada
Na tarde tropical, de quaresma, o lume
Do dia, é embaçado, e a ventania riçada
O ar, a criação, e a flora toda ela calada
A hera faz que os pingos d’água espume
O silêncio é partido pelo grito da seriema
Num guincho alto de estalo e esto triste
Melando o peito com melancolia extrema
A tarde vai, num entardecer onde insiste
A chuva, quase em pranto, sem dilema
Pois, nas águas de março, poética existe!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'15" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Um soneto a céu aberto
Da vida passando mal me lembro
Julho orquestra a geada lá fora
Pisco os olhos em dezembro
É o tempo maestrando a hora
Os planos que refaço em desgosto
São leões devorando a sobra
Entre meio janeiro é agosto
Desafiando o relógio e a obra
Livres são os amigos que partiram
Desacorrentados do ponteiro
Da prisão temporal eludiram
Silenciando o tic-tac sorrateiro
Sou náufrago no espaço-tempo
Rimando um teorema incerto
Em outro poema reinvento
Um soneto a céu aberto
SÚPLICA (soneto)
Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece
Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce
Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos
Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza
SONETO MALFERIDO
Foste a quimera maior da minha vida
ou talvez a irreal... Evidente e ausente
contigo o amor foi no ter vorazmente
contigo, também, a alma foi repartida
Partiste, e a trova não mais te ouvida:
arde-me a inspiração, lota o presente
no cerrado agoniado fica o sol poete
num amargor da memória malferida
Amor extremo, minha perda e ganho
penitência e regozijo, dor sussurrante
um anacoreta de sentimento estranho
Sinto-me vazio, e na noite te escuto
delirante anseio, sentir sem tamanho
na vastidão do suspiro de um minuto...
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 08 de dezembro, 2019
SONETO DO MEU AMOR POR TODA A VIDA
Ouvi a voz dos raios e trovões
Gritavam lá no céu pelo teu nome
E a chuva que caia em tempestade
Molhava toda alma de saudade
Pairavam lá céu mil nuvens negras
E dentro carregavam só tristezas
Choravam por eu ter te conhecido
E o choro por aqui era granizo
Tirei você dos céus e dei-te a terra
Dei sóis, dei céus, dei mar e primaveras
Poemas murmurados pela espera
Dei luas, dei-te estrelas e quimeras
E dei-te o meu amor por toda a vida
Por querer e para amar-te minha querida
SONETO PARA AMAR-TE ETERNAMENTE, ALÉM DA VIDA
Quanta história ainda quero te contar
Quantos beijos ainda quero te selar
Quantos caminhos ainda temos que trilhar
Quanto amor ainda vamos nos doar
Nessa história divertida
Quero ter-te em minha vida
Quero ter momentos mágicos
Por pontos finais nos teus fracassos
Amar-te a todo o tempo
Dentro de mim a todo momento
Sem nenhum esquecimento
Amar-te simplesmente com alegria
Nas nossas manhãs e no fim dos dias
Amar-te eternamente, além da vida
É no encanto de teus braços que me alegro e disponho-me a fazer de tua vida e a de mim, um soneto incansável e inalcançável não pelas suas notas e seus tons, mas sim por sua intensidade mesmo de não querermos que aconteçam, mas que simplesmente acontecem.
Incansáveis noites e noites perdidas, todas por um só motivo: o de pensar em você e me recordar que falhei em te amar e em fazer-te feliz. Mas o que realmente me torna de alma aberta é o simples fato de me culpar por seus erros que julgo ser meu.
E na mais bela e singela das cartas, do poema ou por razão qualquer que escrevo esta. Onde libero minhas emoções e coração para lhe dizer que não te desejo e nem te quero mais, mas ao mesmo tempo não posso dizer que não te amei se diante de tamanho horror de ti, escondo sentimentos de afeto por ti.
Mas para ser mais cruel comigo e contigo, escrevo esta para limpar minh’alma, pois, aqui retrato um sentimento que deixei de oferecer-te, pois quão grande foi você que com seu amor acabou com o meu... Com o meu não, com nosso amor.
Para implicar-te a falta desta que nunca mesmo tu hás de descobrir. E pensar que te amei em segredo.
Agora não mais, mas sim jamais seu alguém que ressalte esta como quem fiz por você, seu apreciador de momentos.
SONETO XII
O tempo não passa
Reclamava ao se queixar
A vida não tem graça
Sem ela pra abraçar
O por-do-sol não é o mesmo
Sem companhia pra ve-lo
A vida tem nem segredo
Sem ideia , sem conceito
Falta nela amor
Que um dia ao tirar
Um amor que foi embora
E não mais irá voltar
SONETO XIV
Eu te dei tudo o que tinha
Meus sonhos e minha vida
O meu olhar por voçe quando vinha
Em minha direçao escondida
Entre segredo imperfeitos
Deixando somente o medo
Medo de perder-te era maior
Do que o medo de te ter , melhor
Melhor seria nao te esconder
Voce era tudo que sempre quis ter
Pena que não consegue entender
Tudo o que fiz por voçe
