Poemas da Seca do Nordeste
RUMO!
Sou nordestino, sou forte
lá do sertão sou nascido
na carne a dor e o corte
da seca que tem punido
quem não espera a sorte
encara a vida e a morte
sem nunca ter desistido.
SEGUE!
No sertão nordestino
pela seca causticante
nesse clima em desatino
num interior distante
segue firme seu destino
o sertanejo desbravante.
SUGUE!
No sertão nordestino
pela seca causticante
nesse clima em desatino
num interior distante
segue firme seu destino
o sertanejo desbravante.
O sertão parece ser tão calmo,
Até o anúncio da irrigação,
O solo se torna alvo,
Na seca se encontra o pão.
o mandacaru amanheceu coberto de flor,
para avisar que a seca no sertão chegou,
o sol queimou a plantação do lavrador,
o camaleão se camuflou com medo do predador.
Quando a seca chega é para preparar o sertão
os ventos semeiam as sementes por todo chão
os raios clareiam o céu com o ronco do trovão
a chuva cai e faz a semente germinar e a vida brotar de baixo do cão.
A seca ainda castiga
alguns pontos do sertão
mas tem água que irriga
vindo da transposição
quem trabalha não mendiga
corre,luta, encara e briga
e agradece em oração.
Ah Dr. Cuma me dói
Arrescordá meu passado
Meu sertão de chão rachado
Pela seca arrinitente
Fica tudo diferente
No tempo da sequidão
É fôia seca no chão
Casa veia abandonada
Vacamorrendo atolada
Na lama do cacimbão
NOSSO SERTÃO
Sou do sertão,
Sou da seca,
Sou cristão.
Caminho descalço
com os pés no chão,
Isso é que me faz
ter motivação.
Mandacaru que brotou no
chão, colore o nosso sertão.
Crianças se diverte, nada o
impede.
Livre ele se sente,
isso colore sua
mente,
A cada pedaço de pão.
O homem ganha força, para
continuar com sua missão,
Alegria habita em seu
peito.
Então a Deus mostra seu
respeito, por tudo que ele tem feito,
A cada raio de sol, a
alegria é contagiada.
Entre nosso humilde
sertão
Essa é a razão, de toda essa
emoção.
Galho seco.
A coisa está séria
não tem um atalho
sem água a matéria
resseca no galho
tem muita miséria
pra pouco trabalho.
Chão seco!
A você peço licença
para abrir meu coração
te falar da dor imensa
de ver seco meu sertão
mesmo a tanta desavença
a cabeça ainda pensa
em lutar por esse chão.
Minha vida!
O trabalho começa cedo
enxada, semente e chão
calo seco em cada dedo
são as marcas do sertão
todo ano o mesmo enredo
a seca metendo medo
e Jesus dando a proteção.
Caminho.
Água pouca quase nada
chão rachado vida dura
caminho seco pela estrada
segue o sonho que perdura
de ficar na terra amada
e viver da agricultura.
Lamento Sertanejo...
Uma canção
Para se ouvir silente
Sem entender o que sente
Essa gente sofrida e vivente
Sobre o solo rachado... seco
Hora, entre a sede e a fome
Outra, entre a fome e a sede
Sertanejo de bravo coração
Aguerrido na lida do roçado
Que fiel e crente, suplica em cantiga
Que a chuva lave a caatinga
SECA CHEIA
Berra estridente o barulho das folhas
Que quebram tristes em meio à seca
Cá dentro o copo quase transborda
Inundação que afoga o sossego
Irrigai forças pra novas escolhas
Que transformem o sertão em charneca
Cultuai melhor a tua chalorda
Separando o joio e o apego!
Até na seca Deus sabe desenhar... saudades desse lugar.
Nascido no mato, criado no concreto.... na simplicidade eu me encontro.
Há quem diga que não vive sem o luxo... no final de tudo todos estaremos mortos, cansados por correr atrás de coisas que não eram eternas...
Renascer verde.
Quando o meu Senhor ordena
que a chuva caia em cima
dessa seca que condena
o sertanejo se anima
quando o verde entra em cena
se transforma em obra prima.
Segue a vida!!!
A terra as vezes crua
sem água no vilarejo
a seca ainda continua
sem vencer nosso desejo
e toda origem se perpetua
na vida do sertanejo.
NORDESTINO
Já fugi da terra batida e seca, como meu parceiro, o alasão;
Fui para outros campos pra buscar melhor condição;
Era triste a miséria naquele tempo de aflição, só pedia a DEUS todo dia " Óh! Senhor tem compaixão".
Hoje aqui não deixo mais, EU voltei ao meu SER-TÃO,
"Serra seca,
Serra molhada,
Serra avistada, pelo coração do cangaço.
Serra trabalhada, no suor do mormaço.
Serra inquieta, com suas terras pulsantes.
Aguardando a chegada da água da vida.
Oh serra querida, calmamente espera.
Seu ciclo de vida!" - Adriana Assali
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