Pés Descalços
Chegará o dia em que vais tirar os calçados e pisar em terra firme com teus pés descalços pelo chão, sentirás o cheiro da terra molhada e as gotas de orvalho caindo do céu como filetes de luz que irás tentar segurar com tuas mãos.
Durante muito tempo meus pés descalços trilharam um caminho de pedras pontiagudas que os feriam... foi aí que fatigada e já sem forças pra continuar sento no chão e eis que nesse instante vejo um rio de todas as lágrimas que derramei nesse percurso, e então avisto um anjo vindo em minha direção com um par de asas na mão e diz : - Eis que o tempo chegou e a liberdade pra voar. Voe... O céu é infinito...
Sem inicio, meio e fim, apenas caminho com pés descalços por essa estrada de chão batido, sigo apenas por entre os atalhos e bifurcações, assim como a árvore frondosa da vida que me faz sombra e no córrego que passa ao lado eu banho meu corpo dorido e alma convalescente e nessa introspeção absurda, onde só eu vejo essa miragem,olho para o céu e uma borboleta sobrevoa e pousa em minha mão como cúmplice em dizer-me que a alma também voa, independente de estradas sem placas e sem direção...
Chega uma fase em nossa vida que o céu é nosso teto...
Mistério!
Com pés descalços pisar em solo árido é nosso chão...
Calos do destino bate em compasso no coração!
Como abrigo de nossa alma uma armadura que aos poucos se desprende no ar...
Deus em nosso silêncio nos soprando a Paz!
O despertador soou cedo. A noite pareceu ter sido tão curta. Meus pés descalços sob o piso frio percorrem o quarto até o banheiro. Vejo-me natural em frente ao espelho, sem os efeitos diários que cobrem o meu rosto, o batom, a maquiagem, por hora escondem a minha essência. Sei quem estas ali, ainda que, a ignorância do mundo coloque-me rótulos. Algumas rugas aqui, que chegam acompanhando os anos. Tudo tão meu. Sim, meu. Frente à frente, sozinha comigo, percebo que nada mais, e nem ninguém pode falar ou escolher por mim. Amei-me, amo-me e amarei-me. De todo o amor que tiver em mãos, darei à mim, pelo menos a maior parte.
Trazer o momento
mais marcante e infância
à tona para su'alma,
Com os pés descalços,
sem temer percalços
e com as mãos dadas
sob o céu de setembro
enquanto o Jacarandá de Minas
enfeita os nossos cabelos,
os mútuos enleios
e a primavera dos desejos.
Dizem que para todo pé descalço tem um sapato furado,
Se está furado não me serve! Eu gosto de coisas boas...
Sou assim...
Do mato, cerrado, da mata, do brejo.
Gosto do cheiro, do pé descalço,
Do vento na cara
Até do sol queimando a pele.
Gosto de olhar, de sentir...
Assim me conecto com o criador
É na natureza que Deus está
Na beleza de tudo que Ele me permite admirar!
Não sou poeta, nem sei escrever direito.
Mas com o coração puro tudo se torna perfeito.
Obrigado Senhor por eu ser desse jeito!
AME-SE!
Sem NARCISISMO, sem SUPERVALORIZAÇÃO, com a certeza que "sempre há um pé descalço para um sapato velho e sempre há um sapato velho para um pé descalço"!
Se não nos amamos, como podemos pedir e/ou exigir dos outros aquilo que não conhecemos?
Como mostrar aos outros como fazê-lo?
Precisamos gostar daquilo que vemos no espelho, isto é AMOR PRÓPRIO, AUTO (e não ALTO) ESTIMA.
"AGUAS CLARAS, PÉ DESCALÇO"
Pé descalço, coração de pedra magoado
Que cega esta nossa
Mais que nossa idolatria
Voluntária morte
Esta mortal vida,mal vivida
Onde deixamos reinar a tirania
Tão mal servida
Que bravas águas
Lágrimas no oceano profundo
Perdidas e esquecidas
Que chorei na mocidade
Daquelas que já foram celebradas
Noutra idade
Relembradas em liberdade
Sentidas de bravura
Águas claras
Mostrai-vos tão nossas conquistadas
Da memória antiga
Pé descalço e já magoado
Quando não poder ser amado
O canto das aves
Alegraram o meu pensamento
E o meu ouvido
O perfume das flores
Mostraram-me o céu na terra
Vivo isento e pobre sem abalar
O sentimento da fraca
Humanidade que se vive neste mundo
Cada vez mais frio
De calor humano
Pé descalço e magoado dos caminhos
Onde o mais escuro é claro
O mais leve é pesado
O mais brando é duro
Como as fragas das serras
De giestas, estevas.
Que cega esta nossa idolatria
Desta nossa voluntária morte
Sem viver a mortal vida
Reinando a tirania
Fechando os olhos
De sermos mal servidos
Pé descalço, magoado coração de pedra!
A fruta no pé,
Pé descalço no chão;
Céu azul como outro dia,
Dia com a ‘cuca fria’,
Chá quente,
Cheiro de pão.
Ontem a mulher do tempo disse que o solo estava encharcado então, coloquei o pé descalço no chão e fui parar no hospital com uma queimadura de terceiro grau.
Bipolar
Somos vários como ondas contínuas infinitas em seu vai e vem, pé descalço na areia pensamento solto, surfando ao sabor do vento.
Somos únicos como água de lagoa quieta em seu leito, pé seguro sobre a caçada, pensamento contido no peito.
É a vida que segue...
Ser Tão Nordestino
Andano
De pé
Descalço
Andano
De pé
No chão
Pisano
Terrinha
Fria
Ou quente
Se é
Verão
Saudades
Sentiu
E muito
Do tempo
Em que isso
Era bão
Bem bão
Era bão
Como era
Bão mesmo
Danado
De bão
"Dizem que há sempre um sapato velho para um pé descalço".
Com certeza eu sou o esse sapato velho, mas o tempo me fez aprender que todo sapato precisa de um pé para pisar em você.
Cabeça baixa
De quem olha o pé descalço
Calo no dedo, costura o furo da calça
Camisa nova só em dia inseguro
Adiante
Até a próxima quadra
Vira a esquina
Te vejo no mês que vem
Liga de orelhão, zera o cartão
Com a foto do rio
Pra onde nunca mais foi
Mal lembra o que viu
Recorde, feito Roberto no divã
Um dos teus nomes
Vou pra casa, esperar a ligação
Esquecendo que você zerou o cartão
Vou atrás do que ficou
No meio da briga de gravata
Adiante
Até o final da quadra
Irmão, guarda o cartão
Tá vazio, mas tem foto do Rio
E você, dá a volta
Nem que seja na quadra.
Dá a volta.
E volta
