Moradores de Rua

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⁠Dia do Anonimato *

Dobrou a esquina decidido
A percorrer um trajeto inabitual,
Descendo a rua irregular
Notou pedestres e a muvuca central.

Gradeados, o asfalto, telhados,
Uma mureta com degrau,
Lojas, butiques, bazares,
Um açougue liquidando bacalhau.

Automóveis, lixeiras, lixo no chão
E alguma forma vegetal,
Flores num canteiro, um bueiro,
Caixotes, tubulações em geral.

No estacionamento vazio
Se encontrava escondido um casal.
Paralelo ao centro financeiro,
Muitas cifras, cortesia impessoal,

Ternos de luxo, limusines, distinção,
Suavidade fria e cordial,
Um ligeira coxo que revirava
Uma tralha imunda próximo ao local.

Passava um cliente importante
Pelo detector de metais digital.

Trinta e dois minutos atrás,
Uma madame foi assaltada; um marginal,
Foi demitido de um emprego normal,
Por não ter concluído 2° grau.

Uns metros dali estouraram o cartel
De uma quadrilha internacional,
Esquema armado, escutas, grampos,
Traçado por uma equipe federal.

Ergueu a mão prum ex-companheiro
Da época que bateu o ponto usual,
Apertava parafusos, rosqueava,
Martelava e polia na fabriqueta de pedal,

Nunca viu a empresa inteira,
Mas sabia que dali saíam bicicletas no final.

Parou numa barraca do calçadão,
Encostou no balcão e pediu um curau,
Limpou-se com guardanapo de papel reciclável,
Recordou a vida rural.

Que remeteu à puberdade,
Tingida de idealismos e anseio liberal.
Ouviu o sino e depois um hino
Vindo da igreja onde ensaiava o coral.

Leu o título dum livro grafado num outdoor,
Best-seller na imprensa oficial,
“A Doutrina dos Humildes”, volume que
Despertou-lhe o entusiasmo literal,

Vendeu 40 milhões de exemplares, Virou mini-série de comoção nacional.

Freqüentador assíduo,
Adentrou no boteco,
Pediu um téco na medida total,

Uma pinga com cinzano
Que desceu raspano
Que nem água com sal.

Travou um carteado
Com os camaradas pingaiadas,
Gente fina esse pessoal !

Virtuoso e desapegado,
Teve cinco filhos,
Uma esposa e a ela foi leal.

Nunca em semanas, meses, anos,
Centenários e milésimos de segundos,
Após aquele dia, na história de todos os dias,

Em todos os dias dos tempos,
Em todos os tempos da história,
Apareceu-lhe outro dia tão excepcional.

Deu-se por satisfeito, visto que
Com efeito, percorreu seu trajeto inabitual.

* No Dia do Anonimato ocorreu um fato,
que não alterou absolutamente coisa alguma.

Inserida por michelfm

⁠Dobrou a esquina decidido
A percorrer um trajeto inabitual,
Descendo a rua irregular
Notou pedestres e a muvuca central.

Inserida por michelfm

⁠Certo dia estava na rua e passou do meu lado um caminhão de lixo. Neste caminhão estavam lixeiros pendurados, fazendo o trabalho de recolher os detritos de prédios, casas, estabelecimentos comerciais assim como é feito em todas as cidades. Eles executavam seu trabalho de uma forma contentes, gritando, assoviando. Parei, fiquei analisando, o caminhão passou e o cheiro que ficou pairando no ar era quase insuportável. Fiquei olhando aquele caminhão ir embora e pensei: Como é que eles aguentam este cheiro insuportável durante sua jornada de trabalho?
Alguns minutos depois a conclusão veio em minha mente como "mágica", é claro... eles estão tão acostumados ao mesmo cheiro todos os dias que acabam nem percebendo aquele cheiro putrefeito que me incomodara a poucos minutos.
Comecei a pensar em umas certas analogias da vida enquanto caminhava...
Muitas vezes nós, seres humanos nos acostumamos tanto com certas coisas não boas em nós mesmos que acabamos achando isso normal. Pessoas vem nos falar e tentam nos mostrar mas já estamos tão acostumados que desdenhamos qualquer sinal e o "cheiro de lixo"... se torna normal para nós mesmos ou ainda seja, caímos na linha do que nos faz mal e para nós está tudo bem.
E para as outras pessoas?
Esta é uma boa analogia para quando "batemos na mesma tecla" da maneira errada que seguimos na vida. Nos tornamos estes gloriosos trabalhadores que correm, pegam o lixo e se acostumam com aquele cheiro. No entanto, não podemos esquecer que eles fazem isso pelo bem de uma população enquanto nós, transformando nossos atos (muitas vezes impensados), naquele mesmo cheiro, acabamos acostumando e querendo que as outras pessoas acostumem.
Voltamos a linha do capítulo II deste livro com a frase "Sou assim mesmo e não vou mudar". E vai querer que todas as pessoas acostumem com o cheiro do "teu caminhão" quando?
Cheguei ao prédio onde moro, sentei em um dos bancos do jardim e pensei: "Como anda meu cheiro"? Nesse caso não o cheiro que exalo do meu corpo e sim das minhas atitudes. Tenho observado se alguém tem reclamado sobre ele?
Resolvi então afastar de mim mesmo para "sentir o cheiro" que eu estava exalando e comecei a pensar se alguma pessoa por ventura teria ou estaria reclamando dele. Analisei o que estava errado e o que precisava melhorar e talvez, mudar meu perfume de alma assim como gosto de mudar meu perfume de corpo.
É impressionante como nós seres humanos nos acostumamos facilmente com qualquer coisa (principalmente as menos corretas que nós fazemos), deixando agir como uma fragrância natural.
Nos acostumamos com as coisas ruins, nos acostumamos com a dor, nos acostumamos em tratar mal, nos acostumamos em estar sempre certos, nos acostumamos com os cheiros, sabores horríveis, nos acostumamos em sermos mal tratados e quando menos percebemos, nos acostumamos ao veneno.
Tudo isso é relativo, certo?
Pode até ser, mas só é relevante quando uma vez analisado.
Olhei para mim e pensei que era hora de mudar certos costumes para deixar tudo mais agradável para quem convive comigo e está a minha volta.
Definitivamente era hora de mudar e muito mais que simplesmente cuidar do asseio do corpo...era hora de cuidar do asseio da alma!
E assim foi...

Inserida por JRRPEREIRA

Ele olha da rua para minha janela
Da minha janela eu olhava a rua a procura dele
Estavamos tão distantes e tão perto
Sem perceber que...
Buracos de um vazio cresciam dentro de nós
Você novamente foi preenchido
E eu me tornei o vazio.

Inserida por Alfhemyr

⁠PELADAS DE RUA:
Quando menino a bola era meu fraco:
Bastava saber que no campo do barreiro de ZÉ JOAQUIM havia uma. Que ali estava eu, moleque franzino de cabelos claros cortados em franja, motivo pelo qual a molecada me chamava de “Zico”, apenas pela aparência física, pois mesmo tendo certa intimidade com a “Gorduchinha” nem de longe lembrava o Galinho.
Porém, me recordo com muita nostalgia do primeiro time formadinho com uniforme e tudo. Mas, claro, não tinha nada a ver com a realidade tupiniquim.
O padrão era do Internacional, clube lá do sul.
Ora! Ninguém queria saber se era do Sul, Norte ou outra região. O que bastava era estar uniformizado e se exibir no campo defronte ao estádio JOSÉ RAMALHO DA COSTA, pointer dos times de peladas de rua à época. Por quê? “Por que ali era onde os jogadores profissionais e técnicos do América Futebol Clube passavam para os treinos e todos os moleques alimentavam a esperança de um dia jogar no América. Carinhosamente chamado de” MEQUUINHA”.
Como em todo grupo existem as figuras pitorescas aquele não podia ser exceção. Logo aparece o “Beque Central” do time, apelidado de “BUBAÇO”. Era uma figura esguia, meio corcunda e olhos quase que saltando de órbita.
Buba como carinhosamente o chamávamos, sujeito não muito adepto da higiene, tinha o mal habito de conservar as unhas dos pés sem apara-las.
Também lembro com muita nitidez que todos jogavam descalços porque a grande maioria dos meninos eram filhos de pais pobres e não podiam comprar o Kichute. Pois era privilegio dos mais abastados filhinhos d papai.
Nunca me saiu da lembrança, um fato no mínimo hilário, que até hoje quando lembro me passa um VT daquela cena inusitada: Era a final de um torneio, e nós decidíamos com o Botafogo de Ciço de Miguel Eustáquio. Que por sinal era o melhor entre os demais times.
A partida estava com o placar em 0 X 0 e já no finalzinho do jogo quando Bubáço (jogador), recebe uma bola cruzada sobre o zagueiro adversário, dribla-o” Quipa” e chuta com bastante força a bola que era de plástico, a saudosa Canarinho, o xodó da gurizada nos anos de 1970. Parece mentira, as unhas salientes do atleta corta a pelota e o gol é abortado.
Desolado e visivelmente indignado. Entra em cena JUVENAL, dono da bola e do fracassado time. Percorre todo o campo como se numa volta olímpica com um único intuito, agredir o pobre Buba que além de cortar sua bola, frustrou o resultado daquela partida.
O cartola ao alcançar seu jogador, impiedosamente o agride físico e verbalmente. Além de suspendê-lo da equipe até que compre uma nova bola e apare suas malfeitoras unhas.
Ainda meio assustado estava ali estático.
Eu, e os demais colegas do clube. Sem esboçar nenhuma reação em defesa do principal personagem daquele espetáculo que hoje juntamente com seu “algoz” encontra-se em outra dimensão.
Tudo isso para fazer jus ao que digo ao encetar o texto:
(A bola era definitivamente o meu fraco). Diferentemente do que representava meu ídolo Arthur Antunes Coimbra (Zico).
Nicola Vital

Inserida por NICOLAVITAL

⁠Se eu soltar meus passos para onde eles vão
Que caminho ele vai tomar
Que rua vai seguir
Que atalho vai buscar
Se seguir meu coração onde vou chegar
Se me deixar levar pelo pensamento onde vou parar
Se me deixar levar pela vida só tem um caminho
Aquilo que todos chamam destino

Inserida por CezarRodrigues

⁠Pessoa só vira nome de rua depois que morre.

⁠A gente tem muita dificuldade de reconhecer quando encontramos uma pessoa conhecida, na rua, por conta do uso das máscarass.
E não adianta se arrumar, passar maquiagem, batom vermelho, etc. As mascaras nos "escondem".
Que isso nos ensinem que usar máscaras em nossa personalidade e comportamento também nos escondem de nós mesmos.
Que sejamos verdadeiros, honestos, justos e humildes em nossos relacionamentos.
Que não enganemos ninguém.
Que caiam nossas máscaras interiores.
Se ainda não conseguimos totalmente, que comecemos a partir de hoje.

Inserida por verinha_sfalsin

⁠"Estranhos se cruzam na rua da Vida. Na Avenida Gentileza, entram no barzinho da Afinidade, tomam um café de perguntas, adoçam com simpatia, alguns biscoitinhos de carinho caem bem. Saem calmamente e sentam na praça da Amizade, abrem saquinhos de memórias e distribuem aos pássaros da ternura, que rondam por ali. E o Deus, sentadinho, no banco ao lado, contempla tudo, brindando com um coquetel de amor."

Inserida por MycheleMagalhaes

⁠Desencontros

A vida e suas esquinas!!!
Na rua do amor te procurei e não achei

Você, errante como o vento, levou de mim o seu semblante.

E, de repente meu coração ficou perdido

No sinal vermelho, foi deixado por ti meus carinhos

Talvez um dia, na próxima esquina, eu me ache com meu amor.

Inserida por thiago_biscarde_nunes

⁠A vida
é uma Brincadeira
no meio da Rua.

Inserida por yuri_hunas_miranda

⁠Vê o sol
Vê a lua
Vê as flores
Vê a rua

Vê girassóis
Vê margaridas
Vê pássaros
Vê o mar

Vê a flor
Vê o vento
Vê as palmeiras
Vê pensamentos

Vê a vida
Vê girando
Vê canções
Vê tocando

Vê poemas
Vê rosas
Vê versos
Vê prosas

Vê o arco íris
Vê as tardes
Vê borboletas
Vê poesias

Vê os quintais
Vê as pipas
Vê os risos
Vê a alegria

Vê as cores
Vê a festa
Vê as rodas
Vê a sintonia

Vê as rimas
Vê o verão
Vê o outono
Vê a paixão

Vê o homem
Vê as mulheres
Vê os sonhos
Vê a magia

Vê a familia
Vê os amigos
Vê alma
Vê coração

Vê as noites
Vê as tardes
Vê a vida
Vê os amores

Vê a música
Vê a esperança
Vê as crianças
Vê novos dias, virão !

Leonia Teixeira
16/06/2020

Inserida por LeoniaTeixeira

⁠Não desista do caminho, às vezes uma estrada cheia de pedras pode te levar numa rua com vista para o mar.

Inserida por Jaquelinesantanna

Se é inverno em toda rua
Se a minha cabeça vive na lua
Se o meu coração vaga, é por você
Se empilho as cadeiras no fim da estrada
Se eu jogo confete de madrugada
Se o meu corpo ferve, é por você

Inserida por pensador

Esta noite sonhei
A olhares para a lua
Confesso que chorei
Ao ver te sozinha na rua

Inserida por goncalo_ferreira_1

Em Apocalipse 21:21 diz:
A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.
E em 1 João 4:8 diz:
Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.

Ou seja, Deus pisa naquilo que o homem mais valoriza e É aquilo que o homem mais despreza.

O Ser humano corre em sentido oposto, contrário a Deus

Inserida por nandorosa85

Nem todos que vemos na rua são pessoas, algumas são verdadeiros discípulos legítimos de diabo vestidos de carne humana.

Inserida por MabundaJr

Rua para os malfeitores; Já chega de dissabores!

Inserida por antoniovilelagomes

Por que até mesmo um morador de rua que hoje pede esmolas na calçada um dia já sonhou que seria um astronauta.

Inserida por diegocostax

MINHA RUA...

A Rua do Comércio foi a primeira rua que conheci em Campos Belos (GO). Aos onze anos de idade. Por volta de 1969.

À primeira vista, me encantei por ela; depois passei a amar as outras ruas também.

Sua numeração menor se dá, das proximidades da GO 118, e a maior, na Praça Nossa Senhora da Conceição.

Minha rua é cortada pelos rios principais da bacia hidrográfica da cidade: o Ferrerinha e um outro que me fugiu o nome.

Há dezenas de anos esta rua conserva esta nomenclatura. Mas não era assim desde o princípio...

Nos primórdios da cidade era conhecida como Rua Cascavel; - uma alusão ao temível animal peçonhento. Encontrado por lá na época.

Os moradores, urbano e rural, se comunicavam e ainda se comunicam por esta importante rua.

- Da nossa casa, na Vila Baiana, eu via e ouvia o chiado do carro de bois de Biapino, carregadinho de produtos da roça,subindo sentido Igreja Matriz.

- Os ônibus da Alto Paraíso, disparavam suas buzinas ao chegar e sair da cidade. Passando pela minha rua. Traziam alegria e deixavam saudade aos lugarejos da região...

A Rua do Comércio não é a primeira do lugar, mas pela sua localização estratégica, tornou -se "uma artéria principal"...

Ao longo da rua, sentido poente,mais acima
moravam importantes famílias... figuras influentes da sociedade campo-belense.

Estabelecimentos comerciais se instalavam continuamente nesta rua, naquele tempo, e provavelmente até hoje.

Os comerciantes mais tradicionais como Manoel da Costa, Bruno da Farmácia, Agripino Xavier,Edmar, Quinquinha,Joaquim Ribeiro,Mariano Junior, Nelson do Açougue,Seu Edson,Juá ...

Os nordestinos: Seu Cícero Sombra,Juarez Amaral, Seu Vieira, Seu Natã, meu pai... Tocavam suas vidas.

Aos poucos a rua foi mudando suas características, diferenciando seus "aspectos espacial"; agora visualizamos uma diferença abismal entre uma Rua do Comércio de ontem, e de hoje.

Em sucessivas administrações municipais,esta rua sofreu algumas reformas, ao longo do tempo...

Recebendo calçamento em pedras paralelepípedos, camadas asfálticas, supressão de elementos arbóreo...

Passando por certa descaracterizacão, com relação ao meu tempo de garoto, ganhou mais conforto visual e ares de modernidade.

- Melhorando a acessibilidade, de transeuntes e veículos...

Ficou mais bonita a minha rua!

Os comerciantes que atualmente dominam a Rua do Comércio,na sua maioria, continuam sendo oriundos de outros lugares.

Se notabilizam em suas atividades supermecadista,venda de veículos,
produtos do agronegócio,farmacêuticos,
brinquedos,bijuterias,cosméticos, eletrônicos, peças de vestuário...

Suas políticas de preços convidativos,quando implantadas,enchem os olhos dos consumidores...

- Dando aos mesmos comodidade de aquisição. Tanto aos mais abastados, quanto aos de menores poder aquisitivo.

Vida longa à Rua do Comércio atual, quanto à antiga... Resta à gente, curtir um certo saudosismo...

(28.10.19)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

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