Karma
É preciso estar na condição de fanático religioso para acreditar que é pecado, ou vai gerar Karma trágico, ter opinião própria, não se render aos terrores dogmáticos e pensar com o próprio cérebro.
Alguns ousam falar em Karma. É verdade que eles estão aí nos seguindo entre uma viela e outra. Mas falar em Karma é existir a possibilidade de quebrar uma roda que gira e repousa no mesmo lugar a gerações.
E durante preces a humanidade pede um novo caminho, que é lhes dado a todo dia mas eles a ignoraram em nome dos prazeres terreno. Momentaneamente mais fáceis.
E assim continuamos na roda da ignorância.
Dívidas de Karma
Aos trinta e três e só me resta esta cruz pesada
esses olhos cheios de lágrimas
esse corpo (já) inadequado
que carrego a tanto tempo comigo pra todo lado que vou.
Só me resta esse corpo estranho que se veste de mim
e doura minhas retinas nos domingos de lua brilhante no céu.
Só me resta este peso extra que não me serve a nada,
quase um meu martírio, que trás consigo minh'alma
aprisionada em suas entranhas.
Só me resta esta minha alma, que segue calma
a espera de ser um dia realmente feliz.
Pra'lém desse corpo cansado, quase centenário
que segue aprisionado nesse mundo e se sente tão infeliz.
Se descobrisse um jeito, me livrava desse corpo
antes mesmo d'ele estar morto ou d'ele voltar a viver.
Seguia só, de braços dados com minh'alma
passo a passo, seguia pra longe de toda essa confusão.
Se pudesse, me despia desse mundo e nu mudava de direção
deixava de herança essa cruz pesada que carrego a tanto
e pisando duro, seguia firme marcando os passos no chão.
Se pudesse, caminhava pra longe dessa história vazia
cheia de dívidas de Karma.
Só caminhava, nem pra trás olhava!
Seguia em frente, pra longe de toda essa gente
que nem se vê ou vê alguém a sua frente.
Se pudesse, despiria o mundo de seus corpos mudos
lhes mostraria o brilho que trazem consigo em suas almas aprisionadas.
Se pudesse, despiria toda essa gente de seus corpos mundos
só pra que pudessem enxergar o que trazem por dentro
além do lamento desse intermitente refrão triste que ecoa agora.
Se pudesse, pagava a dívida do mundo
e livrava toda essa gente desse maldito karma.
A lei do karma é inevitável. Sempre que fazemos mal aos outros estamos diretamente fazendo mal a nós mesmos, e sempre que os fazemos felizes - usando o dharma - estaremos trazendo futura felicidade para nós mesmos. Basta escolher.
Deixa pra lá!
Como se fosse possível.
Karma!
Nunca deixa nada para lá.
Tudo retorna.
Hoje, eu sinto o que a solidão com vista para o mar.
Virou!
Em minas não tem mar.
Mas tem solidão.
E para compensar, dobrou a sensação.
Sinto que sou pouco para o mundo.
Sinto que sou imundo,
Que para nada presto.
Tudo que vem da terra, semeado foi.
Nosso Karma de existir, é após alcançar o título de uma vida inteira, perceber que tudo sempre esteve lá e a sequência de ações que ti levou pra lá é a mesma que agora você impõe aos outros e é a mesma que matou um pouco de você que tirou de você a oportunidade de ser você mesmo e agora és um caso pensado, e então o cansaço te frustra, e essa é a pior parte pois o castelo artificial desmorona, e os holofotes que já não brilham na sua direção, pedem os aplausos do teu fracasso de existir.
Lei do retorno não é nada mais do que karma e karma são problemas que as pessoas auferem todos os dias e são equacionados pelo dharma. Ninguém há de esperar por alguma justiça divina. O karma e o dharma estão em constante ação. O que você fala é de uma suposta justiça divina para fazer sofrer alguém que te magoou de alguma forma. Isso se chama ódio / vingança por procuração. Sei que não é fácil entender que alguém pode não sofrer consequências dos seus atos kármicos, mas o dharma está aí para provar. Nem sempre o que o ser humano deseja é o mesmo desejo de um suposto céu com seres divinos que aplicam justiça.
Karma não é Destino
Você não pode negar sua herança kármica, disse o último Traleg Rinpoche, mas isso não significa que não pode mudar.
As críticas ao conceito de karma frequentemente são centradas na noção de responsabilidade individual e sugerem que essa noção gera uma atitude de antipatia em relação aos outros e leva a uma tendência à culpa. O pobre é culpado por ser pobre, e assim por diante. Diz-se, erroneamente, que o budismo culpa os indivíduos por todas as suas circunstâncias e nega-lhes o poder de ação.
Se somos pobres, por exemplo, podemos acreditar, de imediato, que ficaremos assim até acabarem as dívidas cármicas; e então, depois da morte, podemos renascer em circunstâncias afortunadas, quem sabe, nos tornando um rico empreendedor. Entretanto, este tipo de pensamento não combina com a ênfase do budismo na interconectividade de tudo, que confirma a abundante complexidade de influências sobre as pessoas, incluindo seu ambiente.
Certamente o budismo contem a ideia de um acúmulo de carma, impressões, disposições, probabilidades ao longo de nossa vida – padrões de comportamento adquiridos, etc. Mesmo assim, isso não quer dizer que simplesmente esperamos por um karma particular impresso ou dívidas ou heranças que evaporam ou desaparecem, antes que alguma coisa possa ser feita.
A teoria kármica do budismo não é semelhante ao fatalismo ou predeterminação. Nós temos poder de escolha (livre arbítrio) em nossas ações. Se não tivéssemos, então a teoria kármica poderia verdadeiramente produzir julgamentos e atitudes moralistas, e os ensinamentos do Buda seriam muito menos inspiradores e muito menos efetivos.
A teoria kármica não tem se fixado em particularidades como essa e não está ligada a uma ordem moral estática. Evidentemente que um elemento de determinismo está envolvido e isso deve ser aceito. Nós somos quem somos por causas de nossa herança kármica.
Poderíamos não ser como nós somos sem essa herança, mas isto não significa que temos que permanecer assim. O ponto em questão é que a teoria kármica nos encoraja a pensar:
“Eu posso me transformar na pessoa que eu quero ser e não insistir naquilo que já sou”. Esta seria uma compreensão adequada da teoria budista de karma.
Para alguns, só espero que a lei do karma não seja tão preguiçosa e pegue pelo pé ainda nessa encarnação.
Ensaio sobre a origem do Karma
O sentimento me foi insuportável, então pela primeira vez escrevi espontaneamente, sem que me mandassem fazê-lo. Não era questão de gosto, tinha a ver com aversão, eu precisava expulsar de meu interior o que me esfolava.
sua reacao é seu karma, repense sua tristeza ou alegria . Mesmo que esteja triste, tudo bem ! As vezes é só o karma.
Muito mais do que mudar, o karma fala em olhar para as nossas sombras , aprender a acolher o que nós somos, o que nós vivemos.
Karma é fato, um conceito de que não há consiencia ou percepção a respeito das decisões e seus resultados tangíveis.
