Gota
A chuva que cai, tão fria, tão densa,
Traz à memória uma dor tão imensa.
Cada gota que toca a terra molhada,
É o pranto de uma alma, tão devastada.
Os céus cinzentos, em luto profundo,
Revelam segredos de um amor vagabundo.
Corações partidos, em silêncio a gritar,
Buscando na chuva um jeito de sarar.
As poças refletem saudades perdidas,
Sombras dançam, memórias esquecidas.
Os trovões ecoam como um grito do peito,
Clamando por algo que nunca foi perfeito.
Mas mesmo na dor, há beleza escondida,
Na chuva que lava, cicatriza a ferida.
Pois cada lágrima, no fim, vai secar,
E um novo sol há de brilhar no lugar.
A última gota de orvalho será testemunha da paz
que se fará presente quando eu me for.
Esse ser insolente terá partido, enfim.
Tão mordaz em vida...
Farei questão de partir em silêncio sem lhe dar adeus.
SONETO PRIVADO
A tarde no cerrado cai, aquosa
Silente, e o pôr do sol rubente
A chuva, em gota lustrosa...
lacrimeja melancolicamente
Nesta languidez, a sensação
Duma aflição, vou suspirando
Enternecido, cheio de ilusão
E, lá fora o pingar em bando
Sinto o coração palpitando
Na solidão, e no devaneio
Assim, o tempo passando
Em um suplicante floreio
Nostálgico sinto arrepio
Demanda o pensamento
E a saudade no seu feitio
Cata poesia pro momento.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 dezembro, 2024, 17’43” – Araguari, MG
Criança é gota d'água
No colo da folha de taioba;
Dança , escorrega, desliza,
Brinca com a suavidade da brisa.
Aos poucos vai aprendendo
Que a brisa é o mesmo vento
Das tempestades da vida.
(Do livro: Contos e Prosas 2023)
A minha gota de chuva que me fez germinar
Quando a luz não iluminar mais seu mundo eu me sentarei e ficarei ao seu lado
Quando sua vida estiver amarga novamente eu serei o doce para sua vida
Quando não tiver mais chão te farei um pedestal pra você apoiar seus pés e se sentir seguro de não cair
Quando não achar mais lugar para matar sua sede eu lhe trarei água para você beber
Quando estiver cansado eu serei o descanso pra você
Quando não conseguir mais respirar eu serei seu oxigênio, seu fôlego
Quando estiver sem forças para lutar eu serei sua força
Quando não enxergar mais nada eu entregarei meus olhos a você
Quando quiser sentir o vento em seu rosto e do alto olhar a terra e o mar eu serei suas asas para que possa voar
Quando sentir dor, serei seu remédio
Quando você não poder mais abraçar, eu lhe darei meus braços
Quando desacreditar do amor, eu amarei por nós dois
Quando seu coração parar, entregarei o meu a você , só assim vai perceber o meu amor por você
Um dia..
Um dia lhe jurei
o meu amor,
Lhe doei cada gota dele.
Foi Quando me dei
conta de que ao lhe doar,
me esvaziei.
Aprendi que devemos
dividir, pois eu também
Preciso do meu amor,
Do meu Amor Próprio.
A culpa é como uma gota que se une ao oceano de culpa. Se deixarmos que ela se dissolva, não nos afogaremos em suas correntes. Devemos aprender a aceitar, perdoar e, assim, fluir com as águas da vida.
Nunca serei vazio
Por que estou cheio de saudade
E a cada gota de ausência
Um vasto mar de eternidade.
Se uma gota contasse histórias...
Imagina se uma gota contasse, com voz mansa e serena,
as histórias que viveu na pele da terra pequena.
Se lembrasse do choro que caiu no adeus,
ou do riso que brilhou nos olhos de um amor dos céus.
Talvez falasse da lágrima que desceu em silêncio,
no rosto de alguém que carregava um imenso fardo por dentro.
Ou da chuva que lavou a alma de quem recomeçou,
depois de um tombo que a vida, sem aviso, lhe deu.
Ela esteve no copo de quem matou a sede no deserto,
no suor de quem lutou por um sonho incerto.
Foi rio, foi mar, foi brisa e tempestade,
testemunha de guerras e também da liberdade.
Cada gota tem um ciclo, um caminho, uma missão,
assim como nós, nesse mundo em construção.
E se uma gota falasse, nos faria enxergar,
que até o menor detalhe tem seu lugar.
Porque viver é ser como água em movimento,
às vezes calmaria, outras vezes tormento.
Mas sempre fluindo, sempre a ensinar,
que até uma gota tem muito pra contar.
fiquei anos à deriva
uma gota no oceano
vivendo de poesias
eu sobrevivi amando
Riz de Ferelas
Livro de poesia Novos Ventos
Infelizmente, só prospera-se nesse país se o seu suor for sugado até a última gota e seu sangue comece a jorrar no lugar.
Casuísmos judiciais são venenos sutis: matam a confiança do povo gota a gota, até restar apenas o silêncio dos vencidos.
