Coleção pessoal de Valnia

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⁠Perde-se o siso
o juízo
o crivo
em um minuto

perde-se a ação
a emoção
no coração
em um minuto

Perde-se
com dor
um grande amor
em um minuto.

Valnia Véras

⁠Poesia sem liberdade
letra morta
morna
sufocada
sem direção.

Poesia sem liberdade
adorno
enfeite
decoração.

Sapos reduzindo sem danos
as fôrmas à forma...


Sem ousadia
perece sem amor
a moribunda poesia.

Valnia Véras

⁠Ao virar de lado,
esqueço histórias e carinhos.
Ao correr para longe, esqueço abraços e sorrisos.
Ao deixar para depois,
esqueço a vida.
De repente tudo se apaga, menos o gosto amargo do SE em minh'alma...

Valnia Véras

⁠Moça bonita, pra onde tu vais?
Não corras pra longe,
não sumas no mundo...
Dá-me uma chance,
um olhar de relance,
talvez um sorriso
de canto
de lado
quiçá tua paz ...

Valnia Véras

⁠Escrever é marcar um encontro com minh'alma e preencher a cadeira vazia do meu ser.

Eu vivo entre as frestas da janela

nas emendas dos meios-fios das calçadas

no emaranhado que sustenta as tranças da menina.


Eu brilho nos olhos alegres da criança sonhadora

na risada escancarada dos meninos na lagoa

na melodia do silencio entoada numa noite de amor.


Sou a saudade, o adeus de um casal enamorado

a despedida num beijo apaixonado

a eternidade num coração dilacerado.


Sou as faces no espelho embaçado

As cantigas de grilo no trabalho

A amizade no meio da multidão.


Eu sou o desejo da mudança

na esperança

na temperança

na criança

que habita em mim.

⁠Canta, canta Assum Preto, livre das amarras, desnudo da opressão.
Voa rumo ao horizonte, canta forte, canta alto pra aquecer meu coração.

⁠Jasmim por onde andas?
Sinto a falta do teu cheiro.
Do perfume embriagador.
Da tez branca
contrastando com o verde sem pudor.
Solto os meus pensamentos e sigo sem direção,
sonhando com o aroma doce que tocou meu coração...

Valnia Véras

⁠A língua do amor não se inibe,
não se esconde em solitários sons .
Reflete-se na expressão
vivida,
tocada,
tatuada em acordes do coração.

Valnia Véras

⁠A criança sorridente corre pelas ruas de asfalto,
voando sobre as rodas da pequenina bicicleta.
Encantada no caminho, segue em zigue-zague,
borboleteando rumo ao futuro...
Um banho de chuva
Uma risada de palhaço
Um jogo da vida...
Quanta beleza soma-se ao deleite do despertar...
Do amar
Do plantar sonhos
Do criançar...

⁠As meninas

As meninas têm riso frouxo
lágrimas sinceras
e vida no coração.

As meninas dançam na calçada,
trazendo o pagode como ostentação.

As meninas desfilam na Praça,
ousam nas escadas da vida,
corajosas e triunfantes diante dos desafios

As meninas cantam, discursam,
seguem vendadas pela vida,
enxergando tudo ao seu redor...

Ah! Essas meninas.
Que enfeitam de alegria o árido sertão,
exalando perfume e sorrisos de emoção.

Valnia Véras

⁠⁠O ritmo da amizade

Pingando na lavagem da escada,
os sonoros sorrisos
escorrem ritmados
em batuques do coração.
As batidas se transformam lentamente
em notas manhosas,
quase preguiçosas
extraídas do violão...
Anoiteceu
e o pandeiro agitado,
frenético,
substitui a melancolia da solidão...
Canta um, canta dois...
Um forró pesado,
chorado,
escancarado
entre a sanfona e o triângulo no salão.

⁠Cravejadas na estação, seguem altivas as fases dessa vida.

Num vagão, as incertezas.
Nas paradas, solidão.

Primavera de sorrisos
enfeitando o coração.

Outono impreciso
desfolhado em emoção.

Na chegada, a despedida:

Plantada
Brotada,
Emergida
Em flor de renovação.

⁠⁠MÃE
Em três letras cabe o mundo
Um leque de sorrisos
Um olhar de amor
Um grito de alerta
Uma lágrima de dor...

Mãe
Mãezinha
Mainha
Mamy
Mão que a todos sustenta e conduz...

Mãe amor
Mãe devoção
Mãe saudade
Mãe coração
batendo fora do peito.
É festejo e oração.

⁠Gota a gota

os sentimentos

pingam,

insistentemente,

na folha orvalhada de vida

e...

Transbordam-se em poesia.

Valnia Véras

As palavras vem da vontade, mas o pensamento vem do seu caráter.

A loucura da imaginação é a primeira etapa para o sucesso.

⁠O novelo de linha se desmanchando com a força do vento debulha lembranças e sopra saudades...

⁠Atravessando a linha do horizonte, vejo, através dos cegos olhos meus, toda a beleza do amor.

Valnia Véras

⁠O sorriso atravessa as ruas e estampa-se na história do tempo.
As vezes, desmancha-se pelo rosto e ilumina o dia.
Outras vezes, escorrega pelo canto da boca, tímido, anunciando a descoberta do amor.
O sorriso muda o mundo.

Valnia Véras