Fazia Tempo que eu Nao me Sentia Tao Sentimental
Hoje quando acordei me bateu uma saudade. Saudades da sua risada, e de como isso me fazia tão bem.
E esse eco que fica aqui é horrível.
A explicação fazia os olhos de Nivaldo
brilharem. Rapidamente fez a conta, cinquenta dólar vezes quatro viagens a taxa de conversão de 5 pra 1. Em um mês Igor tava tirando 4 mil reais, essa grana Nivaldo não conseguiria nem se tivesse se formado em administração na UNIPAR. Tava explicado a moto que reluzia como ouro.
Com carinho, evoco a minha querida querência, onde a infância em plenitude fazia influência. Na cidade crescente, onde a carência sempre aponta a ausência, a gente cresce sonhando ser alguém, mas descobre que a riqueza sempre residiu na simplicidade da vida. Aquela criança não cresceu, foram seus sonhos que envelheceram. Reviva sua infância, renove seus sonhos.
Quando concordamos em tentar ter um filho, nada do que veio a seguir fazia parte dos nossos planos. Os meses se transformaram em anos e chegamos a um lugar do casamento tão desconhecido quanto uma viagem em meio a um nevoeiro.
Quando você reencontra alguém que um dia foi especial para você e te fazia se sentir bem, saiba que é o destino dando uma segunda chance para ambos.
E cabe aos dois decidir o que fazer com esta chance.
A comunhão nos lares fazia com que muitas pessoas que fossem assistidas. Os que criam, mostravam o Cristo no partir do pão, nas orações e na vida simples e comum à qual viviam.
Um sonho distante, em silêncio a brilhar, nos corações e na mente fazia morada sem parar. Laura, o desejo que o tempo guardou, até que em amor, a vida te chamou.
Era sonho, da dinda , do papai , da mamãe e dos irmãos, promessa, doce ilusão, hoje és realidade, puro coração.
Cada sorriso teu é um milagre a cada amanhecer, és a razão de todo o nosso viver.
De sonho a verdade, vieste pra ficar,Laura, estrela que o céu, a Terra quis presentear.
És o presente que a vida nos deu, minha afilhada, o sonho mais lindo que se realizou e cresceu.
CULTIVADOR DE TARDES
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Ele era um cultivador de tardes,
Fazia do vento, palavras
Preparava no terreno do chão
Seu sermão e por ali caminhava...
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Série minicontos
CHÃO DE GRIS
Naquela manhã de março se fazia outono no hemisfério sul.
Sob a sombra do cajueiro em frangalhos o sol nas bancas de jornal refletia o verde oliva a sucumbir a clorofila de uma nova primavera.
Dos amantes, passantes e brincantes.
O pasquim flutuante sobre o carmim do asfalto anunciava um mau agouro:
Em seu reino tupiniquim nascia um rei torto.Quando acordei estava morto.
Todo mundo via as injustiças, mas ninguém fazia nada, o comodismo era quem dava as cartas. O medo da repressão era tanta, que as pessoas estavam acostumadas com a desesperança. Tudo permaneceria como estava, até que alguém se manifestasse para a mudança.
Às vezes você fazia um pensamento e morava nele. Afastava-se. Construía uma casa assim. Longínqua. Dentro de si. Era esse o seu modo de lidar com as coisas.
O Amor.
Tinha olhos castanhos, era alto, fazia piadas sem graça mas que tinha graça quando era o amor que contava!!
Ele era minha morada, meu porto seguro, minha felicidade, minha paz.
Eu amo meu amor! Mas, o amor do meu amor não sou eu.
Eu amo o meu amor! Mas, ele não é meu.
Eu te espero.
Saudades de mim
Quando ria sem fim
A alegria fazia morada
E viver, era uma bênção aproveitada.
Saudade da minha inocência
De Minh 'alma plena
Sem nenhum resquício de maldade ou do
pecado que me envenena.
Saudade da minha criança
Das boas lembranças
Das feridas rápidas curadas
E da contentação com o que tinha em casa.
Saudade do meu coração
Quando era inteiro
Sem cicatrizes ou medos.
vou tentar achar em outro lugar
o que me fazia feliz amar
vou ter que me durar
lembrar de nós me faz lacrimejar
mas devo te obedecer
pois quando tu disse para esquecer
eu tive que da memória te perder
para não te vender a tristeza
que vai te adoecer
sei que isso vai doer
entender isso vai me corroer
O Bicho
Na rua estreita, o breu fazia morada,
as lixeiras reviradas em estranha balada.
Passos cautelosos, silêncio a pairar,
o mistério na noite me fez hesitar.
Que ser seria aquele, que ali remexia?
Um animal furtivo em busca de energia?
Talvez um gato, um cão em desespero,
no lixo, seu banquete, um sonho tão efêmero.
Mas ao me aproximar, tremi de assombro,
o que vi não era fera nem monstro do lodo.
Era um homem, dobrado, retorcido de fome,
o "bicho" era humano, sem nome, sem sobrenome.
Olhos vazios, um grito calado,
pele marcada, um destino estragado.
Vi nos seus gestos o peso do mundo,
um eco que grita num abismo profundo.
Meu Deus, pensei, que ironia tão fria,
a cidade dormia, mas sua dor fervia.
O bicho é um homem, e o homem é o bicho,
um ciclo cruel, um abismo sem nicho.
Voltei ao silêncio, mas nunca esqueci,
do rosto marcado que ali descobri.
Que futuro nos resta, que mundo sem chão,
onde homens viram bichos na escuridão?
Um deles buscava uma comunicação demasiadamente superficial. Esporadicamente fazia perguntas sem verdadeiro interesse nas respostas e fazia promessas que não cumpria sem ser cobrado. O outro não se dava ao trabalho ao menos de perguntar, o que me parecia mais sincero. Ambos têm o mesmo sentimento de desprezo, mas demonstram de formas diferentes.
E a nossa vida era assim: independentemente de
haver sol, nuvem, chuva, minha mãe sempre fazia
tudo no capricho.
(Maria Antonieta da serra do Ramalho)
