Da primeira vez
Quando te olhei
Pela primeira vez
Percebi que
A vida era uma
Mistura
De atração
De desejo
E de tesão
Entendi
Que não bastava
Muito pra esquentar
O coração
Compreendi que
Quem se atrai pelo olhar
Prende
A alma para a paixão
E consequentemente
Faz florescer o magnífico
Sentimento de amor
Quando te vi pela primeira vez
Já sabia que era um furacão
Que passa e leva tudo pela frente
Leva
A tristeza
A solidão
A falta de carinho
Você é o que se diz
Tudo de bom
Traz alegria para os dias
E contagia o ser
Você é o que eu quero
Para o resto da vida
Porque é a luz que ilumina
É engraçado
Me perdi nos meus pensamentos
Quando te olhei pela primeira vez
Teu sorriso deixou uma marca
Que gerou um sentimento de alegria
No meu coração
A tua expressão corporal
Me mostrou um pouco da vida em harmonia
O teu ser me indagou com todo o carinho demonstrado
Enfim você parece ser uma pessoa
Muito gente boa
Quando te vi pela primeira vez,
observei o quanto eras perfeita
e então te amei...
Depois descobri que
não eras perfeita e
te amei ainda mais.
Você não me disse nada,
deu apenas uma risada.
E quando pela primeira vez ouvi isso,
a partir deste dia,
descobri a minha música preferida:
o som do seu sorriso.
Hoje decidi olhar em volta como se fosse a primeira vez. A unica coisa que enxerguei foi nenhum vestigio de dessincronia. Tudo estava exatamente como deveria estar.
Pré-datado
“Anos atrás, quando eu mapeei mentalmente pela primeira vez o que significaria andar à frente, havia meia dúzia de arremessos em que eu pensava: Oh, isso é um movimento assustador e essa é uma sequência realmente assustadora, e aquela pequena laje e aquela travessia. Havia tantas pequenas seções onde eu pensava, mas nos anos seguintes, eu empurrei minha zona de conforto e a tornei cada vez maior até que esses objetivos que pareciam totalmente loucos acabariam caindo no reino do possível.”
Erasmo e a Porta
É necessário que pela primeira vez na vida, diz Hamlet em todos longos os monólogos, que você consiga dizer apenas o que as coisas são, e para isso, Hamlet teve que se fingir de louco. Porque como escreveu Erasmo de Roterdão e, publicado em 1511, Elogio da Loucura, às vezes é necessário ser louco para dizer o óbvio. Às vezes é preciso ser louco para dizer que todos os problemas que nos são mostrados, são problemas falsos, para que nós não vejamos os reais. Que todas as festas, são um barulho alto para impedir que eu expresse a melancolia densa e profunda da minha existência, e quanto eu mais escrever, potássio, potássio, potássio! É sinal que eu estou triste, triste, triste!
A UM AMOR PERDIDO (soneto)
Quando a primeira vez se perde o amor
Que do leito acordou, ali gemendo e só
Dentro do peito a tristeza se faz em nó
E desabrocha a flor de lágrima e suor
A vida sente os olhos mareados, forrobodó
Sobe-lhe um amargo, e o primeiro ardor
Do queixume, do pesar, de um pecador
Tal a rosa, de perfume e espinhos, dá dó
Então a alma se traveste de desventura
Numa torpeza de paixão e de mágoa
Onde o sonhador é bravo sem bravura
Assim neste pranto em verso de bágua
Teu cheiro é açoite sem doce candura
E tua lembrança nos arde em frágua...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/10/2019, 23’47”
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O que passou a ser o “amor”?
Quando me apaixonei pela primeira vez, o amor era escrever cartas, dedicar músicas, fazer serenatas, declarar-se em frente a todos, com direito a flores, ursos e chocolates. Agora o amor virou piada, e nessa história quem são os palhaços?
Sinto saudades dos amores exagerados como cantava Cazuza. Sinto saudades de amar na varanda, olhando as estrelas no olhar de um verdadeiro amor, sinto falta de sentir o amor.
Como pode morrer assim toda uma nação de apaixonados, exagerados, loucamente românticos, estupidamente intensos e emocionados. Luto para aqueles soldados que morreram na guerra da paixão, com balas de olhares direto no peito, sem a cura do tão desejado beijo.
Os palhaços dessa história somos nós, amantes de um único amor, os verdadeiramente apaixonados, soldados feridos de uma eterna luta entre mente e coração. Somos nós que amamos amar, e somos nós que morreremos tentando.
Pela primeira vez as palavras não definem, nem explicam o momento. Não tenho achado graça em paixão por acharem que ela é passageira. Ultimamente o eclipse do sol ou da lua se faz cenário de contemplação por tamanha beleza. Não me refiro a beleza efêmera, porque o que transborda sentimentalismo é um tipo de presente divino que faz a sabedoria analfabetizar.Tenho vivido dias que não preciso explicar, sentir se faz mais necessário.
CERRADO DO GOIÁS
Quando, a primeira vez, lhe vi a vastidão
uma confusão fiz de sua sinuosa mesmice
e quedei-me ao parecer de quem visse
e sentisse, o desigual em plena evolução
Depois, no andejar, ao olhá-lo, disse:
é graça, é sertão na minucia e razão
do encanto, magia, mistério e criação
este chão, tão menino, na sua velhice
Os tortos galhos e secos barrancos
riscam planícies e maçudo abrigo
e o céu nos seus rubentes e brancos
E, ao aprecia-lo, agora, então digo:
vendo-lhe, diverso, e seus trancos
hoje o sinto poetificando comigo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/10/2020, 20’49” – Triângulo Mineiro
ENVELHECEU COMIGO
Quando, à primeira vez, me vi na poesia
Que foi lá pros tempos da longe meninice
E quedei-me à paixão de quem sentisse
Sede n’alma, emoção e razão na grafia
E depois, fantasia e ilusão, a vê-la, disse:
É moço o poeta é enroupar-se de ousadia
O sentimento aceso, estro, sedução e cria
Hoje a sinto entre as sensações da velhice
Cá de caneta e papel, trancos e solavancos
Vejo-a idear as mãos em prosa, terno abrigo
De venturas e os hostis versos saltimbancos
E ao apreciá-lo assim, inteiramente, digo,
Vendo-a poetar com meus cabelos brancos
A poesia, realmente, envelheceu comigo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 setembro, 2021, 17’07” – Araguari, MG
Eu te amo desde a primeira vez que botei meus olhos em você
Eu era tão jovem,
Completamente inocente e ingênua
Ainda brincava na rua com outras crianças,
Assistia desenhos,
Me perdia nos livros,
Brincava sozinha
E ouvia música
Te vi com lindos cabelos longos e uma barba maravilhosa
E pensei...
"Uau! Que homem lindo! Eu queria casar com ele!"
Desde então eu quis saber quem era aquele cara
E na transição para a minha adolescência descobri
Nossa! Fiquei completamente feliz e hipnotizada!
Que Adônis você é aos meus olhos!
Cada pedaço seu me arrepia,
Sua voz é a melhor melodia que escuto,
Seus olhos me fascinam,
Seu jeito sério me chama para aprontar com você,
Sua timidez me faz querer te guardar nos meus braços
Nunca acreditei que desejo de criança se realizava
Mas ao te conhecer agora sei que sim
Sim, você é o único homem que desejo
Você é o único homem em quem penso
Você é um pedaço do meu coração
Agradeço a Deus e a Nossa Senhora por colocarem você na minha vida
O laudo psiquiátrico
- É a primeira vez no consultório?
- Sim.
- Você fuma?
- Não.
- Você ingere bebidas alcoólicas?
- De vez em quando.
- Faz uso de algum medicamento controlado?
- Não.
- Sente as mãos trêmulas, palpitações, boca seca, dificuldade em respirar?
- Sim.
- Tem dificuldades para dormir?
- Sim.
- Amanhece cansada, confusa e com ressaca moral?
- Sim.
- É usuária de drogas?
- Sim.
- Que tipo de droga?
- O amor. E amar é uma droga.