Crônicas do Cotidiano

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Meditar e Viver...Viver e Meditar

Em alguns momentos da vida, nos olhamos de uma forma diferente, questionamos o porque de certas situações do cotidiano, o que causam e nossas reações. Acredito que estes momentos surgem do cansaço, seja ele físico ou mental. Este questionamento a que me refiro é o perguntar a si mesmo até que ponto vale a pena determinadas coisas.

Mas que coisas seriam estas ?.
Um casamento insustentável, um filho problemático, um chefe tirano, dividas ?

A lista de problemas que todos enfrentam em algum momento da vida é infinita. Somos resultado direto do que vivemos, dos problemas que tivemos e da maneira que os enfrentamos.

Então tudo isso é normal ?.


Considero que os problemas que enfrentamos nos fazem evoluir no sentido mais amplo da palavra, mas quando o mesmo problema se torna permanente não contribuí em nada para nosso crescimento. A meditação talvez nos ajude a visualizar melhor uma determinada situação e quem sabe achar uma resposta, que pode ser boa ou não, mas o mais importante, que traga mudança.

Não quero cair em obviedades, mas não poderia começar a falar sobre o tema meditação sem explicar um pouco sobre a relação que existe entre nosso cotidiano e essa prática milenar.

Deixo claro que o que escrevo sobre meditação tem como base minha experiência em artes marciais, um pouco de literatura sobre o tema e uma analise fundamentada no que os acadêmicos classificam como senso-comum. Este texto não tem pretensão de ensinar alguém a meditar ( se isso for possível ) , desejo apenas expor algumas situações particulares e quem sabe contribuir de alguma forma com aquele olhar intuitivo que nos mostra por uma fração de segundo o nosso interior.

Quando algumas pessoas ouvem falar em meditação, automaticamente associam com um estado mental auto induzido de apatia, abandono, enfim, coisa de bicho-grilo que não tem nada mais importante a fazer. Outras consideram uma modinha oriental praticada em algumas associações de nomes estranhos. E ainda existem os que definem claramente o que é meditação, como é praticada, para que serve, mas que cometem um grave erro ao conceitua-la como simples método de relaxamento, de acalmar o corpo e (pode parecer estranho) a mente.

Particularmente não sei quando estou meditando, será quando sinto o vento, o sol ?. Será quando paro e olho para o mar sem dizer nada, sem pensar em nada ?. Será que neste momento estou meditando?.
Aparentemente sim, quando passamos apenas a ouvir, observar e sentir o que esta em volta, sem analisar, sem ter reação ou argumentos, sem forçar nada, apenas seguindo o fluxo, este me parece ser um estado de meditação.

Mas em que resulta tal estado ?.

Traçando um paralelo com termos comuns a informática, travamos e depois "reiniciamos" (religamos). Assim como um mecanismo de auto proteção que por algum motivo se desliga para se preservar de danos maiores.
Quando "religamos" pensamos melhor e agimos de forma mais direta.

Meditar é algo que se induz ou que que vem naturalmente ?.

Podemos meditar em muitas situações do cotidiano, basta abandonar o intelecto e suas analises.
Isso poderia ser chamado de meditação induzida, definimos o momento o local e cessamos de ser o que somos para fazer parte de tudo. Mudamos o ponto de vista, nos vemos sem ressalvas e com maior tolerância para os nossos erros.

Mas e quanto a meditação natural ?.

Esse tipo esta situada justamente nos exemplos citados no inicio do texto, quando surge sem escolha, sem nenhum tipo de planejamento. Sorrir ao ver uma criança brincar, sentir o vento no rosto, brincar na chuva.

E qual seria a mais importante ?.

Nenhuma e todas a formas estão corretas e se igualam em importância.

E por que alguém iria querer Meditar ?.

Para ter uma mente mais clara, para tomar decisões de foma mais equilibrada sem a influência de nossos
pré conceitos, sem ter a visão curta, que não mostra o problema como um todo, mas como pequenas partes que nunca se encaixam. Meditar é dar-se a chance de pensar mais antes de falar, de ouvir mais antes de opinar ou interpretar, é ter respeito com os outros e principalmente com você mesmo. Meditar pode assustar porque mostra nossos erros e não podemos argumentar contra nos mesmos, podemos até justificar uma atitude injusta ou cruel de nossa parte, mas sabemos a verdade e isso nos incomoda.

Meditar é ser bom ?

Meditar antes de tudo é sempre buscar o equilíbrio, seja como a natureza, se tiver que chover chova, se tiver que brilhar como sol então que brilhe. Sol em excesso mata e chuva em excesso também.

Inserida por CarlosJorge

O passo da conversa


Iniciar uma conversa despretensiosa é quase sempre um prenúncio de tragédia. Já reparou como o passo da conversa distrai?
Mal começa-se uma conversa e pronto, distrai-se! Perde-se o último ônibus, tropeça-se, cai no buraco.
O passo da conversa parece ter a função de ninar a nossa atenção. Você está atento, mas a sua atenção foca no diálogo, esquece do mundo ao redor, transforma-o em cenário para que o diálogo se desenrole. E um bom papo desarma a gente não é mesmo?
Nos transforma em poetas, em filósofos, em heróis ou em vilões, em seres mortais ou imortais, transforma-nos em expectadores de nossa própria realidade. Desperta em nós toda humildade ou arrogância contida na mais profunda e insubstancial dimensão de nossa alma, e as fazem aflorar num regozijo de palavras fugitivas,que saltam de nossos lábios, feito prisioneiros escalando em fuga muralhas robustas quase intransponíveis, na busca por uma liberdade falseada e efemeramente transitória.
A verdade é que o passo da conversa deixa a gente mais lento mesmo, parece diminuir a marcha do tempo, conspirando para otimizar o instante que antecede a despedida, que nos torna novamente à realidade, onde distrair-se pode ser muito oneroso.
E por fim...Cessa-se a conversa, os passos aceleram, a distração desaparece, ouve-se as buzinas dos carros e sente-se o cheiro da fumaça produzida por seus motores embrutecidos, a poluição invisível faz arder os olhos e secar a garganta. Tudo volta a sua normalidade habitual. Até logo, até amanhã!

Inserida por JotaW

Parede Azul


Na carcomida parede azul
da colônia de férias dos "insetos",
os mais variados...
Aracnídeos, fungos e até platelmintos
'origamam-se' no espaço reivindicado
pleiteando o seu lugar ao sol
o seu lugar ao sul.
Como que em um molde perfeito
a massa de mira dos olhos
encaixa-se na alça de mira da TV.
Pontualmente,
sistematicamente,
completamente sem controle.
Você vai sendo moldado dia a dia!
Vai sendo castrado
convencido e se deixando convencer
de que não convence mais ninguém,
nem a si mesmo.
E como se não bastasse tal disparate
assim como os fungos, insetos e platelmintos da parede azul
confinados à insignificância de sua mediocridade
você já até gosta de estar aí como está.

Inserida por JotaW

Sonho e inspiração artística na vida humana
jbcampos

O sonho se inicia pela mente humana ao se sonhar e plasmar desejos latentes, aqueles guardados pelo subconsciente. “Tudo é possível àquele que crê”. Assim crendo no sonho ele vai acontecer. O sonho pode ser a melhor alavanca a demover obstáculos na realização de um ideal. Basta meditar profundamente sobre ele e transformá-lo em realidade.
Realizar sonho é exatamente como a fé. “A fé sem as obras é morta”. Se não tomar atitude, fica difícil a realização de um sonho.
Para ver um sonho realizado é necessária a ação, ou seja: um empurrãozinho vai bem...

Sonho involuntário

O sonho geralmente acontece quando se está acordado. O desejo de ser ou obter algo que nos impressiona gera o sonho literalmente, e este fica no caminho do sonhador através de sua lembrança. Quando se admira alguém pelo que é ou pelo que possuí fomenta-se o desejo de se fazer igual inconscientemente. E todo esse desejo produz o sonho, na maioria das vezes à maneira onírica, lúdica e surreal. Porém, é um projeto duma construção a sair do papel vegetal do arquiteto. A composição da partitura do músico. A obra prima da tela do pintor, a melodiosa letra da voz do cantor etc.

Colocando o sonho em prática

Aqui se frisa literalmente a conscientização de realizar o sonho.
O sonho é a mais pura inspiração divina, é o desejo que o consciente manda ao inconsciente que na sequência devolve-o à lembrança mental de forma intrincada, então para colocá-lo em prática há de se desenvolvê-lo decifrando-o.
O sonho é a libido d’alma, algo incontrolável. Sonho é vida!

A romã e a abelha pouco antes de acordar

Gala, o sonho “Salvador” de Dali

a. Gala, nome da musa inspiradora do gênio sonhador, o pintor: Salvador Dali, retratada pelas mãos mágicas do artista. Ninguém pode ser melhor exemplo do que esse pintor surrealista na perfeição de seus sonhos plasmados sobre painéis lúdicos. Enquanto sonha, flutuando sobre rochas e o mar em divino banho de sol na calmaria dum dia suave, assim se encontra Gala sobre tela. (Gala foi mulher de Salvador Dali).

Elefante exótico

b. O sonho do artista transforma sua obra na mais onírica poesia.
Um elefante longilíneo, firmado sobre incríveis pernas longas e finas, dá a dimensão de um sonho realizado pelo gênio, mesclado com montanhas e o mar.

c. Duas gotas d’águas cristalinas se encontrando com uma romã, em seguida um peixe cuspindo um tigre ao encontro de outro tigre, deparando com uma espingarda apontada à mulher. O segundo tigre é diferenciado do primeiro pelas garras e pelos bigodes.

Grande explorador de sonhos

Dali nessa obra explora o universo dos sonhos, a espingarda significa a picada da abelha e o despertar inesperado da mulher, o elefante, visão surreal de uma escultura oriunda de Roma. Vênus pode ser a romã com a sombra formando um coração, com o simbolismo da mulher, representando a fertilidade e a sensualidade em contrastes com as demais formas de vidas na tela.

Evolução

Esse sonho do artista pode ser interpretado também como: A Teoria da Evolução.

Projeção astral e o sonho

Há aqueles que interpretem o sonho em viagem astral, onde o corpo interno, ego, espírito, ou seja, lá o que definirem sai literalmente do corpo e viaja aos planos terrenos e extrafísicos e após essas viagens acaba concretizando o sonho na vida real. Para que isso seja possível à maneira constante, há de se treinar através da meditação profunda. Portanto, sempre com a finalidade de acionar o sonho a se transformar em realidade.

Regressão de memória

Regredindo ao passado é possível sonhar com clareza sobre a infância tendo uma percepção bem nítida daquilo do qual se havia desejado, trazendo-o ao presente, se ainda continuar sonhando com o bem em pauta e realizá-lo aqui e agora.

Hipnose e o sonho

Qual é o doente que não deseja a sua cura, pois bem, pela hipnose chega-se ao sonho induzido através de um psicoterapeuta, e isto serve também ao mundo religioso, onde se induz o fiel à conquista dos bens divinos, dos quais não se descartam os bens materiais, aplicação importante no cotidiano humano.

Pelo caminho que lhe apraz dê uma forcinha ao seu sonho e tenha-o realizado!

HTTP://pactofeito.blogspot.com

Inserida por camposcampos

►O Sentido

Indecisão, duvidoso quanto às futuras ações
Incerto na provável vinda de novas decepções
Escutando falsas insinuações.

Afinal o que é certo?
Como definir o que é realmente bom?
Será que é uma boa ideia,
Manter o sentimento imerso,
E permitir que outros se vão?

Como ter certeza do que fazer?
Um mistério que prevalece
Que não se permite esquecer
Junto a auto culpa que o segue
E a insistência começa a envelhecer
Distante, o egoísmo amadurece
E a paz vem a perecer.

Uma confirmação,
Às vezes só isso seja preciso
Uma ajuda, o estender de uma mão
Escapando de péssimos vícios.

O impossível de fato existe
Mas não há por que se prender,
Ao significado que nele consiste
Viver, alguns buscam a resposta do por quê
Não basta respirar, alguns querem desvendar
Outros desejam criar
O sentido da vida jamais se revelará
Enquanto houver tantos que não consigam apreciar.

Inserida por AteopPensador

Ás vezes eu paro e penso: - Qual o verdadeiro sentido da vida ?

Perder um ente querido é terrível, penso também no dia em que eu tiver que passar pelo sofrimento da dor e da morte. Morrer deve ser tão doloroso e assustador, a existência e realidade cotidiana por si só já é tenebrosa.

Muitas pessoas podem dizer: Mas você tem que aproveitar os momentos aqui na vida, fazer o bem e ajudar o próximo. Exatamente. Mas, e depois que tudo isso acabar?

Inserida por blogdamoranguinha

-MAIS UMA VEZ-

Caminhava em silêncio pela cidade,
Quando passei em frente à cafeteria,
Vi aquela mulher bebendo café na última mesa.
Ela lia um livro de poesia.
Fiquei observando-a por algum tempo,
Mas logo apaziguei meu coração.
O olhar dela sempre estava longe.
Longe demais para alcançá-lo.
Atravessei a avenida, melancólico por desistir mais uma vez.
Sem notar, ela me olhou cruzando a rua,
e se perguntou porque eu sempre parecia triste, mais uma vez.

Inserida por poetanonimo

►Logo Cedo

Logo pela matina o ônibus já está com sua correria
Lá pelas quatro ele passa coletando almas perdidas
Pela janela embaçada eu vejo a cidade apagada,
Caio em admiração perante a noite estrelada
Até os pássaros estão dormindo, não escuto nada
E o frio me abraça com suas mãos geladas
Mesmo o moletom da marca mais cara não escaparia da ventania
E minhas palmas clarearam, rígidas se tornaram
Meus lábios secaram, as bochechas congelaram
Até mesmo meus ossos se enferrujaram,
"Dai-nos calor", eles me suplicarão.

Passando por entre as rodovias eu encontro luzes
A estrada se deleita delas, e que assim continue
Um pouco longe dali vemos catadióptricos a surgir
E, dentre tantas faces sonolentas,
Há aquelas que foram levadas pela correnteza,
Que lentamente se renderam ao Pestana e sua delicadeza
Outras tomaram um café forte e suas colunas estão em porte
Aquele dorminhoco do Sol ainda não apareceu,
Quando preciso do seu raiar, ele tende a me ignorar.

Ruas vazias, praças sem vida, esquinas sem alegria
Neste momento do ponteiro, a comunidade é suspensa
A movimentação nas avenidas ainda está lenta.

E no retorno, contemplarei o nascer do novo dia
E uma voz em meu peito grita
"Viva!".

Inserida por AteopPensador

►Semblante Triste

Eu estava ocupado
Eu estava sendo sufocado e pressionado
Não havia tempo para escrever,
Não havia tempo para o meu lazer
Tentei confiar funções a um certo alguém
Infelizmente acabei não me saindo bem
Pensei em outras maneiras para resolver certas besteiras alheias
Fiquei atarefado, fiquei sobrecarregado
O resultado do meu trabalho solitário estava sendo esperado
Muitos estavam animados para apreciarem meu esforço,
Que por fim eu acabei por ficar esgotado
E mesmo que eu não estivesse sendo ajudado,
Fui capaz de criar algo bem detalhado e apreciável
E agora vejo como as novas tecnologias assustam de fato.

Assim como deveres de escola, ou pesquisas,
Eu possuo uma data de término e ela já pode ser vista
Lembro que mês passado escrevi muito,
Mas neste eu fui inútil
Espero que faça valer a pena o trabalho que estou tendo,
Pois a gratificação me será dada em um certo momento.

Há três anotações, rascunhos de possíveis textos
Mas creio que não continuarei com eles
Acho que só estou entediado mesmo, isso faz parte do mundo imperfeito
Mas também estou cansado de sempre fazer direito,
Enquanto os demais me tratam de qualquer jeito
Mas este texto não tem o objetivo de ser violento
Estou apenas refletindo como aproveitar melhor o tempo,
Sabe? Para que depois eu olhe para trás e não me arrependa
Mesmo que seja impossível ter uma vida com ótimas sentenças.

Eu ainda estava cuidando das dores do peito
Daquela paixão que no final acabou não possuindo concerto
Dos amigos que me abandonaram, e me deixaram com o peso
Meu corpo todo estava tenso,
Mas hoje eu não penso muito nisso, estou mais lento
Meus argumentos estão sendo melhores feitos
E tenho medo de encontrar novamente sentimentos carinhosos,
Pois minha mente está com problemas numerosos.

Temo o vazio presente em todos os meus momentos,
Pois são neles que a saudade invade meus pensamentos
Então me lembro de uma cena retirada de uma tela de cinema,
Aquela tão simples, porém, tão bela, mas que se desfaz, como a tinta aquarela
Foi então que arquitetei um plano para me tornar "ocupado",
Sem tempo para relembrar do passado
E esquecer que algum dia eu fui um refém apaixonado
Quero, e busco enterrar este fato, que será lacrado e acorrentado
Não desejo sofrer de lembranças que um dia me fizeram crer na magia do amanhecer
Agora só quero acordar e pensar no que não fazer
Meu coração se rendeu a pressão exercida pela solidão.

Este mês eu me distanciei do papel
Este mês eu mal olhei para o céu
Fui um caminhante, feito um zumbi confiante,
Que a trilha haveria de ter um antidepressivo
E eu encontrei, e felizmente foi o bastante
Sinceramente, eu estava precisando mesmo disso.

Quero escrever romances
Não por carência, e sim por que não creio em "lances"
Quero escrever sobre o que vejo adiante,
Se me tornarei novamente um amante.

Inserida por AteopPensador

Minha sina é o azar!" , dizia a moça que beirava níveis assustadores de superstição. Acreditava em cartas de Tarot, em Ciganas, no movimento das estrelas que alterava sua vida aqui na terra, e direcionava todas essas coisas como motivos para seus desencontros amorosos. Mas certa vez, enquanto carregava um copo de café super quente, correndo apressada para chegar no trabalho, acabou esbarrando em um rapaz e jogando a bebida nele. Depois de alguns gritos de dor ele disse: "Tudo bem, moça! Esse tipo de coisa acontece, com os azarados, claro." E sorriu para ela, o que a fez pensar que nem tudo era questão de má sorte, coisas acontecem quando devem acontecer, porque essa era a vida.
"A propósito, meu nome é Pedro. Se nao estiver com muita pressa, te pago outro café ". Ele disse. Viu só? Acaso...

Inserida por MatheusHoracio

INSATISFAÇÃO

Acontece a qualquer momento. Enquanto passo o pó de café, finalizo um relatório importante, ou durante a faxina de todo o santo dia. Entre uma música e outra no rádio, o silêncio abafa e escuto: fuja. Levanto as sobrancelhas e olho pros lados. Ufa. Ninguém ouviu. Esse desejo secreto, quase bandido, que faz da minha própria vida uma refém de mim mesmo.

O cotidiano é uma arma pressionada contra a minha cabeça. Despertando às 7h, horários marcados. Passa hora, passa dia, passa noite, continuo preso, sem ter aonde ir. Ando em círculos numa cela do tamanho do mundo. Tantas vias, mas tão complexas. E esse meu destino, distante, que nem sei se existe.

Por um instante eu fico feliz. Conquistei o que eu queria, beijei , escrevi, li, trabalhei, corri, comi, caguei. Mas e depois? A felicidade se esvai a cada meta alcançada. Depois só me resta sonhar e esperar de novo pela alegria da realização. No momento seguinte, acabou. A felicidade não dura, sequer, um momento.

Minha vontade de ir embora é a plenitude da satisfação, pois a rotina calculada me embrulha o estômago. “Bom dia, amor”. “Deixei a chave embaixo do tapete”. Mensagem por mensagem, deixo a mim mesmo embaixo do tapete. Deixo o eu que quer viajar. O eu sem hora pra voltar. O eu que não depende de nada nem ninguém para fazer o que quiser. É difícil ser fiel a uma rotina quando bem no fundo de mim sei que não pertenço a lugar nenhum.

Minhas roupas são escorregadias. A cadeira em que almoço, desconfortável. Até o sagrado quarto aonde descanso todas as noites é alugado. Nada é meu. Só o meu corpo me pertence, e ainda assim eu o maltrato. Às vezes deixo de comer, aperto a cinta, raspo meus pelos como se não reconhecesse minha pele. Vejo no espelho: ainda que eu fuja desta casa, continuaria preso num corpo limitado para as minhas expectativas.

Dia após dia, essa é a vida. Medrosa que é, ela se esconde atrás de máscaras, abaixo de camadas de ossos, carne, pele e roupas. Dia após dia, se camufla da morte por debaixo das músicas do rádio, barulho d’água monótona na pia e das vozes que abafam o silêncio. A vida é a insatisfação que grita no silêncio. Mas não a ouço direito pelo meu próprio medo de viver.

E assim eu me acostumei a morrer dia após dia.

Inserida por gean_zanelato

Não foi o que eu queria mas tive que aceitar
A vida pode ser rosas
E rosas podem machucar
Seus espinhos
Seu aroma
São os dias
Nossos dias
Uma história
Alegria
Uma dor que contagia
Emoção explícita
Compartilha sara feridas
Mas tem as marcas
Marcas e maresia
Uma noite na periferia
Não é para quem só conhece o dia
Dia dia correria
Não repare a linha
É torta mas é parceria
Parecia que não gatilha
No gatilho sem alegria
Um feixe de luz
Medo se compartilha
Isso é apenas um dia
Só um dia
Mais um dia

Então já olhou
Mais um tremor
Passou correndo
Levanta a mão
Não leve bala em vão
Olha pro lado
Cheio de aflição
É mais uma guerra
Polícia e ladrão
E quem sofre são apenas cidadão
Não tem mais união
Cade os irmão
A família
A nação
Precisa de salvação
Dizem que tem solução
Mas nunca vejo não
É só mais enrolação

Passo isso todo dia
Todos podem notar
Aquele que tem o poder
Não querem mudar
Aparecem uma vez
Só pra fazer esquecer
Com falsas promessas
Depois de vencer
Aqueles caras ficam rico roubando os pobres
É mais dificil ter um livro do que revolver
Acha que ninguém vai se importa
Olha as estrela, o luar, vejo mar
Veja o lixo, sujem o mar
Sujem o ar, brinquem com a pá
Finja que amanhã não há
Não da pra chorar
O sol quente evapora
E nessas horas só resta xingar
Ou apenas continuar
As rosas não são todas pra efeitar...

Inserida por MibiBernardo

Ser mãe:
Tudo muda...
Nosso corpo, nossa mente, nossa alma.
Nossas noites e manhãs e todos os próximos dias.
O cabelo, a unha e o coração também...
Tudo muda...
O conceito, a precisão, a força, o medo.
Tudo muda...
O tempo, a oração, a direção.
Tudo muda, a propósito, aumenta...
A esperança, o Amor e a fé.

Inserida por NateSeckler

Não há certezas reais da ilusão.
Está no coração
a chave para a arte
da emoção
Como prosseguir?
Desespero meu querer ser bom
ou meu dia diferente.
Reviro a mão no bolso
e nada encontro
Nenhuma chave
só realidade
Como?
Amanheço meu feriado ensolarado
que logo será chuva
desperto a prova real de quem é a ilusão,
que floresce com quem a cuida
Se não há certezas,
Prossigo assim mesmo,
Não me importa mais
Não fará diferença.
Sou convicto apático
mesmo não o sendo
esse sou eu.
Como quem vai a lugar nenhum
Redirecionando a estrada
No inconsciente me encontro
onde não imaginava me encontrar
Um encontro real e surreal
Como quem passa por mim na calçada
Sem muito movimento
De uma passagem familiar
e reaparece à minha frente.
Não há certezas
Minha confusão mental toma conta de mim
Mas sempre estive assim.
Não há certezas reais
Da ilusão
Como prosseguir?
Bordo meu coração com punhais de falsos diamantes,
quebráveis
tocáveis
superficiais
e eu não ligo
Sereno de mim, som dos campos donde vim
E com ela o invisível
sensível
num minado de mecanicidade social
Não as quero em mim
Como prosseguir?

Inserida por lmartinsc

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...

Nove de Outubro de 2015, Sexta-feira, 7:45h da manhã.

Avistei ao longe um casal de velhinhos já octogenários. Ela na frente, os pés inchados por alguma patologia, arrastava com dificuldade um carrinho de feira vazio. Ele, logo atrás, magrinho-de-dar-dó, se equilibrava em uma bengala em passos trôpegos. Verdade que não havia faixa de pedestres ali; rua tranquila, sem outros carros passando. Parei o meu e fiz sinal para que pudessem atravessar calmamente, não me custando nada esperá-los. Um meio sorriso se esboçou na fronte da senhorinha e, passo a passo, foram tomando a rua rumo ao outro lado. O senhorzinho segurou o ombro de sua senhora com uma mão para dar impulso ao passo e ajudar a bengala em seu equilíbrio, vagarosamente.

Avistei pelo retrovisor uma motociclista que vinha logo atrás em uma velocidade baixa, mas suficiente para que eu pudesse colocar o meu braço para fora e balançá-lo, em sinal de “venha devagar… mais devagar”. A motociclista ignorou o meu gesto, ignorou a esquina… possivelmente embalada musicalmente pelos fones de ouvido logo abaixo do capacete. Ultrapassou o meu carro e freou bruscamente em cima do casal de velhinhos. O susto foi tamanho que os dois foram ao chão… corpos, bengala, carrinho de feira, respeito, civilidade. Tudo caído no asfalto.

A motociclista continuou “empinada” em sua moto e não fez nenhuma menção de ajudá-los, não moveu um músculo sequer… e eles estatelados no chão. Abri a porta do meu carro e saí e, antes que eu pudesse fazer algo, o velhinho, com toda a dificuldade e com certa rapidez olímpica para a sua idade, se levantou do chão, levantou a sua senhora com os joelhos ensanguentados e pegou a sua bengala. Em pé na porta do meu carro, pude ver uma cena similar às populares surras que ocorreram nas novelas globais “Senhora do Destino” e “Celebridade”. O velhinho, juntando as forças de seus braços magros, “empunhou” a sua bengala como se fosse uma espada e, como se tivesse tomado um elixir da juventude, desferiu golpes na motociclista posuda. Um, dois, três, quatro, no retrovisor da moto, no ombro dela, no tanque na moto, nas pernas dela. Aí sim, ela reagiu, se movimentou, pois AGORA sim, era com ela, antes não! Ela começou a gritar “velho louco! velho louco!” e ele, com a sua “bengala-sabre-de-luz”, tentava fazer alguma justiça com as próprias mãos, ainda muito trêmulas, pela idade e também pelo susto.

A motociclista arrancou a sua moto dali “gesticulando palavrões” deixando o velhinho ainda agitado e nervoso. Deixei o carro em direção aos dois para prestar alguma ajuda, pois os ferimentos físicos e emocionais eram visíveis. Peguei a minha garrafinha de água e ofereci a senhorinha sentada na calçada. Perguntei se poderiam entrar em meu carro para levá-los até o Pronto Atendimento, mas não aceitaram, alegando que estavam bem e precisavam fazer a “feira do mês”, em um supermercado próximo dali. Se levantaram, sacudiram a poeira; a senhorinha enxugou o suor e as lágrimas com um roto lenço, ajeitou seus cabelos e também o boné na cabeça de seu senhor, e, ambos, continuaram os seus vagarosos passos apoiados um no outro (creio agora que mais tristes e decepcionados do que quando se levantaram pela manhã).

Isso tudo não durou 5 minutos de relógio, e escrevo para que fique uma pequena eternidade em registro. Foi tudo muito rápido, mas não pude deixar de notar que, no veículo da descerebrada motociclista estava adesivado: “Livrai-me de todo mal, amém”.

No mínimo, irônico.

Inserida por nivea_almeida

Hoje eu prefiro: VALSA!
Há vantagens no transporte público. Ler um livro, ouvir histórias interessantes de desconhecidos que por alguns minutos pensam que você é um terapeuta ou um guru capaz de dar respostas prontas aos seus dilemas... e a mais valiosa na minha opinião: observar! Hoje, o que me comoveu foram os passos acelerados. A urgência em chegar! O som aos meus olhos era foxtrot mas a melodia do meu peito era bem outra. Hoje prefiro uma valsa. Minha única urgência é ser mais gentil com o meu próprio passo.

Inserida por Cianelopes

►Um Lugar Para Um Louco

Talvez eu esteja ficando louco,
Pois, hoje eu fiz das minhas paredes uma plateia
Sozinho no quarto, fico conversando com elas
Um antissocial em busca de um lugar ideal,
Que algumas vezes possuí pensamentos surreais
Sem conseguir controlar os instintos naturais.

Talvez eu esteja excluído deste novo mundo,
Um mundo dominado pela alienação do adulto ao jovem prematuro
Não consigo raciocinar como podem existir pessoas ocas,
Sem consciência para pensar, refletir, que não falam nada quando abrem a boca
Sinto como se fosse o único a testemunhar a impotência das outras
Há quem diga que isso se deve ao controle das grandes potências
Mas, como duvido de tudo, devo discordar,
Há sempre a suspeita sobre o que possa ser lido
Pois, feito uma moeda, existem verdades com mentiras encobertas
Com uma simples opinião, digo que as pessoas já foram mais espertas
As mentes delas hoje estão desertas, aceitando ideias discretas
Leiloando seus pensamentos, à procura de uma ótima oferta.

Há brasileiros nos jornais, sobre atos judiciais
Entre os envolvidos, jovens sem diploma, com ideias criminais
E eu aqui pensando que os adultos eram os que deveriam guiar o bando
Mas o mundo, como sempre, está mudando
E hoje já não sei mais como aderir ao pensamento mundial,
Se todos são influenciados com gestos brutais,
Como o atentado na Europa, com cheiro de pólvora.

Talvez minha mente não esteja bagunçada como a de Darko
Posso até não carregar esse fardo,
Mas nada acontece por livre a caso
Poderia ser a teoria do caos, de fato
Seria eu mais um lunático solto no mundo a fora?
Ou apenas uma pessoa comum, sem defeito algum?
Pois, da atualidade, sinto que não faço parte
Nas músicas da moda que sempre me incomodam
Das brincadeiras da infância sinto saudade
Os novos estilos me dão sono
Os clássicos são os que amo.

Escolho então fechar a porta, e conversar comigo mesmo
Melhor falar sozinho, do que discutir com um mundo sem jeito
Seletivamente eu separo as palavras que aqui escrevo
Cuidadosamente tento meditar, em um texto reflexivo
Mas a barulhada do lado de fora atormenta meu lado pensativo
Fecho então as janelas, e silencio meus ouvidos,
Afim de escapar deste mundo que está em declínio
Que essa infecção de pessoas sem noção não chegue aos meus filhos
Hoje posso ser um jovem sem direção,
Mas mesmo sem saber onde ir, eu me perco entre meus textos líricos,
Sem ferir ninguém, sem fazer mal ou bem
Apenas estou aqui, escrevendo, com sentimentos.

Inserida por AteopPensador

Como encaramos a morte?
Será que quando falamos em morte , falamos somente do corpo que cessa suas funções e se decompõe inerte?
Há várias mortes, posso afirmar.
A morte não é somente aquela que está a sua frente, como um acontecimento futuro. A morte permeia nossa vida a cada segundo que se passa, isso porque tal momento não se repetirá, apenas ecoará em lembranças que com o tempo também serão sepultadas.
Cada hora de nosso passado, findado, pertence a morte.
Com esse pequeno pensamento, podemos concluir que a vida, deve ser bem valorizada e bem vivida.
Se valorize, de valor ao seu presente, viva alegrias, deixe as tristezas para depois, sorria, cante, ame, dance. Largue o sofrimento e o que lhe faz sofrer. Tenha conceitos e aprenda a se desfazer deles também.
Uma vida plena se faz no presente. Pois a cada segundo que se passa, morremos um segundo.
Viva.
Pense, reflita.
Paz e bem.

Inserida por Massako

Se queres uma vida mais tranquila, cuidado com os apontamentos que você faz.
Toda vez que apontamos um dedo para alguém, automaticamente três dedos se voltam para nós.
Essa lição que nosso próprio gesto nos dá, mostra que devemos ser cautelosos quando fazemos qualquer apontamento.
Se há três dedos voltados para nós, isso é um sinal de que devemos filtrar toda informação, julgamento e conceitos, antes de emitir uma opinião.
Passar pela peneira das reflexões todas informações recebidas, também é um ato salutar que fará com que filtremos o que é útil ou não a nós.
Quanto menos apontar, menos julgo estará fazendo, menos crítico será. E lembre-se que você só conseguirá enxergar as falhas que você conhece. Assim, tome cuidado ao detectar uma falha de caráter ou qualquer outro tipo de falha em alguém, pois se reconhece, você as têm.
Há uma reflexão que diz que; Se alguém lhe procura para falar mal de alguém, você deve buscar entender o porquê aquela pessoa lhe procurou.
Limpe sua alma.
Pense, reflita.
Paz e bem.

Inserida por Massako

Reflita que fazer o que é certo às vezes é muito mais difícil do que fazer o que é fácil.
Fazer o que é certo exige postura, exige conhecimento, exige razão e não raras vezes exige sacrifício. O que é fácil, o nome já diz tudo.
Vivemos de escolhas, e essas determinarão nosso sucesso ou fracasso no nosso presente e no nosso futuro.
Escolher o que é certo, perpassa por decisões que exigem compreensão sobre a ação que estará sendo tomada. Por isso, muitas vezes escolhemos o caminho mais fácil e justificamos nossas escolhas, dizendo que foi a melhor atitude a ser tomada. Será?
Será que não faltou reflexão, pensamento ou razão, antes da tomada da decisão?
Pense, sempre teremos caminhos a nossa frente e a cada escolha, traremos para nós um resultado diferente. Por isso, reflita nas suas escolhas e se possível, escolha sempre o que é certo a se fazer, independente das consequências, pois, é salutar estarmos bem com as nossas decisões.
Não se anda na lama sem se sujar os pés. Mas você pode decidir não andar.
Pense.

Inserida por Massako

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