Cronica Escolas Gaiolas Escolas Asas Rubem Alves

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O MAIOR SONHO DE LUDOVICO

CRÔNICA

Os sonhos é que nos movem. No dia que deixarmos de sonhar morreremos. Há sonhos de tudo quanto é jeito: os sonhos possíveis de serem realizados e os impossíveis; sonhos bons e sonhos ruins, sonhos estranhos, sonhos bobos...
Veremos a seguir um sonho não muito comum de se ver; que o achei engraçado.
Ludovico já estava com a família criada e aposentou-se ainda com uma boa idade.
Mas,só alcançou esse benefício devido a um acidente de trabalho; segundo comentários que circulam a “boca miúda”, entre a torcida do Cruzeiro, Atlético e América...
É que, foi o Ludovico que adiantou esse processo: provocando sua propria queda do quarto andar de um prédio em construção, onde trabalhava como ajudante de pedreiro.
Quebrou-se todo, e foi tido como morto por muito tempo, por populares e pela equipe de saúde do Serviço do Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
Depois de dezenas de cirurgias...
Ficou internado numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) sobrevivendo com o auxílio de aparelhos, um ano e oito meses.
Abaixo de Deus uma árvore, plantada no passeio, também deu uma demão para sua sobrevivência: amortecendo o impacto da queda. Hoje, ele leva uma vida quase normal.
Se foi verdade o fato de ter sido ele o autor dessa loucura, apesar do sofrimento, o plano deu certo:
pois, logo depois desse ocorrido ele já estava recebendo seus parcos recursos da Previdência Social. Mesmo antes de receber alta do hospital.
Mas... Por um triz não perdera a sua tão preciosa vida!
Ludovico vivia dizendo que o dinheiro da sua aposentadoria era muito pouco, então, complementava sua renda fazendo pequenas “catiras” de celular,relógio etc., e, compras e vendas de ferro velho;
apesar de Messias, sua esposa, viver implicando com ele principalmente por não ter na casa um espaço adequado para acondicionar os materiais que ia adquirindo, e por não haver tanta necessidade daquele serviço extra.
A mulher estava certa: é sabido que o saldo de Ludovico no banco era “gordo”. Até já andou emprestando algum dinheiro a juros altos,tempos atrás.
Mas, depois de levar alguns "calotes" desistiu dessa atividade.
.
Ludovico não serviu ao Exército para não “prestar continência”- continência se presta com a mão aberta.
Pensa num sujeito “seguro”! "Mais seguro do que papagaio no arame". Assim era ele. “Não comia banana para não jogara a casca fora”.
Dona Messias, mais católica do que o Papa,era mais “mão aberta” digamos assim; e sempre carregava umas pratinhas na bolsa para dar de oferta,na congregação que frequentava;
mas o Ludovico...
Messias vivia pelejando com o marido para levá-lo ao santuário católico; mas perdia o seu tempo: ele só ia mesmo à igreja, quando a missa era de “ações de graças”.
Não se via coletores de ofertas nessas liturgias.
Estava explicado então, o verdadeiro motivo de tanta resistência de Ludovico em não cumprir suas obrigações da fé religiosa,com denodo como Messias gostaria.
Havia mesmo "cobra em seu bolso!"
Muito bom vizinho, o Ludovico, de vez enquanto vinha ter comigo: para propor um negócio qualquer, contar causos; quando era novo bebia "umas e outras" e bateu num delegado. Disse em certa ocasião.
E, numa dessas muitas prosas revelou-me, o seu “maior sonho na vida”, que me deixou de cabelos brancos:
Ele gostaria de ser enterrado no Cemitério de Ribeirão das Neves; sendo que morava em Belo Horizonte; numa região bem servida por outras opções de sepultamento.
“Como é que pode uma pessoa ter um sonho assim!" ... esse questionamento insistia em ficar comigo.
Se ele fosse residente ou natural dessa cidade, ou tivesse parentes por lá, seu desejo seria mais justificável.
Como, quase mineiro que já sou, fui matutar aquilo.
E, “Zé matuta matutou... matutou... Matutou”. E não achava o motivo do seu desejo maior de Ludovico;
“Não tenho pressa mesmo, uma hora dessa eu descubro o verdadeiro motivo disso.” Pensei.
Passaram-se quinze longos anos até que a verdade veio à tona!
Pela boca do próprio Ludovico:
“O bom de ser enterrado em Ribeirão das Neves é o preço baixo da taxa de enterro: é bem menor do que na capital.”
Pronto!!! Mistério revelado!
Eu já tenho visto muito sujeito “pão duro”, ”mão de vaca”. Mas como esse foi o primeiro!
Onde já se viu uma pessoa se preocupar em obter um desconto financeiro depois de morto! como dizia os antigos: É "vivendo e aprendendo!"

28.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

UM JOVEM LOBO ENTRE NÓS

CRÔNICA

Para quem não sabe “lobo” é um termo que as comunidades evangélicas usam muito para denominar o personagem que se veste de pele de ovelha; surge de fora ou do próprio seio das instituições religiosas, e se aproveita da boa fé dos fiéis, para levar alguma vantagem qualquer.
O "joio" nasce e cresce, juntamente com o "trigo". Há uma informação tipo assim no texto Sagrado.
E, praticamente torna-se muito difícil viver longe do joio, ou evitar um dano que ele causa; o lobo é sempre muito astuto.
Percebi uma particularidade curiosa quanto a esse “intruso”:
quando o lobo é de fora - de lugares distantes -, ao se dirigir a uma localidade qualquer, a sua boa fama vai a sua frente e chega primeiro que ele, a tal destino;
isso facilita muito suas ações de “trapacear” e aplicar seus “golpes” fatais.
Todo lobo têm uma boa “lábia” - como geralmente são os estelionatários-,daí mora o perigo das pessoas serem ludibriadas mais facilmente!
No início da década de 1980, poucos anos depois da minha conversão ao cristianismo e o meu ingresso numa entidade religiosa;
a mocidade era “fogo puro” (muito espiritual),na fé, no evangelismo, nas orações nos ensaios e nos louvores... E dávamos bom exemplo no testemunho cristão.
Uma vez por mês havia um culto sob a direção dos jovens nessa igreja que eu congregava.
Esse evento era muito “badalado” (era anunciado aos quatro cantos) por lá.
Convergiam ao lugar, jovens de algumas cidades da redondeza para participar conosco daquele trabalho.
Alegrávamos muito no Senhor, e na comunhão com os jovens irmãos visitantes.
Era um intercâmbio interessante aquilo!
Eu, naquele grupo de jovens era o mais “erado” (o mais antigo da turma),e já acumulava um pouco de experiência na fé, apesar de ser ainda um novo convertido.
Próximo da edição de mais um desses cultos mensais de jovens, estávamos todos ansiosos e desejosos que chegasse logo aquele dia.
A fama de um jovem “muito abençoado” havia chegado a Campos Belos, exatamente por ocasião do culto que iria ser ministrado por nós, jovens, daquela comunidade;
o mesmo, viria da cidade vizinha de São Domingos-nordeste de Goiás (mas, ele não era morador daquela instância, ninguém sabia sua origem), e poderia sim ter uma chance de ministrar a palavra de Deus naquele evento que iríamos realizar;
pois, já se sabia que ele era “muito usado por Deus com o "dom da pregação”.
Geralmente o presidente da mocidade dirigia aqueles trabalhos religiosos.
Nos dias que antecederam o referido culto; e, fazendo o papel de um conselheiro, orientei o Jamil, que na época estava como presidente da mocidade (posteriormente fora consagrado a presbítero);
que, não seria bom dar muita “liberdade” (no decorrer do culto) àquele visitante; nosso desconhecido, e que apenas permitisse a ele somente a oportunidade de uma pequena saudação.
Fiz tal sugestão pensando evitar um mal maior na seara do Senhor...
No ensaio dos louvores do conjunto de jovens na tarde do dia “D” do tal evento, quem estava lá?!
Exatamente o jovem visitante, tão esperado por toda da irmandade;
o Levigone! "De carne e osso!"
Ninguém imaginaria a que veio. E o que predominava em nós era a inocência.
Ele não perdeu tempo pois tinha urgência...
Levigone nesse ensaio, já teve logo sua primeira oportunidade de dizer alguma coisa;
mas, teria que ser breve as suas ponderações.
Na verdade Levigine nem queria falar naquele momento: pois como uma cobra ele sabia a hora certa de "dar o bote".
Mas, para não “chegar calado e sair mudo”...
Abriu sua ferramenta de trabalho a “arma de dois gumes” – a bíblia, que a usava como facilitadora do cometimento de seus delitos e como esconderijo.
E cravou em minha memória e na memoria de muitos para sempre, as palavras de Deus saída da boca de São Paulo:
"Mas como está escrito: as coisas que o olho não viu,e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam "(I Cor 2.9).
E baseado no referido texto acima, que lera para nós, fez um emocionante comentário em que muitas lágrimas rolaram dos olhos “simples” daqueles jovens.
E no pouco que falou deu para se vê, que Levigone era mesmo "terrível" na arte da oratória!...
Mas, "suas unhas" só mostraria mesmo, depois...
Ele não teve a receptividade que gostaria de ter, por parte da mocidade e da igreja; foi recebido com uma certa frieza.
Mas, ”tem problema não: se não dá de um jeito dá de outro.” pensava o jovem lobo.
Mudou o foco e já pensava em alguma possível vítima fora da igreja, na sociedade campo-belense.
Então,o joio irmanou-se ao trigo de maneira que não dava para saber “quem era quem”. E, andava com os crentes como se fosse um dos tais.
Para cima e para baixo lá ia ele “enturmado” com os servos do Senhor como se fosse um dos escolhidos de Deus.
O tempo passou...
Não é que o culto estava ruim naquele dia, longe disso. Mas naquela noite não sentimos muita alegria no espírito.
O clima na congregação estava meio tenso, e com poucos “glórias a Deus e aleluias”; para um povo pentecostal aquilo não era muito comum.
Percebi que havia algo estranho no ar...
Após o término do trabalho ofereci uma carona para o primo Jamil, que ainda morava com sua mãe no Brejinho – saída para Brasília.
Parei o fusca na frente da sua casa e ele já foi me dizendo:
- Primo, você não imagina quem passou hoje à tardinha, aqui em frente, dando tchau pra mim!
- Não tenho a menor ideia! Disse a ele.
- Foi o Levigone, o jovem lobo que estava entre nós.
- Como você soube que ele era um lobo?! O interroguei.
- Fiquei sabendo que o mesmo, fora embora, depois de roubar o corcel II de Zé da farmácia.
Sabemos que Deus fala de muitas maneiras...
Então resolvi fazer uma prova disso e lancei um desafio:
Combinei com o Jamil: - vou abrir a minha bíblia no escuro da noite, e você vai pôr o dedo na página da mesma;
e vamos ver qual vai ser a palavra de Deus para esse tipo de pessoas?
- Vamos! Concordou comigo.
E, segundo as sagradas letras “o que for acordado a cerca de uma boa causa aqui na terra será confirmado no céu”.
E assim o fizemos: abri a minha bíblia, e o primo colocou o dedo indicador da mão direita em uma das páginas do livro Santo, e acendi a luz interna do veículo;
e qual foi a palavra do Senhor para o jovem lobo que estava entre nós?!
Fora a seguinte:
"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior,enganando e sendo enganados" (II Timóteo 3:13).
E São Paulo nos revela o verdadeiro perfil moral e espiritual dos lobos que podem está por aí entre nós:
“... os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo,mas a seu ventre: e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples (Romanos 16.18).

31.08.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Crônica 02

Ontem eu encontrei as cartas que você me escreveu. Em poucos minutos vi acontecer nosso pequeno romance. Vi a minha pressa para escrever uma meia dúzia de termos carinhosos, porque eu sabia que ia você ia gostar. Nada que possa ser chamado de literatura. Eu já não sei o amor é paciente ou a solidão que é exigente.
Relembrei por que gosto de cartas. As imperfeições da letra de cada pessoa ficam marcadas pela tinta, e você não tem a ânsia de mandar o que acabou de escrever para alguém, como em um email. Você pode parar para pensar antes de entregar, mudar as palavras, apagar algumas frases. Quem sabe até nem entregar. Deve ser por isso que os amantes não mais mandam cartas. O silêncio perdeu seu lugar e o amor já virou notícia.
Após terminar a leitura, percebi que nosso romance era mais crônica que poesia. Percebi que algumas coisas mudaram. Agora eu me importo um pouco mais com a minha saúde, comecei a fazer exercícios físicos. Compreendi o real valor da liberdade, descobri que era eu mesmo que criava as minhas prisões, e já consegui sair da maioria. Não é tão fácil demolir uma obra que você levou tanto tempo para construir, e mesmo que você perceba que é algo que te faz mal, o orgulho se separa da razão no momento em que ela destrói suas convicções. Mas isso passa quando você descobre que existe sempre o outro lado.
Apesar das mudanças, algumas coisas continuam iguais. Ainda sou o mesmo bobo de sempre, quase um personagem de uma comédia romântica. As alças da minha mochila permanecem desajustadas, e de vez em quando caem, e eu tenho de arrumar. Continuo acreditando que vale a pena se arriscar por uma ideia, e acredito que se empenhar já é mudar.
A escrita e a fala têm a mesma pretensão tola de sintetizar as emoções, o calor e a frieza de um momento, o modo como você se sente quando o mundo te enxerga. Na escrita você tem a possibilidade de trabalhar as figuras linguagem, como um filtro ou uma lupa para os sentimentos, na inocente certeza de que está alcançando seu objetivo. O que é uma hipérbole comparada ao momento em que você está olhando dentro dos olhos da pessoa amada logo antes do primeiro beijo? Se alguém ironiza a vida, o que é mais irônico que escrever sobre algo que não vale a pena?
Guardei as cartas no fundo da gaveta, enquanto um pequeno sorriso me tomava o rosto pela lembrança do ponto final após o “infinito”.

Inserida por petronio.olivieri

Crônica moderna.

Fazendo atendimento, olho para colega que estava se retirando e brinquei : uai está na hora não. Olhos arregalados responde: é que entrei mais cedo, o engraçadinho ao lado veio com a seguinte pecha "xará você é que chega cedo, saindo de casa as pressas parece que não tem mulher lá". Cliente que estava comigo olha de soslaio para ele como se tomando as dores solta o seguinte: amigo de que adianta você se retardar em casa mesmo tendo algo bonito mais que não usa. O engraçadinho baixou a cabeça e se recolheu

Inserida por pauloclopes

CUMPRINDO O "IDE" DE JESUS

CRÔNICA

“Quem ganha uma alma sábio é...”
Segundo os evangelistas do NT, Jesus orientou seus discípulos a irem pregar o Evangelho da paz, por todos os lugares, por onde fossem.
“Em tempo e fora de tempo”.
Isso nos remete a duas situações: "Ir" a luta (ação) ao encontro das almas perdidas, como Jesus foi; e o fato de se “criar” situações para falar do amor de Deus a determinadas pessoas,como Jesus fez no caso da mulher samaritana.
Essa ordenança do Mestre aos discípulos, para que fizessem mais discípulos (ovelha gerando ovelha), foi uma ordem extensiva também a todos àqueles que abraçarem a fé cristã; e continuará a perdurar até a sua volta.
Pregar e ganhar as almas para o reino de Deus, não é um privilégio dos anjos ( e olha que eles gostariam muito de terem essa missão,mas isso não foi possível), do pastor, dos obreiros; mas, é uma obrigação de “todos” os salvos em Jesus.
Então, a obra de Deus conta com esses “trabalhadores” para crescer e frutificar.
Imagina só!... "Trabalhar para Deus!..." Que bom não é?! Mas...
O salário é o "amor".
E sempre há vagas!
“Como ouvirão se não há quem pregue, e como entenderão se não há quem explique”?
Portanto, "Ele nos impôs essa obrigação" e, "ai de mim se negligenciá-la" disse o apóstolo Paulo.
Quando convertido à fé cristã, eu queria falar de Jesus para o mundo inteiro ouvir; queria que todas as pessoas servissem a Deus, como eu estava servindo.
Havia um prazer incomensurável e incontido no meu coração, e eu só queria mesmo era compartilhar aquele júbilo com mais alguém.
Aquela satisfação era com certeza resultante da liberdade que o Espírito Santo encontrava na vida da gente.
No nosso relacionamento havia uma “folga”; e era bom está com Ele. E quando a alegria no Espírito aflorava dava para sentir que “a recíproca era verdadeira”.
Mas, eu não andava devagar com “o andor” como diz o ditado: era meio fanático, quanto a maneira de pensar,de agir e de falar das "boas novas" de Cristo.
Certa vez tentei proibir minhas irmãs de assistirem suas novelas preferidas, lá em casa; mudava de canal ou desligava a TV. Aí, o “caldo engrossava...”
Às vezes tinha que sair numa velocidade!...e evitar um problema maior.
Eu estava totalmente equivocado: pois, não é “por força ou violência”, que a gente vai fazer as pessoas entender o que deve ser melhor para suas vidas.
Mas, somente o Espírito de Deus pode trabalhar no coração do homem.
Admito meus erros em dados momentos, ao cumprir o “ide” de Jesus:
pois na tarefa de falar do seu amor, eu realmente incomodava muito, às pessoas.
Porque me faltava mais qualificação, ou mais sabedoria, para isso.
Como mensageiros de Cristo, não devemos levar as coisas a "ferro e fogo" ou sobrecarregar as pessoas pelo muito falar.
O alimento da palavra de Deus deve ser dado com moderação;
assim como se deve observar as leis da nutrição quanto a quantidade, a qualidade...
Para que o nutriente cumpra sua função de dar a vida e não a morte.
Mas só soube dessas verdades muito depois.
Tudo deve ser no tempo de Deus, na vontade Dele. Aprendi que a persistência e a prudência é o segredo do sucesso de quem faz a obra do Senhor.
Certa vez, fiz um “pacotão” contendo bíblia, harpa Cristã, revista da escola dominical, jornal Mensageiro da Paz;
folhetos evangelísticos, e uma carta com oito laudas e trinta e sete referências bíblica e o enviei ao amigo João, fiscal da Receita Estadual; que havia sido transferido para uma cidade no estado do Tocantins;
pois desejava muito que ele aceitasse Jesus como Salvador; éramos muitíssimos amigos e parceiros de jogos de damas e xadrez.
Tempos depois, João regressou a minha cidade,e fiquei sabendo dele ter dito a uma pessoa, que eu estava meio "chato"com aquele “negócio de Jesus”;
mas a mim, fez uma declaração diferente e interessante:
disse que a bíblia que eu o havia lhe dado, e a carta que recebera, iria acompanhá-lo pelo resto da sua vida.
Verdade ou não, isso não importava muito para mim; eu queria mesmo ser “chato” e falar das boas novas de salvação a todos que cruzassem o meu caminho.
O certo é, que nos foi “imposta essa obrigação” tão sublime (ganhar almas para o reino de Deus), não pode ter uma honra maior do que essa.
Cumprindo com as obrigações de Jesus, eu fui falar do seu amor a uma alma que estava internada na "Casa de Saúde" de Campos Belos.
Convidei a tia Lídia Vieira, para me assessorar nessa tarefa;
ninguém melhor do que ela na cidade para essa tão nobre missão:
pois, além de ser uma das fundadoras e lideres da instituição religiosa a qual eu fazia parte:
era (é) também a própria mãe do paciente que estava em tratamento naquele hospital, que estava na pauta dessa visita.
O primo Jamil estava mesmo muito debilitado.
Havia contraído uma terrível febre amarela no estado do Pará, quando se aventurava nos garimpos de ouro, daquela jurisdição, em companhia do seu velho pai, o tio “Vieira” como era conhecido.
O Jamil pensava muito em morrer sem Jesus e sem salvação.
Quando comecei a lhe falar do plano da salvação, que Deus traçou para o homem, parecia que ele bebia aquelas palavras.
Antes de despedi-me dele, fui ao carro e peguei uma literatura cristã, “O Coração do Homem” para que ele lesse.
Pronto!
Era tudo o que o Espírito Santo precisava para concluir a obra de salvação em sua vida.
Disse-me depois que desde o primeiro momento que começou a leitura daquele livreto; seu coração “ardia” de coisas boas.
E a partir de então nunca mais foi o mesmo: “as coisas velhas passaram e eis que tudo se fez se novo” em sua vida.
O Espírito Santo o convenceu do pecado da justiça e do juízo.
Aceitou Jesus como único e suficiente Salvador de sua vida! Numa igreja mais próxima da sua casa, naquela igrejinha que fora demolida na Vila Baiana..
E, não parou mais de caminhar com os salvos, para a Canaã celestial.
Até hoje, o Jamil da tia Lídia, têm dado um bom exemplo cristão;
e sempre cooperou grandemente na obra de Deus:
foi presidente da mocidade, diácono e atualmente é presbítero da Igreja Assembléia de Deus em sua cidade.
E nesse caso e noutros, me senti muito honrado de cumprir com o "ide" de Jesus, nosso Senhor!

04.09.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

"GRAÇAS A DEUS"

CRÔNICA

Estejam sempre alegres, orem sempre e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês (1 Tessalonicenses 5:16-18).
“Cobra de vidro”, como era conhecido não saia do bar de Betinho, tomando pinga com mel...
O irmão João e a irmã Maria, seus pais, viviam intercedendo a Deus por ele para que o Senhor usasse de misericórdia e o libertasse daquele maldito vício.
Mas, Jucélio só pensava “nela” na bebida.
O levei à igreja evangélica no Céu Azul, num certo domingo de abril, onde participamos de um culto abençoado.
A pregação daquele dia tocou-lhe bastante.
Falava do “amor de Deus que pode nos tornar mais fortes para enfrentarmos os problemas da vida."
Depois do sermão, o pastor regional fez o apelo aos visitantes, que ainda não professavam uma fé:
“Caso haja em nosso meio,alguém interessado em seguir o caminho maravilhoso de Jesus se manifeste!”
Jucélio, já envolto em lágrimas, não resistiu o apelo, e levantou as duas mãos em sinal de aceitação a Jesus, como Salvador de sua alma.
Mas, ele não rompeu muito tempo na fé cristã, e voltou para o “mundão”.
Começou novamente ser visto nos ambientes mundanos.
Gente boa o Jucélio! Trabalhador e muito prestativo. Tínhamos uma boa afinidade.
Quando nos víamos era uma alegria só. E me cobrava uma visita à casa de seus pais para conhecê-los.
Jucélio, mais recentemente, fez a opção de morar nas ruas do bairro onde foi criado;
em “malocas” com os seus antigos companheiros de bebida.
Já estava usando armas. Na última vez que nos encontramos foi na praça da igreja matriz, do bairro Lagoa, região de Justinópolis.
Depois dos nossos cumprimentos, puxou da cintura uma enorme faca de aço inoxidável de 12’ polegadas, que clareou na luz do dia, ofuscando a minha visão.
Pedi a ele que guardasse aquilo, pois era perigoso se cortar com ela e também poderia ter algum policial o observando.
Atendeu o meu pedido, e voltou com a lâmina fria, para a cinta, sem bainha mesmo.
Ainda que vivendo a perambular, não deixou de me convidar a visitar seus pais.
Desta vez, não me foi possível resistir; e fui com ele fazer aquela visita.
Parece que seu velho pai, o irmão João, nos aguardava, e nos recebeu no portão, com alegria.
Quando o cumprimentei com a “paz do Senhor” como usam fazer os santos, ele respondeu-me com um “graças a Deus”. E nos convidou a entrar na sua humilde residência.
Como uma boa mineira a irmã Maria, nos ofereceu queijo fresco e cafezinho feito na hora, com uma fumaçinha subindo da beira da xícara.
Na despedida, seguindo um velho costume ainda muito usual no seguimento evangélico, li um texto na bíblia sagrada e oramos coletivamente antes de seguir meu caminho.
O irmão João não conseguia dizer palavras alguma, em diálogos que tentava fazer, a não ser “graças a Deus”.
Então, despedi-me dos demais, e o irmão João, muito cortês, acompanhou-me até o portão;
ao despedi-me dele com a paz do Senhor, novamente ouvi da sua boca, o último “graças a Deus” da sua vida.
Tempos depois, encontrei-me com o seu neto:
- “Roger, outro dia estive na casa do seu avô e tudo que ele ia falar só saia “graças a Deus” da sua boca, eu fique preocupado com aquilo.
- Te explico:
tempos atrás ele sofreu um fulminante Acidente Vascular Cerebral (AVC), e, esse problema de saúde afetou a sua fala e memória, de tal maneira que ele esqueceu-se de todas as palavras que você possa imaginar; menos o “graças a Deus”.
Aquela expressão de gratidão do irmão João, o acompanhou ao túmulo.
“Quão grandioso é o nosso Deus!” A sua "graça", na vida de seus servos, atrai os pecadores a Cristo. Por isso, ela deve sempre está presente na vida do cristão.
A doença poderá tirar todas as palavras da mente de um salvo.
Mas, neste caso especial, ela não pôde tirar a palavra de agradecimento "graças a Deus" da cabeça do irmão João;
porque ela não estava mais lá, e sim no coração.
A grata palavra a Deus é o que fica!
Graças a Deus!

- 07.09.16.

Inserida por NemilsonVdeMoraes

EI NEMILSON!...

CRÔNICA

É sempre muito bom, quando vivemos numa terra, distante das nossas origens,e de repente encontramos um conterrâneo.
Residindo na capital mineira por pouco tempo, fui ao centro da cidade para comprar uma camiseta com um preço mais em conta;
entrei na antiga Mesbla Magazine na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Curitiba;
mas, não achei graça no preço da referida vestimenta, por lá.
Como bom 'pechincheiro' que sou, fui visitar outra loja, a C & A, e segui pela Rua dos Tupinambás, no sentido a zona sul.
Logo depois que cruzei a Rua, Rio de Janeiro, ouvi alguém gritar o meu nome no final do quarteirão à frente: “ei Nemilson!... ei Nemilson!...”
Que bom!... Alguém me chama!...
Se for um conhecido meu, lá do nordeste de Goiás, vai ser uma alegria muito grande! Pensei comigo.
Apurei os sentidos e fui me aproximando do emissor daquela voz; insistente:
"Ei Nemilson!..."
Mais próximo desse chamamento, a “fixa caiu”:
ele não estava preocupado com a minha pessoa,não era um conhecido meu e nem um conterrâneo: tratava-se de um vendedor de mangas.
Naquela época a moeda corrente do nosso país, ainda era o “Cruzeiro”; então, poderia se dizer:
“Vendo isso ou aquilo, por mil cruzeiros, dois mil cruzeiros..."; e assim por diante.
O camelô trabalhava numa banca na esquina da rua que eu estava, com a Avenida Amazonas, e não era o meu nome que ele pronunciava, como pensei inicialmente;
mas, ao oferecer suas frutas eu entendia direitinho como sendo: "ei Nemilson!"
A história mudou e a verdade clareou, quando pude ouvir nitidamente:
“Três é mil!... Três é mil!... Três é mil!...” - Três mangas por mil cruzeiros.
Por aquele apelo não se tratar de ‘ei Nemilson’ e nem de alguém da minha 'terrinha'.
Afastei-me do alcance sonoro daquele apelo comercial; um pouco melancólico, pois, eu desejava tanto encontrar um amigo, naquela “selva de pedra”...
Tão bonita! Mas ainda tão estranha!...

16.09,16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

O 'SABER’ PRECISA SER REPASSADO

CRÔNICA

As artes, as tradições, os bons costumes, a circulação das informações,os saberes; devem ser perpetuados de geração em geração. Para que a cultura de um povo não morra.
Não devemos ser egoístas, a ponto de reter só para nós, o conhecimento, e a capacidade de reałizarar algo proveitoso,que um dia nos foi dada.
O compartilhamento com o próximo, daquilo de bom que chegou a nossas mãos e nos faz bem, é sempre muito bem vindo para a alegria e o bem-estar do nosso irmão menos favorecido.
Geraldo, foi meu colega num curso de Eletricista Bobinador, numa unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Rio Branco, e nos tornamos bons amigos.
Ele morava no bairro Saudade, região Leste de Belo Horizonte. Num trabalho escolar, em dupla, estive em sua residência para providenciar a elaboração mesmo.
Num ‘bate papo’ ligado ao mundo do trabalho ele me relatou um fato interessante quanto ao ‘repassar o saber’.
Este meu amigo trabalhou por muitos anos, numa conceituada empresa gráfica, na capital mineira.
Dentre os muitos equipamentos para a execução dos serviços, estava uma impressora Off -set de fabricação alemã.
-Outro dia o mestre Afonso me fez conhecer uma relíquia dessa, na sede do Ministério da Fazenda de Minas Gerais, ainda em atividade.-
Aquela 'raridade' era o ‘xodó’ da referida empresar.
Abaixo de Deus, ela era a responsável pela manutenção daquela instituição prestadora de serviços.
Com mais de quarenta pessoas que dependiam dela, para se manterem empregados.
Infelizmente não houve a preocupação por parte da administração,em qualificar pelo menos mais um colaborador, para trabalhar com aquele maquinário.
Somente o Celestino sabia como ninguém, operá-la. Desde que a firma se estabeleceu por volta de 1960.
O Celestino não ensinava a nenhum dos colegas aquele seu trabalho e não permitia ninguém passar por perto do tal equipamento.
Havia aprendido aquele ofício noutro Estado;
"quem quiser aprender essa profissão, que vá a São Paulo como eu fui." Chegou dizer isso, certa vez, à alguém.
Qualquer folguinha, o Celestino estava com a flanela na mão; tentando tirar uma sujidade real ou imaginária do seu instrumento de trabalho.
Até que num certo dia, como de costume, às sete horas da manhã, Geraldo estava batendo o seu cartão de pontos e assumindo o seu posto de conferente no setor de recebimento.
E não demorou muito a ouvir um ‘zum...zum.. zum...’ no interior da firma.
Procurando saber do que se tratava, logo soube:
Celestino “havia partido desta para uma melhor” sofrera um infarte fulminante, não resistiu, e entrou em óbito.
Aí foi um ‘Deus nos acuda’: para se fazer o traabalho fluir como antes;
travou-se todo o processo produtivo de uma vez. Ninguém sabia trabalhar com aquela ferramenta.
A demanda, por aquele tipo de serviço,se acumulou muito rapidamente!
Então, a diretoria tentou de tudo quanto foi jeito sanar aquele problema, mas, não teve sucesso.
Postou inúmeros anúncios em todos os classificados e mídias existentes - até em outros Estados da Federação -,procurando um profissional habilitado para ocupar aquela vaga. Foi tudo em vão.
Não apareceu ‘um filho de Deus’ sequer para operar a Off-set.
Estava decretado então, a falência:
não demorou muito e todos os funcionários estavam no ‘olho da rua’ engrossando as filas do desemprego que assolava os anos de 1980.
“Quem não têm não pode dar.” Mas se Deus nos confiou uma condição melhor ou uma habilidade a mais, não custa muito, dividir um pouco do que temos com quem não têm.
Porque se for para o bem de todos, o saber, precisa ser repassado.Para quê, não haja falta.

19.09.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Crônica de um sonho acordado

Acordei com sonhos descordenados. Quieto, fingí que te ouvia. Mesmo na escuridão do quarto, teu rosto me aparecia. Lágrimas soltas rolavam, mas do queixo não caiam, nossos caminhos cruzados, de novo eu adormecia.

No sonho corria em silêncio, sua voz distante eu ouvia, clamando e pedindo socorro, pensando que te salvaria. De nada adiantaram os esforços, corrí pela escadaria, pulaste do último andar, sabias que não viveria.

Chorei na janela mais próxima, e pensei que me jogaria, foi quando ví um bilhete, que em letras lindas dizia: "Amor não te preocupes, não fique triste, sorria! Pois me deste toda ternura, que seu coração podia."

Foi quando abrí os meus olhos, já no amanhecer do dia, olhei para o lado da cama, onde você tão linda dormia, em prece longa e baixinha, a Deus eu agradecia, pois cheguei a plena certeza, que para sempre eu te amaria.

Inserida por GustavoCalado

Crônica de si mesma – Bianca e André

Acordo às 8 da manhã
E a primeira coisa que faço é ligar o computador
Preciso ver como estão todos
Dormiram bem?
Quantos dizem: Bom dia!!!!
O telefone toca
Alguém do outro lado diz:
Você viu prenderam o assassino da Bianca
Quem?
Aquela menina que foi estrangulada...
Não lembrava
Procuro no cotidiano...
Morta dentro de sua casa...
Seu namorado André morre 19 dias depois em um acidente de carro
Ser jovem não é bom
Ser idoso também não
Criança muito menos
Procuro algo
Atônita
Numa inútil esperança
Olhando o vazio
Pensando em sair
Subitamente
Desse mundo invadido
Atravessado, desfeito
Perdido para sempre

Mlailin

Inserida por Lailin

CRÔNICA: INSTANTE DO SER

Eu sou um mistério para muitos que me rodeiam. Mas, sou o essencial para mim mesma.
Quando você amadurece aprende que não se deve fazer coisas para agradar as pessoas que te rodeiam, mas sim, saborear cada momento mágico que te vem. Por que felicidade não significa ir para as melhores festas, ter as roupas mais caras, fazer as viagens mais iradas...ter o homem mais lindo ao seu lado.
Tudo isso dá um UP sim na sua energia, mas não é garantia de sentir a felicidade.
Ser feliz é estar de bem com a vida, com você mesma. É aceitar o que vem e usufruir com muita intensidade disso... sem expectativas...apenas com simplicidade.
É engraçado,sabe, quando somos adolescentes queremos profissões de status, a roupa de marca, falar muitas línguas...conhecer um mundo de gente. E, então, quando amadurecemos, descobrimos que nada disso nos fará mais felizes... aprendemos que o bom mesmo é fazer o que gostamos, ou pelo menos gostar do que fazemos...que quando um amor nos chega, o medo não deve existir...as exigências não tem espaço, devemos apenas sentir, se fundir ao outro, mesmo que dure meses, apenas. Descobrimos que fazer coisas simples é tão magnificamente fascinante, que admirar a lua se transforma num dos hobbies costumeiros dessa outra fase.
Mas, é bom experimentarmos,sim, todos os anseios dessa fase conturbada que é a adolescência, porque quando chegamos nesse estágio de maturidade, comprovamos, com nossas inúmeras experiências que nada é tão importante quanto usufruir da simplicidade da vida.
Não quero dizer com isso que ter um excelente salário fará alguém infeliz, pelo contrário, isso é um reconhecimento merecível da sua profissão. Não quero dizer que ter uma casa grande, cheia de obras de arte, será um passaporte para os dissabores do dia-a-dia.
O que importa é que quando amadurecemos aprendemos a VIVER de verdade. E, o melhor de tudo, aprendemos a viver pra SENTIR e não para o TER. E, por incrível que pareça a vida flui com mais naturalidade...positivamente.

Inserida por taysanschri

CRÔNICA DA BUSCA


A vida do ser humano é um eterno caminhar pela escuridão quando a rotina impera ; subitamente aparece um frio na barriga, uma bifurcação nos leva a escolher um novo caminho, a dúvida aparece, a covardia ou a coragem, qual é o certo, qual é o errado ? Não importa, independente da escolha, continuamos a caminhada e pensamos estar acertando sempre, em algumas vezes ledo engano, e o que tinha tudo para dar certo, dá quase tudo errado, quase tudo, porque sempre há frutos, algumas dádivas, crescimento, amadurecimento, ficamos mais fortes para aguardarmos a próxima bifurcação e para novamente escolhermos o caminho da coragem, da ousadia, do investimento na felicidade. De toda a obra de Aristóteles o que mais se destaca é que o homem nasceu para ser feliz e é isso o que devemos buscar sempre, a minha parte estou fazendo, nunca vou abrir mão de procura-la , nesta ou em outras vidas.

Inserida por jessef60

Cronica da Covardia


O maior exemplo de covardia é quando se deixa de cumprir um compromisso por puro egoismo , é quando uma única verdade absoluta é levada em consideração, quando não há verdadades absolutas, é quando não se escuta quem deve ser escutado, é quando se acredita em quem não merece crédito , é não dar valor ao que deve ser valorizado. O maior exemplo de covardia é não ter a coragem de passar por cima das adversidades da vida e demonstrar evolução espiritual, jogando tudo pela janela, outro grande exemplo de covardia é brincar com os sentimentos dos outros , sedimentando relacionamentos com mentiras e devaneios.

Não faça parte do grupo dos covardes, mas não os desampare, pois uma gota de coragem poderá brotar de qualquer que seja a rocha, que um dia vai se esfarelar e precisará do maior tipo de coragem que existe, o amor !

Inserida por jessef60

Trecho da crônica "Uma infância apagada"

Embaixo do avarandado está meu avô, sentado em um banco velho de madeira, vestia um jaleco de couro encardido, suas roupas eram velhas, surradas pela lida na roça e na cabeça um chapéu baeta. Ele observava suas vacas magras, sua égua branca e reclama da seca:

- “Vigeee lástima! Deus está castigando está terra”.

Inserida por mislenelopes

Crônica

Quem sou

Em encontros com amigas, nos questionamos que tipo de mulher somos, a pergunta paira no ar, o silêncio , por um segundo responde: Sou moderna, sou antiga, sou meio termo, sou totalmente doidona... O silêncio volta a falar e nos olhamos repetidamente, não era essa resposta que queríamos ouvir, queríamos ouvir respostas que nos ajudasse a definir nossas vidas, que dessem rumos a nossas dificuldades, que emoldurassem soluções e , como num piscar de olhos tivéssemos dentro de um quadro fixo onde nossa vida recebesse uma bela receita e pudéssemos segui-la , repetidamente, sem tropeços, sem amarras, sem novelos de linhas embolados, onde a trama fica tão difícil que nós , ou jogamos todo o rolo de linha porta afora, ou seguimos cortando os nós cegos.

Após aquele momento,olhamos novamente e quase que mudas e com um sorriso amarelo, não conseguimos responder à pergunta; melhor reconhecer a dificuldade e seguir em frente, como um pedreiro que não consegue desenvolver a sua tarefa e entrega a obra.
Razoável penso.
A dúvida fica ainda maior quando nos olhamos e nos vemos no mesmo barco, com os braços cansados de remar e sem remo suficiente para conseguirmos navegar. Por um momento me sinto fraca, com medo, sem atitude.

Em outros momentos , como aquele , me distraio olhando a roupa nova de minha querida amiga Lucíola, seus brincos novos e como o seu novo amor que a fez mais bonita, mais amável e bem mais feliz.

A fuga foi desnecessaria, quando estava novamente me escondendo , voltei a pergunta e me vi sem resposta: Será então que nada sou? Será que me escondi tanto que sumi. Que me estreitei junto a becos e situações inconformadas que maltrataram tanto o meu coração que já não sei tal definição, ou será que simplesmente entreguei meus pontos,simplesmente não tenho as respostas que o medo me dariam.

Tomei coragem, enchi o peito de dúvidas e reenviei a pergunta, desta vez mais agressivamente:

-Vamos meninas que tipo de mulheres somos? Vamos !

O silêncio passou a ser o anfitrião da reunião, ninguém se atreveu a definir.
Será que havíamos perdido a identidade?
Será que não sabíamos mais quem éramos?

Rosângela timidamente respondeu:

Eu sou Rosangela, sou morena, amo meu marido, amo meus filhos, meu filho está indo pro Canadá, meu filho vai se casar e ele também vai trabalhar lá, minha família é linda, apesar do filho único...

Fiquei olhando minha linda amiga Rosangela definir como sendo ela a sua pequena família, fiquei assustada como em poucos segundos, definimos nossos filhos, nossos parceiros mas não nos definimos,definimos a nossa viagem em família, mas não definimos uma linda viagem sozinha, para fazermos novas amizades, olharmos nossas vidas com olhares de distância, curtir a solidão em companhia própria.

Entendi tristemente que algumas de nós havíamos perdido nossas identidades quando deixamos nossos direitos em prol nossas obrigações, nossos sonhos pelos sonhos familiares, nossas vontades mais ocultas, por um lar quente para que nossos filhos possam se sentir felizes pelo aconchego do lar.

Entendi que, muitas vezes, perdemos nossas respostas pela inutilidade de querer vivermos vidas que não são as nossas, decisões que nos dá prazer mas que dá aos nossos filhos desconforto, daí pensamos muito e chegamos a conclusão que nossos filhos ficariam mais felizes de um determinado jeito. E que aquele jeito não seria o nosso.

E que o incômodo de nossas decisões aflora em nossa família a sina da culpada.
“Se eu não tivesse feito aquilo meus filhos estariam melhor”... Balela! Nada é melhor que a atitude justa , nada é tão verdadeiro que o gosto de se falar um não sabendo que esse não é honesto e necessário.

O que mais me irritou foi que após pensar desta forma , não falei pra minhas amigas, não compartilhei com quem também estava tentando se reinventar.

Daí tristemente, olhei minhas amigas, levantei do banco em que eu estava me assentando e fortemente disse:

Eu consegui me definir:
Todas olharam para mim curiosas, e como uma pessoa que começava a andar novamente após ter as pernas amputadas,
Disse:

Eu sou a escolha, e a dúvida:
A escolha por minha família e a dúvida de que um dia eu morrerei de arrependimento por feito essa escolha.


Lupaganini

Inserida por Lupaganini

EUGENIA APAIXONANTE

CRÔNICA
Foi maravilhoso conhecê-la. Hoje foi um daqueles dias especiais para mim. Quando meu olhar encontrou o seu, desaprendeu a dar atenção descabidas a tantas outras que se insinuavam.
Naquele momento que nos via tentaram roubar minha atenção: distraindo-me.Não conseguiram. Por um tempo,estático, só tinha olhos pra você.
Parece que vejo a nossa imagem congelada, olhando um no outro, olho no olho. Vislumbrados. Olhares morteiros...
Sem dúvida, aconteceu o amor à primeira vista em nossos afeiçoamentos.
Perdi tanto tempo, tão longe e tão perto dos seus carinhos e cuidados. Vivendo num bairro vizinho.
Nada é por acaso: meu momento contigo só fora possível porque me pus a observar eletrizantes macaquinhos, com olhinhos brilhando em sua direção, naquele canteiro da via pública.
Teus frutos, como à azeitona preta, ricos em nutrientes atraíram para si eu e os mico-estrela que, salivando, os desejavam.
Saltitando pelos galhos das árvores e em fios, da iluminação pública, chegavam até a tua presença; ávidos em participar do banquete que dispusera aos bichos.Com teus doces frutos, frescos.
Pensei comigo mesmo: “se esses macaquinhos os degustam, eu também posso fazer o mesmo. Por certo não morrerei se provar alguns".
Naquele dia cheguei primeiro que os bichinhos silvestres, sob sua sombra acolhedora e amiga. O chão já estava forrado. Uma mesa farta e saborosa; posta e ofertada às espécies de animais diversificados que aparecesse.
Como disseminador de sementes e boas coisas; sem lhe pedi coletei muitos frutos; nem só pra experimentá-los, mas também, pra levar para casa e plantar as sementes.
Perguntei a uma moradora das imediações,sobre o seu verdadeiro nome e, se aqueles frutos poderiam ser ingeridos. Pois a fartura se fazia grandemente à sua volta.
A dita senhora não soube me informar direitinho sobre isso mas me informou que, és conhecida na região como “Jamelão” e, que, eu pesquisasse mais sobre o assunto. Boa coisa era...
Matando a minha curiosidade, pude saber que se tratava de “Eugenia”; que veio de muito longe. E há muitos anos está entre nós; sendo oriunda da Índia Oriental. Ainda lembro-me de um trechinho da pesquisa:
“Trata-se da espécie Eugenia jamelana... Uma planta-árvore imensa da família Myrtades,popularmente conhecida como Jamelão”.
Gente, ela é linda demais, apaixonante!...
E como se não bastasse a sua lindeza, ainda é boa pra “saúde”.
Não somente eu apaixonei-me por ela; todos aqueles que a conhecem se encantam.
Essa criatura tão “divina”, deixou suas origens e fincou suas raízes em nossa terra Brasil, e adaptou rapidamente; somente pra dar sabor a nossa vida,aguçar o nosso paladar e alindar o mundo ao nosso redor...
Não posso duvidar das bondades do Criador...
Se Eugenia também conquistar seu coração plante uma semente dela na terra fofa do chão! E a gratidão sairá da natureza para sua mesa.
(12.07.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

A CRÔNICA DO MURO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Justo quando saio às pressas e não levo a minha câmera, o que raramente acontece, um grande motivo fotográfico assalta os meus olhos, em uma esquina distante. O que me resta é a transcrição paciente, sob os olhares curiosos de quem passa por mim.
Em um velho muro que o tempo castiga sem piedade, com os efeitos do sol, do vento e a chuva, leio a mensagem anônima que disponho a seguir: "Comunico aos familiares e amigos, que já não há mais motivo para sumiço, distanciamento e silêncio. Aqueles meus problemas foram resolvidos, não contraí novos problemas, minha saúde anda perfeita e vou bem, financeiramente. Logo, não existe mais o risco de choradeira e pedidos de socorro, empréstimo e locomoção motorizada. Apareçam; amo vocês.".
Quis fazer uma crônica sobre o assunto. No entanto, seria chover sobre o molhado. A crônica está na própria mensagem, sem necessidade alguma de aplicações ou adornos. Para quem sabe ler o mundo e a vida, cada momento já é uma crônica.

Inserida por demetriosena

Crônica de Epitácio Rodrigues

SÓ PALAVRAS


Palavras, palavras e mais palavras! Nos últimos tempos tem crescido em mim uma estranha sensação de banalidade léxica. É quase uma vertigem como a do Antoine Roquentin sartreano. Cada vez que saio de casa para o trabalho ou outra atividade extramuros sinto-me como se estivesse entrando num caótico labirinto de frases e palavras e sem o novelo de linha de Ariadne, que me ajude a encontrar um caminho.
Por todos os lados, em forma de frases gastas, jogadas ao chão ou aprisionadas em papeis, palavras voam sem direção; às vezes, pichadas em paredes como aranhas disformes e contraventoras ou transformadas em avisos colados em postes, a fazer promessas de felicidade e prosperidade demasiado suspeitas: “trago seu amor de volta em cinco dias!”; transmutando-se em anúncios impressos em outdoor que querem me seduzir a comprar a futilidade maquiada de garantia de sucesso.
Nas ruas e avenidas, elas correm, ultrapassando à direita e ou esquerda da pista, em carros e motos velozes que rumam, sem rumo, movidas por pensamentos equivocados para os quais correr é sinônimo de liberdade.
Palavras, palavras e mais palavras! Vejo-as mergulhadas nos corpos das pessoas apossando-se da sua epiderme como um “cobreiro” discreto: chamam a esse “empossar” de “tatoo”. Vejo-as também misturadas às roupas, bolsas, sapatos, tênis, sandálias, cabelos e cabeças.
Para todos os lados, o horizonte que meus olhos alcançam parece dominado por um deserto de palavras: sejam grandes, pequenas, coloridas, mixadas e ensurdecedoras; ditas, sussurradas, tecladas e gritadas; dinâmicas, brilhantes ou pulsantes. Todas elas são ermitãs de sua própria condição dizente, docente, eloquente.
Conta-dicção do dito: nada dizer! Pois, o paradoxo de tudo isso é que, por alguma razão, mesmo me vendo cercado de palavras, tenho sempre uma incômoda sensação de que, para além dos invólucros criativos que as revestem, o conteúdo parece cada vez mais vazio. Assim, ao final do percurso, prevalece sempre a mesma impressão de que são apenas isso: palavras que já não conseguem dizer mais nada.
São apenas palavras.

Inserida por Epitacio75

⁠CRÔNICA: DE PAI PARA FILHA

Como entender o mistério da vida. Aquele cidadão carrancudo, quase mudo , devido os lampejos da vida. Abnegar o mundo, viver numa voracidade, que até a perspicácia dos titãs perdera de vista, tamanha a intensidade do fluxo vivido. O mundo rapaz; te tornou assim. És o senhor de ninguém. Quão dura fora a vida pra ti. Órfão de mãe e pai , antes do seu nono janeiro vivido. Poderia dizer, setembro. Porém quando me lembro, minha alma retrai- se , a minha mente foge de toda a normalidade! É cidadão! (...) não vieste ao mundo para ser pai.
Porém o mundo gira, e numa destas guinadas , ao segregar- me do meu habitat, tudo mudou.
Aventurei- me no anseio de alçar voo rumo ao mundo distante. Mas não adianta querer determinar o norte da tua vida. Me tornei pai, empenhei com todas as minhas forças. Hoje vejo , que mais nada eu seria, se não fosse pai.
O meu mundo só é mundo, porque você existe !

300624

Inserida por J6NEMG

⁠⁠A crônica da curiosidade

Aos trinta e um dias do mês de julho de dois mil e dezenove, um helicóptero sobrevoava aos redores da escola e eu esperava meu esposo, que havia acabado de me ligar dizendo que o trânsito estava tumultuado. Sentada em minha cadeira giratória estava em silêncio quando de repente a curiosidade:
- Já bateu o sinal, você não vai embora? Indagou a diretora.
- Estou sem o carro hoje. Respondi - lhe. Ela como se quisesse dar - me atenção começou argumentou se eu estava igualmente a ela:
- Como assim? Questionei.
Ela continuou e dissera que estava sem o carro dela e que no último dia dezenove havia se envolvido em um acidente na avenida São Paulo - Rio. Um senhor portando de muletas atravessava a rua à frente de um carro na frente ao dela. Ele freia bruscamente e ela bate e vai parar num poste, um carro que vinha atrás, sem ter como desviar bateu na traseira do carro dela. Outros carros foram batendo, ocasionando um efeito dominó. O carro dela havia dado PT. Ouvi curiosamente o relato que ela fazia e acrescentei algumas perguntas se houvera vítimas, se estava sozinha. Na graça de Deus nada lhe acontecera, exceto o susto e uma dorzinha no peito. Depois da narrativa disse - lhe que sorte que não se ferira. É. Disse ela e foi embora. Eu ainda a aguardar meu esposo, fui ao banheiro, depois peguei a minha bolsa e fui aguardar no portão da saída. O helicóptero ia e voltava. A vice diretora da tarde e a coordenadora estavam lá e comentaram que deveria ter acontecido alguma coisa, se eu estava a par.
- Não, mas sei que está tudo parado na avenida Ítalo Adami, meu esposo ligou e disse que está preso lá. Argumentei. Logo meu esposo chegou e ela disse:
Se tiver novidade era para contar para ela, mas meu esposo não sabia, então eu nada disse. Entrei no carro e um senhor estava junto, apenas cumprimentei e seguimos ao som do helicóptero que sobrevoava ainda o local. Soube que o homem era o funileiro que fez um reparo no arranhão de nosso carro, ocorrido em uma rua em Caraguatatuba. Uma moça simplesmente veio em nossa direção batendo a bicicleta do lado da porta do motorista. Desequilibrou - se. Prestamos socorro, mas fora somente um susto. Ocorreu no verão do ano passado. Deixamos o funileiro próximo a padaria e voltamos ao local do trabalho de meu esposo, para pegar nosso filho que havia ficado no salão de cabeleireiro. Nosso filho entrou no carro e meu esposo foi pagar o corte: R$ 45,00, cabelo e barba. Mas, por curiosidade lá ficou por dez minutos e voltou com a seguinte narrativa:
- No posto em frente à escola Nova Itaquá, um funcionário do posto estava trocando o óleo de um carro, estourou o compressor e a plataforma desceu esmagando o funcionário. O helicóptero sobrevoava para transmitir ao vivo na televisão.

Inserida por marialu_t_snishimura