Corpo e Mente Nietzsche
O tempo é algo tão relativo. Seguindo o raciocínio de Einstein: "Para um corpo parado, o tempo corre com velocidade máxima. Mas quando o corpo começa a se movimentar e ganha velocidade na dimensão do espaço, a velocidade do tempo diminui para ele, passando mais devagar. Ou seja, quanto mais rápido o corpo se move, mais devagar o tempo passa". E me pergunto se tal afirmação também se aplica ao coração humano, pois você se foi há três meses, são 90 dias, 12 semanas, 2.160 horas; 129.600 minutos; 7.776.000 segundos. Olhando assim, parece muito tempo haha, mas eu ainda me lembro perfeitamente do aroma do seu perfume, da sua risada, da sua voz, das suas músicas favoritas, das suas comidas prediletas, e ainda me recordo de quanto amava estar contigo. Percebo, então, que o tempo é de fato relativo em todos os sentidos, pois enquanto estamos em movimento nulo, tudo permanece igual e estável, mas basta um olhar, uma mensagem, um pensamento, para mudar a trajetória e o tempo em si! O dilema é que eu não quero parar, eu continuo acelerando mais e mais, em uma tentativa desesperada de deter o tempo! Mas tudo é em vão, pois você colocou o pé no freio e parou. Agora eu corro sozinho.
Imortais
Meu corpo chama por você,
Minha alma quer colar na sua,
Pra sempre.
Eu quero uma parte de mim dentro de você,
E quero mais,
Pra sempre.
Quero ter parte de mim na sua vida
Quero parte da sua na minha
Pra sempre.
Quero seu reflexo
Quero em meu reflexo
Pra sempre
Quero eternizar nós dois
Nós dois em um
um em nós dois, em três, quatro
Quem sabe cinco?
Pra sempre, pra sempre e sempre
Sempre eu em você
Sempre você em mim
E vamos nós dois viver eternamente
No corpo e na mente
Da melhor parte de nós
No que agora é fantasia
Mas que um dia vai ser eu
Um dia, você
Pra sempre.
Para que a lembrança perdure eternamente, é essencial estar presente, de corpo e alma, no instante em que a vida se revela.
Provavelmente todos nós já morremos mais de uma vez, o corpo volta pra terra que vira adubo pra outras formas de vida, talvez tenhamos sido estrelas e depois da forma humana seremos larvas.
ALGO ALÉM DO AMOR
Marcial Salaverry
Sem o véu, teu corpo se descobre,
olhas-me apaixonada,
despe-te das sedas,
até que nada a te cobrir sobre...
Nessa entrega, adquire o mundo nova cor,
e tuas expostas formas puras,
assim, de uma maneira tão apaixonada,
apenas esperam que meu corpo as cobre...
Nesse amor que a nascer vem,
sua entrega não é nenhum desdouro,
fala-te de amor a minha voz...
A nosso amor, os anjos dizem Amém...
De teu néctar serei o sorvedouro...
Meu amor apenas dedico a vós...
Quero me sufocar em seu corpo, onde vou te levar á loucura, fazer você delirar em minha boca com prazer, quero que me tire o ar de uma forma que já mais alguém te pediu, enquanto minha língua passa em um pequeno espaço de prazer.
No relacionamento moderno, podemos conhecer o corpo, um do outro, do avesso, mas querer enxergar a alma ou, falar de sentimentos, é um absurdo sem medida.
Nestes tempos de prazeres efêmeros, amar se tornou sinônimo de tocar apenas o corpo, sem experimentar, antes, invadir a alma.
Qualquer homem pode disputar o corpo de uma mulher, mas só a conquista aquele que invadir a sua alma.
Como me descontrolo, em apenas imaginar meu corpo no seu suando em desejo, como quero deitar e acordar sentindo seu cheiro em meu corpo.
Quando você gosta de alguém:
1- pelo dinheiro, é interesse,
2- pelo corpo, é desejo,
3- pela inteligência, é admiração,
4- pela caridade, é compaixão,
5- pela empatia, é humanidade,
6- pelo sofrimento, é perdão,
7- e quando você não sabe por que,
aí é essencial, pois sendo invisível,
é de coração, logo, é pelo amor.
Overdose -
(o Corpo entre o "demónio e a Alma" )
Abre-se uma estranha porta ao desconhecido ... um infinito de punhais, um demónio sem rosto.
Algo entra - profundo, intenso, poderoso, dominador.
A Alma humana é empurrada a um precipício de trevas internas angustiantes. Desce-se aos infernos da psiqué num continuado estado de permanência, um purgatório interior que sufoca, controla, manipula, por tempo indeterminado.
Uma dificil luta interior entre esse estranho que se instala e nós próprios que queremos, exigimos o corpo de volta.
É ser caçado dentro de nós mesmos sem ter meio de fuga. Só a força interior nos pode proteger, a fé e a vontade de voltar a ter "a casa" de volta e expulsar o invasor.
E nessa batalha travada no corpo evidenciam-se o demónio e a Alma.
A eterna luta entre o Bem e o mal. Aproximam-se Seres. Alguns querem proteger-te outros querem ter oportunidade de tomar-te o corpo também.
E tu, ali estás, como um vidro partido, parado a meio tempo, estático, diminuido, num passo de impasse sem saber o teu destino ... rezando ... porque parte de ti está consciente mas a outra já foi tomada.
É um medir de forças injusto e doloroso. Altera-se a percepção da realidade. Há paranóias, alucinações, desorientações sem espaço nem tempo, estados de pânico continuos e progressivos. A ansiedade parece lentamente diminuir ... mas volta sem piedade.
E há náusias, vómitos, tonturas, não te sentes nem te vês.
Uma espiral que ora sobe, ora desce, conforme a tua força interior sobe para a tua fuga e desce para te enterrar. Um vai e vem onde a meio da luta a tua já pouca humanidade consciente te traz à parte do cérebro que pouco dominas, imagens, histórias, pessoas, vivências, sonhos, planos, saudades dos mortos, medo de perder os vivos, é um quase descontrolo que o outro lado te gera pelo medo, pela ângustia, pela ansiedade.
E é aí nesse limbo que te situas!
Não adormeças, não podes adormecer, não deixes que "ele" te convença que adormecendo vai passar, é mentira, se adormeceres "ele toma-te", todo, por inteiro.
E a questão não é se acordas, mas sim, como acordas.
Podes nunca mais voltar a ser o mesmo.
Enfrenta-o, sê tu, determinado a deteres o teu corpo de novo mas verás que nada voltará a ser como foi. Não serás o mesmo mas serás mais forte ...
