Cordel
CORDEL DA DESCONHECIDA
Contam uma história
De uma moça granfina
Que apareceu certa vez
Com a sua cintura fina
As pernas eram tortas
Seu nome era Josefina.
Gostava de um forró
Apaixonada por um vaqueiro
Com o sangue nordestino
O moço era forasteiro
Ela chegava, se apresentava
Como filha de fazendeiro.
O homem era conhecido
Como aventureiro José
Certo dia sem avisar
Na estrada meteu o pé
Foi viver na capital
Levou na bagagem a fé.
Josefina se lamentava
Por ter sido abandonada
O amor lhe dominou
Estava apaixonada
O mais triste da vida
Não podia fazer nada.
Chorava de noite a dia
Pior não tinha dinheiro
Parabéns correr o mundo
Atrás do seu vaqueiro
A alegria foi embora
Seu amor era verdadeiro.
O tempo foi passando
A moça era só tristeza
Desenganada do amor
Saiu pela redondeza
Chorando a desilusão
Pelo destino foi presa.
Autoria Irá Rodrigues.
-Quando não tiver afeto, e muito menos intelecto, pegue caneta e papel e busque o cordel.
-Quando estiver na pesquisa de campo, e o cansaço amolar, te invadir, e você se sentir sucumbir, busque ainda no cordel para não desistir.
-Quando aquilo for falado, ouvido, mal compreendido, não fizer sentido, tome nota, tome tento e extravase seu tormento
- Quando o corpo deixar de codificar e a razão duvidar, siga na epistemologia seja noite ou seja dia, é assim que eu faria, sem cozinhar em banho-maria.
Damião o roceiro do Sol(poesia de cordel 2006)
Damião vivia bem
Em Minas Gerais
Pois dele se esperava ser um grande capataz
Defensor dos oprimidos
Nas terras dos Generais
Todos na fazenda eram paus mandados
Faziam o que não queriam
Para não serem condenados
A cada tarde traziam dois
Para serem castigados!
Ele escreveu a carta:Fica agora como justo
Os roubos do Senado
Pois reuni o povo Para o nosso liberado
Enquanto o senhor diretor vive na cadeira sentado
Nosso povo todo dia
Vive sendo castigado
Damião não se calou
Diante da injustiça
Pegou sua espingarda
E enfrentou a milícia
Que veio para reprimir
A sua audácia e rebeldia
Mas ele não se rendeu
Lutou com coragem e valentia
O povo se levantou
Ao lado de Damião
E formou uma resistência
Contra a opressão
Eles queriam liberdade
E justiça no sertão
E não aceitavam mais
Serem tratados como escravos não
O diretor se enfureceu
Com a revolta de Damião
E mandou chamar reforços
Para acabar com a rebelião
Mas ele não contava
Com a força da união
Que fez o povo vencer
A batalha da libertação
Damião o roceiro do sol
Ficou na história do lugar
Como um herói popular
Que soube se levantar
E defender os seus direitos
Sem medo de lutar
E inspirar as gerações
A nunca se acomodar
Cordel minha terra.
Eu sou filho do mato
Da terra da cultura
E quem não a entende
Sem ter desenvoltura
E fala do nordeste
Nem sabe da fartura
Lembra de pouca chuva
Poeira, chão rachado,
Mandacaru e palma
(Coroa de frade) espinhado
Caatinga, capoeira
(Unha de gato) estirado
Se chove o ano todo
Estrada é agonia
Buraco em buraco
E todo carro chia
Vamos falar do tempo
Tudo logo esfria
Mas assim é que é bom
Neblina no distrito
Nem dá pra ver escola
Fica logo aflito
As crianças na chuva
De bota faz bonito
Já vi frio de quatorze
Sensação térmica 8
Tem quem acha, é quente
Vigi, povo afoito
Tem aquele que treme
Só levanta no açoito.
De touca na cabeça
Cachecol no pescoço
Doze meses tem o ano
E vale o esforço
Um quarto é de sol
Chuva no resto moço
Já consegue decifrar
Com quê foi revelado
Nada é melindroso
Não está disfarçado
Pra não ficar nervoso
Já volto arretado.
O APÓSTOLO DA BÉLGICA NO CORAÇÃO POTIGUAR
Autora: Nivania Helena - Trecho do Cordel
No dia vinte e três de outubro,
De mil novecentos e trinta,
Na cidade de Namur,
Uma nova vida se pinta.
Chegava ao mundo um menino,
Na Bélgica de terras frias,
Sob um céu de nuvens e estrelas,
Uma linda história que se cria.
De seu Joseph e Dona Anna,
O caçula Jacques Theisen nascia,
Um brilho no olhar e um sonho,
Que o destino logo revelaria.
Esse foi o começo de uma vida,
Que a muitos irá inspirar,
De um homem que levou o amor,
Para longe, onde quis chegar.
Por uma família cristã foi criado,
Obedecendo sempre à doutrina,
De inteligência admirável,
Com uma força que ilumina.
Com doze anos de vida
uma guerra estourou,
Passou medo, fome, e cirurgias,
Com bravura enfrentou.
Em mil novecentos e quarenta e dois,
Fiel aos sacramentos de coração,
Três dias antes do Crisma,
Fez sua primeira comunhão.
Apesar das dificuldades que passou,
Dizia que teve uma infância feliz,
Assistia às missas com devoção,
Na igreja da Matriz.
Aos dezenove anos,
Um homem de fé e amor,
Atendeu o chamado de Deus,
E no seminário entrou com fervor.
Com coragem e dedicação,
Jacques Theisen se preparou,
Para uma vida de missão e serviço,
Que com amor sempre abraçou.
Deixou sua terra natal
E seguiu para o Brasil,
Para levar a palavra divina,
Como ninguém nunca viu.
Em mil novecentos e sessenta e oito
Embarcou na viagem naval
conheceu Dom Nivaldo Monte
Ao invés de Ribeirão preto atracou em Natal.
Literatura de Cordel
Título: O Sermão do Monte
Jesus subiu ao monte
e começa a ensinar
à multidão e aos discípulos
que o ouvia sem hesitar.
Jesus falava inspirado
e o povo, maravilhado,
começa a se alegrar.
O mestre traz o sermão
Sobre as bem-aventuranças.
Estavam ali presentes:
Homens, mulheres, crianças,
com seus corações tocados
e espíritos renovados
radiantes de esperança.
O bom Mestre é paciente
No trato com o aprendiz.
Seu jeito meigo e suave
Dos homens, quebra a cerviz
Com brandura e carinho
Sem papel ou pergaminho
Jesus abre a boca e diz:
Os que são pobres de espírito
serão bem-aventurados
e se apropriarão do Reino,
que o Deus Pai tem preparado,
e o que chora neste chão
Se alegrará de montão,
porque será consolado.
Os humildes brilharão,
terão a terra por herança.
O faminto por justiça
a achará em abundância
e saciará a fome
que, por vezes, o consome
na adversa circunstância.
Felizes também serão
os pacificadores,
os promotores da paz,
que nas guerras plantam flores.
São filhos do Deus amado,
povo bem-aventurado
que à terra dão sabores.
E aos que, por justiça,
sofrerem perseguição,
como presente de Deus,
o Reino dos Céus terão,
e o que for difamado,
perseguido e maltratado,
por Jesus, se alegrarão.
O misericordioso
Será bem-aventurado
e terá a misericórdia
conforme a terá buscado.
E os puros de coração
Ao Pai Celeste verão,
no tempo determinado.
Essa fala de Jesus
É bastante conhecida,
se chama Sermão do Monte,
em que a graça é refletida,
no ousado amor de Cristo,
que se deu em sacrifício
para nos conceder vida.
A MULHER NO CORDEL
.
O cordel sem a mulher
É pinga sem tira-gosto,
É namoro virtual
Sem amasso sem encosto.
Feijoada sem toucinho
Panelada sem ossinho
Ir à praia com sol posto!
CORDEL INFANTIL (sextilha)
Bela, a abelhinha sem asas Yáscara Samara
Eu vou contar uma história
De um assunto delicado
Na primavera, em setembro
Que dia mais encantado!
Uma abelhinha sem asas
Desse jeito memorado.
Vou falar da poesia
Que a poetisa comemora
No passado tem vestígio
Ao lembrar a gente chora
Um fato de quem escreve
Desde o romper dessa aurora.
De onde o vento me inspira
Me levando a escrever
O que houve no jardim
Ninguém podia prever
Nem uma mente poética
Poderia descrever.
Nascida numa manhã
A abelha esperava com gosto
Bela era o seu lindo nome
O sol já estava posto,
Mas quando sua mãe a viu
Sumiu sorriso do rosto.
Bela estava diferente
Lhe faltava sua alegria
A colmeia não aceitava
Tudo era desarmonia
Decidiram abandonar
E se mudar de moradia.
E deixada numa rosa
Bela ficou a dormir
Uma vespa foi passando
Pegou ela para si
Aconchegou em seu braço
E Bela voltou a sorrir.
A vespa a levou pra casa
Bela agora tinha lar
Não importa a diferença
O importante é amar
Lhe receberam com amor
Todos iam superar.
Bela bem inteligente
Apesar de não voar
Seus pais adaptaram tudo
Para ela se integrar
Fizeram um jardim baixinho
Para lá Bela brincar.
Bela tinha bons amigos
Mesmo não tendo asa
Todos achavam ela igual
Era o que sua mãe esperava
A lagarta era boa amiga
E todo mundo a amava.
Bela feliz foi crescendo
Quinze anos de espera
Seu padrinho a apresenteou
Fez umas asas muito esmera
Em suas costas colocou
Foi um vôo de longa espera.
Bela estava tão feliz
Com sua superação
As asas vieram juntar
As forças no coração
O diferente não é ruim
Quando existe a inclusão.
Mas Bela queria mais
Queria viver emoção
Sobrevoar as montanhas
Vê a constelação
Ser dona da sua vida,
Palpitar seu coração.
Não se achava diferente
E logo se adaptou
Botou prótese para a vida
E a sua vida florou
Viveu como todo mundo
E esqueceu que já chorou.
Bela saiu a estudar
E conheceu muitas flores
Virou especialista
Logo perdeu seus temores
E com a ajuda de todos
Veio a fé e os amores.
E o tempo foi passando
Ela criou uma fundação
Pra crianças diferentes
Foi trabalhar a inclusão
Ninguém iria deixar
uma criança "na mão".
Tinha diversas crianças;
Sem ver, andar, ou voar,
Mas Bela ensinou a todas
Não podia vacilar
A vida é pra ser vivida
o que importa é amar.
Criou também uma fábrica
Fazia asas, pernas e braços
Devolvendo a alegria
A quem buscava abraços
Trabalhando as diferenças
Enfrentando os embaraços.
Ver as crianças felizes
Era o que Bela esperava
Tentando mudar um pouco
Que a realidade negava
Da conquista ao apogeu
Tudo isto lhe agradava.
Quando se recuperou
Viveu, amou, cresceu
Conquistou a superação
Ela nunca esmoreceu
Viveu sempre adaptada
Se superou e floresceu.
Essa abelhinha era doçura
Mostrava felicidade
Não viveu no desamor
Alcançou a mocidade
Com sua mãe adotiva
Conheceu a liberdade.
Conviveu com o abandono,
Mas se tornou bem florida
Entre flores que ela amava
Escolheu a margarida
E sempre amando as flores
Viu sua história colorida.
Muito bela e bonita
Sem as asas de verdade
Isto não era defeito
Pois mostrou foi a igualdade
Era bem rica de amor
Com muita simplicidade.
A inclusão é apaixonante
Assim exclamava Bela,
Vivia sempre incluindo
Convivendo com sequela
Pois o mundo é muito amplo
Pintado com aquarela.
Por isso aqui vos falo:
Respeitamos a inclusão
O diferente só existe
Para quem não estende a mão,
Pois é bom sempre entender
Como é viver com paixão.
Cordel: brega marcante
3, 2, 1... Está no ar, pra te fazer recordar
Espero que não sejam tentativas em vão 
Pra ter mais chances de fazer você se identificar
É o Dj neném que vai tocar
E Dj maluquinho, claro, no seu batidão 
Pra você que gosta de brega marcante 
E ao som das balas faz as coisas todo o dia
Que tem as pedras na sua playlist pra ouvir a todo instante 
Lhe trago nesse cordel um bocado de nostalgia
Tem gente que quer ser o mais importante
Autoritário, arrogante, e boçal
Nunca usou o cocar do tupinambá, ouviu tocar o berrante 
Nunca fez a pedra do rubi, S do super pop, ou a boquinha do animal
Todos somos um pouco atrevidos
Ouvindo brega perdemos a noção, perdemos o norte 
O cara mora noutro canto, mas de enxirido
Canta bem alto que é do tapanã, disque o indivíduo 
Doido pra ser da galera do pote
Não quer nem saber da letra ou do cantor
porque a batida envolvente nos engana
Elege qualquer um sem saber se é merecedor
Um grande exemplo é o Val pescador
que comanda o coração das super xanas
Vingadores ultimato pode ter feito o povo chorar 
Mas só naquele momento 
Quero ver tu te segurar 
Quando no CD do Vetron tocar
"Sou super herói, tenho sentimentos.
Chora também de chifre e saudade
Ao ouvir na 99 tocando
Mentes tão bem, que parecia verdade
Tudo que me falava, que ainda estou te amando
O paraense raiz, de verdade
uma hora canta noutra grita
E seja homem ou mulher de qualquer idade
Já cantou esse ícone da musicalidade
QUEM VAI QUERER A MINHA amizade?
Kkk, você sabe a letra de verdade
Sei que ama ouvir um som
Não vem dar uma de boçalidade 
Que tu não chega nem aos pés, nem na metade
Do luxuoso Jacksom
Aqui no Pará é diferente o ensinar
As crianças são fáceis de aprender
O piqueno não sabe ainda nem falar 
Mas ligou o som ela já quer dançar 
O primeiro passo que aprende a dar
É o passinho do gererê
Quem nunca meteu a tese de esperto?!
Foi chuva forte deixa eu explicar 
Que esperou por muito tempo lá no bar 
Que a chuva não passava, que não tinha telefone por perto
Que por isso, não deu nem pra ligar 
Pode chegar em Belém o maior letrado
Saber mil trava-línguas eu nem me meto
Mas fica boquiaberto e abismado 
Quando ouvir eu cantando de có e salteado
o trava língua do Chico Preto
Se você que lê esse cordel não é do Pará 
E que o brega tem essa potência você não acredita 
Vou lhe fazer um desafio pra você acreditar 
Vai lá no comércio e comece a gritar 
Que quer entrar no carro do marmita 
Mas se você é daqui mas não gosta de endoidar
Dizer: ain, as letras dos bregas eu nao sei!
Me desculpe vou ter que te contrariar 
Esse cordel você que vai terminar SÃO AMORES!? 🎶
Cordel: Incrível e fundamental Mulher 
Pense aí em qualquer artista 
No astro que você quiser
Todos da sua lista
O maior ídolo, de capa de revista 
vieram sem exceção, de uma mulher 
Cada um de nós tem uma história diferente
Mas tem algo que é igual 
Alguma mulher construiu a gente 
Formou nosso caráter e abriu a nossa mente
Para entender o que é o bem e o que é o mal
Pense aí naquele problema chatinho
Ou qualquer difícil situação 
E chame uma mulher, que com carinho 
Ela tem sempre um Jeitinho 
Ela sempre tem uma solução 
Mulher que chora de raiva, tristeza, cansaço 
E mesmo em lágrimas não para de lutar
Que regenera em um abraço
Que cuida de todos, que as vezes falta tempo e espaço 
Pra de si mesma cuidar 
Mulher que faz dez coisas ao mesmo tempo 
Ainda pensando no que fazer lá na frente
Cuida do doente e no contratempo 
Chama pra bater uma foto que ela tem mil poses na mente
Mulher numa hora bela noutra fera
Dependendo do que precisar
Ah, Jamais mexa nas coisas dela 
Repara em tudo, pode arrumar, não vai adiantar 
Mulher que com um sorriso desmonta
Cheia de doçura, ao mesmo tempo marra e autenticidade
Que diz aquele tradicional: já estou quase pronta
Que pode durar uma vida, uma eternidade
Mulher é como onda no mar
Decidida, ninguém consegue deter
É um porto seguro pra navegar 
Mas quando quer faz o tempo virar 
E muito navegante se perder 
Mulher sempre sabe bem o que quer 
Mas reflete com cautela pra tomar decisão 
Carrega um sorriso no rosto, batom na bolsa, salto no pé
e sempre mil segredos no seu coração 
Mulher é exemplo de parceria 
Não sabe ao certo o que é se poupar 
Sempre se entrega por inteiro 
Se multiplica, e mesmo no aperreio
nunca deixa pra ninguém faltar 
Mulher é o ser mais imprevisível que estudei até agora
E o mais apaixonante de observar
É uma fera que está brava numa hora 
Dois minutos depois a sorrir e a saltitar
Mulher não tem dia, não tem hora e nem igual 
Todo dia a ela seu valor
Dar flores bombons é genial 
Mas nenhum presente, por mais belo e natural
Faz mais sentido do que uma caixa ou ramo de amor
Mulher que nem Freud se atreveria e nem conseguiria descrever 
Eu com a minha muita ousadia
Porém, pouca sabedoria 
Somente posso me curvar e agradecer
Porque nós homens podemos até dar uma opinião 
E fazer as coisas como quiser 
Mas elas só chegam próximas a perfeição 
Quando abrimos o coração 
Para o toque detalhista que sempre traz solução 
Da incrível e fundamental, mulher.
Cordel do Coronavírus 
Autor: Tião Simpatia      
(Desafio para combater o Corona e outros males...)      
I
Como um rastilho de pólvora 
A COVID 19 
Espalha-se pelo mundo
E o pânico promove!  
Mas tem gente que “faz hora”,
Ironiza, ignora 
Esse perigo iminente.  
Prevenção é o remédio 
Ainda que cause tédio 
Ficar em casa é prudente.  
II
Mas quando ficar em casa 
Não for uma opção?
O jeito é entregar a Deus
E pedir Sua proteção. 
Nem preciso repetir
Quais os métodos a seguir
Pois sei que você já sabe...
Que Deus abençoe seu dia
E que essa pandemia
Passe logo! Logo acabe!
III
Lave as mãos com álcool em gel, 
Ou com água e sabão! 
Também faça uma limpeza 
Na alma e no coração. 
E por favor, não esqueça 
De limpar bem a cabeça 
Filtrando os bons pensamentos 
Expurgue do coração 
O ódio, a ambição, 
Da alma, os ressentimentos.
IV
Isole-se para o mundo,
Para o mundo exterior! 
Permita-se viajar 
No seu mundo interior. 
Faça uma reflexão 
Sobre a vida, sobre o quão 
Importante é amar... 
Mantenha a serenidade, 
Reflita sobre amizade, 
Sobre o que deve importar.                
V
Aproveite a quarentena, 
Enquanto se higieniza
E veja o tanto de coisa 
Que você tem e não precisa. 
Desapegue! Desapegue! 
O que tá sobrando, pegue 
E faça uma doação. 
Isso vai lhe fazer bem
Saber que ajudou alguém 
Na hora da precisão. 
VI
Feche as fronteiras físicas, 
Abra as imaginárias; 
Viaje em um bom livro,
São medidas necessárias 
Pra prevenir esse Vírus, 
Já que não há antivírus
Com efeito comprovado. 
Guarde essas lições de cor
E mundo será melhor 
Só por você ter mudado. 
VII
O Brasil já decretou 
Estado de Emergência,
De Calamidade Pública 
E apela pra consciência 
Coletiva da nação. 
Eu vi na televisão
Os Três Poderes, unidos
Diante desse dilema
Na solução do problema
Que fomos acometidos. 
VIII
Temos que deixar de lado
Nossas arestas políticas 
Que polarizam o País 
Tornando as coisas mais críticas! 
Não vamos nos dividir, 
Precisamos nos unir, 
Usemos a inteligência!
Não ponha lenha no fogo 
Aqui o que tá em jogo 
É nossa sobrevivência. 
IX
Não espalhe Fake News,
Isto é muito importante: 
Cheque a fonte da notícia 
Antes de passá-la adiante. 
Evite aglomerações,
Siga as recomendações 
Dos órgãos oficiais. 
Foi dado o sinal de alerta 
Se fizer a coisa certa
Protegerá seus iguais. 
X
Tenha consciência cívica
Obedeça o protocolo;
Não jogue no colo alheio
O que não quer no seu colo!
Não lucre com a desgraça, 
Pratique os preços da praça, 
O PROCON está de olho!
Quem dos preços abusar 
Eu acho melhor botar
As suas “barbas de molho”!
XI
Bote a máscara da saúde,
Tire a máscara da moral; 
Todos nós usamos máscaras
No convívio social! 
Mude hábitos e conceitos 
E os velhos preconceitos, 
Que tal higienizá-los?
Essa crise, na verdade 
É uma oportunidade 
Pra ressignificá-los.  
XII
Não brinque com coisa séria, 
Humor com isso não faça; 
Pessoas estão morrendo 
E não tem a menor graça! 
E se fosse um dos seus...?
Porém, se acredita em Deus
Reze, faça uma oração 
Para o deus da sua crença 
Subestimar a doença 
É andar na contramão... 
XIII
Na contramão do bom senso,
Do espírito republicano; 
Do que diz a OMS
No seu detalhado plano 
Pra conter a pandemia
Trabalhando noite e dia
Vamos seguir seu modelo.  
Torcer pra que a medicina
Descubra logo uma vacina 
E acabe esse pesadelo. 
XIV
Parece até demagógico 
Pedir pra ficar em casa, 
Quem precisa trabalhar 
Senão o aluguel atrasa. 
Um fator sociológico; 
Outro epidemiológico; 
Que grande contradição! 
Classe alta, baixa e média
Vítimas da mesma tragédia 
Mas no mesmo barco, não! 
XV
O barco da classe rica
É um iate de luxo;
Enquanto o da classe pobre
Não tem comida pro bucho. 
Falta gel, água, sabão 
Máscara, ventilação, 
Até sabonete falta! 
Já parou pra pensar nisso? 
E aí? Vai ficar omisso? 
Você que é da classe alta? 
XVI
São perguntas sem respostas...
Esse é nosso País!
A bola está com você
Que patriota se diz. 
Deixemos as teorias 
E as ideologias... 
E aquele um 1º (um por cento)
Da população mais rica, 
Será que se prontifica
A ajudar nesse momento? 
XVII
Vamos tecer uma rede 
De solidariedade 
Com o tecido da esperança 
E os punhos da amizade. 
Armar do Sul para o Norte
Essa rede larga e forte, 
Deixá-la bem estendida...
Pra quando a crise passar
A gente se balançar 
Cantando a canção da vida!
XVIII
O desafio está feito
E eu quero ver quem aceita!
Independente se é
De esquerda o de direita. 
Não é sigla partidária, 
É questão humanitária
O cerne dessa questão! 
Como e quem posso ajudar? 
Basta querer enxergar 
E logo verá quem são!
O poeta do autêntico cordel
com a água da cultura mata a sede.
Ao chegar no barraco do saber,
põe no chão o bisaco e arma a rede.
Conhecimento com ele sempre vem,
mesmo assim, se esforça,mas não tem
uma placa do YouTube na parede.
O CORDEL ESTÁ DE LUTO
Nos versos bem traçados
Em pedaços de papel
O poeta rabiscava
A beleza do cordel
Hoje fez grande viagem
Mudou-se para o céu.
Com seu jeito amigo
Assim será lembrado
Elton Magalhães
Um poeta renomado
Baiano de Castro Alves
Escreveu o seu passado.
Triste poder falar
É um grande sentimento
Deus está à sua espera
Chegou o seu momento
O cordel está de luto
Tudo na vida tem seu tempo.
Irá Rodrigues.
Me chamaram pra eu ir declamar
Fui ao palco sem demora declamei
Fui falar do Cordel que é cultura
E no mundo da Poesia viajei
Alguém disse que eu sabia de tudo
Eu confesso num momento eu fiquei mudo
Mas eu disse que de tudo eu não sei.
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
11 Janeiro 2025
Nossa Casa do Cordel
Da Cultura ela faz parte
E em todo o Brasil
Ela é um Baluarte
Uma Casa que tem planos
Com os seus dezoito anos
De muita Poesia & Arte.
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
19 Janeiro 2025
O cordel para mim é a poesia
que retrata a nossa realidade.
Fala do silêncio do meu sertão,
fala também no agito da cidade.
Com a cultura o cordel segue vivo.
E se não for bem direto é inclusivo,
perde parte da sensibilidade...
Se a pergunta vem no ar,
a gente para pra escutar.
Do cordel, vamos falar,
e a curiosidade saciar!
Do livro: "Cordel de primeira viagem: estudantes em sua estreia literária pelo sertão encantado da cultura nordestina"
A Lei Maria da Penha em Cordel
Autor: Tião Simpatia (Modificado por Marcos Francisco dos Santos)
A lei maria da penha
Ela funciona sim senhor
Ela veio pra prender homem Que se tornou agressor
Pois em "mulher não se bate Nem mesmo com uma flor".
A violência doméstica Tem sido uma grande vilã
E por ser, eu, contra a violência
Desta lei me tornei fã
Pra que a mulher de hoje Não seja uma vítima amanhã.
Toda mulher tem direito A viver sem violência
É verdade, tá na lei.
Que tem muita eficiência Pra punir o agressor
E à vítima, recebe assistência.
Tá no artigo primeiro Que a lei ta pra impedir;
Na hora da violencia
Como também, prevenir; Com medida protetiva
E ao agressor, punir.
Já o artigo segundo Desta lei especial Independente de classe Nível educacional
De raça, de etnia; E opção sexual...
De cultura e de idade De renda e religião
Todas tem o direito
Sim, todas! sem exceção
estão asseguradas
Pela constituição.
De viver a sua vida
Sem importunação
Sem perseguição
Sem ameaça
Sem ser xingada
Ou de qualquer agressão
Seja fisica ou psicologica
Não pode atacar a mulher não
Por exemplo: a mulher Antes da lei existir, Apanhava e a justiça
Não tinha como punir
Ele voltava pra casa
E tornava a agredir.
Com a lei é diferente É crime inaceitável
Se bater, vai pra cadeia. Agressão é intolerável.
A justiça protege a vítima Depois pune o responsável.
Segundo o artigo sétimo Os tipos de violência Doméstica e familiar Têm na sua abrangência As cinco categorias
Que descrevo na sequência.
A primeira é a física Entendendo como tal: Qualquer conduta ofensiva De modo irracional
Que fira a integridade E a saúde corporal...
Tapas, socos, empurrões; Beliscões e pontapés Arranhões, puxões de orelha; Seja um, ou sejam dez
Tudo é violência física E causam dores cruéis.
Vamos ao segundo tipo Que é a psicológica Esta merece atenção
Mais didática e pedagógica Com a autoestima baixa Toda a vida perde a lógica...
Chantagem, humilhação; Insultos; constrangimento; São danos que interferem No seu desenvolvimento Baixando a autoestima
E aumentando o sofrimento.
Violência sexual:
É outro problemão
O uso da força física Causando intimidação E obrigando a mulher O ato da relação...
Não pode não...
Ninguem pode obrigar
A mulher a ter menino
Não não pode não
Se ela não quer ter filho
É direito dela
Macho nenhum obriga não
E qualquer um que impeça
Dela usar proteção
Pra evitar ter menino
É crime, não ta certo não
A quarta categoria É o patrimonio:
O que pertence a ela.
O caba não pode destruir não
Nada que seja dela não
A casa, a roupa, o carro a moto, documentos, celular e o chinelo
Tudo que for dela
Homem nenhum mete a mão
Se achou ruim, vá pra justica
E procure a solução
A quinta categoria É violência moral
São os crimes contra a honra Está no código penal
Injúria, difamação; Calúnia,e falar mal.
Infelizmente, isso aconte muito
Esse tipo de agressão
em casa,No trabalho, na rua
No onibus, no carro
Em qualquer lugar
Basta ter um infeliz
Que pensa que na mulher pode pisar
E quem é o agressor?
Pode ser qualquer um
Marido, ex-marido, namorado
Amigo, conhecido, desconhecido, familiar
Ou um advogado
No momento que ataca uma mulher
É tudo farinha do mesmo saco
E para proteger a mulher
A lei maria da penha
criou um negocio chamado juizados
De violência doméstica que tem em todos os estados.
E onde busca ajuda?
Onde denuncia a situação?
É fácil, liga 180, 180
Não tem erro não
180 todo dia e toda hora
Não para em feriado
Não para nem em dia de finado
Espero ter sido útil Neste cordel que falei Para informar o povo
Sobre a importância da lei Pois quem agride uma rainha Não merece ser um rei.
A gente ta aqui nesse mundo
Ta pra viver com união
Todo mundo é igual
Não tem mais cheiroso
não
E se o caba é um agressor fedorento
A Lei maria da penha é o sabão.
Cordel: a seca... 
um Apocalipse no sertão 
O agricultor sofre  demais 
Com a seca no sertão 
Essa dura realidade 
É de partir o coração 
A seca ta acabando tudo 
E todo ano é assim 
Sai esturricando o verde 
Parecendo não ter fim 
É grande a minha tristeza 
Quando eu olho pro sertão 
Vendo a chuva tão distante 
E o sol rachando o chão 
Aí eu me ajoelho e rezo 
Pra Jesus nos ajudar 
E lhe peço humildemente 
Que mande chuva para cá 
Pois o meu gado está morrendo 
E eu não sei o que fazer 
Minhas cabras e bacourinhos 
Eu vendi pra não morrer
Na varanda lá de casa 
Ainda me lembro com tristeza 
Do roçado e os pés de frutas 
Destruídos pela seca 
Antigamente a gente tinha 
Os nossos porcos no chiqueiro 
Na lavoura era fartura 
Tinhamos até um galinheiro 
Das nossas vacas vinham o leite
Pra fazer queijo e coalhada 
Manteiga da terra e escaldado 
Além do doce e a nata 
No nosso plantio tinha batata 
Melancia e melão 
Macaxeira e milho verde 
Jerimum e o feijão 
Lá na horta tinha tomate 
Batatinha e cenoura 
coentro e berinjela 
Pimentão, alho e cebola 
Nas noites de lua cheia 
A gente sempre ia caçar 
Voltávamos com uma fartura 
De peba, mocó e préa 
A gente criava Guiné 
Patos, jumentos e uns touros 
Ovelhas, cabritos de raça 
Uns 4 cachorros e 1 poldo 
E nas noites de São João 
Comíamos milho e beju 
Tapioca molhada no coco 
Canjica, pamonha e angú 
Essas lembranças do passado 
Eu recordo com emoção 
Da felicidade que um dia 
Eu vivi no meu sertão 
Esse sertão já foi motivo 
De muita felicidade 
Hoje tudo se acabou-se 
Só restou mesmo a saudade 
Ainda recordo com alegria
os bons tempos de abundância
A chuva caindo no chão 
Nos enchendo de esperança 
Só que aqui no meu sertão 
Onde tudo era fartura 
Não se ver mas mata verde 
É só tristeza e amargura 
Morreram todos os pés de frutas
Os de manga, os de caju 
De acerola e às bananeiras 
As laranjeiras e os de embu 
A seca é tão devastadora 
Que os peixes morreram tudo 
Tucunaré e a tilapia 
Não escapou nem o cascudo 
Essa seca é muito árdua 
Que eu nunca vi ser tão cruel 
Às abelhas foram embora 
E acabou com nosso mel 
Às plantações se acabaram 
Com a seca repentina 
No sertão não sobrou nada 
Nem mesmo o galo de campina 
Os pardais foram embora 
Em busca de sobrevivência 
Arribaçãm pegou o beco 
E o urubu pediu clemência 
Não existe mas açudes
Nem barreiros e nem cacimbas 
A falta de chuva é grande 
Que o verde virou caatinga 
O plantio de algodão 
Ficaram secos e não tem mais 
Nenhum pezinho de palmatória 
Para dar aos animais
Essa seca tão cruel 
Está tirando a alegria 
E os sonhos do sertanejo 
Que trabalha noite e dia 
Toda manhã quando eu acordo 
Eu não sei como dizer 
a minha esposa e a meus filhos 
Que não tem mas o que comer 
Viver dessa maneira 
Me corta o coração 
Essa seca desgraçada 
Tá acabando com o sertão 
Eu imploro ao meu jesus 
Um homem santo e salvador 
Que ajude o sertão 
Que a seca esturricou 
Pois o sertão está sem água 
Sem trabalho e sem comer 
O sertanejo ta abandonado 
E a tendência é morrer 
Mas o sertanejo é teimoso 
E tem muita fé no coração 
Ele morre de fome e sede 
Mas não abandona o sertão 
Mas logo logo, a chuva chega 
E eu sei que ela vai 
Acabar com o sofrimento 
Do sertanejo e dos animais 
E quando a chuva aqui chegar 
Eu vou ter que conseguir 
Começar tudo de novo 
E o meu sertão reconstruir.
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