9 pensamentos que Cora Coralina nunca disse, mas você achava que sim

Renata Dib
Renata Dib
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Cora Coralina (1889-1985), pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, foi uma grande poetisa e contista brasileira. Começou a escrever ainda na adolescência, mas só publicou o primeiro livro (O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais) em 1965, com mais de 70 anos.

Com uma escrita simples e o uso de termos mais coloquiais, a autora revolucionou o cenário poético brasileiro. Por sua grande popularidade, é muitas vezes alvo de falsas atribuições na internet. Confira pensamentos erroneamente atribuídos à poetisa e outros que são mesmo dela.

Sou feita de retalhos.
Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma.
Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.
Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior...
Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade...
Que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa.

Nota: Trecho do poema Sou feita de retalhos, cuja verdadeira autoria pertence à escritora Cris Pizzimenti. O texto foi publicado na página Uma pitada de encanto - by Cris Pizzimenti, no Facebook, em junho de 2013.

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Nota: Trecho do poema Saber Viver (às vezes também intitulado de Não sei ou O Sentido da Vida), que é muitas vezes atribuído a Cora, mas sua verdadeira autoria é desconhecida.

Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

Nota: O pensamento na verdade pertence a Geraldo Eustáquio de Souza (Letícia Lanz), poeta e mestre em Administração.

Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas... Daqui para frente levo apenas o que couber no bolso e no coração.

Nota: O pensamento é atribuído a Cora, mas não consta no acervo da autora. Sua verdadeira autoria é desconhecida.

Não acrescente dias a sua vida, mas vida aos seus dias.

Nota: Muitas vezes atribuída a Cora Coralina, acredita-se que a frase seja do engenheiro de software Sangamithra Gangarapu.

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.

Nota: Outro pensamento que não consta no acervo da poetisa. Sua verdadeira autoria é desconhecida.

Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma.

Nota: A autoria é atribuída a Cora Coralina, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

Enfeite a árvore de sua vida
com guirlandas de gratidão!
Coloque no coração laços de cetim rosa,
amarelo, azul, carmim,
Decore seu olhar com luzes brilhantes
estendendo as cores em seu semblante

Nota: Trecho do poema Poesia de Natal, também atribuído a Cora. Porém, não se sabe sua verdadeira autoria.

Às vezes o coração, rasgado pela dor, vira retalho. Recomenda-se, nestes casos, costurá-lo com uma linha chamada recomeço. É o suficiente.

Nota: Muitas vezes atribuído a Cora, o pensamento na verdade pertence ao escritor Abner Santos.

Pensamentos que realmente são de Cora Coralina

Não é o poeta que cria a poesia. E sim, a poesia que condiciona o poeta.

Não é o poeta que cria a poesia
E sim, a poesia que condiciona o poeta.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema O poeta e a poesia.

Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Meu Epitáfio.

A gente tem medo dos vivos e medo dos mortos.
Medo da gente mesmo.
Nossas covardias retardadas e presentes.
Assim foi, assim será.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Confissões Partidas.

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria

Bibliografia: Folha de S.Paulo, 4 jul. 2001.

Nota: Trecho do poema inédito Assim Eu Vejo a Vida.

Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida. Não desistir da luta. Recomeçar na derrota. Renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos. Ser otimista.

Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Ofertas de Aninha (Aos moços).

Acredito nos jovens à procura de caminhos novos
abrindo espaços largos na vida

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Eu Creio.

Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Humildade.

Procurei a casa da Felicidade, a vizinha da frente me informou que ela tinha se mudado sem deixar novo endereço.

Procurei a casa da Felicidade,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha se mudado
sem deixar novo endereço.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema A Procura.

A estrada da vida é uma reta marcada de encruzilhadas.
Caminhos certos e errados, encontros e desencontros
do começo ao fim.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Exaltação de Aninha (O Professor).

Cumpre aos alunos e mestres defender seus valores ancestrais,
inavaliáveis.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Exaltação de Aninha (A Universidade).

Nós temos medo de ser originais. Sermos os primeiros.
Preferimos a estrada palmilhada, a retaguarda cômoda.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Exaltação de Aninha (A Universidade).

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Exaltação de Aninha (O Professor).

Meninos virão
e indagarão de você
o tempo que passa:
Breve, alegre para uns,
longo, inexpressivo para outros.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Este Relógio.

O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher.

O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Meu Melhor Livro de Leitura.

Tenho a idade de meus versos.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Não Conte pra Ninguém.

A vida é boa. Saber viver é a grande sabedoria.
Saber viver é dar maior dignidade ao trabalho.
Fazer bem feito tudo que houver de ser feito.
Seja bordar um painel em fios de seda ou lavar
uma panela coscorenta. Todo trabalho é digno de ser bem-feito.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Recados de Aninha – 1.

Mas… ai de mim!
Era moça da cidade.
Escrevia versos e era sofisticada.
Você teve medo.
O medo que todo homem sente
da mulher letrada.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Amigo.

Feliz é o professor que aprende ensinando.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Exaltação de Aninha (O Professor).

Reconhece teu erro. Mesmo que custe muito, ao teu orgulho e vaidade.

Reconhece teu erro.
Mesmo que custe muito,
ao teu orgulho e vaidade.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Aprende…

Luta, a palavra vibrante
que levanta os fracos
e determina os fortes.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Cora Coralina, Quem É Você?

Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir.

Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.

Bibliografia: DENÓFRIO, Darcy França. Melhores Poemas. São Paulo: Global Editora, 2008.

Nota: Trecho do poema Aninha e suas Pedras.

Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Das Pedras.

A dureza da vida não são carências
nem pobreza.
Sofrem aqueles que desconhecem a luta
e menosprezam o lutador.

Bibliografia: Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema A Fala de Aninha (Várias...).

Venho do século passado
e trago comigo todas as idades.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Cora Coralina, Quem É Você?

Numa ânsia de vida eu abria o voo nas asas impossíveis do sonho.

Numa ânsia de vida eu abria
o voo nas asas impossíveis
do sonho.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Cora Coralina, Quem É Você?

A vida se esvai
no atropelo das gerações,
na corrente dos anos,
na ânsia dos impossíveis:
Removendo pedras,
cavando trincheiras,
construindo os caminhos do futuro.

Bibliografia: Meu Livro de Cordel. São Paulo: Global Editora, 2012.

Nota: Trecho do poema Sequência.

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