Contexto da Poesia Tecendo a Manha

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Sou suave e triste se idolatro, posso
abaixar o céu até minha mão quando
a alma do outro à alma minha enredo.
Pena alguma não acharás mais branda.

Nenhuma como eu as mãos beija,
nem se acomoda tanto em um sonho,
nem convém outro corpo, assim pequeno,
uma alma humana de maior ternura.

Morro sobre os olhos, se os sinto
como pássaros vivos, um momento
voar baixo meus dedos brancos.

Sei a frase que encanta e que compreende,
sei calar quando a lua ascende
enorme e vermelha sobre os barrancos.

Inserida por pensador

Palavras a um habitante de Marte

Será verdade que existes sobre o vermelho planeta,
que, como eu, possuis finas mãos prêensíveis,
boca para o riso, coração de poeta,
e uma alma administrada pelos nervos sutis?

Mas no teu mundo, acaso, se erguem as cidades
como sepulcros tristes? As assolou a espada?
Já tudo tem sido dito? Com o teu planeta acrescentas
a vasta harmonia outra taça vazia?

Se fores como um terrestre, que poderia importar-me
que o teu sinal de vida desça a visitar-me?
Busco uma estirpe nova através da altura.

Corpos bonitos, donos do segredo celeste
da alegria achada. Mas se o teu não é este,
se tudo se repete, cala triste criatura!

Inserida por pensador

Diante do mar

Oh, mar, enorme mar, coração feroz
de ritmo desigual, coração mau,
eu sou mais tenra que esse pobre pau
que, prisioneiro, apodrece nas tuas vagas.

Oh, mar, dá-me a tua cólera tremenda,
eu passei a vida a perdoar,
porque entendia, mar, eu me fui dando:
"Piedade, piedade para o que mais ofenda".

Vulgaridade, vulgaridade que me acossa.
Ah, compraram-me a cidade e o homem.
Faz-me ter a tua cólera sem nome:
já me cansa esta missão de rosa.

Vês o vulgar? Esse vulgar faz-me pena,
falta-me o ar e onde falta fico.
Quem me dera não compreender, mas não posso:
é a vulgaridade que me envenena.

Empobreci porque entender aflige,
empobreci porque entender sufoca,
abençoada seja a força da rocha!
Eu tenho o coração como a espuma.

Mar, eu sonhava ser como tu és,
além nas tardes em que a minha vida
sob as horas cálidas se abria...
Ah, eu sonhava ser como tu és.

Olha para mim, aqui, pequena, miserável,
com toda a dor que me vence, com o sonho todos;
mar, dá-me, dá-me o inefável empenho
de tornar-me soberba, inacessível.

Dá-me o teu sal, o teu iodo, a tua ferocidade,
Ar do mar!... Oh, tempestade! Oh, enfado!
Pobre de mim, sou um recife
E morro, mar, sucumbo na minha pobreza.

E a minha alma é como o mar, é isso,
ah, a cidade apodrece-a engana-a;
pequena vida que dor provoca,
quem me dera libertar-me do seu peso!

Que voe o meu empenho, que voe a minha esperança...
A minha vida deve ter sido horrível,
deve ter sido uma artéria incontível
e é apenas cicatriz que sempre dói.

Inserida por pensador

Luz

Andei na vida pergunta fazendo
Morrendo de tédio, de tédio morrendo.

Riram os homens de meu desvario...
É grande a terra! Se riem... eu rio...

Escutei palavras; demasiadas palavras!
Umas são alegres, outras são macabras.

Não pude entende-las; pedi as estrelas
Linguagem mais clara, palavras mais belas.

As doces estrelas me deram tua vida
E encontrei em teus olhos a verdade perdida

Oh! teus olhos cheios de verdades tantas,
Teus olhos escuros onde o universo meço!

Segura de tudo me jogo a teus pés:
Descanso e esqueço.

Inserida por pensador

Assim seja

O dia fica para trás,
mal consumido e já inútil.
Começa a grande luz,
todas as portas se abrem diante de um homem
adormecido,
o tempo é uma árvore que não para de crescer.

O tempo,
a grande porta entreaberta,
o astro que cega.

Não é com os olhos que se vê nascer
essa gota de luz que será,
que foi um dia.

Canta abelha, sem pressa,
percorre o labirinto iluminado,
de festa.

Respira e canta.
Onde tudo termina abre as asas.
És o sol,
o aguilhão da aurora,
o mar que beija as montanhas,
a claridade total,
o sonho.

Inserida por pensador

Deixei a porta entreaberta
sou um animal que não se resigna
a morrer a eternidade
na escura dobradiça que cede
um pequeno ruído na noite
da carne
sou a ilha que avança sustentada
pela morte ou uma cidade
ferozmente cercada
pela vida
ou talvez não sou nada
só a insônia
e a brilhante indiferença dos astros
deserto destino inexorável o sol dos
vivos se levanta reconheço essa porta
não há outra gelo primaveril e um
espinho de sangue no olho da rosa.

Inserida por pensador

uma sarjeta é o lugar onde se deixar uma menina
uma menina é um ser vivente, um ser vivente é esse
que se atravessa e mata e nunca existiu

não vou mais pisar a sarjeta de quando era uma menina
sob as mãos do pai, do outro e do outro
todo e qualquer desconhecido

um senhor me pergunta se foi um poema que se salvou
como sede de qualquer morada
o claustro, senhor, não pisar qualquer chão

ser encarcerada é um ótimo ataque, lê-se numa vala

Inserida por pensador

Pensamentos

Madrugada sórdida, eólica e pródiga,
que me vejo sem paz.
Canção melancólica, alcoólica,
e sempre tão sem graça,
que cada lembrança traz.

Mas quem pudera um canto garrido,
que traga o sorriso, isento de,
machismo, feminismo, eufemismo,
livre até mesmo do “ismo”,
inventado por idealismo,
tais “sapiens evoluídos”,
que o canto não os toca mais.

Tenho mais perguntas do que respostas,
um questionador repleto de propostas.
Guardando para si, por não haver debate,
apenas lados e falta de honestidade.

É evolução ou retrógrado,
é idiotice ou monólogo,
todos esses pensamentos,
que me privam de sentir do ar.

Apesar de sem sentido,
não deixa de ser eólico,
o vento traz males e bens,
carregando as energias,
no desequilíbrio do vai e vem.

Inserida por DiMatheu

⁠Insônia
Essa insônia que me perturba,
quero aquietar meus pensamentos,
mas eles são frenéticos,
me agitam, a noite toda.
Quem me dera silenciados,
terminar com essa rebelião
que corre por meu corpo
querendo o que não posso ter.
Coração em taquicardia
respiração curta,
uma intensa fissura,
Meu Deus, que luta.
Quero quebrar o silêncio,
dessa madrugada quente.
Gritar seu nome e ter-te,
comigo para sempre!

Inserida por juliana_rossi

⁠Matriarcado
Eu fui criada em uma sociedade patriarcal,
onde os homens eram donos da verdade,
E as mulheres submissas de forma radical,
muitas vezes tratadas como propriedade.
Cresci vendo minha avó, tias e mãe,
acometidas por um sistema brutal.
E por medo, me tornei a tal, Amélia
aquela que era mulher de verdade.
Hoje, me revolto, começo meu matriarcado.
Hoje sou livre, não aceito preconceito.
Hoje levanto a cabeça e grito meus direitos.
Hoje sou Joana d'Arc , travando guerras.
Quero homens e mulheres trabalhando lado a lado.
Quero salários iguais e oportunidades a todos.
Quero que os pais também cuidem de seus filhos,
para que essa geração venha totalmente igualitária !

Inserida por juliana_rossi

⁠Venho aqui pra te contar
Uma bonita história
Sobre dona Carmelita
E a sua trajetória.
Hoje, aniversariante,
E, por isso, nesse instante,
Faço essa dedicatória.

Nascida em Sirinhaém,
Vinte e sete era o ano.
Dizem que foi vinte e seis.
Registraram por engano?
Pedro e Brígida, seus pais,
Lhe deram lições morais,
No Estado pernambucano.

No tempo de pequenina,
Criança, pintava o sete.
Fugia para o açude,
Onde o sol brilha e reflete.
Com cinco seu pai morreu,
E, com a mãe, só conviveu,
Até fazer dezessete.

Muito jovem se mudou:
Garanhuns, o novo lar.
Despediu-se da sua mãe,
Foi preciso trabalhar.
Vivia com bom humor,
Até conhecer o amor,
E então foi se casar.

Cinco filhos ela teve,
Eu fui seu primeiro neto,
Me tratou com muito apreço,
Com zelo, amor e afeto.
Grande família manteve,
Sete netos ela teve
E ainda seis bisnetos.

Essa vovó é guerreira,
Nunca cansou de lutar,
E até risco de infarto
Coração foi enfrentar.
Hoje tá beirando os cem,
E nem todo mundo tem
Tanta história pra contar.

(Poesia dedicada aos 93 anos de Carmelita Bourbon de Albuquerque, completados em 7 de setembro de 2020).

Inserida por RomuloBourbon

⁠A vida pode ser um sonho
A vida pode ser um sonho, e se for,
prefiro fazê-la de um grande sonho,
Antes do despertar,
Antes das folhas da primavera desabrochar,
Quero ter certeza que no tempo do sonho,
Deixei boas sementes,
Que nos dias de estupidez,
Soube plantar risos,
Que nos dias de seca,
Soube entender a aridez temperamental,
E nos dias de frio,
Da vulnerabilidade das sementes,
Que nos dias da primavera,
Tudo fica mais colorido,
E pode ser a soma do que conseguiram plantar,
A vida pode ser um sonho,
E quando acordar quero ter certeza,
Que deixei o melhor que pude plantar,
Diante o frio de inverno,
O calor de verão,
O silencio do outono,
E a beleza da primavera.

Inserida por netomontana

⁠"Os poetas dominam a arte de expressar os sentimentos com palavras. Não sou um, mas expresso da minha forma. Seja com um sorriso sincero, um gesto de carinho ou simples palavras que fazem todas a diferença para alguém especial. Quando feitas ou ditas para a pessoa certa no momento certo se transforma em um momento único. As vezes o sentimento é tão forte que palavras não são suficientes para descreve-los, mas ações quando feitas com o coração descrevem muito bem esse sentimento chamado AMOR"

Ivanildo Sales

Inserida por ivanildo_sales

⁠talvez eu deva me mudar.
arrumar uma casinha no meio do mato
e ir pra lá morar.
melhor, ir pra bahia
juntar os trapos e me aventurar.
rolar na areia,
subir em árvores
colher frutas do pé.
talvez eu deva me mudar,
afastar de tudo e todos.
longe da maresia corrosiva das metrópoles.
das opiniões equivocadas das pessoas,
longe de mim.
do meu amor falido.
inconstante.
impossível.
talvez eu deva me mudar,
ou, antes mesmo que eu me mude
talvez eu só deva aceitar as partidas.

Inserida por rubobrobsky

⁠Eis que já aponta no horizonte
a tão esperada primavera
que mesmo um tanto distante
põe no ar perfumes e quimeras
Te espero, primavera, te espero !
quero de ti um buquê de belas flores ,
sol e os passarinhos cantando boleros ,
enaltecendo todos os amores
Que as pessoas sejam mais felizes ,
recebam luzes e bençãos,
mesmo que a vida tenha deslizes,
renascerá a esperança junto à nova estação

Inserida por neusa_marilda_mucci

⁠Ó meu amor

Se tu me amas, não grite aos quatro cantos
Ama-me como a leveza das folhas caídas no outono
Que sabem que é preciso desfolhar-se;
Protegendo do inverno, tem primavera

Se tu me amas, prenda-me no coração sem cortar minhas asas
Pois é nas asas desse silêncio, que o amor é capaz de brotar cada dia mais forte
Porque só por amor, somos capazes de deixar o outro livre para viver seus sonhos

Se tu me amas, ama-me;
como se tivesse me conhecendo agora
Com o mesmo brilho no olhar e mesma paixão de querer conquistar-me

Se tu me amas, ama-me
como se hoje fosse meu último dia de vida Porque é nesse dia, que a saudade irá apertar tanto, que tudo que vivemos passará como filme na sua memória e você vai lembrar de cada detalhe que te fez me amar
E é nesse único dia, que meu coração não pulsara reciprocidade!
Poema autoria #Andrea_Domingues ©

Todos os direitos autorais reservados 14/09/2020 às 10:25 hrs

Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues

Inserida por AndreaDomingues

⁠Quando amanheci em paz
no sentimento puro do coração,
percebi de tudo ser capaz,
mas era um amor em ilusão
Pouco a pouco, descobri
que a vida nos muda a rota,
e no coração entardeci,
envolvida pela derrota
Segui então meu caminho
sem mais nada procurar
e meu coração sozinho,
há muito deixou de sonhar

Inserida por neusa_marilda_mucci


GENTE DE FATO
São pessoas que se cruzam
Pelas ruas não se olham
Não se tocam nem se falam
Só se calam...
São pessoas iguais a mim
Iguais a você também
Que sonha com o impossível
Que tentam ser mais livres
Mas continuam a ser
Apenas boas atrizes!
São pessoas de todo tipo
Raça, classes diferentes
Umas moram em mansões
Em edifícios gigantes...
Outras apenas se escondem
Em pequenos horizontes
Com a marca da solidão
Estampadas no coração!
São pessoas que passam
Umas pelas outras num vai
E vem que não tem fim...
Num diálogo quase mudo
No corre-corre da vida
Não tem tempo para pensar
Se dividir, se entregar!
São pessoas que passam
Pela vida sem conhecer
O universo do outro
Preso a um mundo só seu
Do egoísmo que assusta
Muitas pessoas nem tentam
Ser mais gente, ser mais justa...
Morrem em completo anonimato
Sem ter vivido ainda
Sem ter nascido de novo
Sem ter sido apenas
Gente de fato!

Inserida por vilmaoliveira

⁠NOSSA PRECE A HUMANIDADE
Ei você! Sim você mesm@: pessoa;
Chega de fingir a dor da empatia pela humanidade distante, sem ver @ proxim@ que necessita a sua volta
Chega de lamentar uma dor igual a quem sangra pelo abandono e pelo medo na favelas, comunidades e periferias, pois não encontra-se neste lugar de fala;
Nós somos é certo, passado e presente tentando, chamando a atenção pra ter um futuro;
Um tempo que inclua a tod@s, na diversidade humana, com responsabilidade e sem discriminações, sem desigualdades;
Por isso clamamos que senhores das Nações e dos Estados olhem pelos direitos do velho e da criança, em especial da menina preta, pessoa mais pobre em qualquer situação
Num mundo em que a maioria não tem acesso arroz, milho, feijão, açúcar, sal
Rogamos pelos pobres, pret@s e periferic@s, @s PPPs, para que recebam auxilio, políticas sociais, para que não lhes faltem pão, água, luz, o direito a saúde que é a força para qualquer sociedade;
Pois, o vírus fez a roda entortar e tornou essenciais elementos estranhos a comida, ao trabalho, a vida cotidiana, como álcool gel e máscaras;
E, a Humanidade que deveria se juntar, encontra-se dividida: entre pobres, pretos e periféricos e @s demais;
PPPs na angústia da busca da cura pro corpo, sentem outra dor: da fome, que encontra-se companheira do medo, que parece interminável pelas vidas de pessoas amadas, respeitadas
Trabalhemos, pois, filh@s da terra, espelho do divino universo maternal, pelo direito à vida pra tod@s;
Trabalhemos pela cura de verdade, que para além da COVID, para cura dos males que se encontram nos corações e culturas humanas
Rogamos,pois, pelo fim do racismo, do machismo, das desigualdades sociais, e discriminações que destas forças estruturantes sejam decorrentes
Rogamos por esperança, solidariedade, força e fé pel@s pobres, pret@s e periféric@s, que sejam como peixes multiplicados pra o espirito , fortalecendo a mente, nos imunizando do mal que é a ignorância,
Pela prece ao Deus, de todas as crenças por toda a Humanidade, Shangdi, Mawu, Shangdi, , Allah, Guaraci, Alá, Olorum, ou a senhora do universo que sejamos, junt@s e unid@s nesta hora tão difícil,
E ABENÇOAD@S com coragem que vem do AMOR

Inserida por claudia_vitalino

⁠Eu lembro do cheiro da sua pele
E o timbre da voz em meu ouvido
Também do gosto que era abraçar-te
Em cada segundo e por cada milésimo
Fico em transe com seu surgimento
Na sua ausência retorna a lucidez

É que a simplicidade define verdades
De longe reconstrói os cacos caídos
Das maravilhas espalhadas afora
Permaneço contemplando caráter
Nem tic, nem toc expõe dúvidas
Que no espaço contém o tempo

Instruído de sinais característicos
Prova que tempestades passam
Nos picos de adrenalina confuso
Furto sem pudor anel de saturno
Para constituir em outro universo
A postura que me faltou nesse

Inserida por LibrianoPoetico