Coleção pessoal de juliana_rossi

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⁠Memento Mori

Quando descobri que iria morrer
Me encarei triste no espelho
Tenho tanto para fazer em tão pouco tempo

Quando descobri que iria morrer
Por um momento o chão se abriu
O vazio se fez presente e a escuridão me engoliu

Quando descobri que iria morrer
Entendi que todos vão
Me lembrei que a dona morte não faz distinção

Quando descobri que estava viva
Meu Deus! Que susto eu levei
Eu estive viva o tempo todo e nunca a reparei?

Quando descobri que estava viva
Criei asas e voei
Me livrei de todo peso que sempre carreguei

⁠Um Ode a rosa

Não conheço flor mais formosa,
e nem mesmo mais famosa,
do que a linda e delicada rosa.
Entre os amantes a mais honrosa.
Pétalas macias aveludadas,
vermelhas, rosas, alaranjadas,
brancas, azuis, arroxeadas,
e suavemente perfumadas.
A rosa não é nada indefesa,
se a esmagar ficará surpreso,
seus espinhos são sua defesa,
fazem parte de sua beleza.
Se cuidar bem dessa flor,
colherá somente amor.
E quando ela velha for,
deixe-a perder a cor,
dentro de um livro de amor.
E ainda assim terá beleza ,
mesmo morta é delicadeza.
Oh! Rosa cheia de pureza,
és a flor mais bela da natureza.

Espelho, espelho meu
Quero ouvir um conselho seu
Diante de ti estou eu
Só nos dois, amigo meu
Sincero
Singelo
Olho profundamente nos olhos teus
Que são reflexo dos meus
É a idade?
Ou a vaidade?
Mostre-me espelho meu
Onde posso retocar
Onde posso melhorar?
Espelho, espelho meu
Diga-me que aconteceu
Onde preciso mudar
Para paz encontrar
Há algo a me incomodar
Só você pode mostrar
Diga espelho meu
Estamos aqui só você e eu!

Espelho, espelho meu
Diga a verdade
Quem sou eu?
Se às vezes me estilhaço
Se às vezes viro mil
Se quero mudar o mundo
Se quero mudar o rosto
Se tenho sempre na boca
Um gosto de água e de céu.
Se às vezes sou tão só
Quando me viro do avesso.
Se às vezes anoiteço
Em plena luz do sol
Ou então amanheço
Com vontade de voar.
Espelho, espelho meu
Diga a verdade, quem sou eu?

2020

⁠Dois e mil vinte um ano de tragédias,
de muitas perdas, muitas dores.
E na política somente de discórdias
Sim, não há como negar, muitos dissabores
Não podemos ignorar todo esse sofrimento
Por isso que tenhamos empatia
Mas não podemos cair em lamento
E busquemos com todos harmonia
Vamos nós, sobreviventes,
focar em fazer o bem e agradecer,
afinal somos todos remanescentes
E com tudo que se passou temos de aprender
Aprender a amar o que possuímos
Saúde, familia, alimento um teto,
E como ser humano, nos reconstruirmos,
Aprender a valorizar o afeto
O beijo o abraço a união
Que comecemos uma evolução!

⁠Ela era a intensidade
E dentro dela cabia o universo
Com uma grande necessidade
De gritar com um só verso
Oque se transforará em multiverso
E não cabia mais dentro dela
O que lhe era peculiar
Transformar (dor)
Em poesias.

Ame e ⁠deixe te amar.

O poeta enlouqueceu,
tentando o amor descrever.
O pintor se perdeu,
tentando o amor retratar.
A dançarina fadigou-se,
tentando o amor interpretar.
O filósofo atrapalhou-se,
tentando o amor explicar
O romântico morreu,
de tanto amar.
Um velhinho me falou
sem muito complicar,
o amor se vive menina,
Ame, se ame e deixe te amar.

⁠Pequena poetisa

quando menina
já sentia a poesia
nas flores do jardim
no cheiro do jasmim
nas variadas flores
de todas as cores
no canto do passarinho
olhava tudo com carinho
a poesia estava em todo canto
e isso já não causava espanto
para a pequena poetisa
que não conhecia as letras
mas sentia a sinestesia
em tudo que via e ouvia
assim era a pequena poetisa
sonhadora, observadora
descobrindo a beleza da vida
como pequena espectadora
da poesia viva

⁠o arrogante

ele bate no peito
exibe seu distintivo, ou alvará
olha de cima a baixo com despeito
acha-se superior, se acha o cara
para ganhar uma disputa
usa de bajulação e enganação
cheio de demagogia
enganação e manipulação
faz a si mesmo apologia
só oferece ajuda por propina
e até apela para o vitimíssimo
sem pudor ou ética,
ego infladíssimo
adora mulher,
mas desfaz do feminismo
só as quer para usar e beijar seus pés
seu ego o cegara
só vê degrau ao seu entorno
quem o salvará
da lei do retorno?

⁠Toque de sua retina

Com um olhar ele me faz Musa,
Deusa , diva, nua
Afrodite.
Vênus em ascensão.
Acelera meu coração.
Me coloca no altar e venera
Me faz sua, mulher, Eva
sua lady, Monalisa.
Depois me faz menina
Pura pequenina
E assim ele me fascina.
Tudo isso só com o toque da sua retina.

⁠Anos atípicos

Começa o ano de 2020,
Todos cheios de planos
como todo começo de ano.
Promessas e metas
interrompidos, silenciados,
um vírus assola a humanidade.
Todos estão desolados,
fecham-se as portas
das escolas, dos comércios,
fecha-se a visão ampla
e a morte reina sobre milhões.
Não consigo respirar,
os óculos estão a embaçar
e ninguém pode me abraçar,
Um carinho pode ser mortal.
E agora já 2021
o vírus continua letal,
a vacina chegou
mas, a essa altura
a paranoia já reinou.
Ao ponto que a descrença impera
e a alma se desespera.
Calafrios, desconfiança, ansiedade,
depressão e transtornos mentais
se esparramam como a vírus reais.
Já não é só o Covid que assola;
e perturbados, mal informados
fecham-se conta a vacina,
O vírus agora é a humanidade.
Quem está são e quem não?
Vamos vencer essa luta ou não?
Não consigo respirar,
Estou a pirar e delirar!

⁠dentes de leão
que sobrevoam a imensidão
pelo céu azul da estação

⁠a lágrima da mulher cai
e ninguém vê
oque a faz sofrer

as folhas colorem o jardim
verdes roxas e vermelhas
depois amarelam

⁠como borboleta em flor
a felicidade pode passar despercebida
observe com serenidade a sua vida

⁠a moça está triste
por que em seu coração
o amor já não existe

⁠No modo automático
O tempo passando rápido.
Anos e anos se passam,
e não me sinto realizada
Por que sinto que fui programada,
eu que estou funcionando
no modo automático.
Acabou-se as vontades,
acabou-se a paixão.
E não consigo mais ver
a luz, ou a razão
para continuar lutando
Sigo no modo automático,
para o bem dos que me rodeiam,
e ninguém nem percebeu,
que faz tempo que não estou mais presente.
Sou somente uma casca,
uma boneca robotizada!

⁠Sou fênix

Você me fez, perder o foco
perder o rumo e a direção.
Por você abri mão de mim,
de meus ideais de minha intuição!

Mas hoje aprendi a lição
Busquei meus sonhos
Voltei a planejar e versar
Voltei a lutar!

Agora estou mais forte
Munida de experiência
sabendo que sou eu
quem faço minha sorte.

E agora meu bem,
ninguém me barra,
porque sou fênix
Sobrevivente do caos!

⁠Grãos de saudades
O Tempo resolve.
Não, ele aparta as dores,
e aperta a saudades.
O tempo dissolve
tudo em recordações,
transformando em pequenos
grãos de lembranças,
grãos coloridos,
grãos cinzentos.
E assim vai ficando possível
de carregar, a dor da saudade.

⁠Sua poesia
Sua poesia foi um espelho para mim.
Desnudou-me, expos minha alma,
desembaraçou meus cabelos,
acariciou meu ego.
Gostei de ler-me,
senti algo incomum.
Você poeta desvendou-me.
para mim mesma ver-me,
como nunca me vi.
Constringiu-me, corei
mas não nego,
que me apaixonei!