Coleção pessoal de Moapoesias

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⁠Pórticos rústicos
Alma em fuga
- Solitária -
Reflexo de luzes

Ventos de ausências
Suave récita poética
Som da lira
e as folhas dançam

Um passo
Mais um

E mais outro...

A distância!

Flor com a haste quebrada
a vida dá pouco
- Nada -

A pétala amanhece sangrando
... Mistérios
des (humanizados)

⁠A vista da vida
vinha dos olhos de vidro
das ventarolas das janelas

Descendo
a descida

Degrau
por
degrau

Lindo e límpido
como água do poço

Frescor da brisa
cheirando a flores

Zunido de abelhas
adoçando o sonho

Crescidos
os girassóis sorriam.

⁠Há paz em ver o mar
Sossego interior
alimentando o sol

Versos em suas ondas
lembram-me que ontem,
pensativo, contei estrelas

Na areia a gaivota
silencia o semblante

A tarde envelheceu...

- Sozinha -

O rio que brinca em mim
É infantil
É límpido

Águas saudáveis
que nem sei poluir

Coaxam as rãs animadas
A voz humana silencia
Sento-me à sombra marginal
extasiado a observar:
- Náiade não há -

A voz da natureza
muito tem a nos ensinar.

Ela mexia o café
Ele espiava o mar
Hialino olhar

Ela queria sol de bronze
Ele queria ondas
de mergulhar

Ao sol tornaram-se areia e mar.

Há um grito que não responde
Eco silencioso que soa longe

Solto no ar

A onda peleia com as pedras
-indestrutíveis -
Mar sem memória de marés
não é mar

Sal sem demasia,
apenas mar
sem sinônimos
nem significados

Arrojado,
céu azulado
A água passou:

é passado.⁠

Quero amanhecer ouvindo a voz do mar
e partir sem sonhos
- Pela areia molhada da esperança-
Recolher-me-ei às minhas espessas crenças
rumo a novas e sensíveis lonjuras

Vou ao encontro dos poetas de outrora,
trocar a vida pela poesia sem aflições;
Ouvir metáforas de mentes geniais,
nostalgias marcantes de outros jamais

Descansar os olhos turvos
em insônias tantas e indecifráveis.
Equilibrar-me no muro frágil
do abismo e do paraíso celestial

Poemas divinos me manterão ativo
sem ostentar nenhum glamour
Sensíveis versos líricos livres
Ternos, imortais, inesquecíveis;

- eternos -

⁠Pequena ilha
a milhas da costa
contempla o continente
e descansa
Fixa,
move o mar
Pássaro ínfimo
habita
Barco noturno,
distante
Luz móvel,
errante
Meus pés de areia
- Ilha distante –
Sopro de esperança,
vista que mal te alcança

⁠Deito meu olhar sobre o mar,
no instante em que a onda
mansamente toca meus pés,
trazendo vontades
não sei de onde,
nem de quê.
Ternas lembranças me percorrem
e um riso incerto voa,
saudoso das asas poéticas Pessoais
do mar salgado de Portugal.
Sou ungido
das tuas águas,
ó mar!
Sinto-me doce
ante teu sal.

Desejo abraços apertados
Sorrisos sinceros
Despedidas exterminadas
Amores sem debandadas.

Que a corrida não seja só pela vitória
Nem somente para constar na história
Que coisas ruins saiam da memória
Todos merecem um mínimo de glória.

O que mais quero, agora
É que todos possam ser felizes
Se existirem balas que sejam de anis
Que nada deixe profundas cicatrizes.

Que a fé não precise remover montanhas
Que medalhas não sejam apenas para quem ganha
Que todos tenham o poder da barganha
Que todos brinquem de ganha ganha.

⁠O cricrilar distante
Quebra o silêncio
Da noite insone.

Aos poucos cala-se o grilo
Da noite solenemente
Insone.

Lentamente adormeço.

Desperto do sonho
cheio de desejos
Vontade de morrer
Ou ganhar um beijo.

⁠Mãe cria os filhos com todo o amor
renuncia a tantas coisas pelo bem deles,
tudo o que faz, faz por eles e para eles.
Mãe de todas épocas
de todas as gerações
de todos os hábitos
de todas as crenças
de todas as regiões,
como mulheres vivem as diferenças,
como mães tem algo que é igual
esteja elas onde estiverem
seu amor é sempre incondicional.
Mães de todos os mundos
Merecem de Deus toda proteção
E quando elas vão embora
permanecem vivas nos corações.

O amor salva vidas; a sua atitude também!

Seja a boa semente: faça o bem para a nossa gente.

Una-se a causa social, faça sua parte.

O momento pede atitude.
Seja solidário.

Solidariedade não é favor; é um gesto de amor!

A gente acreditava que o mundo não acabaria.
No início de 2020 percebemos o engano.
Bem-vindos ao novo mundo!

Eu sempre desejei viver numa destas casinhas sem número. Endereços que não parecem reais: Rua das Flores S/N.
Isso sim seria morar num poema.

Nestes dias em que a chuva umedece a rua e o céu escurece, observo a vida na minha cidade.
As luzes até ascendem brincando de anoitecer.
Com a chuva intensa sinto medo de temporais, enchentes, tragédias naturais...
Na juventude em dias de chuva a gente se divertia pisando descalços nos atoladores das ruas.
Era lindo acompanhar a emoção das crianças pisando no barro pela primeira vez.
Anoitece.
Agora há o espetáculo das luzes dos veículos refletindo nos pingos d’água.
É agradável adormecer ouvindo o ruído das goteiras, ou acalentando algum sonho no conforto da cama.
É gostosa a sensação de acordar durante a madrugada com frio e reforçamos as cobertas.
A noite passada eu sonhei.
No meu sonho todos compreendiam que os homens sobrevivem a tudo exceto a solidão das noites chuvosas.
A humanidade se abraçava num gesto de ternura jamais visto. A felicidade invadia cada coração e todos riam alegremente.
Ao amanhecer a realidade era outra, mas sonhar, ainda que seja utópico, é um exercício que acalma a alma das suas angústias.