Coleção pessoal de Moapoesias

201 - 220 do total de 725 pensamentos na coleção de Moapoesias

Leve

A um bando me juntei
Por fim...
Voei.

Desprendi-me
Nas asas poéticas
Que criei.

Vai poesia
Rufle seus versos
Iça o poeta
Ás nuvens da inspiração.

Enquanto vivo
Vejo a beleza
Em poesias que alguém
Faz.

Jamais terei tal perfeição,
Carrego a inquietude
De não desistir.

Não aprendi transmitir
A sensibilidade
Estocada no peito
Querendo sair.

Tento frear.
Nessas horas
Recolho-me e disfarço
Mas a alma...
A alma sempre chora.

Leveza
Anoiteceu na aldeia,
Como um vulto,
A aranha
Balança-se na teia.

Que sorte tem ela
Agarra a própria linha
Se lança destemida
Segura de si.

Me vejo imóvel
Não tenho igual certeza
Não me desprendo da teia
Me falta a leveza.

Vós
Quase a última voz do verbo
Ofereço-te complacência
Nada em ti renego
Com tua soberba e negligência
Por vezes de tristeza me entrego
O que supões inteligência,
É inflação do ego.

Sustento o orgulho em dizer: prefiro perder por ser justo a ganhar por justo não ser.

E que amanhã o sol
Desarrume tudo o que foi escrito
E provoque outras reflexões.

E ao sorver o mate
De ondas verdes
O gaúcho arrasta seu mar.

Envelhecer é perceber que as metáforas de outrora já não fazem mais parte do poema.

Passamento
A funda
afunda
penas

A pedra
preteia
o peito

Partiu
pobre pássaro.

A leitura e sempre recomendável, exceto se você deseja fazer descobertas.

Suave música ao fundo
Só a quietude destoa
Baixas vozes melódicas
Aguçam estranhas manias
De empurrar o mundo.

Vento cantando
Sopra feito solidão
Voz única e violão
O mundo se move
Nesta canção.

Canto teus encantos
Repetindo o intérprete
Canto-te em mim
Na minha voz falsete.

Foi-se a meia noite,
A vida, a esta hora,
É o próprio silêncio
Que a gente cala.

Colecionar livros não é legal. Inteligente é quem coleciona leituras e doa os seus.

Doce
Tão doce seria sonhar
Sem os temporais da vida,
Cicatrizes são marcas
Causadas pelas feridas.

Vi
Vi ainda ontem
Uma flor balançando
Com o vento suave
Levemente lhe tocando.

Meu mundinho
Posso espalhar poesias pelo mundo
Viajar por onde for,
Mas levo comigo meu mundinho
- Lembrando com grande amor-
Meu Pinheiro Marcado
No interior de Carazinho.

Nem vi
Desculpem minha falta de memória
Repito os velhos versos
Como a canção antiga
Que cantei na infância.

Desculpem minhas frágeis lembranças,
Vividas desde dos tempos de crianças
Que não querem se apagar.

Desculpem – me
Nem vi a vida passar.

Medos
Na velha casa de madeira
O quarto ao lado do meu
Um mostro escolheu para morar.
À noite, destemido, ele subia no foro
E fazia a madeira estalar.

A lua espiava os meus medos pelas frestas
– Que vergonha!
Ao longe, uivava algum bicho noturno,
Desconfio que em meio as palhas do colchão
Morava outro, mais barulhento, mais enfadonho.

Hoje a casa é adulta
Do menino já nem sei,
Mas os medos?
Deles nunca me livrarei.

Eu não paro de sonhar
Só o fim dos sonhos me faria parar,
Mas tenho estoque para uma vida
E se necessário vou fabricar.
Eu não paro...
Eu não paro de sonhar.

Partir
Em pleno devaneio
Já no centro de mim,
Refleti-me desajeitado
E no meu espelho,
Em prantos sorri
Por fim...
Parti.

No amor evite exageros. Ame apenas e tão somente o suficiente para ser bom.