Coleção pessoal de Moapoesias

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⁠A pele arde
ao meio dia
a vida puxada pela copada
arrebenta-se ao meio

estrada de pó

solão

piedade!

Passos suspensos irrespiráveis
olhar incrédulo e horrorizado
do gado
faminto no potreiro
- O verde definha-

⁠Trago nos olhos
O brilho do sol
de verão.

A sombra nos tijolos
forma no muro
algo sem tradução.

A imaginação colore
com jatos férteis
vindos do coração.

⁠Tua energia é luz - luar
Brilha!
Escureço ao te ver passar.

Reflexos de arco-íris
Íris em arrebol
reverberam os raios do sol.

Sorrindo ...
Cabeça alta
Alma colorida
Beleza não lhe falta.

⁠Vermelha uva
- Vinho -
Cacho sem espinhos
Ramos podados
Cipós sustentados
e o pássaro em volta

Um grão no papo,
outro no chão

O canto silvestre
de agradecimento
Se não fosse o pássaro
seria o vento.

⁠Simbiose de fungos e algas
Líquens colorem as pedras
e os caminhos...

Vidros e olhos embaçados
mergulhados em brisas e saudades.

Reflito um instante...
Tantas coisas em mim

Calo!

Pensamentos não falam.

⁠Vida vindo
ventando vivências
aventando a existência

A rosa escarlata
para a mais bela
Ansioso
ao vê-la na janela

Depois o adeus
envelhece o silêncio.

⁠Charnecas floridas
após a chuva
- Vida líquida -
dançam alegres

Ventos de elásticos
Repuxe de ondas
repetem nos olhos
a fotografia

Exalam nos ares
- Aqui e além-mares -
legendas perfumadas
em cores que balançam
colorindo o inconsciente
- Das flores –
da gente.

Estou lá

⁠Nos quadros e afins
nos vasos e nos jardins

Em arranjos preparados
nos frascos perfumados

Pétala aromatizada
Natureza viva
Flor florida.

⁠A noite deixa tudo tão longe,
nostálgico...

Um tanto trágico que
parece real

O anjo noturno
anima a alma
antes do sono contínuo

Mãos juntas
iluminam a prece

Ativam sonhos …

⁠Vozes do passado
- Compõem pinturas –
e expõem na tela
traços de lonjuras

A vida
é sombra
de sonhos
fantasiados.

O tempo...

Jovens noites de brisa

Nostálgica juventude.

⁠Em silêncio a luz apagou,
A alma aquietou-se,
triste e aniquilada

Vaga-lumes de estrelas
distantes e calados,
iluminado a madrugada

Olhos sem brilho
vertem dormentes,
frutas inférteis,
infrutíferas sementes

Tudo é deserto
O verde morreu
O eco distante
diz o que viveu.

⁠Adornos de risos e alegrias
Farras e fantasias
semeando a vida
no horto de hortênsias,
perfumando o sacrário
da frase morta

Esquecida

Nos degraus do campanário
não há luz

- Morrem as estrelas-.

⁠A paisagem veste-se de noiva
Os caminhos congelam

Pobre gado!
Desespera-se pelo estábulo

Da boca verte fumaça
Um sentimento
sentido,
O tremor
do minuano zunindo,
O milho,
doce alimento

Noite impiedosa

Um filete de lua
tremelica...
gelado.

⁠Lua feita de silêncios
na calmaria noturna
A vida, inconformada,
tatua frases no peito

Pinta uma lágrima desmotivada,
amistosa,
- Do nada -

O futuro é desconhecido,
mas a noite é enluarada.

⁠No lado do carona,
a térmica na mateira

Da erva úmida,
o cheiro do mate

No rádio alguma música
regional

A paisagem bela
A serra
Os morros
A terra

Diante dos olhos
nuvens se movem
sem rosto

Dirigindo,
penso em Deus

Sou parte do mundo;
Sou tão pequeno!

Ligo as luzes,
Já é noite.

A estrada é solitária
- Sempre foi -
Reflexos luminosos
indicam sereno da madrugada

Peço a um anjo
que me guie

A vida não tem parada
Já, já
surgirá um novo dia.

⁠Manhã virgem de sol
Dor doída
que já não dói

A vida é um flash.

Ontem
ficou pra trás

Caminhos desbotam
as folhas faciais

Anoitece outono
para amanhecer inverno

E o frio aprisiona,

mas o colorido da primavera,
- Que dádiva! –
avança pelos dias de verão

E a liberdade de amar
o mesmo amor
- outra vez -
ilumina o coração.

⁠Viver é juntar pétalas
Formar rosas
de tempos
e ventos

Fora isso,
tudo é depois

Exceto nós
que somos agora

Em nosso Jeito
de não sermos.

⁠Onde foi que o vento virou?
Meus passos lentos
estão pesando

O cansaço senta-se à beira da estrada
e espera

Te prometi eternidade, vida!

- Fidelidade além do soneto –
Aberto, o peito expõe feridas
Aves pretas sobrevoam

Sombras passam em meu corpo
e sabem que ainda respiro
Me desejam morto.

O arame farpado
fere o vento
e a ferida arde

O sangue dolorido
espalha-se
e morre
na terra

A vida treme
Geme o fim

Adeus, eterno!

A morte ainda
é para sempre.

⁠A vida em espírito e corpo se formando
O vento embalando a luz
nas poesias lançadas ao ar

Canções intensas sem instrumentos
na ternura dos meus sentidos

Cresci admirando os caminhos,
colhendo belezas que as mãos alcançavam
- Lamentando as flores mortas –
e fazendo versos ofertados com carinho

Meus olhos anoiteceram
O silêncio me fez lembranças aos passarinhos

A vida é um voo constante.