Coleção pessoal de Moapoesias

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Carazinho
⁠Gosto de estar na terra amada
sorver um chimarrão com os familiares
admirar a avenida e as Flores
abraçar os amigos pelos caminhos.

Manifesto de coração o que sinto
pois aqui nunca estarei sozinho
me encanto cada vez mais
com as belezas de Carazinho.

Cidade da hospitalidade
nas ruas que sempre passo
sempre vejo novidades
e as que ainda não passei
são as sinto mais saudades!

Terra que me deu vida
belezas naturais
agricultura pujante
Povo fantástico
sorridente e conciso
nasci aqui e de
mais nada preciso.

⁠Todas os meus poemas são feitos de verdades, mas nenhum deles tem as minhas verdades. Não creio que alguém queira saber da minha vida.

⁠Se a criança soubesse que ainda tem o maior tesouro; o tempo de vida, talvez seria ainda mais feliz.

⁠Lembranças tantas...!
Qual é a melhor, eu nem sei...
Algumas, certamente vivi.
Outras, creio, sonhei.
O tempo andou distraído
e me alegro ao me lembrar
- nesta ausência de memória -
de tudo o que foi vivido.
A melhor delas
nem revelo.
Não por esquecimento,
mas pelo prazer
de a guardar...

⁠Trago mãos vazias
e posso até mostrá-las.
Nos meus braços,
nada há.
A dor de Maria
me faz sentir
que sou total desalinho,
tropeçando nas pedras
do caminho.
Não há pontes unindo
meu sul ao meu norte.
E o vento melancólico
sopra, excessivamente forte.
- A alma balança.
Onde estará o ponto sagrado
da harmonia humana
para o mundo ser ancorado?

⁠O primeiro dia foi de miséria,
os demais também.
Não fosse a carne do porco,
a fome seria total.
E, depois, um tiro certeiro
quebrou a asa de uma ave.
(Uma das asas ainda batia)
Desiquilibrada, caiu.
Com apetite voraz,
segurou-a pelo bico,
enquanto abria o pescoço.
O ar encheu-se de sangue.
Barriga vazia.
(Abatida, consumida)
Por tempos, salvou seu corpo,
mas a alma,
miserável,
morria, dia após dia.

⁠Sacudiu as asas na poeira.
Depois...
Vi, ao longe,
sacudi-las na poça d'água,
antes de subir e pousar,
como sempre faz,
na laranjeira, aqui em frente.
Outro dia, lá estava,
valsando de asa alçada
para a fêmea.
Agora montam ninho.
As penas brilham
de felicidade.
Ao amanhecer,
entoa um canto vencedor
e a companheira freia o voo,
vindo empoleirar-se ao seu lado
O cheiro da flor de laranjeira
me distrai.
O amor está em tudo.
curiosamente,
em tudo.


Onde se abriga o silêncio
que tantos guardam?
Dizem até que o silêncio fala,
que talvez se expresse
na voz do rio que corre,
no canto matinal dos passarinhos
e no vento assobiando, de mansinho.
Talvez o silêncio esteja
na música distante
ou no poema lírico engavetado.
Talvez se abrigue
nos segredos prometidos
ou no amor e seu gemidos.
Talvez até grite,
mas não é ouvido.
- Existe o silêncio
ou o mundo
está muito distante
para ouvi-lo?


Tempo prático é aquele
em que se cultiva roseira,
e, num momento romântico,
presenteia-se a rosa.
Devaneios são
perda de tempo.
Atemporais são
as horas vazias,
que tornam a alma fria.
Tempos melancólicos
são divagações e lembranças,
que pararam no próprio tempo.
O tempo para
O perdão
é infindo.
O tempo presente
é para ver a vida florescer
e o amor dizer: – Bem-vindo!
Esse é o tempo de viver...
Ah, que tempo lindo!
éticos)
Moacir Luís Araldi

⁠Quando uma porta se fecha,
sinto a tristeza da alma vazia.
Imagino a dor na cravada da flecha,
que vem da solidão e dos amargurados dias.

É como um grito que ninguém ouve,
como um silêncio que nos torna insanos.
Sei que há lagartas cortando folhas
e raivosas tesouras abrindo o pano.

É como a tristeza, depois que o trem passa,
e a incerteza da dúvida se a angústiacessará.
É choro no embarque entre promessas
e a incerteza de quando a saudade gritará.

⁠Sua vida
é seu belo poema,
é sua mais perfeita
obra de arte.

É sua canção predileta
e sua melhor peça teatral.
Sua vida é seu presente:
­- Viva-a intensamente!
Sorria feliz!

Use figurinos coloridos,
experimente novos sabores
e abrace, com carinho,
seus amores.

A vida
é sua incontestável vitória.

Agradeça.
- É sua glória!

⁠Foi o último sol.
depois,
o inverno chegou.
A brisa
cobriu a vida.
Nada mais era visível
e o que se via
não nos via.
O branco foi cobrindo
os olhos fechados.
Silenciados.
E os sonhos dormiram
eternamente.

⁠Desejo abraços apertados,
sorrisos sinceros e francos,
corações em paz, confortados,
e amizades sólidas, sem solavancos.
Que a corrida não seja só pela vitória,
nem somente para constar na história.
Que coisas ruins saiam da memória,
porque todos merecem um mínimo de glória.
Que a fé não precise remover montanhas;
que medalhas não sejam só para quem ganha.
Que todos tenham o poder da barganha
e que realizemos grandes façanhas.

Ausências que habitam
distantes épocas
das minhas memórias,
sem nomes,
sem rostos,
sem corpos.
Endereços nem constam.
falta a glória,
faltam folhas,
sobram histórias,
esquecidas.
Nem meu nome aparece.
Ergo as mãos,
saúdo o finito.
Lembro-me de que tudo era bonito,
quase uma prece.
Ajoelho-me
e sinto que algumas raízes
resistem em heroísmo.
Há uma luz
esperançosa,
mas não há recomeços.
Dou mais alguns passos
para recordar o vivido,
e depois…
o último tropeço.

⁠Novos amanhãs
Nas ruas a população
move-se mascarada
- atônita-
Uma pontinha de vida
chora ...
Lagrimas mundiais
unem nações
Espalha-se a fome
e a dor tudo fecha,
Mas há o sol
acompanhando o mar
projetando novos amanhãs.
Raios de fé
ondas de esperança
dizendo que ainda
devemos sonhar.

⁠Maçãs coradas,
olhar infindo,
dizendo nada,
sorriso lindo!
Marcas do tempo
entre duas datas.
História composta,
hiatos do vento,
em sílabas separadas.
Do dito tudo
sobrou o nada!

⁠Entardeceu,
o relógio soou.
A matriz emite o som
e contempla a praça.
- Para que servem as horas?
Gosto de ser feliz,
tanto, que sou!
Mas o tempo...
Se não passasse
haveria adeuses?
O presente,
eu sei,
é todo meu.
O tempo…
só pode ser Deus.

⁠A rua ainda me acolhe
em algumas caminhadas.
Tantas vezes, esperançoso, a percorri!
(Espiando em portas nas quais não bati).
Rua da minha mocidade,
das folgadas tardes de domingo,
do cinema lotado
e do bar-café ao lado.
Há tantas outras vielas antigas,
Jovens, revitalizadas,
mas só tu, rua minha,
estás em mim eternizada!
Por ti é que aqui volto
e professo minha fé na Catedral.
Teu nome não digo,
este segredo levo comigo,
nesses passos na área central.

⁠O sonho bom,
antigo e jovem,
antes planejado...

Despejado nos lábios:
- Desejo.

Sorrir
– não o riso que se apaga,
mas o longínquo,
contundente
como fruto e semente.

Feliz o que vai
e
volta,
pedindo bis.

⁠Cara e coragem,
eternas bagagens
desta viagem
rumo ao fim.
Viver é partir
sem apetrechos
nem preconceitos,
levando a vontade
de ir, passo a passo,
construindo a história
preenchendo lacunas,
de lembranças na memória.