Ricardo Maria Louro

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⁠- Lá Longe -

Lá longe, ao cair da tarde,
há silêncios e lirios
pelos campos a medrar
e há viúvas a chorar
os tristes martirios,
lá longe, ao cair da tarde.

Lá longe, ao cair da tarde,
quando o dia se esvai
como um poema dolente
pelo céu o Sol-poente
noite vem e dia vai,
lá longe, ao cair da tarde.

Lá longe, ao cair da tarde,
'inda lembro os olhos teus
com saudades a chorar
pelos campos a passar
tão longe dos olhos meus
lá longe, ao cair da tarde.

Lá longe, ao cair da tarde,
vai a minha solidão
pelos campos a cantar
a dor torna a passar
e descanso o coração
lá longe, ao cair da tarde.

E o que dizer da mocidade
e da vida de criança? !...
Que as tenho na memória,
tão triste aquela história,
que as guardo na lembrança,
lá longe, ao cair da tarde.

(Pelo entardecer em Monsaraz)

Inserida por Eliot

Para Celeste Rebordão Rodrigues -

Tinha braços largos de abraçar o mundo
tinha olhos fundos de beber a vida
tinha gestos brandos com toque de cristal ...

Tinha uma esperança crescendo e outra e outra ...

Chegou ao mundo vestida de poesia
trazia o fado na voz
a guitarra na Alma!

Traçou paisagens, ergueu destinos,
voou no vento ...
Nada foi inútil! Porque nada é em vão!
A memoria desse amor será eterna ...

Teus braços largos que me abraçavam
teus olhos fundos que me viam
teus gestos brandos que me tocavam
nem a morte pode fechar ...

Celeste, vem, e recolhe a última flor da Primavera!

(Dois anos volvidos ... cheios de silêncio e de saudade.)

Inserida por Eliot

⁠À Beira da Tarde -

Sentei-me à beira da tarde,
pus os olhos num silêncio qualquer,
pus a alma no alto da madrugada
e meu corpo, ansioso,
arrancou no limiar da solidão,
palavras ao vento ...
E num voo de gaivota,
num voo de asas paradas,
a memória do teu rosto
desenhou-se à minha frente.
Como se o tempo fosse eterno,
como se a vida fosse breve
e nada nos pudesse separar,
nem a morte que um dia nos marcou!
Que dia especial, esse, em que me sentei
à beira da tarde ...

Inserida por Eliot

⁠No repouso e no silêncio há sempre qualquer coisa de infinito! ...

Inserida por Eliot

⁠Pequena Ode aos Poetas -

Entardecer! O vento passa apressado por
entre as frestas do silêncio ...
Algo de vago se alinha no horizonte da
memória.
Talvez o sonho venha e seja o último,
talvez um dia um pássaro surja de
outras dimensões.
Não me lembro do rosto de quem morreu,
apenas do olhar, dos sonhos que trazia ...
Meus olhos esfumados na distância e na
miragem trazem ecos de sangue , pesados,
frios e densos! Vestidos de saudade!
Sinto presenças. Diáfanas presenças ...
Tenho vontade de chorar...
Porque os não tenho eu junto a mim?!
Agora!...

Inserida por Eliot

O Preconceito Astronómico -

Confesso que há dias, quando comprei o jornal PÚBLICO e me deparei com uma imensa entrevista de Maria Flávia de Monsaraz, na revista que acompanhava o jornal, fiquei por um lado espantado, por outro muito feliz! Não é todos os dias que um jornal político faz uma entrevista desta índole! Mais me espantou ainda, quando, um dia depois, encontro um novo artigo sobre astrologia nas últimas páginas do mesmo jornal. Dois homens, João Fernandes e Pedro Russo, que se afirmam astrónomos/cientistas, vêm deselegante, prepotente e arrogantemente tecer uma imensa página de incoerências astrológicas, porque no fundo nunca devem ter lido uma linha sobre astrologia, para defender que ciência e astrologia são duas coisas diferentes.

A notícia torna-se desnecessária desde início porque quando confrontada na entrevista com essa questão Maria Flávia de Monsaraz afirma encarar a astrologia como uma linguagem simbólica e nunca como uma ciência! Como se não bastasse, resolvem citar, a fim de deixar bem claro que a entrevista de Maria Flávia é uma fraude, o nome da senhora e do Centro Quíron, que fundou há mais de 25 anos. Dizem eles, "queremos responder e não reagir, rasgando as vestes...", e o que mais é esta notícia suburbana de uma ciência astronómica que se afirma obtusa e antiquada, pela forma como é escrita, senão um imenso "rasgar de vestes"?!

Dizem eles que a astrologia não se actualizou! Que faz horóscopos como se a Terra ainda estivesse no centro do Universo e não o Sol! Gostava eu de saber de onde observam estes senhores tão científicos e inteligentes astros! Estou convencido de que todas as suas observações astronómicas são feitas a partir de qualquer planeta do Sistema Solar, menos da Terra. Só pode! As tolices que foram tecidas num imenso rosário de enganos, não porque eles quisessem enganar alguém com as suas afirmações, mas porque não sabem do que falam, deixaram-me completamente estarrecido!

Percebi serem pessoas que renegam acreditar que haja a possibilidade de o Sistema Solar possuir uma linguagem própria mais inteligente, a astrologia, do que as suas supostas inteligências científicas lhes fazem crer e afirmar, a astronomia que estudam. Diante da entrevista de Maria Flávia de Monsaraz, estes senhores "rasgaram as vestes" sim!!! E acredito que Maria Flávia tenha feito como Cristo diante dos Judeus: silêncio, reverência, aceitação... e quem tiver ouvidos que a oiça, quem tiver olhos que a veja, quem tiver alma que a sinta.

O problema destes senhores é que não era uma tola qualquer que estava a ser entrevistada, mas alguém que eles, cientistas, sempre temeram, uma senhora que dedicou toda a vida a uma causa. Ajudar o próximo partilhando com ele a sua sabedoria. A astrologia ensinada de forma muito séria, como só pode ser ensinada, senão não passa de uma mera conversinha, foi a linguagem que veio ter consigo, para que pudesse mais e melhor realizar esse compromisso. E nisto o Quíron é pioneiro!!!

A astrologia precisa da astronomia, sem ela não poderíamos saber nada do que sabemos em astrologia. Por isso, há na astrologia um lado científico SIM!!! É uma linguagem simbólica pela interpretação intuitiva que lhe é dada mas também uma linguagem científica porque precisamos de saber rigorosamente onde se situam os planetas, em cada momento em torno do Sol, para sabermos o que sabemos, e isto é astronomia pura! Quer queiram quer não, astrologia e astronomia são duas faces de uma mesma moeda!

Quando falou em ciência, Maria Flávia de Monsaraz falou em ciência esotérica e ciência exotérica. Se os senhores estivessem atentos à leitura que faziam, teriam percebido que eram conceitos subjacentes à astrologia, mas que em momento nenhum Maria Flávia disse que a astrologia era uma linguagem científica, o que deita por terra o tal mote que afirmam ter para publicarem o texto vergonhoso que publicaram! Ao afirmarem que a astrologia está ao nível da cartomancia, da leitura de búzios e borras de café, o que já é uma ofensa por si só pelo desprezo como o dizem para quem realiza estes trabalhos, estão a ofender-se a si mesmos, já que os astrólogos não olham para mais nada a não ser os mesmos movimentos físicos dos astros no céu que os senhores observam para se afirmarem cientificamente!!! E esta, hein?!?!

E o que dizer dos últimos parágrafos do artigo?! Nada!!! Apenas que é assim que se afirmam alguns dos cientistas da nossa praça quando não têm argumentos válidos e se sentem incomodados ou ameaçados com alguma coisa ou alguém que lhes coloque as suas arrogâncias intelectuais e os seus pelouros de poder em causa. No fundo, reina neles um profundo preconceito! A astrologia precisa da astronomia mas vai mais longe nas suas considerações e nas suas descobertas, vai para lá da física dos astros! E isso a astronomia sozinha nunca terá! Fica-se apenas pelo que vê!!

Afirmarem que o oculto não existe utilizando o oculto para o fazer é o máximo das perversões! Porque a palavra é oculta, o pensamento é oculto, até a escrita é oculta! Oculto igual a não se vê mas existe, está lá! Ninguém vê o que diz, nem toca no que pensa, e até o que se escreve e se lê precisa de interpretação. Interpretação que é igualmente oculta! Não se vê, mas está em nós! Por isso, caros senhores, para estar no oculto basta abrir a boca!

Sem dimensão espiritual integrada a ciência não passa de uma mera fantasia provada sem alma, é pura ilusão! Porque há espaços na vida onde a ciência não entra! E esses são do domínio e do campo da alma! A astrologia é SIM a "escrita-de-Deus" que eleva a ciência a uma dimensão metafísica!

Estudante de astrologia

Inserida por Eliot

⁠O Ano da Morte -

O ano de 2020 foi o ano
da morte interior (e exterior)
de todos os homens (covid-19).
Eu não precisei morrer nesse ano ...
Já tinha morrido!
Morri quando nasci ...

⁠Bailado de Silêncio -

Há um bailado de silêncio
num palco d'ilusões.
Longe, fora do tempo,
talvez um murmúrio de vozes...
Pássaros voam em meus voos
rasantes,
desce sobre mim a angústia
da madrugada
cheia de punhais que se
entrechocam.
Nascem manhãs sanguíneas
do silêncio e das grades.
E o bailado continua ...
A vida não consente mais soluços.
Meu coração batendo vai além
de tudo,
bebendo das angustias de cada dia,
envenenando o meu destino!
Fechou-se o pano...
O bailado terminou ...

Inserida por Eliot

⁠Imagens Paradas -

Há retratos feridos nas pedras
lisas (duras) do chão,
povoados de silêncio, por detrás
dos olhos fechados,
em ruas quase desertas!

Imagens paradas à superficie dos
lagos que pairam nos meus sentidos.

Uma imagem se destaca, teu rosto,
liquida imagem que perfura o meu
destino como a folha d'um punhal.

Pedras se entrechocam nas
profundezas da minha Alma porque
só no extremo da noite se comunga
na fome dos gestos ...

Há retratos feridos nas pedras lisas (duras)
do chão, e eu, permaneço em silêncio!

Inserida por Eliot

⁠Há uma Tarde -

Há uma tarde fechada por dentro
caiada de sonhos e cansaços ...

Um quase silêncio vestido de Fado
que ultrapassa a solidão de quem
o canta.

Um quase poema feito de palavras
que não há mas que a Alma sente
e vê.

Um suspiro de marujo num barco
em alto mar ao sabor das ondas
indiscretas.

Uma vontade de ir mais além,
p'ra lá da vida, p'ra lá da morte,
numa busca incessante.

Que triste tarde fechada por dentro
caiada de sonhos e cansaços ...

Inserida por Eliot

⁠Nos meus Lábios de Mágoa -

Nos meus Lábios de Mágoa
Há saudade minha e tua
Trago os olhos cheios de água
Sem destino pela rua ...

Trago os sentidos cansados
Trago a Lua sobre os ombros
Trago os meus olhos parados
Na tristeza que hoje somos.

Bate ao longe um coração
Traz saudades a boiar
E no cais da solidão
Vou chorando sem parar.

Passa o vento apressado
Sem vontade de me escutar
Porque amei o amor errado,
Nada resta, há-de passar.

A saudade não passará
Trago os olhos cheios de água
Esse amor só viverá
Nos meus Lábios de Mágoa.

Inserida por Eliot

⁠Mãos do meu Destino -

Há em mim um grito de infinito
no silêncio que me veste a solidão
há qualquer coisa de vento
numa voz que me fala ao coração.

E há um suspiro feito de água
num olhar que me toca o pensamento
há um gesto ferido e meigo
que pesa triste sobre o tempo.

Há um adeus de asas paradas
junto às mãos do meu destino
que me acena com um lenço,
desde sempre, no caminho ..

Inserida por Eliot

⁠- Versos no Espelho -

Ontem escrevi um poema
Guardei-o bem no peito
Sem passado nem presente
Ao meu gosto, ao meu jeito
Dormi com ele no meu leito!

Hoje sinto-me diferente ...
É que os versos são presságio
D'uma Alma sem descanso
Que se canta num Adágio
Profundo, triste e manso!

Amanhã a vida seguirá
Outros versos nascerão
O silêncio será voz
Vestirei a solidão
Estarei de novo a sós!

E depois? O que virá?
Terei Alma? Terei corpo?
Só Deus sabe o meu destino ...
E as maselas do meu rosto
Hei-de vê-las no caminho!

Inserida por Eliot

⁠⁠Insalubre -

À beira do silêncio
daquela madrugada apetecida
sentei-me à mesa do vazio ...
E veio a chuva, veio o Sol,
veio o vento!
Na mesa, pus as mágoas,
as tristezas escondidas,
os desejos incumpridos,
a vida não vivida.
Servi-me!
Tudo estava frio! Insalubre ...
Então, bebi das lágrimas dos meus
olhos excessivamente abertos,
cansados de existir ...
Sem metas nem destino, sozinho ,
adormeci sobre a mesa ... e morri!

Inserida por Eliot

⁠O Canto de Amália -

Seu canto vinha de longe
vinha do fundo do mar
não era canto de gente
era o Fado em seu lugar.

Havia ali algo diferente
sobre as águas a pairar
era a vida, era a morte
de uma guitarra a soluçar.

E o mar cansado e forte
não calava a voz do tempo
por alguém ela esperava
mas só ouvia a voz do vento.

Porque o tempo não passava
p'ra quem tinha aquele olhar
aquela voz não se calava
era o Fado em seu lugar.

Inserida por Eliot

⁠A Vida -

A Vida está pejada de páginas soltas
cheias de linhas por escrever
que o destino, ansioso,
deseja ver preenchidas
pelo punho de cada um!

Inserida por Eliot

⁠Mundo ao Contrário -

No silêncio dos Astros indiferentes,
na terra, algo de oculto aconteceu!
O mundo estava velho e sem Deus ...

As pessoas não morriam,
o Sol anoiteceu,
os bebés não nasciam,
a Lua não voltou,
as bocas não sorriam ...
Havia gritos nas esquinas e desejos
incumpridos ...
Choravam os alegres e os tristes,
a cantar, lamentavam o destino!

A vida ao Contrário trazia na algibeira,
mortalhas e angústias que pesavam
sobre o corpo.

A esperança não se via,
havia dor por todo o lado
e os olhares eram turvos.

E tudo isto sobre o silêncio dos Astros
indiferentes porque o mundo estava velho
e sem Deus!

(Perdão Senhor ... Perdão!)

Inserida por Eliot

As Estrelas de Maria Flávia de Monsaraz -

No vazio da penumbra dos meus sentidos
vagueiam memórias caiadas de silêncio,
saudades, palavras e gestos perdidos
que se aninham, recalcados no meu peito,
batendo como asas de Anjos adormecidos.

Uma só caricia me vem ao pensamento,
uma só vontade adorna os meus desejos,
Voltar atrás, beijar seu rosto, amar o tempo
em que nos tinhamos tão próximos, tão juntos
e que a morte nos tirou num pé de vento.

Sua voz ... essa voz calma e serena,
as púrpuras que caiam das suas mãos,
seu corpo, cheio de aves, tantas penas,
agora na paz sepulcral de um jazigo,
adormecido num ataúde d'açucenas.

E cai a madrugada sobre mim como aquela
tarde triste e tenebrosa em que partiste
do cais da minha solidão num barco à vela!
O mundo parou! Parou a vida! Parei eu
naquela casa frente à sacada da janela ...

Casa, outrora, de Poetas e de Paz!
E a janela, a sacada, aquela rua ...
... a Victor Cordon que saudades que me traz,
um tempo que não volta, voltar aos braços
das Estrelas de Maria Flávia de Monsaraz.


Até sempre querida Maria Flávia!
Um ano de saudade.

Inserida por Eliot

⁠- À Senhora Condessa de Monsaraz -

Há no espaço um aroma que perdura!
Vai passando a Senhora Condessa de Monsaraz.
Que graça, que encanto, que candura
nos deixa, ao olhar, aquela alvissima escultura
que um artista já não faz!

Que doce e fundo olhar, mensageiro, de Alma pura!
Amor em canto de Poeta, que nos apraz,
alvissima, pairando pela vida, vestida de ternura,
a Senhora Condessa de Monsaraz!

Ao vê-la, meu Coração, intimo, murmura
uma oração à sua magnifica beleza!
E sinto, dentro em mim, uma unica certeza,
que sua Alma se desfaz em água pura ...
Pois paira alvissima, vestida de ternura,
a Senhora Condessa de Monsaraz!

Poetas que escreveis sobre a beleza,
pintores que pintais a formusura,
fixai essa eterna e etérica figura
que com certeza, pelo mundo, já não há!
Que permanece alvissima, vestida de ternura,
a Senhora Condessa de Monsaraz!

Inserida por Eliot

⁠O Vento, a Água e o Mar -

Do teu semblante carregado de infinito
pendem as mais belas histórias de encantar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!

Dos teus olhos cheios de madrugada
pendem os mundos mais bonitos
que poderei um dia encontrar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!

Dos teus punhos cheios de silêncio
pendem as rendas mais antigas
que te possam adornar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!

Do teu corpo cheio de malmequeres
pendem as pétalas mais brancas
sem pensar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!

Inserida por Eliot

Talvez um dia -

Um dia a luz há-de voltar a brilhar
no fundo dos meus olhos ...
E os rios hão-de correr em qualquer parte!

Um dia a alma há-de voltar a dar vida
ao meu corpo ...
E as estrelas hão-de brilhar novamente!

Um dia a esperança há-de voltar a penetrar
meu coração ...
E a minha noite deixará de ser noite!

Um dia a vida há-de correr-me novamente
pelas veias ...
E a parte de mim que não sou morrerá!

Um dia a minha boca há-de falar muito
do amor ...
E o amor virá à minha vida!

Um dia - talvez um dia! - possa abraçar
o silêncio de ser eu - na poesia ...
E tudo será novo para mim!

Um dia ... talvez um dia ...

Inserida por Eliot

Sobre Covid -19 -

A vida ficou suspensa
por duas linhas que se tocam
muito frágeis, muito ténues:
a doença e a morte!

A vontade ficou parada
nas curvas sem visão
no silêncio do caminho
e cada um à sua sorte!

O sonho perdeu encanto
de gestos e ternuras
perdeu-se do amor
e afastou-se do coração!

O orgulho e a vaidade
perderam-se dos Homens,
afinal, tudo é passageiro,
neste mundo, tudo é vão!


Na dificil travessia destes tempos pouco luminosos.

Inserida por Eliot

⁠A principal tarefa de uma existência é tentar compreender e aceitar a sua própria Alma. É a reconecção ao seu Espirito e, por conseguinte, ao Espirito de Deus.

Inserida por Eliot

⁠⁠Serena seja a tua Noite -
(Para Maria José Costa Felix)

Serena seja a tua noite!
Carregada de infinitos
sem o peso da paixão
com sonhos violeta
ao som de uma canção ...

Serena seja a tua noite!
Cheia de pálpebras abertas
fechadas pela morte
norteadas p'las estrelas
que nos ditam cada sorte ...

Serena seja a tua noite!
Fechada sobre o mundo
despida de vaidade
escoltada pelos Anjos
da tua genuina mocidade ...

Desenha-se no Céu a Lua Nova,
vem d'outra Lua velha, sonolenta,
em busca de outro corpo que a acoite
e que a embale em novo amor ...
Serena seja a tua noite!


Para Maria José Costa Felix que neste momento já ruma à Casa do Pai.

(Que pena. Fica a memória...)

Inserida por Eliot

⁠Adeus Abruptamente -

Ontem o silêncio que escutava
junto ao teu corpo adormecido,
ecoa hoje, intensamente,
dentro do meu peito ...
É um estalar cansado,
um soar vazio,
um sentir oblíquo ...
Um pensar se resisto
à tua ausência,
cheia de lamento e fuga,
que me põe à beira d'um abismo.
Pobre de mim tão cheio de nadas,
incoerente e cego, além de todas
as vontades ...
Alheio a mim estão todos os sonhos
do mundo, todas as vidas da vida,
todos os olhos das gentes! Adeus!
Adeus abruptamente! ...

Inserida por Eliot