Ricardo Maria Louro

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⁠Quem são as Aias de Nossa Senhora da Saúde de Évora da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora?

O significado da palavra Aia, Dama, mordoma ou Camareira é "serva de uma nobre dama". E é exatamente isso que são as Aias de Nossa Senhora da Saúde de Évora . Senhoras dedicadas aos cuidados das coisas que cercam a Mãe de Deus, Maria, a mais nobre de todas a Damas.

As Aias de Nossa Senhora da Saúde têm como atribuições a organização e o bom andamento das novenas, preces e terços a Nossa Senhora, ocupam-se da tradicional troca das Vestes por ocasião das Festas, por tudo o que envolve a beleza e a nobreza das festividades da Mãe de Deus (as roupas, as flores do altar, o polimento da coroa e do ceptro, a limpeza, a ordem do ambiente, as jóias, etc.).

Cuidam do andor de Nossa Senhora, das procissões, das obras de caridade, quermesses, animações litúrgicas das festas marianas e das recitações dos terços durante as festividades.

São responsáveis por angariar fundos para prover às necessidades dos doentes, em especial, para a organização das festas marianas. Embelezam e cuidam da Igreja como um todo sempre que necessário.

As Aias de Nossa Senhora da Saúde são submissas às orientações dos Estatutos que governam a Real Irmandade à qual pertencem e atendem às solicitações dos Órgãos Sociais e do Capelão. Rezam em devoção a Nossa Senhora pela Igreja, pelos seus sacerdotes, pelos irmãos e irmãs da Irmandade.

Para fazer parte do grupo é necessário que os Corpos Sociais reconheçam a Senhora por algum feito ou dedicação especial e que, depois de proposta por outra Aia, numa cerimonia apropriada (Missa), o Capelão da Irmandade a entronize no grupo das Aias, entregando às postulantes as insignias de Dama de Nossa Senhora (braçadeira azul celeste com brasão com M de Maria coroado e laço de lapela azul celeste com medalha de Nossa Senhora da Saúde de Évora coroada).

Todas as Aias devem trajar negro nas solenidades, simbolo de anulação da sua identidade diante Daquela a quem servem, Maria, a única que deve brilhar, que deve ser notada.
Apenas se devem evidenciar sobre o corpo das Aias trajado de negro as insignias das Damas de Nossa Senhora (braçadeira e laço de lapela azul celeste).
Devem igualmente apresentar-se de véu preto e luvas brancas nas solenidades e luvas pretas, em sinal de luto, caso se tenham que apresentar em eventos com natureza de pesar.

Nossa Senhora da Saúde de Évora
Rogai por nós!

- ORAÇÃO DAS AIAS DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE DE ÉVORA -

A Teus pés, Senhora Nossa, nos prostramos! Aqui estamos, débeis, simples mulheres.
Senhora, Rainha dos Céus, recebe de nós,
fiéis devotas, a verdade dos nossos corações. Recebe e guarda sempre as nossas Almas.
Recebe os nossos pais, os nossos esposos,
os nossos filhos, os nossos netos.
Os nossos vivos, os nossos mortos.
Guarda-os junto ao Coração.
Aninha-os em Teu regaço como a teu Filho.
Somos pobres pecadoras, tantas vezes, incapazes de te ouvir segredar-nos ao ouvido, aquele "SIM" que deste um dia a Deus
e que foi o Principio da nossa salvação.
Ensina-nos o dom da humildade,
a alegria do amor, a sabedoria do Perdão.
Aqui estamos! Aias, vassalas, escravas, subditas,
prontas a dar a vida pela Sua Senhora,
servas do Seu Santo Nome!
Recebe, Senhora, a humildade dos nossos préstimos, te-los entregamos
para o Bem de toda a humanidade.
Nossa Senhora da Saúde de Évora,
Rogai por nós!
Amen.

Inserida por Eliot

⁠- ORAÇÃO DAS AIAS DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE DE ÉVORA -

A Teus pés, Senhora Nossa, nos prostramos! Aqui estamos, débeis, simples mulheres.
Senhora, Rainha dos Céus, recebe de nós,
fiéis devotas, a verdade dos nossos corações. Recebe e guarda sempre as nossas Almas.
Recebe os nossos pais, os nossos esposos,
os nossos filhos, os nossos netos.
Os nossos vivos, os nossos mortos.
Guarda-os junto ao Coração.
Aninha-os em Teu regaço como a teu Filho.
Somos pobres pecadoras, tantas vezes, incapazes de te ouvir segredar-nos ao ouvido, aquele "SIM" que deste um dia a Deus
e que foi o Principio da nossa salvação.
Ensina-nos o dom da humildade,
a alegria do amor, a sabedoria do Perdão.
Aqui estamos! Aias, vassalas, escravas, subditas,
prontas a dar a vida pela Sua Senhora,
servas do Seu Santo Nome!
Recebe, Senhora, a humildade dos nossos préstimos, te-los entregamos
para o Bem de toda a humanidade.
Nossa Senhora da Saúde de Évora,
Rogai por nós!
Amen.

Inserida por Eliot

⁠Queria tanto Morrer Amanhã -

Queria tanto morrer amanhã!
Por todos os motivos e mais um
apetecia-me morrer amanhã ...
A Vida fez-me cego e sem
destino ...
Além de todas as clareiras
entregou-me aos precipícios,
aos abismos, aos vales de ilusão,
tecidos pelos dias.
Dia-após-dia, desgosto-após-desgosto,
de mim nada fica neste mundo quando
eu partir. Nem quero que fique!
Não quero deixar nada!
Esqueçam-se de mim! Que de vós me
esquecerei!
Façam de conta que nunca existi! ...
Porque eu não me lembrarei de ninguém.
E sacudirei os sapatos do pó deste mundo!
Nem isso quero levar!
Queria tanto Morrer Amanhã!

Inserida por Eliot

⁠A Frigida Senhora -

E aquela frigida Senhora
trazia memórias no olhar
trazia rosas sobre o corpo
penas sobre a alma a pesar!

Lânguidos silêncios sobre a voz
soluçavam-lhe a respiração
vontades impolutas de ser feliz
poisavam como aves sobre as mãos!

Quem seria a frigida Senhora;
enlutada dama que passava?!
Prostrada, de joelhos, aos pés da cruz,
de mãos postas, junto ao peito, só rezava!

Entregava a Deus a solidão
dos tristes dias duradoira,
coitada, pobrezinha, tão triste,
quem seria a Frigida Senhora?!

Inserida por Eliot

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE DE EVORA -

Lembrai-vos, ó Sagrada Virgem Maria, Senhora da Saúde, que somos Vossos filhos e que, por isso, cheios de confiança na vossa Divina Intercessão, vimos nesta hora implorar o vosso auxílio.

Tendes, em Vossas Mãos, a Fonte de todas as Graças que brotam do Coração amantíssimo de Jesus, abri-a em nosso favor, concedendo-nos a graça que ardentemente vos pedimos: a Saúde dos enfermos e a paz dos mortos.

Ó Virgem Santa, não vos esqueçais das tristezas deste mundo. Lançai um Olhar de vontade aos que estão em sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras desta vida. Tende piedade dos que se amam mas que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo exílio ou pela morte. Tende piedade dos que choram, dos que suplicam, e dai a todos o conforto, a esperança e a paz!

Clamamos por piedade!
Clamamos por auxílio!
Rezamos pelos mortos,
entregamos-vos os doentes.

Senhora ... perdemos o norte. A doença assola o mundo, destrói famílias, povos, nações...

Temos medo! Tanto medo! Perdemos quem amamos e não sabemos como proteger quem nos rodeia.

Atendei à nossa humilde suplica e alcançai-nos a graça que agora fervorosamente vos pedimos por intermédio do Sagrado Coração do Vosso Divino Filho!

Amparai os doentes e recebei os mortos, vitimas desta terrível Pandemia que abraça o mundo.

Protegei a todos e a cada um com o Vosso Sagrado Manto!

Amém.

Inserida por Eliot

- PRECISAMOS TER ESPERANÇA -

É com tristeza e pesar que a Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora lamenta a difícil situação pandémica pela qual atravessa todo o Concelho e Distrito de Évora. Hospitais cheios, impossibilitados de receber pessoas, as morgues repletas, lares com surtos, familias separadas, destroçadas, infelizes. Os tempos são difíceis, diriamos quase crueis. A vida tornou-se ainda mais frágil, mais subtil, mais ténue. A tristeza apoderou-se dos corações, impregenou-se nas Almas das pessoas. Só a Fé nos pode dar alento para olhar à nossa volta com esperança. Colocamos o nosso Concelho de Évora, bem como todo o mundo, nas Sagradas Mãos de Maria nossa Mãe. Precisamos de Paz. Precisamos de voltar a acreditar. Precisamos de voltar a ter Esperança. A morte cerca-nos astutamente por todos os lados. É preciso confiar e não deixar de ser cuidadoso. O lema desta Irmandade é " Apoiar os doentes e rezar pelos mortos". Nunca um lema esteve tão actual. Façamo-lo! Fazemo-lo progressivamente! Foi para isso que surgimos no panorama religioso. Rezamos por quem é ceifado à vida de forma tão radical e prematura que nem pode ser sepultado com a dignidade que os nossos avós nos ensinaram e tentamos dar apoio a todas as solicitações que nos chegam por necessidade ou doença. Mesmo no meio de tantas dificuldades temos Deus como protecção e Nossa Senhora como escudo. É nossa intenção seguir em frente. Dar a mão a quem precisa. Levar esperança e Fé a quem a não tem ou perdeu. Queremos cada vez mais levar a cada irmão amor e confiança , trazendo no olhar, aquele olhar penetrante que a Senhora da Saúde de Évora ostenta na sua Sagrada Face, no nicho do seu altar na igreja de Santo Antão. Aquele olhar penetrante vindo de Deus que nos põe com a Alma no infinito. Mesmo em tempo de pandemia não nos resignaremos à morte e gritaremos bem alto que a vida , uma nova vida, espera em breve por todos nós. Mais ampla , mais intensa, mais verdadeira, mais profunda. Que Nossa Senhora da Saúde de Évora nos guie, proteja e ajude a dar a mão a quem precisa porque quem precisa hoje pode igualmente ajudar-nos amanhã.

Em Deus e com Maria.

Inserida por Eliot

⁠- CONFINAMENTO -
(Covid-19- terceira vaga)

A infecciosa solidão
destes dias penetrantes
arrastou-nos muitos sonhos;
corre de mão em mão
como sempre, como dantes,
tão longe de dias risonhos!

Tão longe da vontade
que trazemos no coração
de abraçar a quem amamos ...
Ela mata de saudade
antecipando de antemão
as lágrimas que choramos!

E choramos por nós próprios
choramos pelo mundo
pela dor-da-separação,
de nada valem tantos ódios
porque a raiva vem do fundo
amarga como um limão!

E da Esperança? Que fizémos?!
Que lugar tem Ela em nós?!
De que nos vale o pensamento
se não amámos, se não démos
à nossa Alma uma voz
neste triste confinamento!

⁠- Se assim não for -
(Soneto)

Na verdade há mágoas palpitando no meu peito,
há sintomas de saudade de outro tempo,
silêncios adormecidos no meu leito
que se agitam conforme agita o vento!

E há sequelas agarradas à minha pele
incapazes de me deixarem respirar,
talvez um dia sejam brancas como a neve
e me deixem , como Florbela, "amar ... amar!"

Talvez os dias me possam ser mais leves
e os sonhos que hoje correm à minha frente,
ao meu lado, me possam ser mais breves ...

Se assim não for recordarei na minha gente
o amor de quem o sente e não descreve,
porque afinal, quem fala muito, muito mente!

Inserida por Eliot

⁠Madrugada sem teus Braços
(Fado)

Madrugada sem teus Braços
noite aberta sem destino
dia-a-dia; passo-a-passo
sem saber do teu caminho ...

Sem saber dos nossos sonhos
da mentira que é a vida
das angústias que deponho
na palavra despedida!

Se me amaste ou outro em mim
já nem sei se o consumaste,
foste embora, sei por fim
que afinal nunca me amaste!

Sigo a vida, em vão, sozinho,
cheia de sonhos aos pedaços,
noite aberta sem destino
madrugada sem teus braços!

Inserida por Eliot

⁠Eu Amo -

Eu amo a esperança que há no mundo
quando nós andamos de mãos dadas
e amo a vasta calma que há no fundo
das horas que a vida traz marcadas!

Amo os abismos que se alinham
em cada minuto que vivemos
e até das coisas que se adivinham
eu amo a esperança que perdemos!

Só não amo o que amo por amar!
Não sei amar o que não sinto
nem sinto amor se não me tocar ...

A vida é muito mais que simple instinto:
um abraço, um beijo, um olhar,
o gesto de ternura de um faminto!

Inserida por Eliot

Procissão dos Passos -

Do Espírito Santo sai a procissão
o povo triste vai calado
Calado e triste em cortejo ordenado
triste calado o Senhor ensanguentado!

Entardecer ... sombras vacilantes
caminham p'la cidade sem vacilar
negro vestir, magoados caminhantes
avançam pela luz crepuscular.

A banda toca com empenho
desce o pálio roxo sobre o Bispo
nas ruas só há espanto pois é visto
que o Prelado leva o Santo Lenho.

Adiante os Martirios do Senhor
as Aias de Braçadeira roxa
nas alas os fiéis cheios de dor
choram, pedem, rezam com fervor.

E aonde irá Jesus
nestes Passos do caminho?
É imensa a sua Cruz
seu manto roxo de arminho!

Na Praça do Encontro
sua Mãe espera de rastos
encontra o Filho em tal estado
fica seu peito trespassado.

Segue a procissão! Passos tristes e inteiros
ordenados por Évora amargurada
marcha o povo contristado em oração
como a noite que antecede a madrugada.

(Dedicado à solene procissão do Senhor Jesus dos passos de Évora)

Inserida por Eliot

⁠Sem dinheiro nem Deus - o mundo de hoje -

O Mundo vive, neste momento, uma longa noite interior. As certezas foram abaladas. Os corações permanecem em silêncio na esperança que o dia renasça. A antiga ruptura com Deus tornou os Homens vazios, austeros, distantes, tantas vezes incapazes de perceber a importância de nos "virarmos para dentro" em momentos de intranquilidade e tristeza como estes que vivemos.

E o que temos? Com o que ficámos? A Pandemia tirou-nos as nossas seguranças exteriores! E agora o que fazemos sem vida social? Para onde nos podemos virar? Sem dinheiro nem Deus quem somos? O que faremos?

Dizem os Orientais que para que tudo mude é preciso que algo não mude e isso que não muda é a própria vida na sua essência. Continuamos vivos e somos vida por isso há esperança. A vida como centro emanador de energia permanece em nós e fora de nós. Tudo o resto é vão. Estamos vivos! Somos vida! Só precisamos tomar consciência desta enigmática mas profunda realidade. Realidade que nos antecede, que antecede a existência, que antecede a própria vida.

O mundo desmorona aos nossos olhos e nós não lhe podemos acudir. Somos impotentes. As sociedades caem como um imenso castelo feito de cartas. A politica como a conhecemos já não serve, é oca. É preciso servir a politica e não servir-se da politica. É preciso mudar padrões, valores, registos ... É preciso rever prioridades, reaprender a revermo-nos nos olhos dos outros.

A morte espreita impiedosa, astuta, a cada canto da vida. E como reaprender o que não soubemos intuir?! A sociedade não nos preparou para tudo aquilo que estamos a passar. É urgente despertar para uma vida interior.

Muito tenho ouvido falar em sacrifício e nos sacrificados da pandemia.
A Culpa, o julgamento e o medo são os três "nós psiquicos" que impedem o Coração de abrir à dimensão da Alma. Infelizmente a humanidade evolui através do sofrimento. O sofrimento que aceita e integra. Quem ultrapassa as dificuldades que vive nunca mais é o mesmo. Esquecemo-nos de que tudo o que acontece de ruim na vida de cada um é para a melhorar, transformar, reerguer, reconstruir. É isso que nos está a ser exigido neste momento pela Natureza.

Todas as renuncias deveriam implicar uma dimensão "lavada" de sacrificio,
pois Sacrificio, vem de SACRO OFICIO, ou seja, Oficio Sagrado.
E todo o Oficio Sagrado deveria ser um serviço que une os Seres Humanos, cada Ser a outro Ser, todos os Seres. Um Oficio Amoroso que dimensiona e integra
o Coração!
Um sacrifio deveria ser um Acto-de-Amor. Assim demonstrou Cristo
ao dar a sua Vida para Ensinar que só o Amor Salva.

O que ocorre é que muita gente que acredita apenas se identifica
com o peso do seu sofrimento tantas vezes marterizando-se, esquecendo a ressureição como meta final. Em analise profunda,
os homens de hoje culpam-se,
julgam-se e teem medo.
Bloqueiam o acesso às suas Almas,
ao Sentir mais vasto e profundo que os habita.

A Natureza da qual fazemos parte está a obrigar-nos a meditar neste dilema e a dar-nos a oportunidade de uma profunda transformação interior. Porque o dinheiro hoje perde-se amanhã ganha-se mas o amor não, a vida não.
Quem vive do medo nunca poderá identificar-se
com uma renovada noção de sacrificio
onde o peso dos actos que pratica ficariam "lavados" pela dimensão Amorosa
que lhes deveria injectar.
Não sabemos fazê-lo. Ninguém nos ensinou.
Qualquer acto, apesar de doloroso,
ao ser identificado com o Amor
fica Baptizado, renovado.
Muitas vezes encontramos seres
que procuram ajudar os outros
sem antes se terem ajudado a si mesmos.
O que é uma fantasia! São seres que fogem
de si próprios em busca no exterior de algo
que só dentro poderão encontrar,
a Paz.
Por lá passei nessa curva do caminho.
Passei e não fiquei, senti e libertei,
morri e Ressuscitei!
Quando se sente que a Vida é um "fardo"
é tempo de reflexão sobre quem somos
e o que estamos a fazer de nós mesmos. Este é o momento. É a hora.
É tempo de verificar se transportamos
coisas que não são nossas e libertarmo-nos delas.
A Vida ensina a Liberdade de Espirito,
de Alma, de Consciência.
Alguém de quem gosto muito afirmou um dia que Amor é Consciência e Consciência é Amor.
Ninguém nos pode dizer quem somos
ou o que fazemos aqui,
somos nós que temos que o descobrir.
No fundo, estar frente-a-frente
com a Ordem do Universo que é Deus,
sem intermediários.
Ninguém atrai peso superior às suas forças! O destino é apenas
a consequência do mundo interior que cada um transporta consigo mesmo, por isso, há que modifica-lo para modificarmos as nossas vidas.
"Conhece a Lei e sê Livre"
dizem os orientais na sua imensa sabedoria.
Quando alguém se assume como "sacrificado"
não cumpre um Oficio Sagrado, um Acto-de-Amor.
Cumpre uma pesada pena que se deu a si mesmo para
se "auto-flagelar" pelo peso das suas culpas.
Culpa-se, julga-se e fecha-se no medo ...
Atenção!
Que se rompam velhos padrões e se conscencialize um Novo Tempo pois é tempo de Amar sem bloqueios ou falsas virtudes. Um novo mundo construído agora nos espera mais adiante. Não adiemos esse futuro tão promissor pois é no presente que se constrói o futuro.

"Coragem! Porque coragem não significa ausência de medo!"

Inserida por Eliot

Corações Inquietos -

Há corações indefinidos
a palpitar em muitos peitos
sonhos sem esperança, perdidos,
agonizando em tantos leitos!

Vontades separadas de si
mesmas, à deriva sem amor,
incapazes aqui ou ali
de ver o mundo além-da-dor!

Estou suspenso! Estou incrédulo!
Incapaz de entender o mundo
ou a tristeza deste século
que nos abraça moribundo ...

E passam dias caiados
pelo medo! Casas sem tectos
cheias de sonhos arrasados
por tantos corações inquietos.

Inserida por Eliot

Há em mim -

Há em mim
paladinos abismos calados
de que temo falar ...

Há em mim
a vontade de ser que nunca fui
mas que pulsa no destino ...

Há em mim
uma sequência de infinito
sem lei nem preconceito ...

Há em mim
brisas de rosas fechadas
tingidas p'lo Luar ...

Há em mim
um não sei quê d'ilusão
que me veste de silêncio ...

Inserida por Eliot

Dai-me um pouco de Sol -

Dai-me um pouco de Sol
dai-me um pouco de vida
porque ai das Vidas sem Sol
ai das vidas sem Vida!

Porque ai dos olhos sem luz
ai dos rostos sem sorriso
ai do Calvário sem Jesus
que até da morte é preciso!

Ai dos homens que não sonham
ai daqueles que não choram
ai de todos os que ponham
os seus sonhos no que adoram!

Tudo é vago e passageiro
nada Está eternamente
o Destino é derradeiro
ninguém vive para sempre!

Inserida por Eliot

⁠Lotes Vazios -

Uma mão cheia de nada é o que
trago entre os dedos ...
Silêncio, vazio e solidão,
o que de mais inteiro e profundo
habita cada homem!
É um quase sonho de chegar a
qualquer parte, uma quase-vontade,
um quase ser capaz de pronunciar
o teu nome!
Talvez seja egoista este querer estar
sozinho,
este renegar querendo-te,
este pensar sentindo-te
este amar distante ...
Que estranha forma de sentir
tão cheia de poeira e loucura.
A minha Alma está cheia de Lotes Vazios!
Uma mão cheia de nada ...

Inserida por Eliot

⁠As Armas de Portugal
no lado esquerdo do corpo
e Cristo nas mãos ... Sempre!

Inserida por Eliot

⁠Os poemas surgem do nada
quando o nada é tudo.
E mesmo assim,
na incompreensão de ser é que
me sei perfeito e inteiro,
mais que o mundo, mais que a vida ...
A própria morte!

Inserida por Eliot

Lápide Funérea -

⁠Aqui jaze
o corpo de um Poeta
que trocou as glórias
deste mundo
pelo Salão de Banquetes
da Eternidade ...

Inserida por Eliot

Aqui jaz
o corpo de um poeta
que foi ao encontro
da mulher da sua vida:
a morte!

Inserida por Eliot

⁠ Uma Vida sem mim -

Já te habituaste a uma vida sem mim ...
Tem ao menos a coragem de assumir
que não tivemos principio nem fim
na história deste livro por abrir!

Na verdade não pensaste em nós dois
naquilo que podiamos viver;
tudo oque fomos ficou para depois
e até nós dois ficámos sem saber ...

Nada resta do dia em que te vi
mais brilhante que o Sol do amanhecer
quando o meu coração bateu por ti.

Quando a minha Alma pensou saber
que eras toda a minha vida e senti
que era a ti que me haveria de prender ...

Inserida por Eliot

⁠Ecos Silenciosos -
(Sonho)

Ontem, na madrugada dos meus dias,
cheia de choro e neblina,
sombras passearam-se por entre os
meus sentidos ...
Não me lembro o que queriam,
apenas as senti, rodearam-me na cama,
tocaram-me no corpo ...
Quem eram? De onde vinham?
Que angústia, que lamento, que dor as
trespassava?! ...
E havia um véu, uma espécie de cortina
entre nós! Como se de duas realidades se
tratasse!
Tive medo! Não sabia o que pensar ...
... seti-lhes as penas.
Ofegante, despertei, tinha o olhar vidrado
nas vozes daqueles Ecos Silenciosos ...

Inserida por Eliot

⁠A Treva Obscura e Densa -

A minha Alma ignota e agreste, sempre triste,
incapaz de procurar felicidade e alegria
nas demandas que vive, em que persiste,
deleita-se nos versos e na poesia ...

Traz consigo a treva obscura e densa
a profundeza da dor que se perpetua
eterna, prolongada, palpitante, extensa
e a vida que à sua volta continua ...

Eu sou angustia, desalento e mágoa
sou um espelho sem reflexo em parede fria
sou o rio por onde já não passa a água ...

Já não tenho uma familia de pertença!
E porque sou ignorado dia-a-dia
sou silêncio ... sou a treva obscura e densa.

Inserida por Eliot

⁠Não se prendam à minha imagem.
Ela é uma mera "carcaça" que o tempo
se irá encarregar de apodrecer.
Leiam antes os meus versos.
É neles que íntima e verdadeiramente me podem encontrar ...

Inserida por Eliot

⁠O que a Morte pode tocar -

Que terrivel é amar aquilo que a morte pode tocar ...
Porque a morte chega cedo e cedo é sempre,
a vida, longa ou breve é curta, finda o ar,
quem sofre, sofre sem parar a dor que sente.

P'ra quem fica resta a pedra de uma lousa
p'ra quem parte é arremedo de um principio
e um silencio vago; infinito pousa
sobre o corpo de quem fica amargurado e frio.

Nao chorem nunca sobre os figados da morte
porque somos parte das suas entranhas
na bussola da vida com destino a Norte.

Mas havemos de chegar a algum lugar
porque tarde ou não ninguém foge às suas manhas ...
Que terrivel é amar aquilo que a morte pode tocar!

Inserida por Eliot