Aura
Ah, Amara, tão bela e divina em sua aura,
Lembro-me do primeiro encontro, da luta que perdura.
Minha missão, jovem e cheio de ira,
Era vingar a perda da guardiã, a quem eu admirava.
Porém, teu olhar me fez desistir,
Apaixonei-me, mesmo contra o que ouvi a insistir.
Teu olhar, como Medusa, me petrificou,
E no abismo do amor, me joguei, sem temor.
Fechei os olhos, caminhei à morte certa,
Amei profundamente, sem pensar em deserta.
Dias de encanto, de paixão, de entrega,
Vi a possibilidade de te trazer de volta, a vereda.
Mas as sombras que te envolviam prevaleceram,
Te afastaram da luz, ao mal te entregaram.
Ainda vejo teu sorriso no derradeiro momento,
A espada amaldiçoada cravada, meu tormento.
Minha alma se esvaindo, último suspiro a se perder,
Teus olhos, teu sorriso, a sentença a conceder.
Confissão em tuas palavras, eu o único a te derrotar,
No final, o preço pago, em amor e em pesar.
DIVINA DIABRURA
Quando a noite deita ao meu lado
Brinca na minha aura um menino travesso,
Órfão de ilusões
Desconhece sua origem
E suas únicas palavras...
São piadas sobre meus sentimentos
Mergulha no vasto vão que guardo a sete bocas
Espiona as Inocências de minhas dores
Tomando banho em minhas lágrimas
Não respeita nenhum tempo exigido
Pelo meu espírito
Age como se não fosse ninguém,
Como se não houvesse vida dentro de si
É tão egoísta quanto seus atos
Não se cansa até ouvir um não
A repressão é bálsamo para suas perversidades
Recusa a própria imagem
E assim espera ser tratado pelos outros
Mas dentro de mim, além do vazio
Existe apenas ele
Sendo a negligência de si próprio
Não o amo, muito menos o odeio
Guardo em mim somente por pena
Apesar de tamanha desordem causada por essa peste
Não sinto incômodo
Ele me ajuda
Ocupa o tempo em que a escuridão domina minha mente
Meu sono a chama para brincar de ciranda
Ele é resultado de uma emoção inexistente
Esse menino sente medo da realidade
Assim, fugindo da noite solitária
Que lhe mostra seu reflexo,
Perdoo sem ele me pedir desculpas
Tenho compaixão por cada ferida que contém em sua alma
Pois, esse menino,
Sou eu
Apareceram com o anoitecer
Sua aura de mistério chamou nossa atenção
Contaram histórias, belíssimas histórias
Venham, disseram:
O mundo está lá fora!
Prometeram
Eles vieram e nos convenceram
Eles vieram e nos levaram
E lá teceram as mais ardilosas mentiras
Desprovido de outra qualidade,
Que a aura possa pronunciar,
Ofereço-lhe como depoimento,
A sonoridade que teimo cantarolar.
A aura e a dádiva dos homens sempre caberão aqueles que perseguem seus ideais. Sonhos e destinos com a coragem de um leão.
Uma paixão passageira
Tão ligeira quanto o piscar de olhar
Era uma atração pela aura
Coisa que a faz a aparência não importar
Só queria um chance
E em outro piscar
Nossa mente e corações se conectar
Paixões passageiras
Sempre há uma, em cada lugar
Equilíbrio elementar
O Fogo, que aquece, ilumina e uni os seres com sua aura de encanto e poder, é o mesmo que queima e transforma em cinzas tudo que se submeta a ele, e mesmo assim o respeitamos e adoramos.
A Água, fluida, cheia de vida, nada pode ser mais essencial, parte maior de tudo que vive, é a mesma que inunda, invade e dissolve tudo sobre o efeito do tempo, mesmo assim, não há erro em seu curso. Todo desvio, força, movimento ou paralisia nos são naturais e sagrados.
O Vento, por vezes fresco sobre o despertar da manhã, morno a luz do meio dia, cheiroso e manso ao alvorecer, gélido em madrugadas vazias, é o mesmo que devasta sem piedade tudo e qualquer coisa que se coloque a sua frente em um dia de fúria, e mesmo assim, toda vez que nos toca a pele nos faz sentir vivos e únicos.
A Terra, essa que nos sustenta, equilibra e acolhe. Forte como braços de mãe, garantindo segurança e provendo sustento, transformando semente em alimento, suportando nosso peso e morada, é a mesma que soterra, enterra e transforma tudo pó, e mesmo assim, terra amada.
O Ser-humano, esse que ama, cuida e cria, o que procria, governa e reina, ser que pensa, decide e faz, é o mesmo que odeia, abandona e mata, o que domina e extermina, ser que enlouquece, se perde de deixa de ser humano.
O Equilíbrio, ponto central entre dois polos opostos, morada da harmonia, eixo de sustentação, fiel da balança, é o mesmo que pende e desaba sobre o que pesa em predomínio.
Fogueira e incêndio
Chuva e tempestade
Brisa e furação
Montanha e avalanche
O pêndulo da vida não para, entre ida e volta o equilíbrio se faz, num ciclo infinito no qual os sábios balançam sem aflição.
A luz de Jesus
Desce sobre a terra
Paira sobre a natureza
E sobre nosso ser
Banha nossa aura
Aquece nosso coração
De esplendor e ternura
Reaviva a alegria da redenção
Revive nossas virtudes
Há muito tempo esquecidas
Na memória da existência passada
Transparece em nossa alma
Com amor!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Externamente és dourado ouro,
vendada, sei de ti;
da aura desenho teu rosto,
cega, surda e muda;
te descrevo sentindo
porque és muito mais alma
do que o corpo que te sustenta.
AURA
Ouço o farfalhar
De folhas secas ao vento,
Apresso os passos;
Sinto num sussurro
O arrepio que submerge
Até minha alma;
Ausculto o velho favônio
Proseando com as folhas verdes;
Sua voz é como melodia divinal.
Encantamento;
Consome a alma dos viventes,
É sobrenatural;
As lâminas parecem experimentar
Uma turgescência aural;
A essência de tudo é a vida.
É inconteste, passional;
Uma efervescência assume
O cômputo do tempo;
Nada mais se pode fazer,
Há um êxtase,
Um frenesi agudo,
Que toma conta e submerge
As almas das inseres
Numa aura angelical.
Outros ventos cantam e dançam,
As folhas no alto balançam.
É o arrebatamento,
O ápice da magia natural da existência.
Genialidade Perversa
Ao que se passa em mim
Não se intitula
Uma Aura, Um espectro
Revelando da genialidade à Loucura
Fizeram-me Único
Alma voraz de conhecimento
Uma genialidade perversa
Mentalidade confusa, brilhante.
Minha capacidade de modificar o mundo
Minha incapacidade de mudar meu ego
Genialidade cega!
Seca por dentro!
Moldado no silêncio das sombras
Buscando a realidade fantástica
Meu mundo utópico
Minha imagem não reflete ao espelho
Um ser vampírico! sedento por sangue
Estrategiando minhas vítimas
Falsificando sentimentos
O Ser do próprio enganador
Envolve-se em seus planos
Transforma sua mente
realizar seus devaneios
Sou um ser notável
Dotado de invejáveis asas
Minhas asas são tão raras como minhas garras
Sujas de sangue....
Gênio Devasso
Revoltado pela imparcialidade
Fantasiei-me de Comum
Guardei minhas asas
Envoltas em uma casca..
Não me notas mais a genialidade
As asas enrijeceram-se...
Mas estão sempre prontas para se libertar do casulo
A Normalidade não me basta
Vou preparar meu voo..
Alçar-me no universo
Com face de gênio perverso
Enxergando o mundo
Lançando-me em desatino
Um gênio caído.
Lanço-me do alto
Minha face irradia o sangue
Provando o sabor do suicídio
Finalizando minha vida desigual
Atormentada!
é o passado que se desenha na aura deste pensamento em vôo nas minhas mãos... enquanto os meus olhos riem, treme a água no açude e eu criança, com um tremor de asas no sangue...no reino da minha infância o silêncio, e o vento rondando nas ramas, logo o chilreio lânguido do pássaro, ignoro quem voa melhor, se ele, se eu... juntos pelo acaso deste sonho meu.
Aura Iluminada e Protegida!
Corpo é Matéria, Esqueleto só.
Alma luz brilha, Sempre erguida!
Um dia Virará, com certeza, Pó!
Geilda Souza de Carvalho