Aprendi que Amores Eternos podem Acabar
Agora conheço a perda de grandes amores, e conheço o esforço de voltar das cinzas, à sombra do que antes era importante.
O que de mim ficou
Dentro das muitas que de mim já fui, dos amores que já vivi, das pessoas que deixei ir e daquelas de quem parti.
Dentro de todas as coisas que sou, das que deixei de ser, das que ainda pretendo, porque quero muito viver.
Dentro de tudo, de tudo o que até aqui produzi ,de tudo o que deixei para trás, que desmoronei, demoli.
Tornei-me a melhor versão daquilo que construí.
Eu sei que não sou perfeita, tenho erros incontáveis, mas posso dizer com certeza que procurei ser a melhor.
Até aqui, tenho feito da vida alegria, esquecido o que dói, amado o que vale a pena, seguindo feito reticências no final de um poema...
Nildinha Freitas
Entrega, Confia e Agradece
As coisas mudam, a vida surpreende,
Perdemos amores, amigos, gente,
Partes de nós que nunca imaginamos,
Mas a alma insiste, e nos reencontramos.
Novos rostos chegam, abraços chegam também,
Amores surgem, como o sol após a manhã,
No espelho vejo, uma versão mais forte,
Mais sábia, que venceu cada corte.
Por mais difíceis que sejam os dias,
Há luz, há força, há novas alegrias,
Só precisamos entregar, confiar, agradecer,
Pois o que vem depois é para nos fazer renascer.
Ai de Mim, Idealizadora!
(Raissa Santos)
Creio em conexão
Vivo de amores e paixões
Não sei suportar o tédio de NÃO amar.
De não buscar.
Mal de nós: idealizadores!
Pecado meu:
Querer com tanta verdade.
Encontrar...
O que?
Talvez nem eu sabia!
Ai de mim!
Descobrir que existem outras formas de respirar.
Imagina só,
Falar e não sair poesia:
Das mais cruas,
Mais duras e cruéis,
Dessas que rasgam o peito
E nenhum curativo é suficiente.
Ai de mim, se ei não tivesse cicatrizes de amores passados.
Dores vivas que não me largam.
Como vivem os não poetas?
Os avisados?
Os ateus?
Como pulsam?
Ai de mim saber!
O que me restaria viver?
Nada!
Só a vida.
E a vida anda meio desvivida pra mim.
No silêncio da noite, a lua sussurra,
Segredos de amores que o tempo apura.
Estrelas piscam, como risos distantes,
Guardando memórias em seus instantes.
A Política e Seus Amores de Estação
As lideranças políticas, assim como as estações do ano, vão se renovando com o tempo. Grandes nomes que um dia foram reverenciados acabam esquecidos, engolidos pelo ritmo veloz da história. Novas vozes surgem, ocupam palanques, inflamam multidões e, por vezes, também desaparecem — tudo é cíclico. Nada é eterno, nem mesmo na política.
Ideias mudam. Posições mudam. Mas quem mais muda é o povo. Muda de opinião, de partido, de ídolo. Muda até de memória. É curioso como a admiração incondicional pode, de uma hora para outra, se transformar em desprezo absoluto. Que o diga Getúlio Vargas, questionado com dureza poucos dias antes de apertar o gatilho do próprio destino. O mesmo povo que o acusava foi às ruas em lágrimas, em um luto nacional tão apaixonado quanto a desconfiança que o antecedeu.
Anos depois, foi a vez de Fernando Collor. Jovem, bem-apessoado, com discurso eloquente, conquistou a maioria esmagadora dos votos. Preferiram o novo ao conhecido — Brizola, Ulysses, Covas... velhos de guerra. Collor era a promessa embalada para o futuro. Mas o tempo, senhor das reviravoltas, mostrou que a política brasileira também ama com intensidade, esquece e julga com rapidez.
A paixão na política é quase sazonal. Tem primavera e tem inverno. Quem não entender isso, corre o risco de se decepcionar profundamente. Talvez a única constante seja essa: a instabilidade dos sentimentos populares. Líderes vêm e vão, mas o ciclo — esse sim — permanece.
Renato Jaguarão.
É que eu sou de baixa categoria. Confundo quem me confunde, amo meus antigos amores, ando com quem me odeia; simplesmente baixa categoria. Me deixo levar pelos caminhos sem saber o que me espera em cada curva deles; me arrisco - às vezes até demais - talvez não seja uma ideia tão boa me deixar levar pelo toque do meu coração... baixa categoria, né?
Pessoas me dizem o quão boa sou, mas falariam a mesma coisa quando conhecessem minhas cicatrizes, minhas dores, meus pensamentos, o meu lado errado? Talvez não. Pessoas só falam o meu lado bom como se eu fosse o produto mais caro das lojas, mas qual o motivo de não falarem de uma vez o meu lado errado? Eu não sou perfeita! Eu sou algo de baixa categoria.
Meus olhos castanhos são como qualquer um pelo mundo, meu corpo é só mais um entre bilhões de pessoas, minha voz não é nada, meus olhos são falhos, meu sorriso comum dentre vários, mas minha alma... minha alma é algo que é incomum entre diversas pelo mundo, talvez seja isso que me caracteriza ou o que faz as pessoas gostarem de mim, mas já que ela é minha, ela é tão confusa, tão cheia de enigma, existe alguém que vá me entender? Existe alguém que vai mesmo ligar para um produto de tão baixa categoria? Dúvidas atrás de mais dúvidas.
Eu sou só mais uma dentre diversas outras cacheadas pelo mundo, mas as ondas do mar do meu cabelo de baixa categoria vai marcar suas história de boa forma ou não?
Só mais uma poesia confusa.
Estamos em muitas coisas, em muitos amores, em partidas e encontros.
Nessas idas e vindas, muitos eu vi, poucos eu conheci...
Entre tantos abraços, até hoje procuro o meu.
Quantos de nós estamos, mas não pertencemos?
Não pertencemos ao nosso trabalho,
não pertencemos à nossa cidade,
não pertencemos ao nosso casamento.
Mas estamos.
Estamos tentando ser parecidos com o que esperam de onde estamos.
Amores perdidos
Anda pela estrada melancólico.
Quantos amores foram perdidos...
Habita em seu peito um coração pulsante
pela dor completamente ferido.
São demais os perigos da vida.
Depois de cada curva o que pode encontrar?
Nas noites mais escuras...
Segue trôpego seu caminhar.
É tão grande esse espaço.
São tantas rotas pra seguir.
O que virá depois do próximo passo.
Só... sente só vontade de pra bem longe fugir.
No caminho
Solitário
Segue solitário uma estrada triste, melancólica.
Amores perdidos... passos desperdiçados...
Em seu peito habita um coração pulsante...
Pela dor sentida completamente ferido.
Só buscava um hoje diferente do de antes.
Tantos são os perigos da vida.
Depois de cada curva o que pode encontrar?
No fim da rua o que lhe está a esperar?
Noites mais escuras...
Segue trôpego seu caminhar.
Imenso esse espaço por onde vagueia.
São tantas rotas pra seguir.
Sente-se preso por amargas teias...
Sofre com o medo de não conseguir: o próximo passo, apagar as lembranças, ferozmente prosseguir.
O que virá depois do hoje cinzento?
Que sentido seguir no cruzamento?
Olhar perdido.
Pés machucados.
Coração pelos enganos envenenado.
Só... sente só vontade de para bem além do agora fugir.
Quantos amores perdidos.
Num canto da sala esquecidos.
Um pouquinho mais de sol os teria aquecido...
Tristes e frios não teriam morrido.
Hoje seu presente é só saudade.
Melancolia noite e dia.
A lua brilha fracamente por um instante.
Uma sombra no mar... tudo torna tão distante.
Quanto silêncio ao redor.
As ondas que batem no costão...
Batem fracamente.
Não querem machucar mais esse coração... que de falta de amor morre lentamente.
Uma taça de vinho transbordante.
Um perfume no ar dançante.
Uma neblina que desanuvia...
Um tempo que queria ser como tudo era antes.
Sei falar do sexo, da vida, das rosas, dos amores e sabores, ainda assim não sei falar de mim. Muitos riram. Mas quis visitar em mais noites os seus sonhos por meu próprio prazer, não é egoísmo, é uma questão de ver que sua visão é tão centrada, enquanto a minha faz meandros, a sua me aponta direções. Nesse mundo de imaginação, basta te conhecer pra saber que nem sempre é conto de fadas, no meio de tanta risada com piadas tão sem graças, vi que escolhi a pessoa certa pra enlouquecer da pior e das melhores maneiras.
Felicidades ocultas, reúnem-se em volta, e sussurram em voz alta, manifestando histórias de amores, que já estavam escrito.
Amarguras
Se te enclausuras
em prantos de dores
tuas amarguras
de falta de amores
deixe que suem teus olhos
na tua alma vazia de versos
e salguem teu corpo
em queixas submerso.
(Bia Pardini)
Outros amores, outros gostos, outros interesses... Eles olhariam para nós com tristeza e ternura por um momento, enxugando suas lágrimas, e então voltariam para seus túmulos para descansar.
Eu não gostaria de ter nascido assim, Absoluta em dores,
Preferia ter me fartado em amores, Não consigo fugir do meu eu,
Minha intensidade me corrói,
Ácida que sou,
Preciso do neutro,
Caminho do meio,
Centro,
Necessito de alento,
Aquietando a alma no silêncio,
O meu próprio,
Meu Mundo,
Desacelero,
Aí acerto,
Vida que quero.
Letícia Del Rio.
