Amigo Antigo
Acho que meu antigo eu sempre foi me trazendo para o que sou hoje, porque você sabe, as pessoas nunca me agradaram, e acho que sou idiota por isso.
Caminhando pelo centro
antigo da cidade enxerguei
em lembranças,
as saudades que debruçadas
em sorrisos e esperanças
espiavam por entre
as venezianas de janelas
entreabertas os namoros
escondidos e encontros
furtivos nas esquinas,
escutando os segredos
das ruas, praças e
passeios desta Porto
Alegre risonha.
Por quantas portas entrou
o amor e saíram abraços,
beijos furtivos e inspirações
para serenatas.
Quantas sacadas viram o sol
mergulhar no Guaíba
ou esconder-se atras das ilhas
que nadavam naqueles
alaranjados horizontes.
Quantos passarinhos
banhara-se em poças d’água
em meio a quentes paralelepípedos
que desenhavam rendas
como se fossem caleidoscópios
das ruas da cidade.
Porto alegre antiga
sempre guria,
Porto Alegre amada
e sempre faceira.
A cesta transpassada, sempre no mesmo braço do antigo relógio parado, carregava algumas dezenas de rosas coloridas. Caminhando sem pressa, sem anseios, ele buscava algo que só encontrava além de um olhar. Qualquer hora, era a hora e ela não passava despercebida por seu olhos cansados, caídos e esbranquiçados. Houve um tempo, um longo tempo aliás, que ele vendia rosas, hoje as distribuía. Cada rosa daquela, era digna de muito esforço, muita bondade, cumplicidade, sabedoria, amor. Cada rosa daquela era digna do império que ele construiu. Agradecimento. Era a resposta na ponta da língua quando alguém o questionava do motivo daquilo, mas essa era só uma parte da verdade... Eu ganhei uma dessas rosas. Eu olhava fixamente para algum ponto da praça e pensava em muita coisa, porém não conseguia pensar em nada concreto, senti uma presença ao meu lado e lá estava ele, com a cabeça levemente inclinada para baixo, me oservando por cima do óculos, não obtive reações, apenas olhei em seus olhos também. Entregou-me uma rosa, dois toques no meu ombro e saiu. Intuitivamente quis sentir o seu perfume e notei um mini cartão em seu embrulho. Intuitivamente abri pra ver o que havia escrito... “Você é muito mais que isso”. Depois desse dia eu entendi a outra parte da verdade.
O oculto será visível aos perdidos/
Feridos por falta do conhecimento antigo/
Pois tudo que é novo já foi velho/
Viemos de templos em tempos/
De vindas em vidas/
Fogo que não se apaga/
Sonho que não termina .
RETRATO NO TEMPO
Vejo-te amor antigo:
Fotografia na moldura;
nem tempo ou eternidade desfará.
E quando as horas passarem.
Longas... Silenciosas
no mundo exterior,
envelhecendo nossas noites sem luar;
os lábios e os beijos.
Tu estarás: intacto... Estático:
O mesmo riso, o mesmo rosto.
E abraçarei teu retrato
como se assim pudesse conter-te
eternamente, por entre os braços.
Aquela lembrança
Retornou como um antigo erro aquela lembrança.
Corri pela areia da praia para esquecê-la.
Coloquei óculos escuros para não vê-la
Mergulhei no mar para afogá-la.
Redimensionei-me.
Fiz-me pequena...
Corpo decomposto...
Fiz tudo o que podia pra daquela lembrança não sentir mais o gosto.
Retornou... simplesmente retornou.
e fustigou-me.
Tempo ao Tempo.
Cartão Felicidade.
Há um programa de milhagem pioneiro e muito antigo: usar o cartão felicidade e acumular vida.
O ASSALTO
Anos atrás fui vitima de um assalto em frente no antigo cinema Art Palácio, 7 horas das noite, me deram duas facadas, uma no peito e outra nas costas. Na hora não senti a mínima dor, juro, só depois fui reparar no liquido quente escorrendo no peito, e olha que nem reagi, já chegaram batendo, digo furando. Peguei rapidamente um táxis na Avenida Guararapes, parecia que estava sentado num prato de papa e pernoitei no Hospital da Restauração, ficando em observação, fiz alguns exames básicos e fiquei reparado a urina pra ver se largava algum sangue, talvez precisasse de cirurgia. Pela manhã tive alta. Sangrei ainda por uns quinze dias, em casa, até cicatrizar. Na ocasião, ainda no hospital, na madrugada, parou em minha frente uma maca conduzida por uns policias militares, com um senhor que se encontrava extremamente pálido com uma marcha enorme de sangue no peito e pediu pra uns dos policiais ajeitar a mangueira de soro, e prossegui. Instastes depois retornaram correndo com ele estático, olhando o teto, entraram numa sala ao lado e o medico de plantão reparou e disse que havia morrido. Saiu uma moça, saiu chorado e soube que era dentista, que estavam noivos e contou que dois assaltantes os abordaram numa moto, na saída do antigo Cavalo Dourado e o carona, apontando uma arma, pediu o relógio dele, ele negou, prontamente, o cara atirou e pegou e xau! Não vale a pena reagir, a vida vale mais que um relógio, um celular, etc. Levaram, compra outro, quando não morre, fica aleijado. Dizem que é o momento. Pois é, momento de morrer, como aconteceu com o dentista. E não é nenhuma covardia, o outro tá armado, você não, além de favorecido pelo elemento surpresa, já tudo arquitetado, a rua, o beco, que vai correr... E pagam um alto preço, tem uma vida curta, porém, tipo, "quem com muitas pedras mexe uma lhe cai na cabeça".
(18.02.2017)
Aquela lembrança
Retornou como um antigo erro aquela lembrança.
Corri pela areia da praia para esquecê-la.
Coloquei óculos escuros para não vê-la.
Mergulhei no mar para afogá-la.
Redimensionei-me.
Fiz-me pequena...
Corpo decomposto...
Fiz tudo o que podia pra daquela lembrança não sentir mais o gosto.
Retornou... simplesmente retornou.
e fustigou-me... de-va-ga-ri-nho
FUSTIGOU-ME... DE-VA-GA-RI-NHO...
Dias e eu
Faltam dias ainda
Para que eu retorne
A um sistema antigo
Que conheço a muito tempo
Agora neste momento
Estou escrevendo este poema
Sem um tema especifico
Apenas digitando o que penso
Ainda tenho tempo
Para viver momentos diversos
Mesmo assim tenho uma rotina
Que já foi estabelecida
Bom... quero conseguir evoluir
Concluir os meus planos
E realmente ser eu mesmo
Aquele introvertido pensativo
Tenho uma essência
E não pretendo perde-la
Terei mudanças , como sempre tenho
Mas continuarei com o meu eu aqui dentro
Conversarei mil vezes comigo mesmo
Sorrirei de repente , quando sozinho
Sem motivo aparente
Somente com o significado dentro da minha mente
O passado irá te torturar, o futuro te atormentar e o presente será esquecido como um belo e antigo cântico.
O marmeleiro descasca
no seu verde antigo
o açude racha
no seu mar antigo
o mormaço
esse nem dá as caras
e a gente vive
disso tudo já vivi
sou amigo disso tudo
não precisa desse medo
"Jardim sem Flor"
Devolvi aquela Flor
Para o seu antigo Jardim
Já não tinha tanta Cor
Nem a sentia Feliz
E eu que quis ser Beija-Flor
Passarinho ou Colibri
Mais foi ai meu Bem
Que tudo Acabou.
E hoje eu estou Aqui
Sozinho a pensar em Te
Preso nas Lembranças
Desse antigo Jardim
E eu que quis ser Beija-Flor
Passarinho ou Colibri
Mas tudo bem meu Bem
Amores Vão e outros Vem.
"Santo de casa não faz milagre! Ditado antigo, porém, extremamente contemporâneo. Por vezes, deixamos de arriscar, nos doar, fazer acontecer, partir para a guerra, suar a camisa, brigar, lutar, batalhar, colocar-se na linha do tiro... Infelizmente, pelo 'ironicamente', maldito julgamento do 'santo caseiro'!" (Mettran Senna)
Mettran Senna
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