Vestido
Debutar é ver a menina bonita deixar o vestido de chita, tirar do cabelo a fita.
Vestir vestido encantado de baile, todo enfeitado, com as cores dos sonhos lindos.
E, em seus olhinhos, sorrindo, vestir poesia inocente, vestir poesia que sente nos versos do coração da menina-flor-botão que não é mais uma qualquer.
Pois nesta noite, debutante transformou neste instante a flor-menina em flor-mulher!
Com meu vestido de chita eu danço bonita pra conquistá o zóinho do meu amor.No cabelo coloco uma flor bonita e fico tão bonita que a própria flor.
Hoje acordei bem cedinho
Muito a fim de me abraçar
Coloquei meu melhor vestido
Bordei minh'alma de leveza
Me perfumei com um lindo sorriso
Calcei meus sapatos bonitos
Me olhei no espelho e
entoei minha própria canção :
- Ahh... Como é bom me amar !
Depois fui lá no quintal da minh'alma
Soprei brisa ao meu coração
Abri a janela para o céu e
pisquei os olhos
para o sol .
E sob um lindo arco íris e nuvens anis
suavemente a bailar ...
Dei Bom dia a Deus
Beijei o colibri
Dancei com o bem te vi
Acenei para as borboletas ...
É tão bom com o vento
no rosto acordar !
Saber que estou Viva e posso
a cada segundo na
paz caminhar .
Também fui lá
No jardim
Colhi lindas margaridas
Conversei com as papoulas e
as joaninhas
Vi o desabrochar das violetas e
dos girassóis
E depois
Fiz um verso para agradecer :
- Pai
Obrigada por jamais de mim esquecer
Obrigada por meus dias clarear
Obrigada por jamais deixar de me amar
O dia está lindo e
já semeou um novo amanhecer
Agora já posso aproveitar
a aurora para sorrir
E minha vida
num belo bordado de
jasmim ...
Flores(cer) !
Para de ser tonto:
Talvez ela não precise de um lindo vestido na sexta feira a noite
Quem sabe a preferência dela seja mesmo ficar de boa em casa , fazer pipoca, tomar um vinho ou assistir um filminho bom sem que ninguém a fique incomodando.
Talvez você não tenha notado, mas; os seus valores vão além das beras , das caipirinhas ou dos cigarros de cravo daqueles bat-lugares.
Quem sabe ela prefira ficar ao lado de uma pessoa sincera , bacana e sem interesse nenhum , talvez ela esteja precisando de paz , de amor de uma vida a dois ....
E talvez ,quem sabe este cara poderia ser você!!!
Ou talvez , quem sabe ...
VESTIDO DE RENDA
Menina do vestido de renda
bela menina
bela prenda.
Com sua renda me rendou.
Piscou pra mim
pra mim olhou.
Teceu a telha
do meu amor.
Antonio Montes
Ela
E lá vinha ela, toda arrumada, com aquele salto preto que eu gosto e com aquele vestido que vai até o joelho dela. E quando ela vinha andando em minha direção, eu ficava em paz com o mundo, eu via o amor, a tranquilidade que ela me passava mesmo de longe.
Ela me faz enxergar o mundo de uma forma mais ampla, me deixa sagaz e me deixa feliz. A sua pele, a sua boca, os seus cabelos, os seus olhos, tudo era perfeito.
O jeito como ela anda, o modo como ela sorri, aquilo de toda forma me fazia feliz. Quando ela destaca o sorriso, é como se nada mais importasse, eu ficava centrado no sorriso dela, porque além de ser bonito, me transbordava de felicidade.
Morena cor.
Quando vejo uma menina
brincando de pé no chão
vestido de malha fina
rodado que nem pião
cabelo encaracolado
morena cor do pecado
só pode ser do sertão.
TROVA - 128
Seu vestido coladinho
Mostra tudo, nada escapa...
Confesso, fico doidinho,
Do seu corpo, olhando o mapa!.
Moldura
o vestido não te faz
não tanto quanto teu corpo
o batom não te faz mais
não chega aos pés da sua boca
seu rosto não precisa de moldura
já és uma pintura
que eu desejo
nada enfeita mais suas bochechas como meu beijo
Quando a tarde cai calada
A noite estende um vestido
As nuvens o veste
para ficar de lembraça, de uma noite
Queiria acontecer.
As nunves derraram lagrimas sem saber
Aa lagrimas de lembranças passadas
De um passado lindo
Quando o dia era lindo
Quando tarde não se cansava.
Hoje a noite dá voltas em casa
A procura do vestido
Que caiu da noite fechada
O vestido lavou a minha alma
O vestido lavou o meu presente
Jogou fora, de repente
Toda a dor que dava voltas
Nessa alma quase morta
Mas ao vestir esse vestido
Se tornou tão viva, quanto a dona
Essa dama, mulher de preto
Que escurece noites vencidas
Mas não joga seu veneno
Mas a amente dela joga o veneno
Que é a chuva que banha meu sereno
A MENINA DE FITA
Cresceu a menina de fita
trocou o vestido de chu]ita
Foi em busca de seu sonho
evitou um futuro tristonho
Encontrou muita barreira
dela fez sua trincheira
Da tristeza tentou distância
com esforço saiu da ignorância
Enfeitou-se de margarida
para de seu homem ser a preferida
Fez parceria com a alegria
e no amor fixou moradia...
mel - ((*_*))
Vou esperar o desenrolar dos nós dançando...
Em meu vestido longo de algodão...
Com fitas de todas as cores em volta da cabeça...
Rodopio em giros suaves...
Vislumbrando um mundo de minha imaginação...
Onde só cabem perfumes e risos...
Não há nele...
Lampejos e nem dor...
Nem gritos...
E nem nada que tire o som harmônico de ventos e pássaros diversos...
Há uma imensidão de luz que toma conta de tudo...
Há verdes que se mesclam com tons que nunca havia visto...
Há também montes altíssimos dos quais já não tenho medo de beirar...
Na minha confiança de que não há perigo algum...
Deito-me na relva a olhar calmamente as nuvens...
Seus formatos e tamanhos...
Brincando de imaginar figuras...
Esse é meu momento mais relax para mim...
Vestido de chita
Quando te conheci
Era de vestido de chita
Que estava
Colado naquele corpo de menina
E eu um menino sem desdém
E quando olho hoje você
Vejo a menina de chita
Que naquele dia
Para sempre encantou
Eu um menino que
Ainda sou...
Os dias foram passando sem que eu pudesse deixar de observar aquele rapaz sempre vestido de forma despojada em seu lugar habitual, e minha tendência a admirar sua habilidade com as palavras era aumentar. O tempo que passei ali era ainda muito pequeno, mas o suficiente para tomar algumas conclusões sobre ele. A primeira foi sobre seu semblante misterioso. Não passava de mais uma de suas facetas. O rapaz sabia muito bem como persuadir os quereres alheios com seu olhar ambíguo, profundo e franzido. O que mais no mundo poderia ser ao mesmo tempo implacável e gentil? Era um personagem manipulado, escrito em primeira pessoa do singular. É, singular. Aquela era outra conclusão. O rapaz cuja pele remete à clichê comparação com o pecado, seria ímpar e incompatível com o restante do mundo, se não fosse por um aliás - era o único que se parecia comigo. Desde o modo peculiar de como analisava à todos tentando descobrir seus passos vitalícios durante uma conversa banal, até a maneira como manuseava o papel em cujo os dedos deslizavam com tanta destreza. A última, e não menos importante, não era exatamente uma conclusão, mas julguei por fator basilar de seu isolamento: A ardência da garganta ao se encontrar com as repetidas doses de álcool e outro ingrediente qualquer era sempre sucumbida pela dor da ferida que trazia no coração. E nisso ele também se parecia comigo. Notei, entretanto, que naquele dia o caderno velho não mais o acompanhava, mas sim um novo e polido caderno em branco. Pensei cá com meus botões: Seria um novo ciclo? Um novo começo? Teria ele abandonado as melancólicas páginas amarelas para dar início a uma nova estória? Me contive mais uma vez, e engoli em seco quando ele levantou o olhar em minha direção e sorriu. Percebi que ele continuava a ser uma incógnita. A final de contas, ele lia pensamentos? Senti meu rosto corar e me levantei. Enchi de ar meus pulmões e tentei controlar a pulsação enquanto, finalmente, decidi caminhar em sua direção.
