Vento
Eu sou livre -
Eu sou livre como os pássaros
como as bandeiras ao vento
que trazem barcos e poetas
e na memória dos Bárbaros
é na passagem do tempo
que permaneço como brecha!
Eu sou livre como a morte
como dois apaixonados
que se amam e se destroem
e lembro-me, por sorte,
daqueles dias cansados
que por doerem já não doem!
Eu sou livre como a chuva
como as folhas ao vento
como a voz de uma criança
e como lágrimas de viúva
sou como o pensamento
livre que se alcança!
Eu sou livre de prisões
das prisões do sentimento
das memórias dolorosas
e nas minhas afeições
quando amei o sofrimento
fiz-me livre como as rosas!
Estou apaixonado pela mulher que
é fogo, é vento, é céu, é terra...
Eu desejo tê-la em meus braços
sem pudor, sem leis e sem regras
Pois a tua alma é nua, eu sei que
é pura perdição, mas que alivia
e que também salva o meu coração!
O marasmo é a tola burocracia. A vida é leve e simples. Permitir-se ao vento da sacada do quarto pode ser melhor do que frustrar-se pela maresia do cruzeiro que ainda não aconteceu!
Ornamento de palavras vazias, desconversas ao vento,
Tentativas fúteis de esconder o que vai por dentro.
Embelezando a superfície, esquivando-se da verdade,
Desconversas, ornamentos ocos.
Sonho e Saudade
Lá vai meu sonho, leve, ao vento,
Cruzando os campos do meu pensamento.
Saudade que aperta, mas não desalenta,
Saudade que canta, que fala, que inventa.
Na varanda antiga, o tempo repousa,
Os olhos fechados, o passado se ousa.
Entre as árvores altas e o céu tão azul,
A lembrança de ti, serena e fiel.
O amor que vivemos, tão cheio de vida,
É canção que ressoa na alma perdida.
Teu sorriso é estrela que brilha na noite,
Tua voz é o rio que corre, sem açoite.
A casa vazia, mas o peito, não,
Teu perfume ainda vive na imensidão.
As tardes de outono, o vento a soprar,
Trazem-me o eco do teu doce olhar.
E sigo vagando, entre sonho e memória,
Te buscando nas veredas da nossa história.
Manhãs silenciosas, tardes de luar,
É no mistério do tempo que vou te encontrar.
Que o amor seja sempre essa prece sagrada,
Que o vento leva, que o céu guarda.
E que nos versos simples de cada poesia,
Viva para sempre nossa alegria.
No horizonte distante, meu olhar se perde,
Mas teu amor é farol que me guia, verde.
E entre o sonho e a vida, em doce aliança,
Seguimos dançando essa eterna esperança.
Dimensões.
Nós sabemos a vida
Não sabendo-lhe a forma adequada
Isto dito ao vento
No momento, existo!
Posto isso, pouco a sei, além de nada
Morte, as tive algumas
Enquanto a vida se amontoa ao vento
Por acaso, à esmo, à toa
Lacuna entre duas ausências
A vida é uma duna
Uma efêmera presença
Que passa despercebida
Até por alguns dos presentes
Uma página já lida
E também já virada
A morte mais estranha
Que se pode ver vivida
Passou tão depressa
Quem a leu, na sanha de virá-la
nem se lembra de nada
Passou dessa para a estante
Num canto esquecido da sala
Na casa da eternidade
Se confessa arrependida
Pelas coisas que não fez
Se percorre uma vez
Removendo o pó estrada
Pó de existências
Passageiras como nós
Fugazes e sós
Instáveis, incríveis
Existências perecíveis
Voou como instante
O pião na fieira
A fogueira, a esperança
O choro do filho, a vaidade
A verdade, a meia verdade
O barulho do cristal quebrando
O orgulho ferido, a ira propensa
A pequena diferença
Entre o sempre
e o de vez em quando
A esperança perdida
A mesa posta
Pra quem gosta de comida em fogo brando
Morte, as tive muitas
Madrugada, olhar perdido
Coisas tão distantes
Vivendo apenas uma vida
Não dá tempo de estar juntas
Se o poeta não juntá-la em versos
Nalgum canto empoeirado
Lá na sala do infinito
Assim, ao menos por um mero instante
Se ficaria bonito, nunca saberemos
Porque tudo tem três lados
Um peão num barbante.
Viveu para o mundo
Algo assemelhado
em ao menos uma das dimensões
Morreu para a vida
Por breve descuido.
Edson Ricardo Paiva
No sopro do vento, as sombras dançam,
Lâminas de luz cortam a escuridão avançam.
Linhas que sufocam, em silêncio gritam,
Ecoam canções de reis, em triunfos que fitam.
Azul profundo, escada celeste,
Doce melodia na língua, um banquete.
Vultos se agitam, prelúdio de luta,
Farpas na alma, o destino refuta.
Silêncio dos mares, sereias a cantar,
Solidão e amor, no abismo a se afogar.
Coração acelerado, fraco, em desespero,
Cortes abertos, a dor, um mero desterro.
Anestesiados sentidos, força fingida,
Noite clama por fora, por dentro, dividida.
Ventos carregam desesperos, em fuga,
Ciclos do tempo, medos que se anulam.
Guia-nos algo, alguém, no vazio imenso,
Curvas vastas, fim incerto, intenso.
Planícies ocas, solidão impossível,
Ainda há vantagem, visão indelével.
Linhas e dimensões, memórias fixadas,
Quase palpáveis, no tempo ancoradas.
Adormeço os sentidos, pausa na jornada,
A fresta do salto, ainda não chegada.
Meus medos misturado com o silêncio da noite, escuto o vento,
sussurrando segredos que o tempo
Estrelas solitárias, borrifadas manto do céu tão atento a ti e cobra me você aqui
Aquele beijo dourado, da noite e que se estendia ate aurora e levava a brisa, um toque de saudade...
Agora em mim habita o espaço de uma inteira pausa na vida
e ecoa em um silêncio profundo...
Perdido no vazio, um grito derradeiro o medo costurado e se perder um segundo entre outro lamento
Solidão sem regra regrada com gotas desde quanto partiste,
Me conforto no som da caixa craniana que finjo a correção das palavras erradas...
A intimidade do tempo ergue se ao som do vento
que beijar estrelas solitárias que vagueiam tímidas
em minhas noites sem você
O meu amor ama te inteiro na imensidão do silêncio
que existe em mim agora lamenta em grito tive medo de ter perder e agora que você se foi só
Meus sonhos me perturba para te reencontrar e vela a fragilidade desta homem minuto que o amor - sem ti se perde no vaco
Amar-te era como caminha nas nuvens desliza no arco ires cambalear no vento e no céu de cetim, teu amor me elevava ate as nuvens
Sobre o mar a lua prata, sob os cisnes deslizavam na espuma
Buscava a eternidade para repousa-la nas estrelas
Amava somente a ti e por te amar, amava somente a ti
Seus beijos como asas deste amor, e pelo céu a planar,
Deitado naquelas nuvens de algodão, a sonhar.
E os vento respiravam e sopro a a me embalar,
Sob o manto estrelado, e estrelas borrifadas de poesia eu a te amar.
Na paz eterna na quietude da noite, a luar rara
O brilho refletindo em teus olhos, a água azul do mar a cintilar.
Os cisnes eras por testemunhar, nosso laço a firmar,
E naquele eterno balé, uma dança magistral de nossas almas a se entrelaçar.
E então aquele infinito de nosso amor que ecoava levou a rima,
E nossos beijos que selava aporta do infinito deixou de durar.
Agora a vida sabor frio guiado no vento tremulo calado
A noite engessada a lua parada estática no golfão acinzentado...ates de chorar o céu desabando
A alucinação de silencio murmurador...
Meus medos coroados respiram com tão perto que tropeço nos meus pesadelos ate acordado embaraço nas suas teias e afogo nesta baba fria e escura e esta fumaça na garganta a qual não se escapa...
Dia D
Nas praias de silêncio e sangue,
onde o vento ainda sopra a memória
dos que partiram sem regresso,
a areia guarda os passos de heróis
anónimos, mas eternos.
No murmúrio das ondas,
ouvimos o eco dos seus nomes,
gravados no tempo como pedras
firmes, inabaláveis no oceano
da nossa gratidão.
Cruzaram o mar, carregados de medo e coragem,
para libertar um continente acorrentado,
para rasgar as sombras com o lume da esperança,
para que a liberdade pudesse florir
nos campos devastados pela tirania.
Homens simples, de fardas gastas,
deixaram seus sonhos na terra natal,
e no último alento, sussurraram a promessa
de um amanhã que nós, os vivos, herdamos.
A Europa é livre porque eles tombaram,
e o nosso dever, agora, é lembrar
o sacrifício último que nos deu asas,
que nos devolveu a luz e a paz.
Jamais serão esquecidos,
porque a memória deles é o farol
que nos guia em noites de incerteza,
e o seu legado, a liberdade,
é o sol que nasce em cada manhã.
Nas praias de silêncio e sangue,
reverenciamos os heróis do dia D,
gratos pelo sacrifício imenso,
prometendo, em cada suspiro de liberdade,
que jamais os deixaremos cair
no esquecimento.
“Ando devagar,
Tentando aspirar,
Em cada pétala ,
O perfume das flores
Que o vento do tempo
Espalhou ao longo
do meu caminho.”
Maria do Socorro Domingos
Corpo em carne e desejo...
Que alimenta o tumulto do vento...
Voz de inquietação...
Batalhas a meu lado...
Boca seca...
Palpitante coração...
Vem contigo a madrugada...
Meus olhos não se cansam...
A promessa de tua boca de eternidade...
Em surdina dás-me mais vontade...
Passo na rua e nada vejo...
Por que ardo eu até tão tarde?
Quis eu lá saber a tua idade?
Na embriaguez da cisma...
Foste um murmúrio...
Rua deserta...
Mundo mudo...
O sangue...
Festim ruidoso e ligeiro...
E a ilusão que me trouxe e que não invento...
Adubando a flor do desejo...
Seja meu que de ti também serei...
Arde-me a cabeça de vos querer...
Em febre e vagando...
Deixando-me de ser...
Nunca me dissestes seu nome...
Mas a ti conheço bem...
Enquanto na sombra te espero...
Aos olhos alheios não sou ninguém...
Sandro Paschoal Nogueira
Quando o vento sopra, a brisa lava a alma e entao flutuo para lugares desconhecidos. Sem acompanhantes ou lábios para tirar o sono...
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