Vento
TEU ROSTO NO VENTO
(Eliza Yaman)
Teu rosto no vento me vem sem aviso,
Na brisa que toca a flor do jardim.
É como se o tempo, num breve sorriso,
Soprasse teu nome bem perto de mim.
Não sei se te vejo ou se te pressinto,
Mas algo me chama com doce calor.
É como se a alma, num gesto extinto,
Sentisse teu rastro, sentisse o teu olor.
Teu rosto no vento me acalma e guia,
É uma sombra que dança na luz do luar.
E mesmo que a vida se faça vazia,
Teu gesto me ensina a continuar.
Por isso te guardo no canto mais fundo,
Na parte da alma que nunca se vai.
Teu rosto no vento é meu outro mundo,
Presença que vive, que sopra e não cai.
Mesmo sem asas, posso sentir,
O vento suave a me conduzir.
Com Teu toque, me faz flutuar,
Nas águas da graça, me faz descansar.
Ser Autêntico
Ser autêntico é como o vento,
Que dança livre, sem temor,
Carrega em si a força do tempo,
E a verdade em seu interior.
É olhar-se no espelho e ver,
Além das máscaras que o mundo impõe,
Aceitar as falhas, o que se tem a oferecer,
E, por fim, ser o que somos, sem padrões.
Ser autêntico é caminhar sem pressa,
Sem se perder nas vozes ao redor,
É ouvir a alma, sem tristeza,
E viver o agora, sem medo, sem dor.
Não é ser perfeito, mas ser inteiro,
Com todas as cores que se misturam em nós,
É abraçar o que somos, verdadeiro,
E confiar em nossa voz.
Nos braços da autenticidade,
Encontramos a paz que nos falta,
Libertando o coração da falsidade,
E vivendo a vida com a alma alta.
Ser autêntico é se permitir ser,
Sem amarras, sem querer agradar,
É ser a própria verdade, sem temer,
E, no final, simplesmente… amar.
escuta o sussurro do vento e ao mesmo tempo fico a pensar o que será que aconteceu onde eu posso te encontrar alguns dizem que é falho outros dizem que é perfeito os loucos dizem que ama e outros que dói o peito a sensação é inexplicável algo que só possa sentir é como cheiro de terra molhada quando a chuva vem a cair é como sentir o vento e não poder tocar é como voltar a ser criança correndo na chuva descalço com o coração cheio de esperança como ouvir a sua atração preferida pela primeira vez ou mesmo ouve ela milhares de vezes o amor é tudo isso e muito mais .
Respira fundo.
Sente o vento —
é Deus te lembrando, em silêncio,
que você nunca andou só.
Tem cuidado soprando por dentro
e amor guiando os teus passos,
mesmo quando tudo parece incerto.
— Edna de Andrade.
Mais um outono
Mais um outono aos amuos do vento
Desarraigando as folhas num valsar
De alento, saudade ou desalento
Que vão pelo umedecido e cinzento ar
Em pares, grupos ou solitárias
Vão se acomodando pelo chão
Em lentas e calmas romarias
Com doridas vozes em oração
Nos galhos os abraços dos ninhos
Acariciados pelos redemoinhos
Ali ficam poeirados e agarradinhos
As folhas são barcos nas corredeiras
Nos charcos descansam nas beiras
O outono costurando suas algibeiras
Luciano Spagnol
ALVORADA NO CERRADO (outono)
O vento árido contorna o cerrado
Entre tortos galhos e a seca folha
Cascalhado, assim, o chão assolha
No horizonte o sol nasce alvorado
Corado o céu põe a treva na encolha
Os buritis se retorcem de lado a lado
Qual aceno no talo por eles ofertado
Em reverência a estação da desfolha
Canta o João de barro no seu telhado
É o amanhecer pelo sertão anunciado
Em um bordão de gratidão ao outono
A noite desmaia no dia despertado
Acorda a vida do leito consagrado
É a alvorada do cerrado no seu trono
Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano
Vem a tarde, chega à noite valsando em melancolia
Onde o vento entre as secas folhas no tardar rodopia
E o tempo e saudades no peito se fazem em sinfonia
Pra haver outra tarde, outra noite, haver outro dia...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
lombeira
passa lento a lentidão
devagar que dá canseira
o vento sopra mansidão
no cerrado dá lobeira
pasmaceira de vidão...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
ESPERTINA (soneto)
O cerrado está frio, lenta é a hora
É tarde da noite, o vento na vidraça
Pendulando o tempo, tudo demora
E o relógio, em letargia não passa
A espertina virou no dormir escora
Tento escrever, mas a ideia está lassa
A vigília do olhar não quer ir embora
Viro, e reviro no liso lençol de cassa
Dormir? O sono no sono faz ronda
O frio na minha alma faz monda
E o adormecer em nada me abraça
Que insônia! O sino da igreja já badala
O galo da vizinha o canto já embala
E o sol pela janela a noite ameaça!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Julho, 2016
Cerrado goiano
sonolência
cerrado parado
tortos galhos sem vento
lento e ensolarado
sem movimento
o dia
preguicento
vai inventando nuvens em romaria
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Paráfrase Mário Quintana
hoje
hoje uma quinta feira
no cerrado hora primeira
o vento soprando
a alma se calando
hoje, tem entardecer
o dia pra viver
um segundo de cada vez
e outro talvez
hoje!
num balé de paradigma
só pra hoje!
Amanhã outro enigma!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Indiaroba, Terra que Vive em Nós
Indiaroba, onde o rio canta,
onde o vento sussurra memórias,
onde a terra guarda os passos
de quem veio antes de nós.
Teu nome é raiz e cura,
palmeira que abraça o tempo,
óleo que marca a história,
caminho traçado em sentimento.
És feira, és vila, és cidade,
és força que não se dobra,
és passado, és futuro, és alma,
és Indiaroba.
O rio te conta em suas margens,
o mar te beija em segredo,
a infância corre em tuas ruas,
a vida pulsa em teu enredo.
És tambor que nunca silencia,
cor de festa sobre a pele,
dança de quem veio antes,
passos que seguem adiante.
Indiaroba, teu nome ecoa,
tua gente sonha e constrói,
teu chão é lar, é abraço,
é casa onde o tempo não se vai.
Parabéns, terra querida,
que teu brilho nunca cesse,
que teu povo siga forte,
que tua essência permaneça.
— ©Jorgeane Borges
Sinais do tempo
O vento se insinua e move delicadamente
As páginas desnudas e simples do livro
Sobre a bancada de madeira
Descansa ao lado do balanço
Se movimenta lentamente como num ressoar.
As páginas amareladas com sinais do tempo
Trazem a nostalgia de um passado
Contam as histórias de cada personagem
Lembradas com carinho dos
Momentos vividos intensamente.
O vento se mistura com o suspiro da morte,
A justiça invisível ouve suas lamentações
À distância os deuses louvam o momento,
A vida peregrina pelos campos desertos
Enquanto as almas procuram o descanso...
O livro continua sobre a bancada
Aguardando a companhia de alguém distante
Que talvez não volte mais.
Suas paginas melancólicas suspiram ao ver
Que o balanço continua solitário ao seu lado.
Folhas
Apesar de secas
Ondulam ao ritmo do vento.
A chegada do outono
Indica a passagem da estação.
Acumuladas no chão
Deixam o destino de quem passa
Um tapete infinito
Na cor pálida
Cor do outono
Cor da tua pele.
O meu lar não tem paredes, nem janelas abertas para o vento.
Ele se faz lar no instante em que o teu toque toca a minha pele com amor.
É no calor da tuas mãos que repousa a minha paz, é no contorno dos teus dedos que reconheço cada parte de mim.
E se um dia me perguntarem onde moro, eu apenas direi:
— É no toque das tuas mãos,
onde tudo em mim encontra abrigo.
Uma garoa fina esfriava a noite.
Era tempo de Lua cheia,o vento uivava para mim, parecia querer dizer-me algo, que eu de nada entendia, um arrepio dominava o meu corpo, enquanto o frio fazia de mim sua vitima. A noite abria o baú das lembranças com aroma da infância. Saudade de um passado que o tempo já enterrou. Quando menino, gostava de ver chover à noite. Pousava a nuca no peitoril da janela, e ficava só a olhar as gotas de águas, felicidade pura, as gotas pra mim era almas vivas a tocar meu rosto era um choro de felicidade. Hoje ao recordar desse momento , esboço um sorriso, no meio do pranto e do sofrimento, que agora sei que existe. A minha mente que antes tinha saída pra tudo hoje não tem certeza pra nada. Como disse um dia o Rei ; quem sabe menos das coisas sabe muito mais que eu. Boa noite.
A noite chega, o silêncio interior acorda. Uma noite vazia, fria e o vento a meu ouvido sussurrando. Pensamentos em você mais uma vez me tira o sono, lembranças me vem como um tapa na cara. Mais as marcar essas ficam no peito, essa noite fui longe nos meus pensamentos escrevo porque me acalma me faz bem a alma em meio as tempestades fui espalhando minhas sementes e regando-as com minhas lágrimas, a noite prossegue e aos pouco vou superando o passado. Tento mais não há como fugir da escuridão. Caio em seus braços e chegado a hora de sonhar sempre vou acreditar que atrás de uma curva existe a esperança de encontrar a tal felicidade. Boa noite.
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