Um Estranho Impar Poesia
ULTIMO MOMENTO
Uma sala grande,
um caixão sobre a mesa...
Rostos, esboçavam tristezas
rostos, choravam saudades,
e rostos banhavam-se, sob lagrimas.
E as falas...
Umas falas, falavam faladas
outras falas, falavam caladas,
enquanto isso, n'aquele mundo ali...
o único mundo aonde parecia
parar de existir... Envolta do morto
a sensação era de aborto.
Bocas, rezavam para o morto
bocas, rezavam para a alma
enquanto outras bocas,
cochichavam sobre...
O futuro degradante dos ossos.
Antonio Montes
DE ASSOVIO
O clima do tempo,
estava assim...
Como se tivesse sobre as margens
de um rio... frio.
Não tinha garoa nem chuva...
Mas estava frio...
Frio, muito frio! Tão frio!
Que até os cânticos
dos pássaros...
Se ouvia de assovio.
Antonio Montes
Meus Sentidos Intensos
Alberto Duarte Bezerra
Se sentir voltar no tempo,
Feliz como uma criança,
Cheia de graças amenas,
Em folguedos simples que sejam,
Dar risadas, soltas, alegres,
No brincar a dois com ela.
E buscando desta forma,
Uma razão pros meus sentidos,
Que permeiam o meu querer,
E plenos em meu corpo,
Buscando respostas a esta ventura,
Com o que deles fazer.
Assim não teria valia, a música,
A poesia que encanta,
As palavras belas,
Não fossem os ares,
Não fossem os ventos,
A propaga-las,
A leva-las num murmúrio,
E as deixando aos ouvidos dela.
Não fossem os lábios, os olhos,
O rosto em aquarela,
Brincando com os tons, da forma mais bela,
Que magia teriam as cores,
Não estivessem no rosto dela.
E esta profusão de gostos,
Que minha gula reclama,
Não teriam tantos sabores,
Não estivessem nos lábios doces,
Nos salgados carnais,
Que quero mais,
Do corpo dela.
E esses aromas inebriantes,
De feromônios vibrantes,
Que aceleram o meu pulsar,
Que não canso do cheirar,
No corpo dela.
E não seriam tão provocantes,
Não fossem dela,
Estes toques, estas carícias excitantes,
Que convidam a um desfrutar,
E incontidas se acumulam,
Extravasando de repente,
Num apelo de gritar,
Com ela.
cada um tem seu tempo
enquanto um amassa o pelo
outro ativa a estrada
dentro do homem
a calma longínqua
por fora encrespa a flora
queima o grito
a cachorrada solta
o passarinho na gaiola
no pescoço dente afiado
a voz é curta projeção
eco infinito das palavras
a fera dorme tranquila
longe das minhas pegadas
da borracha na galocha
no asfalto esta as patas de uma gata
em busca de arrepios
não da pra ver direito
a leitura urge
emparedada
um choro caboclo
uma risada espraiada
medida abastada
sentimentos distantes
aglutinados deliberada
na nuca da águia
não se vê o tempo nem nada
Havia um poeta chato e careca no meio do caminho
No meio do caminho havia um poeta careca e chato
Então um dia um anjo torto que jogava RPG comigo falou:
- Ti (É assim que meus amigos me chamam)
- Ti, eu me decepcionei com aquele girino mineiro
E não ganhei meu par de assa 2.000 Ultra plus
Então salva o meu nome Ti
E vai ser gauche na vida...
Bem, e aqui estou eu.
Tentando essa budega!!!
Espero que quando o grande amor da sua vida for embora
Ela só deixe em sua lembrança um retrato 3x4 do Noel Rosa,
Pois apesar de ser nostálgico,
É feio e não serve pra nada.
E pra cada trilha de sangue
Há uma nova história a se contar
E em cada paço, um personagem diferente,
Aparece para você esbarrar,
A cada passo você conquista um espaço
E perde um sem tanto valor agora.
Não me deixe de canto!!!
Eu olho pro teto branco
E procuro as respostas
Procuro um amor mais brando
Procuro pequenas amostras
Olho pra frente e vejo o passado
Atrás, avisto meu futuro
Tudo em minha volta fica enrolado
Vejo a esperança através de um furo
Pinto as unhas de uma cor avermelhada
Penteio o cabelo para tomar banho
Não me faça me sentir amarrada
Não me deixe de canto
Me mandaram escolher uma profissão
Escolhi fazer arte
Sem dar outra opção
Ser feliz também faz parte!!!
O SOM DO RECOMEÇO
Quantos sons tem um primeiro encontro, passos correndo em sua direção, respirando ofegante o abraço de uma vida. Quantas horas dura um aperto no peito, não tenha jeito que fosse diferente, ser crente que és todo meu. Quando se está junto, não tem mais culpados, o amor, antes deixado de lado, agora toca o mundo, ilhado, sozinhos e impedidos de serem separados.
Quantos sons tem uma dúvida, passos ensaiando direções, rostos deitados no travesseiro. Quantas vidas daqui ficam uma saudade, uma indecisão que mora ali noutra cidade, os dedos evitando decisões ao léu. E quem tem culpa do amor bandido, esse maldito amante que se arrasta ferido, que suga energias e termina a paixão antes do final, um mal que segura sua mão firme, impedindo de embarcar no próximo avião matinal, e de igual ordem, ir até você.
Quantos sons tem uma partida, sapatos pisando no gramado, rosto virado ao seu. Quantos dias daqui fica uma partida, quilômetros distanciando o que foi amado, desgosto alimentando um réu. É o culpado de um desgraçado fim, das partes soltas que escaparam de mim, mais um não, mais um adeus, e quem Deus, dirá de mim.
Quantos sons tem um recomeço, pés descalços andando na chuva, olhos fitando os meus. Quantas vezes eu mereço, alegrias aqui registradas, longas distâncias com abraços curadas, corpo saltando para um novo céu. Não tem mais culpas dentro de um recomeço, é confortável encontrar suas melhores partes esquecidas, do alto do ego que desço, todas ruelas de sentimentos viram avenidas, de bocas esquecendo seu preço, estreando um novo fim.
Aí que o som silencia. Os corpos viram um. Agora o mundo já foi acordado e podes respirar.
"Eu olho para o futuro desconfiada, dou-lhe um sorriso furtivo e desdenho de suas promessas.
Por ser ele infinito, me cansa olhá-lo, e me apraz dar-lhe as costas e abraçar meu presente.
Esse, está aqui e é tudo que eu tenho, nele administro meus sorrisos, controlo minhas emoções, cuido de minhas raivas com carinho, observo tudo ao meu redor...
O futuro, esse incansável conquistador, recebe às vezes, minha visita, satisfeito e orgulhoso de si.
Só não sabe ele, que essa é minha forma de descobrir suas estratégias..."
Entre o silêncio e o gesto,
Entre os dizeres e olhares,
Um poema, texto impronunciado,
E tu não ouves, nada sabes,
Das palavras fragmentadas,
Do meu murmúrio que não cessa,
E das minhas mãos que falam
No espaço impreciso da poesia.
Marcos Kern
04/01/2016
Sem você passei a ver o que nunca enxerguei
Sem você me dei um tempo e me repensei
Eu me vi naquelas folhas de outra estação
Que sem vidas são varridas secas pelos chão
Acredito hoje em coisas que me ensinou
Acredito que dias melhores estão por vir
E amores de verdade surjam num olhar
Mas experimente amar
Uma vez sequer na vida
E saberá o poder da observação
Da beleza de um raio de sol
Na claridade de uma lua cheia
Da chuva fina caindo de madrugada
Da saudade que aperta ou dilata
O peito numa lágrima solitária
De alegria ou tristeza
um olhar no passado
Todos os dias, às seis da tarde, ele se sentava na mesma cadeira, na mesma calçada, esperando por alguém que um dia viu passar, na mesma calçada, da mesma cidade, daquele imenso mar
Era um bar à beira-mar, onde passava muita gente, mas este solitário observador nunca conseguiu realizar seu antigo sonho, o sonho de ver passar, na mesma calçada aquela figura que um dia lhe roubou alma.
Agora, depois que o mar avançou e cobriu a calçada, o homem continua a olhar, do mesmo ponto, o mesmo mar, da mesma cidade, onde não existe mais calçada nem transeuntes, apenas existe o mar e uma dor que não serena...
Poemas são como flores
Poemas são como flores
não se deve dar para qualquer um
há sempre um espanto de quem recebe
ou um desespero para quem oferece
Poetator...
(Nilo Ribeiro)
O dia merece um brinde,
o dia pede uma comemoração,
o amor que agora me atinge,
faz feliz meu coração
o poeta é um fingidor,
Pessoa é quem tem valor,
veja na estrofe anterior,
o poeta é um grande ator
ele pode estar morrendo,
inverdades ele vai tecer,
mesmo estando sofrendo,
ele continua a escrever
a poesia é sua fuga,
a poesia é seu porto seguro,
protege seu coração como luva,
faz o seu versar mais maduro
ele não pode com tanta dor,
ele escreve para extravasar,
ele não pode exaltar o seu amor,
mas também não pode chorar
então ele escreve,
ele versa a alegria,
sua memória verve
é vida para a poesia
estrelas, flores e montanha,
Natal, festa e criança,
as rimas vêm da sua entranha,
elas são plenas de esperança
qual a intimidade do poeta,
em que estado ele fica...???
quanto mais o coração o aperta,
mais ele poetifica...
Um lindo sonho...
(Nilo Ribeiro)
Hoje tive um sonho encantador,
o mais lindo que se possa querer,
foi um sonho libertador,
deu vida ao meu viver
não precisa de interpretação,
ele condiz com a minha vida,
eu nasci para doação,
até minha alma é oferecida
não me preocupo em ter,
do contrário não viveria,
meu destino é oferecer,
quando nada uma poesia
sonhei que caminhava pela cidade,
por muitas pessoas eu cruzava,
não via em seus olhos a felicidade,
isto era o que me arrasava
coisa que só em sonho acontece,
eu não tinha mais timidez,
perguntava se a pessoa queria uma prece,
e a oração saía com fluidez
fazia tudo com muita devoção,
não me sentia um pregador,
tudo vinha do coração,
em um lindo ato de amor
acordei com muita alegria,
com teu sorriso que me acolhia,
hoje não te dou minha poesia,
mas sim uma Ave Maria...
"Ave Maria cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois Vós entre as mulheres,
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores,
agora e na hora da nossa morte. Amém".
Você é um atentando contra o quanto eu não te tenho tentado.
"O maior salto que já dei na vida, foi quando meus olhos saltaram nos seus..."
Minha mãe é a melhor
É como uma rosa
Parece um amor
Mas ai mora o perigo
Se eu abusar da sorte
Fico de castigo
Minha mãe
Cuida do meu pai
Cuida de mim e do meu irmão
Ela varre a casa
Lava louça
De olho no fogão
Mãe
Minha mãe guerreira
O que aprendi com ela
Vou levar pra vida inteira
Aprecio um sol no crepúsculo...
Porque será que eu canto ao entardecer
Igual aos pássaros...
E fico de alma apertada...Numa nostalgia tão grande...
Quais ondas que gemem sussurrando
Cantigas na areia da praia...
Onde gaivotas observam
As espumas... Extensos véus de noivas
Arrastando rumo ao altar...
Olho o horizonte meu coração inquieto
Queda-se na esperança de ver as estrelas
Pois a lua me esqueceu...
Minha alma de poeta acelera o coração de mil perdões...
Ah como eu queria te ver
Para sentir um infinito arrepio viajando na emoção...!
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