Trovas de Amor
TROVAS -
118
Da mulher - louvo a beleza,
Das flores - o doce aroma;
Louvo toda a Natureza -
O verso é meu idioma.
119
"Quem canta, males espanta",
Quão valioso conceito!
Quando, com alma, se canta,
A alegria invade o peito!
TROVAS -
123
Mulata, loura, morena...
P'ra mim não importa a cor,
Contanto que valha a pena
E me enlouqueça de amor!...
124
Confesso, nunca se tranca
A porta do meu sonhar,
Cuja entrada se fez franca
Às musas do meu cantar!...
TROVAS -
125
O brilho dos olhos dela
Enfeitiça os olhos meus!
Lá no azul, nenhuma estrela,
Brilha mais que os olhos seus!
126
Quando em seus lábios lampeja
Um sorriso encantador,
Mais uma rima viceja
Na lira do trovador!
TROVAS
99
Quando ela passa, atraente,
Bem em frente à minha casa,
Sinto um troço, de repente ,
Que me queima feito brasa!
100
Tão formosa e pretendida
Qual a flor que tem perfume,
Ela é tão comprometida,
Mas eu morro de ciúme!
TROVAS
Por estradas que nem sei
Caminhei sem ter noção.
Se errei mais do que acertei
Só me serviu de lição.
Vivo em dilema completo
E preciso sair disso:
Ou eu ganho o teu afeto
Ou vou parar um hospício.
Escrevo coisas boas e porcarias
Escrevo verdades e mentiras
Falo de Deus e de Maria
Faço trovas e poesias
Crio sonhos e fantasias
Mas pra você faço carícias
E me encho de malícias
Sentindo, do amor, as delicias
TROVAS -
104
Beijo roubado é tão bom,
Tem sabor de sedução,
Deixa a marca do batom
Na boca e no coração!
105
Satisfazem o desejo
Beijos roubados, bem sei.
Só me lamento do beijo
Que roubar eu não ousei!...
TROVAS -
106
Às vezes - a solidão -
Torna-se útil companhia:
Ajuda na construção
De sonhos e poesia.
107
A saudade e a solidão
São tão amigas, ao certo,
Na alma ou no coração,
Uma d'outra mora perto.
TROVAS -
108
Quem cuida da vida alheia
Vejam só o que acontece:
A inimizade semeia
E da sua vida esquece.
109
O que se planta se colhe,
Isto sempre afirma alguém.
Mas há quem plante o mal, olhe,
Querendo colher o bem.
TROVAS -
111
Parece que o teu encanto
Tem um feitiço qualquer:
Põe-me nos olhos um manto
P'ra qualquer outra mulher.
112
Tens apetrechos de sobra
Mas não provoques, morena,
Que vais cutucar a cobra
Com vara muito pequena.
Primeiras Trovas...
Trova nº 1
Nossas vidas entregamos...
Um ao outro apaixonados
Sei nunca imaginamos...
Estariamos selados!
Trova nº 2
Certamente te conheço...
Empolguei-me com seu ser!
Ainda hoje enlouqueço
De tanto, tanto te querer
Trova nº 3
Solidão abranda a alma
Quietude te fascina
Ergueria sua palma?
Tocaria minha sina?
Trova nº 4
Se queres amor eterno
semeie, adube, cuide
Não esqueça no inverno
Um cuidado amiúde!
FUGA
Sentimentos livres
Dentro dos livros
Em cima de trovas
Embrulhados em poemas
Sem escolha de temas.
Palavras nos espaços
Torturas torturam
Lembranças lambem beiços
Corpo conspira
Hora da fuga
Alma de asas
Coração decola
Aqui começa uma arte.
Onde termina ?
Eu não sei.
Tenho uma vida de Poeta.
Entre as Rimas,Trovas e Versos.
Aqui vai um abraço meu.
Não busco talento.
Vivo os meus momentos.
Digo com profundo sentimento.
Viajo com as poesias.
Durmo com os poemas.
Eternizo dentro de mim.
Os dias que vivo
Envernizo meus versos.
Sigo só mais um pouquinho.
Dando um pequeno polimento.
Nessa atitude de Poeta que sou.
Falo com todo Respeito.
Nesse tipo de literatura.
Cada um com sua Bravura.
E no fechar dessa inspiração.
Desejo apenas um mundo melhor.
Vou vivendo de paz com vida.
Com esse meu segmento.
Autor: Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
É difícil fazer umas boas trovas,
dessas que a toda gente seduz,
tem que contar sílabas, que prova!
só se pedir ajuda ao senhor Jesus
Mas Ele não pode a isso atender,
seria até pecado aproveitar,
já tem tanto enguiço para resolver
e vai dizer que preciso estudar
Ai, querido senhor "Jesus Cristinho",
desculpa essa minha intromissão,
mas escrever assim bem certinho
é para mestres e já não sou isso não...
VERSOS DE SAUDADE (soneto)
Vou de versos em saudade, sofrente
As trovas choram lágrimas, suspiram
Soluça. A solidão e o pesar, inspiram
Vertente. Nublando o verso da gente
O poetar de nostalgia, uma serpente
Ondeando o ritmo com um amargor
Envenenando o verso com sua dor
E na versificação uma dor clemente
Adeus, uma poesia que estrangula
Adeus, agonia que o pesar formula
Enfeitiçando a prosa tão cruelmente
Aperto, enjoo, o verso sem medida
Nesta saudade poética tão abatida
Enchendo o soneto de rima ardente.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 julho, 2025, 13’51” – Araguari, MG
Carlos do Carmo
Adeus cantor de trovas de Lisboa, da liberdade de Abril!
Cantavas lindo! Sim foste o do jardim de Lisboa lírio!
Como Camões cantou Portugal, no azul e imenso mar,
Tu por menos, não ficaste no teu valoroso cantar!
Teus "putos" continuam a saltar e a brincar em Lisboa!
A "gaivota" no céu no bairro, da cidade ainda voa!
Só tu não estás mais entre nós! Com tua canção!
Para sempre estás em nosso recordar e nosso coração!
Vais à terra de além, deixando tua saudade, por cá!
Já se ouve no país, o teu cantar e Portugal a chorar!
Por ti choram os que no canto, tu mesmo os lançaste!
Teus filhos, teus netos recordam o amor com que os amaste!
Tua esposa sempre amiga, chora porque já a vieste deixar!
Adeus Carlos do Carmo, que já foste para outro lado! O de Lá!
Primavera, estação que me encanta!
Ela traz-me beleza, perfume e cor.
Inspira poetas com trovas e canto,
Adornando os dias com seu esplendor!
Concurso de trovas & poesias em geral
(vencedora em Taubaté - 2004)
Poesias & Trovas
*
Muitas vezes fico mudo,
sentindo dentro esta mágoa
que a água é que lava tudo,
e todos sujam a água.
Cipotânea é a lembrança
de meus tempos de menino,
um passado de esperança
no presente me sorrindo.
Não temo erros, nem enganos,
e, se os houver, Deus perdoa!
Nos meus avançados anos
eu só penso cousas boas.
Dom Antonio Afonso de Miranda
filho de José Afonso dos Reis e de Maria das Dores Miranda nasceu em Cipotânea/MG. Bispo Emérito, domiciliado em Taubaté/SP, com participações em concursos de trovas e de poesias em geral.
DOCE POETAR
Em fascinantes trovas graciosas
E cintilantes sonetos construindo
Despontam as ilusões misteriosas
E, vai tendo o encanto bem vindo
Em prosas e poéticas maravilhosas
As rimas duma alma vão se abrindo
Escorrendo da inspiração, garbosas
Que sempre o cantar eu vá sentindo
Tenho sede, do doce poetar, singelo
Que, assim, no existir, mais que belo
Traga o desejo maior, com sensação
Um amor, então, rimando na poesia
O toque, a magia do olhar, fantasia
Em versos, todos, cheios de paixão
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 março, 2023, 15'14" – Araguari, MG
VOO
Idas e vindas , voltas e revoltas . trovas e trevas ...Sinta e minta , me ame ou me esqueça . Eu desço mas depois subo , o mesmo trajeto da queda é aquele que me reergo ...Não fecho minha mão , tenho você nela. Se fecho posso te machucar e você é livre . Um leve aperto lhe fere , um pássaro ferido não voa , assim sendo perde-se a essência . Sinto e minto , minto que não sinto , um dia me convenço que já não minto , simplesmente já não sinto .
