Textos Reflexivos a Arte de Ensinar
Eu escrevo pra desancorar emoções. Escrevo pra tentar controlar o caos daqui de dentro, pra peneirar um porto nessa tempestade. Escrevo pra suicidar no vento o peso das palavras. Escrevo para me libertar. Escrevo pra transpassar fronteiras, pra alcançar certos ouvidos, e me perder no meio daquela barba. Ahhhh minha excitação por barbas! Já se sabe quem provocou. Eu escrevo aqui porque a poesia tatuou em mim o gosto pela vida, pois essas palavras são quociente das minhas experiências. Talvez eu escreva para máquinas e robôs. Ninguém lê mesmo. A vida acontece no virtual dos corações frios e se desmancha no grito de horror proclamado na esquina dos contos, (a)casos, (des)encontros. Escrevo para sentir a mim mesma e não sentir a maldade alheia que permeia, que espreita. Escrevo porque se eu gritasse ecoaria apenas aos mudos. Neste mundo de poucas cartas e muitas selfies todo diálogo é de surdos. Eu escrevo porque escrevo, não há explicação.
"O mais bonito na natureza humana, talvez seja a maior prova de que somos feitos à imagem e semelhança do Criador, é o poder de superação que existe em todos nós. Tanto a dor como a alegria podem se transformar em poesia, artes plásticas, música, doação e entrega ao próximo, o que vai enfeitar a vida de todos os demais e mostrar a face da Beleza, que é a face do próprio Deus.!
Barbozeira: Antologia Textual, é um livro que reuni tudo que forma um ser humano: alegria; tristeza; amor; sexo; fé; ilusão; realidade; santo; profano; guerra; paz; humildade; maldade; passado; presente; futuro; culpa; perdão... A natureza mais forte e profunda que torna a arte uma imitação da vida.
A bem da verdade não é fácil contrapor-se ao sistema, mas ainda assim é a única forma de presentear o mundo com o seu talento e a si mesmo. Talvez, muitos não entendam, mas a arte para os artistas é algo visceral, vem de dentro e precisa ser colocada para fora. E precisamos da arte para abrilhantar o mundo ou para não morrer da verdade como dizia Nietzsche.
Vivo o teatro, vivo ele como se fosse meu mundo, sou normal, sou humano, passo desapercebido na multidão, mas tenho uma dádiva, sou ator. Na verdade não me sinto normal, não me sinto humano e no palco sou capaz de tocar profundamente uma ferida não cicatrizada na alma, sou capaz de ver gargalhar aquele que já não senti graça na vida, sou capaz de fazer chorar aquele que desprovido de emoções, sou capaz de mudar o rumo de histórias, de fortalecer o que já perdeu as esperanças, de incentivar o medroso, de fazer amar o decepcionado, de fazer simplesmente sorrir, de fazer simplesmente pensar, de não fazer nada, aparentemente, eu vivo um mundo que quisera Deus deixar o humano viver por um momento. Eu vivo o teatro, e o teatro vive em mim. Viva o teatro, não viva o teatro viva, viva o teatro de viver.
Esse meu amigo estava carente e desesperado para sair da solidão. Eu queria abraçá-lo e dizer que a arte do amor é diferente, que o amor é uma borboleta colorida; quanto mais você a persegue,mais ela voa para longe, mas quando você se distrai, ela pousa silenciosamente em seu ombro, que o amor é a arte do encontro entre tantos desencontros que há pela vida, que amor a gente não mendiga.
Capoeira rasteja e dá bote igual cobra, voa igual morcego, é coice de uma mula, é pulo macio igual gato, é a leveza de uma arraia, é feroz igual uma onça, é foleira igual macaco. É poesia, é jogo, é arte, é expressão, é luta. A luta de resistência à violência é uma característica marcante na capoeira. Notamos que apesar de toda violência e repressão envolvendo a capoeira, alguns capoeiristas e mestres deixaram verdadeiros tesouros filosóficos capazes de incentivar a eclosão de uma cultura de paz na capoeira. Percebemos, também, a influência da capoeira sobre as nossas funções psíquicas: sentimento, pensamento, sensação e intuição. Resumindo tudo capoeira é um Show! É cria de brasileiros para o Brasil e para o mundo, ou melhor, é patrimônio cultural da humanidade. Orgulhe-se do que é nosso.
Segundo Sócrates, existem quatro tipos de loucura: a profética, a ritualística, a amorosa e a poética. A única regra é o desregramento! A insânia é fundamental para a inteligência, para a arte, para a ciência... A loucura é o preço que se paga pela genialidade, já a ignorância, é o presente dado pela mediocridade.
"O Impossível: uma teoria, um conjunto arquitetado e orquestrado de ideias geniais, uma obra... Absolutamente nada disto citado pode dar conta da REALIDADE! Mas, estamos nela, vivenciamos, sentimos, pensamos... Mesmo mergulhados nela e fazendo parte da mesma não é possível dar conta do que percebemos, conjecturamos... Mesmo assim, a estrada humana baseada na Arte, na Filosofia, na Ciência, e para muitos, na Religião, pode, cada vez mais, dar conta desta complexidade em movimento..."
“As tradições tendem ser: sedutoras, imperiosas, dogmáticas, resistentes ao novo e logicamente a toda ou quase toda mudança, vivem num estado de existência parecido com o estilo rococó da Arte... Pura busca de aparência e exaltação! Continuidade! E, ao estudarmos suas origens, encontramos um grupo, por vezes seleto, de pessoas, formuladores e mantenedores de suas ideologias, ou, a ideologia predominante da tradição!“.
A falta e a constante escassez de novos brilhantes e grandes talentos da criação nas artes, nos pensamentos e na própria cultura obriga o mercado cultural brasileiro a propor novas releituras, novos estudos de um passado recente e a revalorização de grandes obras,seus autores e criadores, não tão.mais esquecidos, então.
A boa curadoria sempre advêm da improvável criatividade e inter-relação encontrada pelo curador por uma nova e inusitada visão perante a obra, o período ou o personagem exposto, retratado, celebrado e reverenciado muito alem dos limites históricos, culturais e reconhecidos da gravidade e universo na atmosfera curatorial.
Pelos caminhos de livre pensador tenho a liberdade de pensar. Pelos caminhos de artista tenho a liberdade psicodélica de ousar. Pelos caminhos de sonhador tenho a liberdade de ver e crer nas utopias. Pelos caminhos do ativismo cultural tenho a liberdade de acreditar que cada um faça a sua parte. Pelos caminhos do direito e da justiça como advogado tenho a liberdade de lutar diuturnamente por uma sociedade humanitária mais igualitária, feliz e unida.
Gurdjieff por sua obra assim me dizia. Todo o ser em busca da unidade passa por diversas personalidades reconhecidas dentro dele mesmo e eu por entendimento refletia que o artista é um pouco diferente, foge em si da unidade, é todo aquele ser que tem incontáveis desconhecidas personalidades criativas mutantes dentro da perpetua e indomável liberdade. São tantas as personalidades de um artista que geralmente no meio de um processo criativo, o artista inventa, re cria e deriva se outras múltiplas possibilidades e vertentes diferentes a partir do que já estava fazendo. Sendo assim, para chegar ao fim de uma obra de arte, o artista deve exercitar a difícil disciplina de iniciar, fazer, acabar, assinar e entrega la a vida. Pois se assim não o faz vive sob o risco de ter incontáveis obras iniciadas e inacabadas espalhadas em seu atelier quase atormentadas por não terem chegado ao sentido.
Cabe a Sociedade Civil cultural, intelectual e cidadã dividir no mesmo compasso com o Estado Cultural, o cívico dever da responsabilidade na preservação e guarda do patrimônio histórico, artístico, cultural e identitário nacional, pertencente a todo o povo brasileiro para as novas soberanas gerações.
Nas artes, censura não, mas a sugestão de faixa etária e informações claras de conteúdo. Existem diferenças de politicas culturais para um espaço artístico e cultural privado e um espaço publico...mas a responsabilidade curatorial deve ser a mesma e o bom senso, de lugar e tempo deve direcionar toda ação.
A herança mais antiga do ser humano estudada em antropologia não é a religião pois o ser humano era no principio politeísta e temia as forças da natureza , também não é a família pois o principio da paternidade no sentido estreito da palavra, do único casal é uma coisa muito nova na humanidade pois existiam sim muitas mães mas o pai era um só, o chefe do grupo. A herança mais antiga da humanidade em antropologia para espanto da maioria é a linguagem, que dentro de seu próprio processo evolutivo antes da fala veio pela linguagem desenhada. Em poucas palavras é a arte antropologicamente nossa herança mais antiga dentro da verdadeira historia evolutiva do ser humano no mundo organizado que denominamos conceitualmente de civilizado.
"Achei que possuía curvas. Para que pudesse remoldá-las ao meu modo. Ou talvez telas em branco, para que pudesse pintá-las sob meu prisma. Mas encontrei um vão por onde entra e sai a sua maneira tão sutil de fazer a sua arte. E descobri que era por essa forma, essa passagem tão única, é que eu deveria habitar para fazer morada." (Arte abstrata - Victor Bhering Drummond)
"À medida que o menino caminha, ele deseja que seus passos lancem tintas de luz e vida sobre as calçadas da humanidade. Que as guerras de congelem e no lugar de Sírias, Guernicas e Faixas de Gaza, sejam pintados Xangrilás e telas de abraços e paz." (O artista plástico - Victor Bhering Drummond)
"Pode entrar devagar. Vá tomando seu assento, se reconheça nos quadros que você pintou. Cheire os livros que ainda guardam as marcas das suas mãos. Escolha o melhor canto do sofá. Ele sempre esteve guardado com as notas do seu perfume, emoldurando suas lembranças nos quatro cantos deste espaço. Abra seu abraço e apenas se apodere de tudo. Não saberia dizer não" (Seu canto da sala - Victor Bhering Drummond)
