Texto em verso
SÍNTESE
Partícula de pó do verso vida
Incongruência de tanta lida
Sujeito imperfeito
Do verbo sorri, hiato mudo
Da melodia tônica
Pedaço de caos
Na euforia atômica
Homem, substantivo
Ora masculino
Mulher, finitude do amor
Fio invisível da trama de Deus.
O que somos nós, no mundo físico,
O sexo, o desejo, o canto a voz
O impossível e o improvável?
Razão e lucidez de tanto querer,
Somos tudo o que permitimos ser .
Verso triste
Hoje eu resolvi ler
Todos os poemas que um dia eu fiz para você
Uma forma
Ainda que em lágrimas
Num último desejo
Tudo rever
A minha inspiração se perdeu num sonho lindo que um dia sonhei
As letras sumiram
As rimas também
Só ficaram lágrimas
E a saudade de você
Já não consigo mais juntar palavras para poemas fazer
So me restaram as tardes pálidas
Sem versos
Sem rimas
Sem você.
De todo e qualquer poema
Verso ou pensamento
Que criei, vivi ou senti
Ela é o mais belo, o mais desejado
O mais inspirador
Amor incondicional
O maior amor
A amei mesmo antes de existir
Idealizei, fantaziei, divinizei
A senti crescer dentro de mim
A cada semana
A cada mudança no meu corpo
Doce e linda espera
Crescia junto com ela
O nascer renascendo em mim...
ADVERSO DUM VERSO
Essa sensação de face cansada
Que vês no meu poetar azedo
De trova tremente e mirrada
É falta que lamenta no enredo
O versejar pouco camarada
Da satisfação já em degredo
De rima velha e desgraçada
Em que não se profere ledo
Ontem, de viço e alegria
Hoje, o choro e sofrência
Um fado. Na vã poesia
Nesta dura sina em riste
Do canto em decadência
Verseja um poeta triste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/08/2020, 16’45” – Triângulo Mineiro
Anti-verso
Olho para trás e vejo
Dias que se foram, amanhãs que já passaram
O agoras que já são passado
O ontem que já não muda
Um amanhã para desbravar
Procuro dentro de mim, eus que ainda estão por vir
Me encontro gota d’água em meio a tempestade
Acúmulo nas horas, dias, olheiras e rugas
Concluo, caminhos que antes pareciam não terminar
Desejo você, companhia nas caminhadas
Dias que ainda não nasceram, haverão de raiar
Agendados na agenda para não deixar nada passar
Somos molécula anfipática, agarradas em meio a água
Somos pilha que dura, somos lítio puro
Somos duros na queda, somos diamante bruto
Somos queda sem parada, somos via láctea
Somos parada sem rua, somos as cordas do universo
Refletidas do anteverso, somos também matéria escura
Somos rua sem esquina, não existe esquina sem rua
Somos esquina da Lua, somos corpos celestes reorganizados
Somos lua, eu sou minha, tu és teu, somos dupla
Desejo que entenda minhas pistas
Que as pistas sejam suas
Que suas sejam as mãos
Que minhas mãos sejam as tuas
Que soem suas palavras todo dia
Quero dia sem angustia e angústia sem dia
Que saiba em fim
Que a maior conquista da minha vida foi
Te conhecer e a mim
Admiro o céu e seu universo,
pássaros e os sons como verso.
Nuvens de algodão,
como uma plantação.
Astros variados,
aos nossos olhos encantados.
Dia e noite fazem parte,
dessa linda arte.
Infinita sua beleza
e sua influência como realeza.
(Edileine Priscila Hypoliti)
(Página: Edí escritora)
Estranha pretensão
Quem me dera saber cultivar um verso,
Plantar a palavra e vê-la nascer...
Quem me dera ganhar dela seu significado
Entendendo-a num contexto totalmente particular...
Quem me dera ter o dom da espera!
Rabisco o que é próprio do efêmero
Traço o que a alma sente e eterniza em um segundo
É como se pudesse prender, por um instante, o momento que passa.
Assim presa, posso observar, com outros olhos, uma realidade antes já vista;
Eram outros os olhos, ainda que meus.
Não é estranha essa pretensão de prender o tempo, o espaço, o contexto?
Enquanto cá estou a mudar os meus pontos para ter melhor vista,
Já está ele lá ao longe, sem se preocupar com a minha crença em tê-lo aqui grafado.
Nem de mim se apercebeu!
Aqui já esteve, cumpriu o seu fim e se foi.
Cá fiquei, eu sim, preso em minhas reflexões!
Quem sabe se um dos seus objetivos não era mesmo em pensamentos me aprisionar!
Intrigante esse estar preso em meio a meditações
São elas que me libertam
É mesmo embalado em ensaios e devaneios
Que vou me tornando livre
Que vou me desvencilhando de prisões até então desconhecidas.
Ah... Quem me dera saber cultivar um verso!
Quem me dera ter o dom da espera!
REVERSO E VERSO
Esse suspiro que padece no coração
Que vês no duro e infeliz sentimento
Estendendo o pesar para a emoção
Deplora na saudade em sofrimento
lhano fui, e vergou-se em desilusão
Reverso e verso nesse sacramento
De uma doce afetividade em vão
Desgraçado fado, ó gasto lamento...
Ontem, gozo e sorriso ardente
De braço dado a qualquer hora
Esse amor era o amor da gente
E tal uma desordem, hoje chora
Na solidão, triste sina, dor sente
Esse amor que estimei outrora...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/08/2020, 05’49” – Triângulo Mineiro
uni verso feminino
alfa que desencanta e decepciona
não é colocado de lado
penso que somos mais é colocados em nosso lugar
pois que insistimos em profanar
e tentar subverter o universo dado
quem na verdade cria e recria?
a natureza feminina desde o sempre
recebeu a polirização gentilmente
e com extrema competência
tem colocado ao dispor do Universo a Vida
preciso é, óbviamente
entender que distribuir a semente
é parte, sim, importante
mas pequenina, se observarmos nosso montante
alfas de todo o uni verso, femininos sejamos, então jamais seremos descartados
dúvidas???
piu
A LETRA SE PÕE NO VERSO
A letra se põe no verso
Descreve desejos
Em palavras cruzadas,
Que cruzam estradas
Em linhas cavadas.
A letra se põe em ordem!
De alfabetizar plurais
Em modernas morais.
Que movam para trás
Ditos obsoletos e anormais.
A letra se põe na língua!
Despeja fonemas
Em orações abstratas.
Compõe leves serenatas
Em sintonia com as almas.
A letra se põe no íntimo!
Esclarece sentimentos
Que não se podia.
Resplandece a cada dia
Uma luz que nunca se via.
A letra se põe em mim!
Revelando uma pessoa
Que não sabe ser quem é.
Confusa com o que quer
E esquecendo a sua fé.
A letra se põe nos céus!
Misturada com os anjos
Se reuni com o amor.
Perguntando com pudor
Qual a intensão do Criador.
Se amem, amém
Amem as pessoas
que te amem também.
Por um verso, um verbo,
o amor vai além.
Amem a Deus
e todas as coisas
que te fazem vibrar,
sejam as do céu,
da terra e do mar.
Amem, porque amar
é a única coisa
que te faz continuar.
Amém, por Deus ter sido
maravilhoso, nos dando
essa chance de
querer se encontrar.
O amor só se encontra,
se a paz em ti reinar,
amem com toda intensidade,
que a alma florescerá.
Amem, se amem,
se abracem e se beijem.
Entendam, que
é só amando, que se chega
em algum lugar.
Amem a Deus e
todas as criaturas
mesmo sem razão,
sem entender o coração.
Amem por amar;
amém por encontrar.
Porque o amor, é
a única coisa do universo,
que vale a pena multiplicar.
Autora: #poema #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 28/05/2019 às 13:30 horas
(Manter créditos ao autor original #Andrea_Domingues
POEMA DE VERSO AZUL
O azul que eu não tenho nos olhos
Brilham mais do que se tivesse
As vezes nossa vida escurece
Mas não podemos perder nosso brilho
As vezes saímos dos trilhos
E não vemos nosso mundo Blue
Nossa mente vaga de norte a sul
Como se fosse um completo andarilho...
Coloquei o azul nos versos de minha poesia
E azul no vermelho do meu coração
Pois vermelho é a cor da paixão
E azul é a cor da alegria!!!
O poeta que socializa o verso, escreve pra todo mundo, alcança o professor e o operário. Faz versos como quem diz a todos, sem distinção, sem encastelamento, sem torre. Dissemina o verso, contamina a moça do caixa, o feirante, a balconista. Poesia não é só isso ou só aquilo, poesia é aquilo e isso junto.
Há poetas de comunicação e poetas de experimentalismos. Sou afinado e aprecio os do primeiro tipo. Não que os outros me desagradem, ou que eu tenha restrições em lê-los. Leio de tudo. Amo ler poesia.
Mas quando penso no poder que a poesia exerce em quem tenha habilidade de compreendê-la e se utilizar dela, penso igualmente em quem dela não se beneficie por ser demasiado hermética e reservada a uns poucos privilegiados.
Salvo a afirmação que brilhantemente Guimarães Rosa aponta "Antes o obscuro que o óbvio", há que se encontrar um equilíbrio. Um meio termo entre o que se dá sem nenhum desafio ao leitor e aquilo que se fecha tanto que o afasta.
Poesia tem que circular em muitos meios. Livre. Poesia, entre outras coisas, tem que comunicar.
Tentando pintar a felicidade.
Tentando correr atrás da felicidade...
Aprisionei um verso...
Deixei as tristezas de lado...
Colori sonhos...
Colori flores...
Colori borboletas...
O verso que aprisionei...
Chorou....
Pintei de violeta algumas raizes que reguei...
Carregado de sonhos...
Deixei minha inspiração voar...
Diversificando dentro de mim...
Frases elaboradas vindo da imaginação...
Com ou sem plural...
Fui fazendo alguns refrões...
Atravessei rios...
E subi montanhas rochosas...
La de cima...
Saltei na cachoeira...
Mergulho fatal...
Fui ao fundo...
E emergi com alto astral....
As flores que chorava nas margens dos rios saíram borboletando junto ao verde...
Jardim colorido esse é....
Até pensei em colher todas as rosas....
Vida colorida...
Cor de rosa e margaridas...
Girassóis em campos frescos...
E seus lindos lençóis....
Voar é preciso...
Mergulhar de cabeça...
Peraí....✋
Muito mais que isso...?
Águas claras e turvas...
Umas verdes barrentas....
Fora da órbita sou um...
Por dentro sou outro...
Sou como caramujo...
Me escondo dos feiticeiros...
Encontrar a felicidade...?
Pra ser real...
Ela está em todo lugar...
Triste é a alma....
Que medita e não raciocina o que vê....
Inverno e verão...
Outono ou primavera....
O rios são muitos...
Os risos estão as espreitas á nossa espera....
Embora ainda abatido....
Avistei o Sol....
Mágica flor....
Posso ter sim alegria na alma...
E muito amor....
Somos sementes...
Cada uma brota na terra...
Basta esperar o tempo....
Enamorei a lua...
Viajei nas estrelas....
Sou metamorfose....
Em doses únicas....
Bebo o néctar das flores....
Meus sonhos não é superstição...
Eles são reais...
Vi e aplaudi o beija- flor...
Sou livre pássaro...
Nas montanhosas paredes da natureza...
Pouso eu...
No ninho ou nos galhos...
Sou a própria felicidade...
Isso algum tempo eu não via...
Percebi eu....
Não existe felicidade fora de daqui...
Ela existe sim....
Mas em primeiro lugar....
Ela deve estar...
Dentro de cada coração...
Então...!....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
O seu nome é vida e o que está escrito no verso é morte
Este sopro que não tem nome, endereço, data e hora
Deixa a gente louco
Sem saber o que acontecerá em seus desdobramentos
O que será em seus próximos capítulos
O que permanecerá
E o que mesmo antes de ser seu
Vai partir para nunca mais voltar
Sequer ter a chance de sonhar
Faz a gente pensar:
O que eu vou perder desta vez?
Já perdi minha dignidade. Qual perda será a próxima?
Alma de Poeta.
Ainda criança...
Renunciei um verso antigo....
Cresci com minha herança....
Tenho brilhantes ideias....
Vôo como pássaro....
Bato asas e não sinto cansaço....
Em minha ilusão ótica....
Faço poemas com fetiches...
Nas preces clamadas....
Mudo tudo pra não ficar na mesmice...
Minha juventude ficou perdida...
Mas ela sobrevoou...
Nas montanhas e pradarias....
Verde campo rasteiro....
Sou um lisongeador da natureza....
Aprecio a escrita...
Descrevo o verso chorado...
Só pra ver o que acontece...
Azul cintilante....
Amarelo e verde do agreste....
E sigo avante no restante...
Ahooo madrugada fria...
Bom dia pra quem acordou...
Quem vai sair de casa...
Toma café com seu amor...
Amores a amoras...
Ahooo , nobres senhoras....
Faço poemas e não faço rascunhos...
Cabe a mim usar os dedos...
Movimentando meus punhos...
Se é pra versejar....
Sou uma ave no céu a cantar....
Os perfumes estão por aí....
As flores nos jardins...
Gansos no remanso...
Estados do sul...
América Central...
Ou Sul ou do Norte....
Fuso horário modificado...
Falo daqui de Manaus...
E se não me levem a mal...
Até para aqueles que não gostam de mim...
Mando um beijo e um mando um tchau...
Até outro dia...
Aceno pra vocês com minhas mãos....
Nessa despedida deixo também...
A minha saudação...
Adeus Canarinho pequenino...
A pegada aqui é segura....
O sistema aqui é bruto...
Sou versátil e eficaz...
Escrevo com a alma de menino...
Não bebo água no prato...
Sou chato por uma parte...
Mas nesse verso...
Exijo que me sirvam...
Em copo cristalino....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Precisa-se
Precisa-se...
De um amigo para desabafar...
Precisa-se...
De um verso esquecido para terminar de escrever...
Precisa-se...
De uma lágrima caida para enxugar...
Precisa-se...
De uma consciência mais justa para se renovar...
Precisa-se...
De um verde campo florido para caminhar....
Precisa-se...
De um desconhecido para algo lhe falar...
Precisa-se...
De um desconhecido para tentar entender a vida melhor...
Precisa-se...
De uma coleção palavras para escolher a melhor entre elas...
Precisa-se...
De uma parábola para narrar...
Precisa-se...
De um confeito para um bolo adocicar...
Precisa-se...
De um passado machucado para tentar curar...
Precisa-se...
De um copo d'água para alguma sede saciar...
Precisa-se...
De uma sombra para mim e para alguém que queira comigo prosear...
Estou precisando de muito...
Alguém aí que precisa também....?
Vamos....
Podemos ter muito....
E subtrair o melhor....
Para distribuir...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Um verso que voa.
Um verso que volta
Primeiro...
Um sentido...
Segundo...
Uma trilha...
Terceiro...
Um olhar...
Quarto...
O verso que se soltou e vôou...
Quando fui aplicando substâncias poéticas....
Após aplicadas....
Sensibilidade florada na alma....
O verso que foi...
De repente voltou...
E mais um poema...
Aqui se formou....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
TRANSFORMAÇÃO
(PAULO SALES)
Folhas caídas, árvores despidas,
Como verso de bravura.
Desenraizar as inverdades que carrega consigo,
É preciso apontar.
Necessário que suas almas sejam enroupadas.
Fantasmas da desconstrução,
Consciências culpadas,
Fogos dos remorsos,
Faz necessário apagar.
Prepotentes, em lastimáveis ofícios,
Em assédio de espíritos assaltantes,
A exortar ao fracasso,
Prejuízo ao próximo,
Devaneio a si próprio.
Imensurável esforço,
Lutas árduas, incontáveis.
Obreiro sincero, humilde,
Estatuído de moral,
É o ensinamento do insigne mestre nazareno,
Para rechaçar o mal.
Vigiai,
A prece é o remédio,
A fé a cura.
Vida perfumada terás,
Risonha e eterna,
O amor persistirá,
Aspirando a própria natureza,
Ao som da fraternidade.
A obrigatoriedade do verso
É transversa
Deve-se seguir avesso
A qualquer regra
A rima por si só basta
Não necessita de métrica
Carece sim de liberdade
De agir
Do ir e do vir
Fazer e sentir
Sem estandartizar-se
É pensar que
Se o ponto pode ser pretexto
A letra, vírgula
Uma frase, gesto
A palavra então poder ser um protesto
Não contra a própria poesia
Mas a tudo o que é infesto
