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Todos queremos que a vida tenha um significado. Parece que quanto mais velhos ficamos, mais procuramos por ele e mais difícil é encontrá-lo.
É comum ouvir-se que os prazeres da vida só valem enquanto o homem é forte e capaz de desfrutá-la na plenitude de todas as funções orgânicas. Mentira grossa; uma porque há prazeres que os moços jamais poderão sentir; outra, porque certos prazeres são como mosaicos, cujas últimas peças só os velhos podem entender e colocar nos lugares certos.
Os jovens de hoje gostam do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade. Não têm respeito pelos mais velhos e passam o tempo falando em vez de trabalhar.
Quando eramos jovens filhos da estrada
Os velhos preenchiam de música o nada
Dizia "Quero aprender a música dos senhores"
Diziam "Aprenda o ritmo e viva sem temores"
"Quem sabe, leremos isso quando estivermos velhinhos e vamos lembrar de quando em nossas vidas, em nossos corações, éramos jovens e cheios de esperança e tínhamos o mundo pela frente." Trecho de Nossa Riviera Maya: Uma Lua de Mel Caribenha (NRM).
Vamos refletir. Por que apressar a partida?
Ficamos mais velhos a cada milésimo de segundos, desde o momento da nossa concepção e se ao mesmo tempo em que envelhecemos morremos um pouco, então estamos morrendo mesmo antes de nascermos.
Por isso, não entendo a pressa que tantas pessoas tem de adiantarem a hora inclemente, a hora da viagem sem volta, ingerindo e fazendo coisas que lhes são prejudiciais e vão encurtar a sua estada nessa vida efêmera.
Eu sou apaixonada pela vida por isso, por mais que ela me passe rasteiras, mais quero viver, pois o segredo para se vencer as barreiras é justamente o que Paulo Vanzolini fala em sua composição: “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”.
Senão que encanto teria a vida, se fôssemos todos nós eternamente felizes, alegres, satisfeitos e plenamente realizados? Acho que tudo seria demasiadamente tedioso. O encanto da vida está justamente na busca contínua, na procura insaciável por tudo aquilo que sonhamos em alcançar, por tudo o que desejamos ter, e na incerteza de que iremos ou não conseguir tudo o que almejamos.
E é nessa busca esperançosa, porém não garantida, nesse mistério que está o tempero da vida, a motivação para acordarmos com as forças redobradas, renovadas, dia após dia e continuarmos a difícil jornada da vida.
Por isso, não consigo compreender por mais que eu tente, não entendo por que tantas pessoas antecipam o fim.
Não tenho pressa em fazer essa viagem, eu sei que vou, mesmo contra a minha vontade, quando chegar a minha hora porque essa é a natureza, mas tenho pavor em fazê-la por mais que as coisas daqui sejam difíceis, eu quero ficar e ficar até quando der.
Não sou uma pessoa iluminada nem desenvolvida espiritualmente para entender e aceitar essa passagem com naturalidade.
Sei que ela vem para todos e nos acompanha a surpresa de não sabermos quando é, e que não há esconderijo que nos ajude a escapar. Por isso, precisamos estar atentos: perdoando e amando o próximo e não fazendo aos nossos irmãos o que não gostaríamos que fizessem conosco. E, principalmente, vivendo intensamente a felicidade que nos cabe, experimentando o prazer das pequenas coisas. Entendo que cada momento é único, não há replay na vida.
Lembrando que a felicidade não está no dinheiro, no poder, no status ou no luxo.
Isso tudo é ilusão, pois nada disso se leva nem representa valores no outro lado da vida.
Toque uma vez, Sam. Pelos velhos tempos.
Não se preocupe com o futuro. Deixe isso para os mais velhos. Eles têm menos futuro do que você.
O tempo é um ladrão.
Ele rouba nossa juventude, nossa beleza e nossa saúde.
Ele nos deixa com cabelos grisalhos, rugas e dores.
Mas ele também nos dá sabedoria, experiência e amor.
A velhice é uma época de beleza e tristeza.
É uma época de alegria e melancolia.
É uma época de perda e ganho.
É uma época de vida e morte.
Não pense que o que lhe parece precário, é recente. Troque recente por anoso, pois é assim que alguns fatos são, eles existem há longos anos; são velhos, são antigos, e presos a narrativas atuais por pessoas desfactuadas e desprovidas de conexão.
E é graças aos encontros inesperados dos velhos amigos que eu fico reconhecendo que o mundo é pequeno e, como sala-de-espera, ótimo, facílimo de se aturar...
...
À medida que desemburramos com o tempo, substituímos o viço da mocidade pela autenticidade das marcas de expressão.
Descobrimos uma riqueza que nenhum dinheiro pode comprar, o processo extraordinário em que você se torna a pessoa que sempre deveria ter sido.
Aí passamos a invejar o vigor dos jovens, e percebemos que os mancebos não estão preocupados com a nossa austeridade. Eis que surge mais um esculacho da vida: uns conhecem o que perderam, outros desconhecem o que lhes falta.
Ainda posso trocar a inveja pela consciência de perceber este movimento tão natural.
Talvez eu queira a volta dos velhos tempos, e eles nunca vão voltar, e sou perseguido pela lembrança deles e do mundo se despedaçando completamente.
Velhos hábitos são como roupas sujas: precisam ser lavados regularmente. E a língua, com suas palavras e atitudes, revela os sinais da limpeza.
Não é a idade que nos deixa velhos, é a desistência de sonhar, pois o espírito é eternamente jovem.
"O certo é sempre melhor que o duvidoso. No entanto, quem somos nós para julgar as escolhas ou os caminhos trilhados por nossos entes queridos? Temos apenas a nossa experiência, limitada, mas valiosa, para orientar aqueles que respeitam e reconhecem o valor da vivência alheia."
"Você não tem a minha idade, mas eu já tive a sua. Se não me respeita como profissional, tudo bem. Se não me respeita como pai, também tudo bem. Mas, se não respeita minha idade e meus cabelos brancos, isso significa que cometi um grande erro na sua educação."
Há dois processos que passamos a compreender com o tempo:
"Se os jovens soubessem..." e,
"Se os velhos pudessem..."