Tag peixe
Por mais lindo e bem cuidado que possa ser um aquário, com certeza os peixinhos, se pudessem escolher, prefeririam seu habitat natural...
Peixe fora d’água
Sai de casa e habita quaisquer ruas
De uma cidade que agora é violenta
Observa a juventude sem propósito
Pensa no que dizer, mas nem tenta
Há feridas que tornam-se tatuagens
E há marcas de batom em seu corpo
Contemplando informações inúteis
Faltando muito para chegar ao topo
Conhece a música, a arte e a poesia
Ouve falar de chatice, tédio e rotina
Sabiamente deixa o relógio trabalhar
Uma hora a conversa fiada termina
Só Deus sabe o que irá lhe encantar
Tem uma moreninha metropolitana
Seu futuro ainda não foi descoberto
Sendo as mãos lidas por uma cigana
Ainda persegue a rota de esperança
Alternativamente o moçoilo acredita
Entre inúmeros indivíduos descrentes
Se ele é peixe fora d’água, que resista.
Passamos a maior parte de nossas vidas procurando um verdadeiro amor...
Só descobrimos que encontramos, quando estamos sós!!!
O pescador
O pescador arremessa a isca
Que ultrapassa as barreiras
Do agitado mar de janeiro
Que deveria ser a calmaria do verão
O quebrar das ondas agitadas
Impede o lançamento da linha mar adentro
Devolvendo a isca que volta ao seu dono
Rompendo o desejo tão sonhado
É o pescador e a isca lutando
Para a sobrevivência e objetivos de ambos
O peixe sem nada a entender
Continua sua jornada normalmente.
Não posso te convidar a mergulhar no fundo. Há peixe de água doce, de água salgada, de raso e de fundo, é lícito que haja todos no grande mar da vida!
Como peixe morto é o homem que vive pescado pelas águas putrefatas de Satanás, quando ele obedece aos desejos da sua carne.
A noite chega
A trezentos quilômetros por hora
perfumada a noite chega:
Sorrateira pelas frestas
cambaleante a cada esquina
como em um filme português
ou uma cantiga natalina.
Peixe
Vinho
família
um quarto de limão
uma porção de molho rosê.
Gatos pisam o telhado
- se esquivam-
de flores plantadas na terra
dançam em campos minados
junto aos soldados
em revolução.
Livros empoeirados
acumulam-se na estante
enquanto caixas transbordam
corações tristes
em quartos vazios e distantes.
Dor...
Reclamada na ponta do espinho.
Noite...
Acordada a contento.
Verdade em fala nunca dita
é pura perda de tempo.
Fiz da escuridão, do simbolismo e do impressionismo um estado permanente de angústia, universo em desencanto. Uma dose homeopática de absinto, jejum a pão e água e um milagroso experimento alquimista. Tudo para multiplicar o pão, reviver o peixe e transformar coroas de espinhos em flores. Sem cura, restou o sofrimento e seu sentimento mais puro e libertador
Dulce, rio...
Naquele espaço de tempo- entre o entardecer e o anoitecer, contemplar o cenário era uma dádiva e a espera, um presente.
Enquanto aguardava o meu transporte para o isolamento, minha distração era observar o choque entre as águas cristalinas do mar e as águas turvas do rio imponente...divaguei naquela lição contemplativa.
As forças das águas somaram-se numa correnteza que era de fazer qualquer peixe perder o rumo...por alguns instantes, pensei o que levava um peixe, com a abundância do mar, se deixar levar pela pureza daquele rio. Seria o conforto da temperatura ¿ o embalar das marolas de sua bacia¿ seria ele um desbravador cansado do tempero de seu ambiente, procurando um horizonte mais doce¿
Já a caminho do meu destino, me deparo com o massacre de alguns peixes, corajosos ou perdidos, bravos até a morte...nadaram, incansáveis, para seus rumos trágicos...
Alguns, falou-me o guia, conseguem chegar ao rio e ainda viver num ponto aonde o rio não é rio, nem o mar o mar...
A natureza me confortou com a delicadeza daquele fragmento...pois eu, passarinho, me via tão peixe como aquele que busca águas menos salinas, menos revoltas... águas de temperaturas mais amenas...
Enfim cheguei, sem destino. Se o peixe encontrou sua bonança, ei de voar.
.
Rio Dulce, en mi Guatemala querida.
No Amazonas as pessoas nâo querem saber da chuvada que você teve que passar, elas querem saber se você trouxe o peixe
O Rio (Espero que não seja o fim para o Rio doce...)
Nasci no alto pra correr na terra,
Molhar o chão,
Abrigar o peixe,
Encontrar o mar,
Nasci no alto pra correr na mata,
Regar a planta,
Banhar a pedra e criar o limo,
Sustentar o barco e apoiar o remo,
Nasci no alto pra correr pro homem,
Saciar a sede,
Girar a roda,
Alimentar a vida,
Nasci no alto pra seguir o curso,
Completar a rota,
Cobrir o leito,
Exigir a ponte,
O chão está árido,
O peixe sumiu,
O mar está longe,
A planta secou,
A pedra rolou, o limo acabou,
O barco furou, o remo quebrou,
A sede é grande,
A roda travou,
A vida definha,
A rota é difícil,
O leito vazio,
A ponte caiu.
(Valdir Aquino Lubas)
Algo que nasceu dentro do meu coração,que mudou a minha vida. Alegria do meu dia que defendo com unhas e dentes. Orgulho,que causa inveja em outros times…
Esse “algo” tem nome,SANTOS FUTEBOL CLUBE!
Afogado em meio litro
Sigo quieto, evitando atrito.
A mente paranoica solta o grito,
Um disfarce facial.
A sisma com silêncio força usar o "normal".
Um acomodado incomodado, com as cordas mudas.
Planta sementes de um futuro, de uma ceia sem judas.
Um vulcão leva um tempo adormecido
Esquecido, aparentemente passivo.
De repente fumaça!
Predador vira caça, não embaça a visão.
Não, ainda não.
Parece confusão de valores,
Mas só saberão quando os doutores
Sentirem as dores de quem dormia.
Não conte comigo.
Vou hoje de amigo oculto.
OSSOS DO PEIXE-OFíCIO
Meu sentimento de poeta
Em meu temp(l)o
É isca pra linguagem:
Ao mesmo tempo que dou linha
Sou peixe
Fisgado
Em anzol de palavras.
