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PEDRA
(Rayme Soares)
Os olhos não arregalam
A boca não seca
Não acelera o coração
E nada desperta
A mente se cala
A fala se quieta
Nem fede, nem cheira
Nem serve de alerta
Sem sal, sem saliva
Uma pálida face
Sem ida, sem vinda
Nem morre, nem nasce
A flor da indiferença
A cor do desinteresse
É triste omitir-se
E deste modo não ver-se!
Quando os que sabem o que fazer e como fazer, se omitem, são eleitos, então, os que supostamente não sabem, para que algo possa ser feito!
Não necessariamente, aquele que nos fez mal é o que fez alguma coisa a nós, às vezes, ele é simplesmente a pessoa que não fez nada. A omissão também nos faz mal.
Ser maldoso é ser instrasponivel, impedindo que o bem chegue a quem nos rodeia; ser omisso é ser invisível, se eximindo de qualquer responsabilidade sobre o que e quem nos rodeia; agora ser transparente, é através da bondade e sinceridade, permitir-se ser condutor da luz a quem nos rodeia.
A liberdade de expressão e de culto fazem parte do cerne das garantias constitucionais. Por outro lado, a proliferação de entidades religiosas, na forma de associação civis, com fins lucrativos, se aproxima mais da contravenção, só toleradas pela omissão estatal, que não tendo controle sobre o crime organizado, não pode se dar ao luxo de limitar as infrações penais de baixa gravidade ou menor potencial ofensivo, como o jogo do bicho, o favorecimento à prostituição e o charlatanismo, todos no mesmo nível de transtorno social.
Ao nos omitirmos de questionar deixamos o caminho livre para políticos nefastos e bajuladores oportunistas solapar o erário público. Olho Neles.
Soneto: Juizo Final
"Chegará um dia em que o juízo final
Virá sem aviso, sem contemplação,
E todo homem será julgado igual,
Sem distinção, sem exceção.
Os pecadores, então, terão de prestar contas,
Por cada ato, por cada omissão,
E as almas justas, em paz, terão o monte,
Para desfrutar a glória e a salvação.
As trombetas tocarão com força e estrondo,
E os vivos e os mortos se reunirão,
Para ouvir a sentença do justo julgamento.
Mas antes que chegue esse momento,
Sigamos o caminho da redenção,
E vivamos em paz e amor, com nosso próximo e com Deus, em cada momento."
Sempre que estamos diante de uma situação em que existe o risco de sermos expostos à crítica pelos nossos erros, temos o ímpeto de mentir ou de omitir. O problema é que a mentira ou a omissão nos rouba a consciência e adultera nosso caráter. A mentira ou a omissão nos impedem de reconhecer nossos erros; logo, nos impedem de nos arrependermos e pedirmos perdão a fim de mudarmos nossos comportamentos e nosso caráter.
O mal que domina o país precisou driblar as leis, fingir justiça, dobrar a maçaneta do foro privilegiado, abrir mão do devido processo legal e ameaçar seus "antagonistas".
Mesmo diante da omissão daqueles que se furtam ao dever de interditar os arbítrios estatais, as deslealdades e abuso das prerrogativas funcionais, o terreno institucional democrático há de mostrar que a “lei é pra qualquer um, seja quem for”, como cantou Dominguinhos.
"Na docência ou bacharelado, entendi que devo estar à serviço da consecução do justo, e nisso encontrei parte da razão e do sentido de cumprir minha jornada.
Ao mesmo tempo compreendi que não me omitir na tentativa de correção de tantas desigualdades é um pressuposto para que não incorra na negação daquele propósito, senão melhor dizê-lo, no injusto."
“A omissão por muitas vezes contribui com o caos. E o omissor é o primeiro a se indignar com o resultado fruto de sua decisão, usando a escolha do outro como desculpa.”
Talvez a questão não seja uma vila que se reúne para lamentar uma perda e se arrepender de seus pecados por omissão, nem mesmo uma nação. Afinal, por todo o império, não há crianças deixadas para morrer em valas e sarjetas todas as noites do ano? É um mundo demasiadamente triste que está faminto demais para ver o milagre em cada criança comum.
Mentiras...
Me incomodam as mentiras disfarçadas de boas intenções;
As mentiras caladas apelidadas de omissões;
Por isso deixo-te ir mesmo que me doa o coração!
Melhor é tratar o mal ate a cura absoluta a alimenta-lo diariamente em um processo masoquista e doentio.
As pessoas em geral tendem a avaliar sua retidão pela ausência de atos errados em sua vida, como se passividade fosse o objetivo do ser humano. (...) O homem não cumpre o propósito para o qual foi criado a menos que aja.
