Tag aves
Soneto natural
Vivo dias felizes
Vejo pessoas infelizes,
Velejo para Marataízes.
Vislumbro os mares
Velejando ao lado dos pares,
Vangloriando a imensidão dos ares.
Vagando contemplo as aves
Vovô vigiando as saias das mulheres,
Vovó apaixonada pelo padre.
Pau que canta,
Árvore de outono,
Folha de asa,
Galho carregado,
Frutos verdes,
Maitacas maduras,
Pé de aves,
Natureza dançante
Os flamingos dançando charmosamente no meio do pantanal,
As belas aves de rapina dançando em movimentos rápidos entre as montanhas nevadas da Noruega,
Os morcegos dançando agarradinhos e no escuro das cavernas mexicanas,
A vida é uma dança, vamos dançar ?
Bem mais alto,
Que os pássaros,
Dos terraços dos prédios,
Estão três rapinas,
Que planam em círculos,
Parecem vontades,
Que ficam girando,
Nos cantos da mente,
Sonhos coloridos,
Dizem que:
Não podemos comer aves no Réveillon, porque elas ciscam para trás.
Com essa lógica, na virada:
Não podemos comer churrasco, porque bois têm chifres.
Não podemos comer porco, porque porcos são sujos e preguiçosos.
Não podemos comer peixe, porque peixes são burros o suficiente para morder uma isca que claramente está presa no anzol.
Tem uma passagem Bíblica que diz que Deus sustenta as aves do seu, e dá a elas tudo o que precisam, e conosco faz a mesma coisa.
Dia desses observando as aves reparei que elas tem tudo o que precisam, mas tudo o que elas precisam não está dentro do ninho, ou no galho de uma árvore, as aves voam e "buscam" seus alimentos que foram providos por Deus.
Por isso desde então, todos os dias quando me levanto creio que Deus já proveu tudo o que eu preciso, porém eu preciso voar, buscar e trazer essa provisão para o meu ninho, porque parado no lugar ninguém acessa a provisão de Deus.
#Vida #triste #é #a #minha...
Que hoje vou contar...
Desde quando aurora anuncia...
O dia a começar...
Passam os minutos...
Seguem as horas...
Sob céu azul anil...
Olho as nuvens e me ponho a sonhar...
Em tardes douradas...
A primeira estrela que vejo...
Sonho mais alto ainda...
E faço um desejo...
A rotina tão maçante...
Das flores do jardim cuidar...
Alimentar as aves...
Que gorjeiam em toda minha casa...
Em todo lugar...
O perfume de manjericão me inebria...
Disputa com o alecrim...
As orquídeas se abrindo...
Também se comportam assim...
O girassol despeitado...
Meu brilho quer roubar...
Sempre é ele o primeiro...
O sol a cumprimentar...
As rosas soberbas...
Acreditam serem rainhas...
Coitadas delas...
Vaidosas aos extremos...
Acho que vou cortar...
Só escolher um vaso...
E minha mesa enfeitar...
Se deito na rede e me ponho a balançar...
Logo aparece um sabiá...
Fazendo-se de louco...
Começa a cantar...
Quer atrapalhar meu sono...
Até meu meditar...
Beia-flores me importunan o tempo inteiro...
De lá para cá...
Não se cansam eles de tanto voar?
Quero ler um pouco...
Bem sossegado na sombra...
Sento debaixo da jabuticabeira...
E dezenas de pássaros põe-se a reclamar...
Gorjeios, trinados irritantes...
Ah se pego só uma fruta do meu quintal...
Revolução se instaura...
Até o jacú feio...
De mim vem reclamar...
Não sei mais o que fazer ...
Como devo proceder...
Vou comer um pouquinho...
E disso tudo me esconder...
Trancar portão...
Campainha desligar...
Tirar fone do gancho...
Celular "não pertubar".
Sandro Paschoal Nogueira
— em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.
O maior sonho das árvores não é caminhar, como imaginamos em nossa limitação humana. Estando aqui há milhões de anos, elas anseiam por algo mais elevado. Invejam as aves, pois em seus nomes carregam o 'ar', o sopro de liberdade que as raízes não podem alcançar. Suas folhas sussurram ao vento, sonhando com o voo que lhes foi negado, mas que já vivem em essência.
Lua cheia.
Por volta das 15h30.
Há nuvens cinzentas no alto do céu agora, e sobre essas folhas que escrevo, a garoa pinga… Tão fina que me permite contemplar a cidade, sentir o sopro da vida enchendo e esvaziando os meus pulmões.
Os pássaros voam em direção ao Norte. Se abrigam em algum lugar que me foge das vistas. Há poucos que ficam pousados aos fios de luz, ou no topo de uma caixa d’água da cidade. Cantam initerruptamente o seu chilrear.
Anunciam o sol ou a chuva?
“Não voem, óh meus amigos passarinhos” – pressuponho a linguagem das aves. – “Vejo aqui do alto da caixa d’água o calor no horizonte“.
A chuva dificulta o alçar das asas, pesa o corpo.
Aprendo eu agora, algo com os pássaros?
Há dias que olhar para o céu é parecido como hoje. E mesmo com todo o azul mais vívido que minhas córneas possam admirar, as nuvens acumularão as cinzas do Riacho Fundo. Vagarão até se encontrarem, mais cedo ou mais tarde, para serem uma só. Imponentes quando desaguarem, às vezes incontrolavelmente furiosas.
Há dias como hoje, que sinto-me como a chuva cinza, fina, pingando na folha, pingando nos pássaros. Soprando ao alto o cantar das aves para longe. Acumuladora de tudo dessa cidade até que o que lateja, ebula, cuspa palavras num caderno qualquer, ou na fronte do que estiver pela frente.
A chuva pode desabar montanhas com a sua força destemida.
Há dias, como ontem, como hoje que sinto-me como uma chuva cinza, fina, pingando na pedra. Insistente até banhá-la inteiramente. Às vezes furiosa até parti-la ao meio. É tanto acúmulo como parte integrante do que se é, ou melhor, do que se tenta ser que a nuvem se personifica cinza sobre a minha cabeça agora.
Aprendo… Eu… Algo com os pássaros que voam para o Norte, ou com aqueles que ficam toda as vezes que eu, chuva, ei de cair?
Quem são os pássaros que sempre voam quando sou garoa fina?
Quem são os pássaros quem ficam quando sou céu azul?
Quem são os pássaros que cantam para que os outros não temam, ou se afastem?
Posso eu realmente ser sol mais do que chuva cinza, fina, pingando na folha?
Haverá pássaros cantando confiança de que o sol haverá de surgir no horizonte mais cedo, ou mais tarde?
Quem são os pássaros que farão ninho agora que estou nuvem e
[acinzentada?
IN CANTOS
Canto nu, uirapuru
Canto lá , sabiá
Canto não, azulão
Canto, embaraço, sanhaço
Canto sim, papa capim
Canto mal, ó cardeal
Galo da campina
Minas, esquinas
Passarinho em sua sina
Canto só, sem voar mocó
Sai do peito, Assum preto
Canto otário, me salva o canário
Belga ou da terra
Do céu e das nuvens
Bel canto em esperanto
Canto nu, urubu
Versos emplumados
D’alma inquieta
Espinha não ereta
Que jaz em uma cama
Um quarto
Assobio sem sucesso
O espólio do das penas
Pena.
Luciano Calazans. Serrinha, Bahia. 22/12/2017
O CABOCLO É RICO POR NATUREZA
Autor: José Gomes Paes
A natureza é fonte de sobrevivência de todos.
Principalmente dos caboclos como nós.
Se os rios estão limpos e protegidos
Haverá muito mais peixes
Para saciar a nossa fome e de muitos outros.
Do pobre, do rico e do caboclo.
Porque o caboclo é rico por natureza.
Se proteger a mata os animais sobrevivem.
Posso matar uma caça para saciar minha fome.
Eu vivo na natureza e sobrevivo dela.
A floresta é meu lar
Ela me dá o ar que respiro
A fonte de água prá beber
Deito na rede me embalo e viajo.
Vou além dos meus pensamentos.
Sonho estar aqui pescando.
Remando, canoa adentro do lago.
Que rio! Parece um tapete brilhante.
De águas correntes vivas e rebujantes.
A receber seu ilustre filho da natureza.
De canoa entre os igapós
As arvores me rodeiam e me cobrem.
Vejo a minha sombra a refletir na água.
Como se fosse um espelho, dádiva da natureza
Nasci aqui neste pedaço do Amazonas
Cresci comendo manga no pé
Peixe assado na beira dos igarapés
Tomando banho no rio.
Desde menino eu aprendi.
A pescar, a caçar, a nadar.
Dos conselhos que minha mãe dizia
O pé de abacate no quintal.
O jaraqui frito que ela fazia
São coisas que me fazem lembrar.
Dos amigos que aqui deixei
E dos mais velhos que sempre respeitei
Das brincadeiras de pira
Jogos de turiste
O papagaio de papel.
O campinho detrás da Igreja.
A historia de Papai Noel
Do sapato embaixo da rede
A espera do presente de natal.
Das peladas do fim de tarde.
Do banho no cedro do porto.
Lembro bem do salto das ribanceiras.
O nadar no rio de águas brancas e frias
Dos ventos de verão.
Em baixo dos bejaminzeiros.
Que encobrem o frontal da cidade.
Oh! Cidade querida que tanto amo.
Que um dia me viu nascer.
Nunca vou esquecer-me de ti.
Porque quem ama sente saudade.
E a saudade dói muito no fundo do peito
Porque não proteger a natureza?
Se ela me dá o que eu preciso para sobreviver
Porque não preservá-la?
Porque não defendê-la?
Se ela me dá tudo.
Tudo o que eu posso ter.
A alimentação,
a mata,
a água,
o ar,
a chuva,
o vento,
o sol,
a lua,
o frio,
o peixe,
a caça.
Eu sou filho da mata, sou caboclo.
Caboclo rico por natureza.
E preciso sobreviver.
FIM
Aves de penas raras II
Éramos um bando.
Parecíamos voar nas motos velozes, usávamos as mesmas calças jeans, camisetas regatas, botas, jaquetas de couro e óculos Ray Ban modelo aviador.
Capacete só para viajar, quase sempre com uma garota bonita e modernosa, daquelas que podiam dormir fora de casa, o que não era comum na época.
Praia do Itararé, Campos do Jordão e Rio de Janeiro eram os destinos preferidos.
Naquela época a gente ia e voltava com um pé nas costas, hoje, da minha parte, seria ida e volta com dor nas costas.
Nosso bando não tinha chefes, mas uns se destacavam mais do que os outros porque eram fortes e bonitões e esse era o caso do Vitinho. Por um tempo seu apelido foi James Dean. Rebelde, mas nem tanto, arrumadinho como poucos, novidadeiro, tinha um ótimo emprego no Banco do Brasil e era modelo fotográfico e de passarela nas horas vagas, pegava as melhores e mais lindas modeletes, as cobiçadas por todos e logo as tirava do mercado namorando quase sério.
Mas o forte do Vitinho era ser amigo de verdade e sei que continua igual pelas informações das aves remanescentes.
Quanto às garotas, tenho visto as fotos dele com mulheres lindas e mais velhas, deixou de lado as cocotas e continua adepto das famosas, mas casar que é bom nada, afinal, não é fácil colocar um astro e uma estrela no mesmo espaço.
Outro dia vi as fotos da casa nova do Vitinho e está um show, caprichada como seus carros, suas motos e suas namoradas.
Daqui para frente não vai ser fácil escapar do primeiro casamento, o que o torna um herói, pois a maioria das aves já está no segundo ou terceiro acasalamento.
Que boa lembrança eu tive hoje do Vitinho, grande amigo e companheiro
Estude a vida das aves, descubra seu modo de viver, reproduzir e cuidar dos seus, como acha seu par que dura a vida toda, constrói sua própria casa muitas vezes com barro e usando seus bico como colher de pedreiro, e ainda domina o reino do ares com suas próprias asas. E me diga se depois de tudo ainda se acha superior e no direito de destruir seus ninhos e prendê-las em gaiolas!!
O Observador de Aves
(Gleidson Melo)
Nos galhos da árvore há esperança de vida, em cores e penas, apenas luz e colorido. Enquanto a beleza matinal traz calmaria, uma melodia desperta e quebra o silêncio da trilha - encanta e canta em belos duetos e solos -, é vida que surge numa manhã de sol.
Nos caminhos da mata segue o homem:
ávido, curioso, atento!
Existe algo de novo a ser revelado, a aproximação transforma-se em êxtase, e lá se vai o observador:
nos galhos da árvore repousa uma bela ave.
A Natureza do Pantanal: a vida acontece
(Gleidson Melo)
Recanto abençoado por Deus. Aqui, os pássaros deliciam-se da água da chuva, do doce das frutas e da paisagem sedutora. O verde é a marca registrada desse lugar. Belíssimos ipês de todas as cores recobrem a terra com flores primaveris. O perfume no ar, o cheiro de terra molhada, o calor desse chão, rememoram os tempos vividos de amor e de paixão. As varandas das casas pantaneiras, o martim-pescador espreitando o peixe, a chuva fina molhando o telhado. Sentimentos de nostalgia pairam no ar e explodem os sentimentos.
Araras e tucanos embelezam e apaixonam. Tocam o céu com suas asas e fazem um convite para a festa do amanhecer. A calmaria e a tranquilidade embalam o desejo de viver, presente em cada olhar. A natureza encontra-se em harmonia: capivaras e jacarés, jacarés e o homem, em convívio de mútuo respeito. Belo é o entardecer alaranjado, recôndito das garças- brancas, verdadeiro registro de beleza sem igual.
Tuiuiús constroem seus ninhos às margens dos rios, aninham-se e marcam a sua presença. Trilhas e caminhos que levam à emoção de estar presente em uma paisagem deslumbrante. No Pantanal a vida acontece.
Assim como no inverno mais profundo muitas aves partem para outras regiões mais quentes, o homem deveria fazer o mesmo, partindo também para dentro de si mesmo e buscar um lugar mais quente que é aquele te o conduzirá a Deus
Todas as noites
eu crio asas...
Crio sonhos com as aves do céu!
Crio esperanças.
Durmo pensando na vida.
E ao despertar do dia...
Renasço com um novo suspirar.
Mais intenso que ontem.
Mais esperançoso que hoje!
E muito mais lapidada...
