Soneto da Separação

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ANDOU (soneto)

Meu sentimento evaporei na saudade
Da essência do amor, que me arrastava
Ah! como quis um dia, como sonhava
Agora, cada qual no tropel de liberdade

Insana, as paixões devoram à vontade
Que a mente sã... se faz de tão brava
Em uma existência, ali, cruel e escrava
Do desejo, tão em busca de felicidade

Agrados, querer meu e meus danos!
Essa paixão, que no haver não coube
Fez poetar aos versos os desenganos

Antes que a solidão o sossego roube
O tempo, pra não se perder nos anos
Andou! o que permanecer não soube.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/fevereiro/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠" Pra você, meus versos "

Me sentia livre, satisfeito
Tudo era bom, perfeito
Vontade de você, desejo
Só queria paz, seu beijo

Amava seus discursos, diretos
Tua presença aqui, por perto
E o teu sorriso tímido, discreto
E até seus pensamentos, incertos

Tu eras tão feliz, contente
Seus olhos radiantes, ardentes
E falavas tão bem, fluente
Tão simples, delicada, tão gente

Quando você se foi, me perdi
E até chorei, não dormi
E eu não fui feliz, não sorri
Não segui minha vida, não vivi.

Inserida por lucas_pazelo

REQUIESCAT IN PACE (soneto)

O amor é apenas uma negativa
Se eu um dia com ele já fui teu
Omitamos está outra alternativa
Pois, desta, o nosso já morreu

Ah! Porque alegação subjetiva
Nada mais em mim sobreviveu
Se hoje o senso está à deriva
Não és meu bem nem eu o teu

Não diz nada, se ali amamos
Nossas almas estão separadas
Não lembres mais, esqueçamos!

Deixemo-lo ir repousar em paz
As lembranças estão enterradas
E no coração, hoje, é tanto faz! ...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Carta aos odiosos

Por vezes tentei transformar-te
Em poesia, verso ou rima
E ao fim de toda esta sina
Só não quero equivocar-me

Vejo sangue escorrer novamente
Uma ferida nunca curada
Numa fera intocada
Prometi libertar-te conscientemente

E numa tão crescente jornada,
Encontro-me aqui alheia a tudo e todos
Enlouqueceria aos poucos
Não fossem as doses de sanidade e ódio
Das quais me encontro agora colmada

Ao contrários dos dizeres nem tão sábios
O ódio nutre e alimenta
Fomenta, fermenta
Toma de mim palavras e lábios.

Thaylla Ferreira {Amores avulsos}

Inserida por ThayllaCavalcante

⁠APARTADO

Cansei-me de tentar o teu enredo
Na tua poética sem frase e afeto
Meu versar anuviei por completo
Tal o pôr do sol atrás do rochedo

Sentimento da tua alma, segredo
Teu, perturbado eu, neste soneto
Foi meu desejo, não mais secreto
Se chorei foi somente por degredo

Cansei! Sossegado está o cerrado
Esfriou sobre o desprezo concreto
A quem um dia estava apaixonado

E desse meu turvo silêncio discreto
Leia entre linhas um sofrer calado
Que assim tem o apartado adjeto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/11/2020, 11’01” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Angustiado coração
Ainda sinto o cheiro
O toque, o beijo
Embriagado de paixão
Latente desejo
Melodia de arpejo
Dependente compulsão
Lascivo e imoderado
Anseia o ser amado
Sestrosa condição
Noite fria
Cama vazia
Enfim sós, melancolia.

Inserida por Janinekussler

Nostalgia

Como quisesse amado ser, deixando
O coração sonhador, espaço em fora
A paixão, sem olhares e sem demora
Vestir tua quimera e partir em bando

Excêntrico senso, tonto, malversando
O tempo e a hora, sem valia: e, agora
Que passou, sente a solidão, e chora
E implora, a aura antiga recordando...

E, o agrado rebelando compungido
Atrás, volta carente de convivência
Do abraço com calor e de amante

E assim, nos versos andei perdido
- Já! pranteio a dor em reverência
Murmurando o amor daqui distante

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Uma espécie de perda

Usamos a dois: estações do ano, livros e uma música.
As chaves, as taças de chá, o cesto do pão, lençóis de linho e uma
cama.
Um enxoval de palavras, de gestos, trazidos, utilizados,
gastos.
Cumprimos o regulamento de um prédio. Dissemos. Fizemos.
E estendemos sempre a mão.

Apaixonei-me por Invernos, por um septeto vienense e por
Verões.
Por mapas, por um ninho de montanha, uma praia e uma
cama.
Ritualizei datas, declarei promessas irrevogáveis,
idolatrei o indefinido e senti devoção perante um nada,

(– o jornal dobrado, a cinza fria, o papel com um aponta-
mento)
sem temores religiosos, pois a igreja era esta cama.

De olhar o mar nasceu a minha pintura inesgotável.
Da varanda podia saudar os povos, meus vizinhos.
Ao fogo da lareira, em segurança, o meu cabelo tinha a sua cor
mais intensa.
A campainha da porta era o alarme da minha alegria.

Não te perdi a ti,
perdi o mundo.

Ela

Ela era jovem e bela
seu sorriso encantador
era toda sonhadora ela
e acreditava no amor

Ela acreditou ter encontrado
o amigo namorado
que envelheceria com ela
que seriam pra sempre casados

Mas o tempo passou
e Ela envelheceu
e entristeceu
e o eu sorriso desapareceu

Ele não percebeu
o mal que lhe fizera
nem se quer reconheceu
que havia destruído ela

Pensou, mereço coisa melhor
não se olhou no espelho
partiu, sem dó sem dor
virou as costas, não aceitou conselho

Ela ficou amarga
e entristeceu
e quase morreu

Como uma flor
maltratada murchou
e mesmo com muita dor
ela ainda se levantou

Precisei de mil frases certas pra te conquistar
E de uma só errada, pra te perder
Eu levei tanto tempo pra te apaixonar
Em um minuto só, perdi você

Coração, me fala
Como é que você faz um negócio desses?
Trocar um pra sempre por às vezes
Uma aventura por uma paixão
Péssimo negócio, coração

Dos seus erros, eu garanto que o pior
É achar que eu vou sempre estar aqui

Sábado à noite, você pode achar
Mil bocas pra te consolar
Mas quando chegar o domingo à tarde
De mim vai lembrar e vai sentir saudade
Aí cê vai me procurar
De novo, vai querer voltar
E eu não vou mais
Não vou mais voltar

Sol e sal, carnaval
Queria tanto te encontrar
Mas que pena que você fugiu de mim
Sem querer, eu fui perceber
Que não sou nada sem você
Mas você nem me ligou
Partiu

De que é feito o amor?
Dizem que o amor é paz
O que o amor me deu
Ninguém vai me tirar
O meu amor só crê
Nas visões que o amor me dá
Se uniu dois corações
Não vai mais separar

Vacilou, perdeu e agora chora
Implora me pedindo pra voltar
Desencana, vai, sai da minha cola
Esquece, dessa vez não vai rolar

A DOR

A Ferida aberta, ainda exposta, sangra.
Consumindo um sentimento que ainda
discute sua existência, convertendo
em avesso desse sentimento;
que um dia nos aproximou.
O coração parece indolente, mas puro engano...
ele grita e chora, implorando atenção e reparação.
Ainda sinto a dor que persiste sem dó,
querendo arrancar toda minha carne,
deixando um imenso vazio.
Indignamente atinge minh'alma aflita, que se frustra. Desiludida se recusa a outra entrega,
a outra pessoa, outra paixão...
O medo me acolhe e me fecho!

É tão ruim ter que partir querendo ficar,
Porque tinha que acabar,
Eu que sonhava terminar nosso namoro só no altar,
Começando uma nova historia, iriamos nos casar,
Deixamos pequenos atritos se agravar,
Imaturidade impediu-nos de continuar,
Nesta relação posso passar como errado,
Mas sei que não sou o único culpado,
Não entendo porque jurou tanto amor,
De sua parte agora só rancor,
Eu continuo um bobo apaixonado,
Ruim é quando o relacionamento acaba com uma das partes ainda amando.
Inácio André

A falência da sociedade humana

A falta de manutenção do sentimento
que motivou o namoro
leva ao fim do casamento,
com a falência da sociedade humana,
pouco importa o nome que lhe atribuímos
e, não as consequências da vida ou do destino,
nem da incompatibilidade de gênios,
mas do egoísmo,
que se traduz no individualismo,
na falta de reciprocidade,
hipocrisia, desrespeito e traição,
como sinônimos de indiferença
e pouco caso.

Hoje me peguei pensando em nós
Sobre os lençóis, nos tornamos um
Desembolava meus caracóis
E os nossos nós, não sobrou nenhum

A gente tentou
Mesmo assim, amor
Você jogou fora as histórias
As memórias, tudo que a gente criou