Soneto da Espera
ALADOS (soneto)
O largo cerrado é um efeito alado
De asa tingida e horizonte intenso
Duma flora varia e chão rebelado
Encarnado em um céu tão imenso
O teu cheiro num diverso intenso
Acoplam o raro em sinal denodado
Feiticeiro, espantoso e tão denso
Em um plural do árido cascalhado
Onde vemos empoar os passos
Entrelaçados entre tortos traços
E prados de dourados alumiados
Aos poucos sucumbimos por ele
Num pouso instável, caindo nele
Suavemente, de encantos alados
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
Soneto da lamentação.
Valores me disseras, devaneá-los-ia.
Tentação, fossastes uma ilusão.
Em ti confiaste, a ti creditaste.
Fostes uma inspiração.
Mal tens uma oportunidade,
Caístes em traição.
Comumente, perdão o meu pediste.
Derradeiramente me enfureceste.
Deverias aceitar?
Se errando, porém, aprendemos,
Humanamente, assiálicos, lamentaremos.
Daria tudo por tais segundos, dizia ela.
Pra mim, soava como música o prantear dela.
Deveras perdoar? Quão os amava, cais orvalhos...
Soneto dos Raros Olhos
Olhos predestinados daquela morena
Me desperta os olhos da morena
Olhos negros daquela morena
Cor de amêndoas são os olhos da pequena
São os olhos raros daquela morena
Penetram à minha alma como um poema
Distantes, ao longe vejo os olhos da morena
Pertos, ofuscam o meu dilema
Lembrança dos olhos da morena
Vívidos, se ajustam ao meu esquema
Companheiros, olhos meus até morrer
Sublimes como minha amada
Seus olhos, meu caminho para valer
No infinito dos seus olhos, minha morena, minha toada
CERTOS VERSOS (soneto)
Letras ranzinzas de certos versos
Olham no vazio do papel em branco
Nodoando o imaginar nele dispersos
Do alquebrado fado em um tranco
O amarelado do tempo ali imersos
Adentra a saudade no peito manco
Rindo e chorando em tons diversos
Em um alvoroço dum soluço franco
Onde estariam tais agrados reversos
E assim o versar sair deste barranco
E então deixar de serem perversos
Ah! Rumo sem margem, sem arranco
Que cria na alma nublados universos
Deixando o sonho nu e sem tamanco
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
DESAFIO (soneto)
O meu fadário é devanear solitário
Ter o cerrado a desfolhar no olhar
Sonhar acordado e no mesmo luar
Ficando no tempo, noutro cenário
Onde a solidão nunca sabe esperar
Eu só tenho a saudade num sacrário
Anexo ao coração num pulsar diário
E lágrimas em um soluço sem parar
Oh, uivo árido, trove tal um canário
Os meus versos, e a ela vai revelar
Cada vazio aqui falante e tão vário
Por favor, acaso, pare de me tragar
Faça-me nos beijos dela um erário
E novamente no teu amor eu amar
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
soneto: a pureza de um desejo
Sim, encontrei, embora com tanta, tamanha solidão
Encontrei aquela que me diz o sim ao invés do não
Um paraíso, quem diria, na solidão
Mas estava escrito e eu vi, um paraíso comigo e contigo
Um paraíso que não pára de solidão
Estava escrito eu ser tua metade e tu minha
A minha doce e bela metade
Sem procurar eu encontrei, alguém que o nome nem sei
Mas deve ser, um anjo esculpido do que há dentro de mim
Só bastou um olhar para o nosso amor se casar, eternamente
Está escrito na rocha que Um Alguém fez de caderno
Tocar em suas mãos, é mais que tudo de um alguém qualquer
E que eu não almejo
É por você o puro do meu desejo
(edson cerqueira felix)
soneto: corpos diferentes, o mesmo espírito
Alguém me disse não ser possível a padmini negra
A flor de lótus escura ou preta
Me refiro à excelência feminina ou a excelência em mulher
A perfeição da beleza por dentro e fora da mulher
Uma santa com pele indiana veio pra mim
E ela trouxe pra mim essência e incenso de jasmim
Me remetendo com o aroma aos campos e jardins
Embora casta não me negou o seu beijo
E não censurou a qualidade do meu desejo
É a flor perfeita dando o perfume do fim ao começo
Me dá tudo o que o nobre diz: eu desconheço
Não temos pressa quando estamos juntos
Embora eu tenha pressa de estar junto com ela
Um beijo eterno é o que lhe dou e o que vem dela
(edson cerqueira felix)
soneto: Cozar e Diana
E se o que você tem pra me dar, é tudo isso, um beijo
Então não tenha pressa
Me dá o beijo e faz com ele o carinho e sua conversa
Vem Diana, me livra dessa
Numa noite tão grande se fez pequena
Com a, essa história de me beijar
Eu conheço a tua conduta (de que gostas de ser... indefeituosa)
E eu também fui feito assim, sem defeito
E os caminhos se mostraram vazios com tanta gente que não faz uma
Com tanta gente, que não soma e nem uma
Com um diamante nos olhos iguais aos dos seus
Oh Deus (!), eu te peço muito obrigado, pelo beijo Dela
Me dais hoje, e mais hoje, e hoje mais um pouco
Da sua glória me beijar no beijo Dela
(edson cerqueira felix)
Soneto da saudade maior
Hoje, amor, a saudade de ti é mar. Amplidão
Minha adoração, tão sua, freme em minh'alma
Amo-te com um ardor tão forte e imenso...
Numa dor que dilacera,roubando-me a calma!
E enquanto os minutos correm_ Laços do tempo!
Pairo em relembrar as tuas últimas carícias...
Quando eu, alegre, me desertava sob teus beijos
E tu, te perdias em meios à mim. Tuas primícias.
Porque te ausentas de mim, meu ser amado?!
Amo-te com a urgência dos loucos insaciáveis
Com uma fome doida, maciça e desesperada.
Talvez eu o deseje demais para teus infinitos...
É que gero em ti minhas utopias e quereres!
Em ti torno-me magia e luz. Poema em revoada!!
SONETO DO APELO PELA AMADA
Ah, minha querida borboleta azul margarida...
Sabes o quanto a amo, magia dos meus sonhos?
De que me valem meus dias, agora sem vida?
Fazendo-te ausente, faze-me árido. Tristonho.
Se não voltares à revoar aos meus jardins de luz
Secarei sob um sol causticante de saudades e dor
És minha bela e fresca formosura de flor de alcaçuz
Resgata-me querida, deste céu de solidão sem cor!
Nunca encontrarás um amante mais devoto e fiel
Por ti buscarei estrelas nas galaxias mais abismais
Volta amor dos meus dias, sejamos tal como antes.
Quando sugávamos da boca um do outro o puro mel
Uma canção perfeita, nossos risos, nunca viram iguais!
Volta querida. Só tu me fazes feliz num instante. !
soneto: divina e divino amor
Meu amor quanto tempo levei para com você estar?
Então jamais tente de mim ocultar
A velocidade da luz dos nossos olhos
Para que com eles não faça regar o lençol que molho
Um Deus triste a chorar sozinho sobre o mar
Vem e não pense duas vezes, vem pra ficar
E nem ponha à prova o meu amor ilibado
Firme na rocha de modo que não possa ser derrubado
E jamais o alicerce de tudo deve ser abalado
Brota energia de mais sem que se seja necessário ser reciclado
O meu coração é um sol bem guardado
Como um rolo com sete selos fechados
Onde se necessite de dignidade para consultá-lo
Um rolo com sete selos de Deus fechado
(edson cerqueira felix)
soneto: juntos apesar da distância
Sem querer meus olhos encontraram os seus
E os seus aos meus
O amor realmente só pode ser coisa de Deus
Que fazem dos seus caminhos os meus e dos meus os seus
Chamam a outra metade de cara metade
Eu chamaria de santas metades
Encontrei em você fora do coração tudo o que eu tenho dentro
Imediatamente te conduzia pra dentro a favor do vento
O teu espírito e o meu são um alento
Me faz saciado e não sedento
Sedento mas de amor e da ternura que me viciou
Embora filhos de Deus
O amor nos alimenta e nos acalenta quais filhos seus
Te levarei mesmo ausente, isso não é difícil pra gente
(edson cerqueira felix)
soneto: eclipse solar
Vem pra me trazer, para me trazer nas visões da noite
O meu delírio na dose certa para a minha cura
Eu sei de sua posição, uma dama com traje comprido
E feito de linho fino e branco, eu sei quanto a isso
Mas não tenha medo de entregar o seu próprio fogo
De fênix no seu abraço
E eu me desfalecerei junto a ti toda a vez
Embora um pouco menos para segurá-la nos meus braços de abraço
Como gavinhas envolvendo sabiamente e ornando a flor
Tão pura quanto o lírio branco no calor
Eu quero abraçar para segurar eletrizantemente o meu... amor
Oh lua, eu me dou, o teu sol
Quando será o nosso próximo eclipse?
Tão rápido, tão breve o nosso encontro em fenômeno natural
(edson cerqueira felix)
soneto: infinita
Você realmente é um pássaro, uma fênix tão feliz
Que se incendeia toda a vez que eu te beijo
E é o suficiente para você queimar e ressuscitar
Das cinzas e das sombras
Eu fico perdido junto com você, sem saber ao que fazer
Um anjo me beija de noite
E me faz perder o sono, é alguém que me chama
É ela dizendo que me, que me ama
Das extremidades desse sonho eu quero me incendiar com você
De tempos em tempos
Para revivermos juntos e, eu... vou te esperar, pois só você
Aplaca bem, sabe aplacar bem esse prazer e agora, angelical
Sussurra no meu ouvido e não tenha medo
Tente vir, chegar e ficar... um pouco mais...
(edson cerqueira felix)
Mais um soneto inútil,
Outra película estúpida,
Difundindo teu veneno,
Consciência podre a nos intoxicar.
Soneto a Coroada Destemida
E meu dia se torna melhor ao ver tal lembrança...
Ao ser teu motivo de riso, me regozijo igual criança.
No meu peito, o coração bate até com mais pujança,
e sei que em teu seio, me aguarda a bonança.
Desejar-te tanto assim não é nenhum desatino.
O mel que destilas, deve ser mais doce que imagino,
tamanha doçura é desejada em cada café matutino.
Não te assustes, se um dia eu chegar, assim, repentino.
Aquela paz, que outrora tive, me levastes sem piedade.
Não se preocupe com tal assertiva, digo com propriedade,
Amando assim, o que menos desejo é sobriedade.
Fazer-me caminhar pelas nuvens é a sua especialidade
O teu riso será constante, pois farei dele necessidade,
E por fim, saiba que carrego no peito a tua saudade.
Soneto 1
LUA DE JOELHOS PARA 3 ESTRELAS
Olha só agora, o encontro do luar com
3 estrelas. A lua num abraço, às 3 abraçar
E neste mesmo abraço lhes beijar, num
Único, inigualável oscular.
E as 3 estrelas lhe retribuir com muita,
Muita força os golpes de um machado
Onde o machado e os seus golpes são
Beijos ambíguos de muitos golpes
Naquele luar e um poeta viu tudo
Toda aquela força do amor de 3 estrelas
E aquele luar cheio de sons na madrugada
Oh e lá vem chegando lindo orvalho oh
Levemente serenando nas pétalas de rosa
Rosa molhada guardará um néctar em ti
EDINHO FELIZ
Soneto da Felicidade
Se me veres triste, sozinho
Andando pelo caminho
Procurando explicação em lugar nenhum.
Se enganou, não era eu.
Mas se me veres a sorrir
Seja noite ou seja dia,
Esse sim sou eu.
Tentando espalhar alegria.
Em casa ou na rua, seja qual for o momento,
No primeiro encontro ou no casamento
Meu sorriso estará lá.
E o motivo da minha felicidade?
Creio que seja Você!
Ou quer motivo maior???
SONETO CXIII. Um Conselho de Amor
Oh meu filho, este dia tenha em mente
Quando a sua pujança for embora,
Neste banco em que estou, venha e se sente
Como perante si me sento agora.
Lembre bem deste olhar meu, tão dolente
Diante dos seus gestos sem ternura
Não embala a vil dor desta doente
Que dor sua embalou na vida dura!
Cá sentado e fitando p’ra o seu filho
Pense o quanto eu lhe amei a vida inteira
E no que a mesma vida lhe ensinou!
Nesse instante de amor, eu lhe aconselho
Busque amá-lo mais forte, como agora
Eu não meço p’ra si o amor que dou!
SONETO
A PONTE DA SAUDADE
Havia uma ponte sobre um rio,
Um rio que cortava uma cidade
A carne que gemia, um calafrio
Na ânsia de sentir uma saudade.
A ponte de tão frágil, caiu na` água
Só mágoa, num suspiro se afogou
Agora se travessa o rio a nado
Corrente dos desejos se quebrou.
As almas traspassadas em dores cruciantes
o rio e a cidade afastados hoje choram
a sorte esquecida, da ponte e dos amantes.
Mas a ponte da esperança não tem chão
na mente dos amantes que se encontram
distante da cidade do desejo e da ilusão.
