Ruído
Engarrafamento, correria, estresse. Em um instante, o paraíso da loucura foi interrompido, um ruído que fluía pela chaminé de gasolina se fez ao longe. Dim, dom. Dim dom. Os sinos tocam, as luzes colorida dão cor ao preto e branco da cidade que cheira ilusão. O véu foi rasgado, grande harmonia se fez. É noite de natal. O salvador nasceu!
Sentimento de paz e de alegria logo habita no nosso interior, a cidade vazia foi preenchida, a terra se enche de esplendor. O bem venceu o mal, anjos cantam em louvor.
É natal que dia lindo! Vamos adorar e exaltar ao rei dos reis que mais uma vez venceu. Existe Esperança no ar, a gente quer acreditar, que um novo céu e uma nova terra surgil, o amor, sim triunfou, pra todo o sempre amém!
Ouço o ruído do dia que se encerra.
Nada diferente.
Nenhum sinal espontâneo anuncia vida saudosa.
Aguardo sofrendo o seu sopro.
Chove tristeza nesta hora.
Sou a voz tímida que sussura ao pé do teu ouvido;
O ruído inquietante de passos de mulher, na lajota do teu corredor;
No silêncio impiedoso de certas noites.
Destino
Sou como uma folha ao vento
que passa sem fazer ruído
nem lugar definido.
Pousarei em algum momento
num lugar desconhecido.
Para novamente levantar vôo
e partir, sem deixar sinais
de que alí estive.
Até que um dia desapareça,
como por encanto,
assim, como tudo na vida.
Ó musa do meu aposento porque te foste
Era por do sol de um dia lindo
Até se ouvia o ruído suave da brisa
roçando esses caracóis
Ó musa de tacto com sabor
E paladar de maciez
Teu olfacto sentia o cheiro do nosso amor
Guardado no cofre do pensamento
Deixaste a ferida moral sem sarar
Pingando sangue sem gotas visíveis
Que secaram com quentura do amar
Ó musa…
Trovoada
O ruído do trovão é uma complexa onda de pressão, precedido dum clarão; resultado de uma ionização. Astrofóbicos ou não, todos encurvam-se com pescoços ao chão.
Para os pessimistas de plantão, eis aqui a minha consolação, sempre após o dia cinzento haverá uma coloração.
Não existe amor impossível se as batidas do coração de quem ama forem mais fortes que ruido dos inconformados.
Som da água de rio está me fazendo falta!!!
Quanto ruido tem por aqui...aproveitando que o sono já se foi, me vou também!
O outono reina sobre os homens. Até nos momentos de grande paz podemos ouvir o ruído dos corpos abandonando a árvore... Quando mergulhamos no sono da treva, e as lâmpadas acendem nosso rosto, principiamos a pisar as pedras, para que a lua nos pise, e nossos corpos feridos iluminem as almas do Outono. Ventos frios e sóis estranhamente luminosos amadurecem os frutos que serão alimento da terra dadivosa... O Outono reina sobre os homens. Na vida mora o convite do sono... E, no entanto, há flores e estrelas brincando de ciranda nos parques da noite.
Todos temos um sábio que nos fala... precisamos de calar o ruído da mente para poder escutar a suavidade da sua voz.
meu caminho é
contorcido
retorcido
distorcido
amanhecido
cheio de ruido
bem batido
muito comprido
com fruto colhido
ao máximo curtido
tudo eu que decido
um tanto doído
meio caído
provido
outras vezes sem sentido
vou com o coracao munido
cheio de obstáculo surgido
achado e perdido
lindamente florido
a minha missão eu tenho cumprido
subido e descido
qtas vezes forem necessários
por Deus benzido
e nele tenho vivido
e ao mesmo tempo morrido
a cada dia sofrido
mas valeu a pena ter insistido
e meu objetivo ser atingido
e eu mais uma vez ter conseguido
e concluído
o que aqui eu vim fazer!!!
Deusas
No silêncio noturno, pestanejando,
Audível tão somente o ruído da ampulheta,
Memórias da temporalidade,
Tessituras da areia e do vento,
Conflitos prementes da razão,
Uma tempestade de partículas,
Juntas, formando consciência...
Irresignado com o legado cultural,
Entrevi, dentro do Panteão mitológico,
Vênus, a Deusa do feminino.
Ela, envolta de requinte arguto e versado,
Pôs-se a recitar...
“Existe uma verdade cientifica, filosófica,
A mentira, quando repetida
gera crenças profundas, conforta.
A verdade, por sua vez, inquieta...”
Eu, com o cálice na mão,
Condiciono-me, compenetrado,
Ela, com magistral beleza, prossegue:
“Afloramos arguidas,
Distintas biologicamente,
Provemos a vida,
Únicos contrastes.
No corpo social,
Estipêndios menores,
Sem enaltecer o intelecto,
O inventivo, a inovação.
Quanto mais à “alta roda”,
Menos varoas encontramos.
Queres tua prole assim, fadada a essa herança?
Ensina-lhe o caminho da revolução!
Equidade, Respeito,
Sem possessividade...”
Desperto, observo a ampulheta,
A transitoriedade dos grânulos,
As âmbulas intermeadas
Com a consciência formada...
Há tempo, quero te recrutar,
Ativista da causa,
Não me Kahlo!
Paulo José Brachtvogel
Transformando
Por onde andei
Era chão atapetado
Não havia ruído
Mas o corroído da alma
Era mais barulhento
Por onde andei
Palavras sussurradas
Pois não há suturas
Para emendar
Sonhos impossíveis
Por onde andei
Vaguei
Fui tateando
E o impossível
Se despiu
Por onde andei
A poesia tingiu
E fugiu
Por onde andei
Fui sobrevivente
De minhas escolhas
E da minha coragem
Por onde andei
Minha voz
Virou você
Um barco de estações escritas
Com seu nome
Que naufragou
Por onde andei
Na vida
Resisti, escapei
Me salvei
De mim mesma
Das horas
De lagarta
Nas horas de borboleta.
Livro: Pó de Anjo
ruído interior
ouço sussurro,
mesmo acompanhado
e eles estando em silencio.
fico acorrentado,
mesmo em um lugar fechado
e não pisando sobre cimento.
sinto sozinho,
mesmo em um evento
e cercado de argumentos.
não quero mais sentir,
muito menos ficar aqui,
quero parar de ouvir.
RENASCENDO NA TEMPESTADE
Surgistes sem fazer nenhum ruído ou qualquer alarde, sem fazer nenhum sentido,
Colocando cada qual no seu devido canto, na esquina da vida no vértice do mundo.
Recolhendo cada um no seu espaço particular para aprender a lhe dar com as escuridões da sua própria companhia, tumultuada de lembranças e agitada com pensamentos consequentes da falta de distração que a vida agitada evitava.
Reaprender a ser alegria, ser paz, nos longos dias mergulhado em solidão,
Incitando a desejar um olhar, um gesto, uma palavra, uma companhia. Dando sentido e entendimento daqueles que estão ao redor da nossa vida.
Fazendo filtrar o que nos faz bem e o que arruína as energias da nossa vida.
Depois que a tempestade passar, depois que tudo isso acabar alguéns saberão dar sentido, a vida o que somos e temos no nosso dia a dia.
Arrastados ao autoconhecimento e testados na fé, para aprender a transmutar pois tudo é cíclico e passageiro.
E a cidade permanece silenciosa ,um amontoado de casas inanimadas com longas ruas desertas, nas praças esfinges de bronze de benfeitores esquecidos retrata uma imagem degradada do que fora o homem do passado.
No quinto dia, domingo, choveu muito. Eu gosto quando chove forte. Parece que há um ruído branco em todo lugar, que é como silêncio, mas não é vazio.
Esse teu olhar discreto
Arranca de mim sem ruído
Uma mistura de prazer
Com um carinho proibido
Ouço o barulho do mar
Tenho o teu corpo para amar
Tenho a maior riqueza do mundo
O seu coração para me amar
Sem mais nem menos
Tudo sempre é motivo
Para sermos obscenos
Nós somos o sentido
Vamos dando cores e tons
Para o tempo e para o amor
Sigo contigo para onde for
Por mim e por ti persisto
O nosso amor é obra do destino
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